No Jornal de Notícias (Artigo de Opinião) a 27/12/2008: "Mais de uma semana depois de um grupo de alunos ter apontado uma pistola de plástico a uma professora aparentemente calma, mas que abandonou a sala de aula a ameaçar uma turma do 11.º com falta disciplinar, e um dia depois de o JN ter revelado em primeira mão as cenas de indisciplina, o Conselho Executivo (CE) da Escola EB 2,3/S do Cerco do Porto decidiu abrir um inquérito.
O óbvio procedimento disciplinar agora decretado não deixa de espantar quem ouviu a presidente do CE do Cerco considerar uma "chatice" não o caso, mas, antes, a sua revelação pública. Ou a responsável da DREN, a classificar de "brincadeira" as cenas filmadas com um telemóvel, em que um aluno também encostava a dita pistola à nuca e cabelos da docente, enquanto outro simulava golpes de boxe e um terceiro mexia no que aparenta ser o computador pessoal da professora.
A displicência destas reacções parece ter uma explicação: como não houve violência física (ou ela não é vista nos 31 segundos de vídeo) e a pistola até era de plástico, se dependesse daquelas responsáveis o comportamento dos alunos seria desculpado. Mas, depois da pressão mediática - e só depois desta -, o inquérito vai avançar e o próprio procurador-geral da República promete estar atento às suas conclusões. Para já, foram ouvidos apenas alguns alunos envolvidos em mais um caso de indisciplina grosseira. Sobram perguntas: serão eles os únicos responsáveis pela galhofa em que se transformou aquela sala de aula de um bairro problemático do Porto? Achará a professora normal a violência simbólica de que foi alvo? É calando casos deste tipo que o CE do Cerco pretende inverter a sua posição na cauda dos rankings escolares? E, depois de ter tomado conhecimento de toda esta situação, que dizer das palavras (ou da ausência delas) de Margarida Moreira?
Neste, como em tantos outros casos de indisciplina, os alunos não podem ser os únicos responsáveis pelo desnorte que reina em inúmeras escolas e a solução para estes problemas não pode ser, como defendeu o inenarrável presidente da Federação das Associações de Pais do Porto, insistir na proibição dos telemóveis na sala de aula. Até porque, como demonstra este caso, só existem (será que existem?) consequências quando as cenas de violência são filmadas.
Se o que não é conhecido não existe, manter situações de indisciplina dentro de portas, ocultando-as, é nada fazer para que a escola seja, de uma vez por todas, um lugar de formação. E esse comportamento também deve ser analisado num qualquer inquérito."
Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)
O óbvio procedimento disciplinar agora decretado não deixa de espantar quem ouviu a presidente do CE do Cerco considerar uma "chatice" não o caso, mas, antes, a sua revelação pública. Ou a responsável da DREN, a classificar de "brincadeira" as cenas filmadas com um telemóvel, em que um aluno também encostava a dita pistola à nuca e cabelos da docente, enquanto outro simulava golpes de boxe e um terceiro mexia no que aparenta ser o computador pessoal da professora.
A displicência destas reacções parece ter uma explicação: como não houve violência física (ou ela não é vista nos 31 segundos de vídeo) e a pistola até era de plástico, se dependesse daquelas responsáveis o comportamento dos alunos seria desculpado. Mas, depois da pressão mediática - e só depois desta -, o inquérito vai avançar e o próprio procurador-geral da República promete estar atento às suas conclusões. Para já, foram ouvidos apenas alguns alunos envolvidos em mais um caso de indisciplina grosseira. Sobram perguntas: serão eles os únicos responsáveis pela galhofa em que se transformou aquela sala de aula de um bairro problemático do Porto? Achará a professora normal a violência simbólica de que foi alvo? É calando casos deste tipo que o CE do Cerco pretende inverter a sua posição na cauda dos rankings escolares? E, depois de ter tomado conhecimento de toda esta situação, que dizer das palavras (ou da ausência delas) de Margarida Moreira?
Neste, como em tantos outros casos de indisciplina, os alunos não podem ser os únicos responsáveis pelo desnorte que reina em inúmeras escolas e a solução para estes problemas não pode ser, como defendeu o inenarrável presidente da Federação das Associações de Pais do Porto, insistir na proibição dos telemóveis na sala de aula. Até porque, como demonstra este caso, só existem (será que existem?) consequências quando as cenas de violência são filmadas.
Se o que não é conhecido não existe, manter situações de indisciplina dentro de portas, ocultando-as, é nada fazer para que a escola seja, de uma vez por todas, um lugar de formação. E esse comportamento também deve ser analisado num qualquer inquérito."
Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)
Comentário: Não coloquei aqui o filme nem a notícia relativa ao caso ocorrido na escola do Cerco, pois creio que a mesma já é sobejamente conhecida. Muitas interrogações são levantadas com mais este caso de indisciplina grave. A passividade do CE... A passividade da Directora da DREN... A desculpabilização dos alunos... Um sem fim de anomalias, que roçam o absurdo. Para já nem falar nas declarações do presidente da Federação das Associações de Pais do Porto, que associa a divulgação do vídeo a uma qualquer estratégia sindical. Mais uma vez desvia-se a atenção do essencial (no caso, a indisciplina) para o acessório. Nem quero imaginar se algum dia um docente responde à indisciplina dos seus alunos de forma mais "proporcional". De certeza que nesse dia, ninguém se vai desviar para o acessório e o docente em causa será "linchado".
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gostei do comentário de alguem que diz que esta cena foi encomendada pelos sindicatos. quem diz isto não tem mesmo a noção da indisciplina que hoje se vive nas escolas.
ResponderEliminaré por estas e por outras que ninguém me convence com uma avaliação da treta porque nunca vou subir na carreira porque não vou ter carreira nenhuma porque já bati em dois alunos e antes de subir em qualquer carreira irei certamente passar-me da cabeça não uma mas muitas vezes até que serei expulsa deste ensino de merda, mas vou sair com a minha consciência tranquila de quem tentou sempre fazer um bom trabalho que não permitiam brincadeiras com armas de plástico e outras cenas que tais.
ResponderEliminarOs professores devem ser comparados a um gnr ou psp.... se há agressão o caso deve logo de ir para tribunal. Nas escolas não se actua eficazmente para punir os alunos.As sanções que existem são muito leves...associadoas a alunos de à 20 anos em que tinham humildade e os pais davam sinceros castigos. Na Inglaterra os pais já pagam multas pelo mau comportamento dos alunos. Se a sociedade e comportamento dos jovens tem vindo a agravar-se...o estatuto disciplinar deverá urgentemente revisto para o bem do sistema escolar e da nossa sociedade, pois os alunos são cidadãos.
ResponderEliminarEm relação a essa insinuação de que a «brincadeira» fosse manobrada por sindicatos, no lugar destes exigiria, ou a prova ou faria recurso por difamação e uma acção judicial. Não se pode ser complacente com afirmações destas.Espero que algum sindicato não mande os filhos deste senhoir apontar-lhe uma arma a brincar ou a sério.
ResponderEliminarEnquanto o Prof não tiver autoridade na sala de aula, ser obrigado a passar o aluno sem saber, a educação é para Inglês-ver, assim Portugal não vai longe.
ResponderEliminarTodos os (des)governos teimam em deixar marcas reformadoras.
Mas o que melhorou na educação? na saúde? na Justiça? ...