domingo, 30 de novembro de 2008

Governo admite negociar novo modelo de avaliação.

No Jornal de Notícias a 30/11/2008: "O Ministério da Educação está disponível para começar a negociar um novo modelo de avaliação. Assim que os sindicatos o requeiram, mas sem pré-condições, frisou, ontem, o secretário de Estado adjunto, Jorge Pedreira.

"A nossa esperança é que os sindicatos se sentem à mesa e negoceiem", afirmou Jorge Pedreira, ontem, à saída de uma reunião na sede do PS, em Lisboa. O primeiro-ministro, a ministra da Educação e o secretário de Estado, Valter Lemos, também estiveram presentes no encontro com cerca de cem professores militantes socialistas. De manhã, na reunião da Comissão Política do partido, José Sócrates defendeu que a avaliação docente vai prosseguir porque já extravasou o âmbito exclusivo da Educação, sendo agora uma causa do partido, do Governo e dele próprio.

A reunião aconteceu quatro dias antes da greve nacional de professores, convocada para quarta-feira. Jorge Pedreira recusou qualquer coincidência no calendário e sublinhou que reuniões idênticas serão feitas em todos os distritos. Certo é que a reunião poderá ter feito uma brecha na até agora união dos sindicatos.

O dirigente da Pró-Ordem, Filipe do Paulo, também militante do PS, admitiu, à saída do Largo do Rato que poderá não fazer greve e pedir negociações suplementares no âmbito da regulamentação da simplificação. A mudança deve-se à "grande abertura ao diálogo" que o dirigente sindical "viu" ontem em José Sócrates.
(...)
Um outro dirigente também presente no encontro confirmou, por sua vez, ao JN, que Sócrates assegurou que não está disposto a fazer qualquer recuo na matéria que é um princípio estrutural. Outra fonte assegurou, ao JN, que José Sócrates frisou que a equipa ministerial identificou os pontos que estavam a dificultar a aplicação do modelo e aceitou deixá-los cair, pelo que a bola está agora do lado dos professores.

No final da reunião, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, referiu que "a ministra não está isolada dentro do Governo. É apenas o rosto de uma reforma que é de todo o Governo"."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Negociações, mas sem pré-condições! Até concordaria com o modelo "simplex" do ME, mas apenas se existisse alguma forma de negociar e assegurar que no próximo ano lectivo, fosse possível implementar um novo modelo de avaliação. No entanto, com a promessa de uma nova maioria absoluta do PS, reconheço que esse objectivo se torna um pouco difícil de concretizar. Para além disso (e como já referi no post anterior), a estratégia do Ministério da Educação, também dificulta um pouco a abertura ao que quer que seja. Quanto ao sindicato "Pró-Ordem", não posso em consciência censurar tal atitude, pois seria de estranhar que não existissem vozes dissidentes numa democracia.
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2 comentários:

  1. O ME não cedeu nada.
    Limitou-se a alterar, pontualmente algumas situações em função do calendário escolar, nesta altura já não é possível concretizar.
    Sobretudo, esforça-se a passar à opinião pública para que esta dê razão ao ME pela alteração, mas isso não é verdade todo o modelo se mantém para aplicar na próxima avaliação.
    É por esta e outras razões que o povo diz, com o seu saber, que a política é porca!!!

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  2. A única coisa que foi realmente alterada foi a não consideração dos resultados dos alunos, assim como a taxa de abandono escolar. Mas como o colega, muito bem referiu, o "simplex" aplica-se apenas a este ano lectivo. Um pequeno pormenor que está a ser escondido (e bem!) da opinião pública.

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