quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Governo não muda avaliação.

No Correio da Manhã de 02/10/2008: "A ministra da Educação garantiu ontem que o modelo de avaliação de desempenho dos professores não será alterado. "Este ano a avaliação vai concretizar-se, tal como ficou acordado com os sindicatos. Não podemos baralhar as escolas", disse Maria de Lurdes Rodrigues, na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República.

O memorando assinado entre Governo e sindicatos prevê que em Junho haja renegociação mas Mário Nogueira, líder da Fenprof, não acredita que o modelo dure até lá. "Duvido que esta aberração se vá manter em funcionamento até Junho. As escolas estão sufocadas com este modelo, que lhes consome muito tempo, e a ministra vai ter de decidir se quer que as escolas funcionem ou se quer a avaliação", disse ao CM.

O Governo foi ainda confrontado com o facto de faltarem manuais escolares. O secretário de Estado Jorge Pedreira admitiu nada poder fazer: "A responsabilidade é das editoras. Já exigimos explicações, mas não podemos mudar os manuais."

Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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Comentário: A Ministra não disse nada de surpreendente. Aliás, numa coisa até tem razão... A aceitação dos sindicatos relativamente a este modelo não foi ilusão e até foi alvo de um entendimento. Como já aqui escrevi por diversas vezes, o Memorando de Entendimento acabou por sentenciar a indignação. Aliás, seria de prever este tipo de argumentação por parte da Ministra.

Aqui se confirma o que todos já conhecíamos. A assinatura do Memorando acabou por minar qualquer contestação de peso. Com ele, aceitou-se a avaliação "simplex" e... também a avaliação "complex". A argumentação da necessidade de avaliação para os contratados já foi desmascarada. Os sindicatos perderam a sua principal justificação. Será que as restantes é que tinham peso?! Até Junho, os sindicatos estão de "pés e mãos atadas" a este Memorando e os Professores (por arrasto) também. Esperar que o modelo de avaliação "imploda" por si próprio, é para mim o equivalente a acreditar no Pai Natal.

Se não formos nós (professores que trabalham nas escolas e que "sofrem" com este modelo de avaliação), não serão outros (sentados nas sedes sindicais) que poderão fazer algo contra este modelo de avaliaçao. De alguma forma, teremos de descobrir uma forma de nos organizarmos. E se têm dúvidas desta aparente (para não dizer, real) inoperância de alguns sindicatos, basta lembrarem-se do que aconteceu no protesto dos professores de Educação Especial, esta semana, onde o apoio dos sindicatos foi... inexistente!

Enquanto insistirmos em petições, protestos de reduzida dimensão e pedidos de suspensão da avaliação (isolados), receio que este governo continuará a fazer o que quer. A solução deverá passar por manifestações de rua, com impacto na comunicação social.

Não se esqueçam que o próximo episódio é a inclusão na graduação para efeitos de concurso, dos resultados da avaliação do desempenho! Alarmados? Não? Eu estou...
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2 comentários:

  1. Reunião da APEDE dia 11 de Outubro.
    Vejam um artigo de José Gil na Visão, reproduzido no site do movimento “mobilizaçãoeunidadedosprofessores”.

    ana s.

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  2. Para além da mobilização contra a avaliação também nos devíamos movimentar para despedir alguns sindicalistas...
    Será utopia desejar uma limpeza geral?
    Os nossos problemas não passam só por este Ministério incompetente, nem pelo Governo mais... nem sei que termo utilizar!
    Passa também pela má representatividade e fraca protecção sindical.
    Esperei que os 100 mil os acordassem, despertassem para uma luta que todos desejávamos travar. Pelo menos os que estivemos lá!
    É pela perda da força desses 100 mil que agora o medo, a insegurança e as desconfianças se instalaram entre colegas; que a arrogância e as ameaças veladas correm impunes em muitas escolas.
    Nos sindicatos não deve estar quem não tem amor ao que faz, quem tem medos.
    Deve ser mesmo um sonho impossível em Portugal…
    Um docente triste

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