No Correio da Manhã de 14/09/2008: "Foi a reforma educativa que mais polémica suscitou, levando mais de cem mil docentes às ruas. Apesar das críticas à forma e ao timing, o Governo avançou com o regime numa versão simplificada. Porque, justificou, os professores contratados dela dependiam para voltar a concorrer. Mas a nota afinal não condicionou estas candidaturas, e há recolocados que ainda nem a conhecem. A avaliação, que variou de escola para escola, foi feita sem critérios justos, diz a FNE
Muitos professores contratados renovaram o contrato sem conhecerem a avaliação do ano anterior. Apesar de o Governo ter justificado a urgência do novo regime de avaliação de desempenho com a necessidade de sete mil professores contratados voltarem a concorrer, a classificação não condicionou a candidatura. Ou se o fez, alguns não sabem como. Isto porque a regulamentação das quotas atribuíveis aos níveis de Excelente e Muito Bom só foi publicada no fim de Julho e algumas escolas ficaram à espera desta legislação. Outras optaram por não preencher as quotas e dar Bom a todos.
(...)
Note-se que o acordo alcançado entre o Governo e a plataforma sindical previu que os docentes fossem avaliados apenas através de quatro campos: a assiduidade, a ficha de auto-avaliação, a formação contínua e o cumprimento do serviço distribuído.
(...)
Jorge Pedreira diz que o apuramento ainda está a ser feito mas acredita que "a esmagadora maioria dos docentes teve Bom". O governante garante ainda que as "quotas saíram antes do momento necessário para a atribuição das classificações e só foram necessárias para a atribuição de Excelente e Muito Bom. Todo o processo podia estar concluído. Estas classificações é que só puderam ser validadas pelas comissões de coordenação após o conhecimento das quotas".
Além disso, o Ministério da Educação desvaloriza o problema da influência das quotas no processo de renovação dos contratos, explicando que estes só não poderiam ser renovados no caso dos docentes que obtivessem um Insuficiente.
(...)
Avaliação. Sistema avança agora para todos os docentes, que terão de traçar objectivos
Oito professores para avaliar e três aulas de cada um para observar. Mais o tempo que, enquanto avaliadora, deve despender com o avaliado para discutir o plano da aula e a forma como esta correu. Como encaixar estas tarefas num horário lectivo já preenchido? E se as aulas se sobrepuserem às suas? Terá de faltar, arranjar aula de substituição para a sua turma, e para isso, deixar material preparado?
(...)
Hoje, quando entrarem na sala de aula, os professores olharão para as suas turmas de uma forma um pouco diferente, uma vez que a sua progressão na carreira dependerá agora, explicitamente, dos resultados escolares alcançados pelos alunos. A primeira tarefa será diagnosticar, para que os objectivos traçados para as turmas, e o plano designado para os alcançar, sejam atingíveis. As metas impostas têm ainda de estar em consonância com o projecto educativo da escola. Os objectivos serão, posteriormente, discutidos com o avaliador durante uma entrevista.
A avaliação que agora começa é bienal e terminará no final deste ano lectivo, pois no ano passado já deverão ter sido recolhidos elementos que complementam esta avaliação."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
Muitos professores contratados renovaram o contrato sem conhecerem a avaliação do ano anterior. Apesar de o Governo ter justificado a urgência do novo regime de avaliação de desempenho com a necessidade de sete mil professores contratados voltarem a concorrer, a classificação não condicionou a candidatura. Ou se o fez, alguns não sabem como. Isto porque a regulamentação das quotas atribuíveis aos níveis de Excelente e Muito Bom só foi publicada no fim de Julho e algumas escolas ficaram à espera desta legislação. Outras optaram por não preencher as quotas e dar Bom a todos.
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Note-se que o acordo alcançado entre o Governo e a plataforma sindical previu que os docentes fossem avaliados apenas através de quatro campos: a assiduidade, a ficha de auto-avaliação, a formação contínua e o cumprimento do serviço distribuído.
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Jorge Pedreira diz que o apuramento ainda está a ser feito mas acredita que "a esmagadora maioria dos docentes teve Bom". O governante garante ainda que as "quotas saíram antes do momento necessário para a atribuição das classificações e só foram necessárias para a atribuição de Excelente e Muito Bom. Todo o processo podia estar concluído. Estas classificações é que só puderam ser validadas pelas comissões de coordenação após o conhecimento das quotas".
Além disso, o Ministério da Educação desvaloriza o problema da influência das quotas no processo de renovação dos contratos, explicando que estes só não poderiam ser renovados no caso dos docentes que obtivessem um Insuficiente.
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Avaliação. Sistema avança agora para todos os docentes, que terão de traçar objectivos
Oito professores para avaliar e três aulas de cada um para observar. Mais o tempo que, enquanto avaliadora, deve despender com o avaliado para discutir o plano da aula e a forma como esta correu. Como encaixar estas tarefas num horário lectivo já preenchido? E se as aulas se sobrepuserem às suas? Terá de faltar, arranjar aula de substituição para a sua turma, e para isso, deixar material preparado?
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Hoje, quando entrarem na sala de aula, os professores olharão para as suas turmas de uma forma um pouco diferente, uma vez que a sua progressão na carreira dependerá agora, explicitamente, dos resultados escolares alcançados pelos alunos. A primeira tarefa será diagnosticar, para que os objectivos traçados para as turmas, e o plano designado para os alcançar, sejam atingíveis. As metas impostas têm ainda de estar em consonância com o projecto educativo da escola. Os objectivos serão, posteriormente, discutidos com o avaliador durante uma entrevista.
A avaliação que agora começa é bienal e terminará no final deste ano lectivo, pois no ano passado já deverão ter sido recolhidos elementos que complementam esta avaliação."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
Comentário: Aqui se pode verificar o argumento "roto" utilizado para avançar com a avaliação do desempenho docente. Afinal a avaliação dos contratados não teve qualquer influência na renovação de contratos ou no concurso... No entanto, a justificação serviu para a assinatura do Memorando de Entendimento. Um Memorando que acabou por empenhar o futuro dos docentes.
Quanto à atribuição da classificação "Bom" à esmagadora maioria dos docentes, não surpreende ninguém. Se a regulamentação das quotas atribuíveis aos níveis de Excelente e Muito Bom só foi publicada no fim de Julho, poderia ser expectável outro procedimento?! Para além disso, mesmo que fossem classificados com "Bom", não teriam estes colegas o direito de conhecer o nível atribuído à sua avaliação do desempenho?! Como é possível proceder a uma eventual reclamação se não é conhecida a menção qualitativa?!
Tudo questões que ficam em suspenso, mas que são suficientes para confirmar os reais objectivos do Ministério da Educação e que certamente não passam pela distinção dos melhores professores (e respectivo reconhecimento - com tudo o que isso implica) nem pela promoção real do sucesso dos alunos.
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Quanto à atribuição da classificação "Bom" à esmagadora maioria dos docentes, não surpreende ninguém. Se a regulamentação das quotas atribuíveis aos níveis de Excelente e Muito Bom só foi publicada no fim de Julho, poderia ser expectável outro procedimento?! Para além disso, mesmo que fossem classificados com "Bom", não teriam estes colegas o direito de conhecer o nível atribuído à sua avaliação do desempenho?! Como é possível proceder a uma eventual reclamação se não é conhecida a menção qualitativa?!
Tudo questões que ficam em suspenso, mas que são suficientes para confirmar os reais objectivos do Ministério da Educação e que certamente não passam pela distinção dos melhores professores (e respectivo reconhecimento - com tudo o que isso implica) nem pela promoção real do sucesso dos alunos.
Olá Ricardo (é agradável poder tratar-te pelo nome)
ResponderEliminarComo contratada, fui uma das premiadas com classificação de "Bom", tal como TODOS os colegas contratados que conheço.... Estranhas coincidências....ou não... Mas a Srª D. Ministra vai poder gabar-se, concerteza, que antes do seu Ministério, os Professores eram todos Suficientes, Satisfatórios, mas agora não.... agora são Bons!!! Afinal evoluímos, hein.....
A minha avaliação, recebi-a em casa; aliás, recebi um papel a dizer que a minha avaliação foi Bom; mas nãoassinei nada no Agrupamento. Ninguém me mostrou nada; porque tive Bom e não Muito Bom?; então e se quisesse reclamar? Como é que fazia para reclamar se recebi a avaliação quase no fim de Agosto? Enfim, este ano fomos as cobaias, e por mim falo, resignei-me....
Mas este ano não me resigno.... este ano com objectivos, com tudo tim-tim por tim-tim, vão ter que ser bem justos... ah pois vão, vão.....
(A mini-fracruta, apesar de mini, dá-me cabo da cabeça.... sexta fui apresentar-me à junta, depois de 1 semana inteira de cama, e foi andar para trás.... mtas dores no fim-de-semana, e pimba, de cama outra vez.....)
Beijocas.
Sónia B.
Este ano não podemos facilitar. Principalmente se a proposta do Ministério for avante e a classificação for considerada para efeitos de concurso. No entanto, devemos encontrar um ponto de equilíbrio para não vivermos num ambiente de "terrorismo" profissional, atropelando tudo e todos para obtermos melhor classificação. É isto que me preocupa. Receio que alguns colegas não consigam encontrar e fazer a gestão do seu trabalho em prole dos alunos e sim contra outros colegas.
ResponderEliminarBem sei que os contratados foram as cobaias. Aliás, o argumento de que os colegas contratados necessitavam da avaliação para renovar ou concorrer era vazio e o que realmente era pretendido era experimentar. Nem que fosse de forma simplificada...
Se fores uma pessoa activa (como acho que és) essa fractura deve estar a dar-te cabo dos nervos. Espero que fiques bem rápido.
Beijo.
Ricardo