No Diário de Notícias de 12/08/2008: "Vai começar a funcionar em Setembro a primeira escola para sobredotados, em Portimão. Os responsáveis defendem a adaptação do ensino às capacidades das crianças, mas os especialistas falam na criação de um 'gueto'.
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Além das disciplinas comuns, estas crianças com um elevado potencial vão aprender xadrez, para estimular a capacidade de concentração e aprenderem a respeitar o adversário, e filosofia, ou pelo menos, vão aprender a fazê-la estimulando a agilidade mental e o sistema emocional, adianta Ricardo Monteiro. Estes conteúdos são completados pelo estudo de duas línguas estrangeiras e de música.
Para que possam desenvolver as suas capacidades, as salas de aulas também se adaptam às suas necessidades. Tanto alunos como professores vão ter na sua mesa um computador portátil. As salas estão também equipadas com quadros interactivos, mesas e cadeiras que se comprimem permitindo libertar o espaço para outras actividades.
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Quanto às dificuldades em conseguir licenciamento a tempo por parte da DREA, Ricardo Monteiro, acredita que "existe uma certa recusa em aceitar a existência de escolas para crianças com talentos especiais". O DN tentou, sem êxito, obter uma reacção da DREA.
A ideia de juntar os sobredotados para terem um ensino especial também levanta algumas reservas. É o caso de Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), que afirma: "não temos nada contra o ensino enriquecido, mas tem que se garantir um contexto de socialização considerado normal". Para Helena Serra, mãe de um sobredotado, estes alunos devem ter um ensino adequado às suas capacidades, mas devem estar com outras crianças nas restantes actividades.
A professora lembra que em Portugal até existe legislação para atender às necessidades dos sobredotados, com a adopção do plano de desenvolvimento curricular. "O problema é que depois falta um conjunto de saberes no terreno e os professores não sabem lidar com estas crianças", critica a presidente da APCS. Existem, no País, entre 35 mil a 50 mil sobredotados, segundo as estimativas da Universidade da Criança."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
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Além das disciplinas comuns, estas crianças com um elevado potencial vão aprender xadrez, para estimular a capacidade de concentração e aprenderem a respeitar o adversário, e filosofia, ou pelo menos, vão aprender a fazê-la estimulando a agilidade mental e o sistema emocional, adianta Ricardo Monteiro. Estes conteúdos são completados pelo estudo de duas línguas estrangeiras e de música.
Para que possam desenvolver as suas capacidades, as salas de aulas também se adaptam às suas necessidades. Tanto alunos como professores vão ter na sua mesa um computador portátil. As salas estão também equipadas com quadros interactivos, mesas e cadeiras que se comprimem permitindo libertar o espaço para outras actividades.
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Quanto às dificuldades em conseguir licenciamento a tempo por parte da DREA, Ricardo Monteiro, acredita que "existe uma certa recusa em aceitar a existência de escolas para crianças com talentos especiais". O DN tentou, sem êxito, obter uma reacção da DREA.
A ideia de juntar os sobredotados para terem um ensino especial também levanta algumas reservas. É o caso de Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), que afirma: "não temos nada contra o ensino enriquecido, mas tem que se garantir um contexto de socialização considerado normal". Para Helena Serra, mãe de um sobredotado, estes alunos devem ter um ensino adequado às suas capacidades, mas devem estar com outras crianças nas restantes actividades.
A professora lembra que em Portugal até existe legislação para atender às necessidades dos sobredotados, com a adopção do plano de desenvolvimento curricular. "O problema é que depois falta um conjunto de saberes no terreno e os professores não sabem lidar com estas crianças", critica a presidente da APCS. Existem, no País, entre 35 mil a 50 mil sobredotados, segundo as estimativas da Universidade da Criança."
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Comentário: Existe o risco real de criação de um "ghetto", no entanto, é relevante a criação de escolas como esta, uma vez que Portugal não apresenta soluções viáveis. Um exemplo dessas soluções, é a legislação há muito criada, que aponta para a criação de um plano de desenvolvimento curricular. Este plano não resulta (nem pode resultar), pois as crianças sobredotadas necessitam de um tipo de atenção que não é possível em turmas com um elevado número de alunos. E mesmo que a turma tenha 18 alunos será complicado conjugar as espectativas de um sobredotado com o interesse e aquisição de conhecimentos dos outros alunos...
A ideia do xadrez é bastante interessante. Como jogador de xadrez (há muitos anos) reconheço os benefícios deste jogo, a vários níveis. Concentração, agilidade mental, capacidade de antecipação dos resultados de alternativas, respeito mútuo e organização pessoal serão apenas algumas das vantagens que este "jogo de guerra" poderá trazer a qualquer aluno (sobredotado ou não). Seria uma ideia interessante para levar para outras escolas. Associar xadrez à ideia de alunos sobredotados (ou tótós) é errado e só contribuirá para o "ghetto"...
Para além das disciplinas teóricas, espero também que invistam fortemente no desporto. As artes marciais seriam uma boa ideia. Disciplinam e promovem as várias vertentes do auto-conceito de cada um. E será uma forma de garantir o tal contexto de socialização normal.
Quanto às dificuldades colocadas pela DREA, não serão surpresa, pois o Ministério da Educação gosta de meter a "colher em tudo". E esta intervenção até seria positiva se fosse feita tendo em vista os alunos e não outros interesses.
A ideia do xadrez é bastante interessante. Como jogador de xadrez (há muitos anos) reconheço os benefícios deste jogo, a vários níveis. Concentração, agilidade mental, capacidade de antecipação dos resultados de alternativas, respeito mútuo e organização pessoal serão apenas algumas das vantagens que este "jogo de guerra" poderá trazer a qualquer aluno (sobredotado ou não). Seria uma ideia interessante para levar para outras escolas. Associar xadrez à ideia de alunos sobredotados (ou tótós) é errado e só contribuirá para o "ghetto"...
Para além das disciplinas teóricas, espero também que invistam fortemente no desporto. As artes marciais seriam uma boa ideia. Disciplinam e promovem as várias vertentes do auto-conceito de cada um. E será uma forma de garantir o tal contexto de socialização normal.
Quanto às dificuldades colocadas pela DREA, não serão surpresa, pois o Ministério da Educação gosta de meter a "colher em tudo". E esta intervenção até seria positiva se fosse feita tendo em vista os alunos e não outros interesses.
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