terça-feira, 12 de agosto de 2008

Mediadores querem trazer "alunos à terra".

No Jornal de Notícias de 12/08/2008: "Trinta e sete por cento dos alunos do 3.º Ciclo tiveram três ou mais negativas no 1.º período no último ano lectivo. Os professores estão habituados a esta tendência, as notas são depois corrigidas até ao Verão, mas uma associação quer inverter a situação.

"Até ao Natal, andam na lua e o nosso objectivo é trazê-los à terra", explica, ao JN, Diogo Simões Pereira, director-geral da Associação Empresários para a Inclusão Social. A EPIS está no terreno, desde Setembro do ano passado, a montar uma rede de mediadores e a identificar alunos e famílias de risco. Objectivo: combater o insucesso escolar no 3.º Ciclo.
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A estatística determinou o público-alvo: a EPIS acredita que o insucesso no 3.º Ciclo determina o abandono no Secundário, pelo que um projecto interventivo nesse nível apresentaria resultados ao fim de três anos. A necessidade de apresentar resultados aos associados levou a Associação a não escolher, para já, o 1.º Ciclo, pois "demorariam muitos mais anos até se revelarem" melhorias.

Através de parceria com o Ministério da Educação, autarquias e empresas locais, a EPIS montou uma rede em 11 concelhos-piloto e 88 escolas, que abrange cerca de 30 mil alunos e 10% do insucesso escolar no 3.º Ciclo. No terreno, estiveram 50 técnicos da EPIS - "fundamentalmente psicólogos, assistentes sociais e alguns sociólogos".

A partir de Setembro, o número de mediadores deve quase duplicar, uma vez que a tutela disponibilizou 45 professores a tempo inteiro para integrar a rede.
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O objectivo, garante o director-geral da EPIS, é que o mediador crie uma relação de "empatia e compromisso" com o aluno e família. "A escola tem de passar a ser o clube de eleição. O local onde querem passar mais tempo". Para isso, defendeu, os estabelecimentos não podem estar isolados, mas "ligados às estruturas administrativas", como as autarquias. Equipamentos como polidesportivos, bibliotecas ou anfiteatros têm de estar indissociavelmente ligados às escolas."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Não deixa de ser estranho que esta iniciativa de mediação parta de um associação empresarial. Em vez de investir primeiro na massificação informática, O Ministério da Educação deveria apostar neste tipo de iniciativas e deixar os portáteis para depois. Para mim, os portáteis não são sinónimos de sucesso escolar. Aliás, a distribuição de computadores tal como está a ser feita, poderá não contribuir para o sucesso e até ter o efeito contrário. Mas isso seria tema para outro post.

Espero que esta iniciativa produza resultados positivos... E que os resultados impliquem alterações futuras na forma de enfrentar o insucesso escolar. A educação em Portugal necessita urgentemente de medidas como esta, se possível, apoiadas pelo Governo e eventualmente organizadas pelo Ministério da Educação. Chega de publicidade vazia...
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