sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mais um caso isolado e esporádico...

No Correio da Manhã de 27/06/2008: "Maria Eduarda Almeida, professora há cinco anos na Escola EB2/3 de Paranhos, no Porto, diz ter levado "uma coça monumental da mãe e da irmã de um aluno" de quem nem sequer é docente.

Tudo começou no passado dia 13, quando separou dois alunos que lutavam no recreio. "De repente fui insultada de tudo por um aluno do 5º ano, de 12 anos, que nada tinha a ver com o caso", contou ao CM.

No final das aulas tinha à sua espera, ao portão, a mãe e a irmã do estudante. "Vi logo que ia apanhar. Insultaram e espancaram-me com socos e pontapés. Só pararam quando eu caí", recordou indignada a docente com vinte anos de carreira que está de baixa desde então e não vai voltar à escola.

"O porteiro não me acudiu. Até o percebo pois também ele já foi agredido e ninguém o defendeu em tribunal", disse. A docente já comunicou o caso ao Ministério da Educação e ao procurador-geral da República."

Ver Artigo Completo (Portal do Governo)

------------------------
Comentário: Atenção que a nossa colega já previa que ia "apanhar" da família do aluno. Pior, o porteiro da escola (também vítima de agressão) nada fez, por receio das consequências. Não sei porquê, mas acho que se lá estivessem outros colegas de profissão, também nada fariam. E porquê? Porque toda a gente conhece o clima de impunidade que existe nas escolas e onde apenas uma "mão cheia" de casos vai "parar" a tribunal. E se alguns casos de violência vão a tribunal, é porque os familiares dos alunos não conseguiram atemorizar suficientemente o(a) professor(a) em causa. É triste, quando temos um Governo que menospreza (e ignora) a integridade física dos seus funcionários...

Quantos casos isolados e esporádicos serão necessários para constituir um problema nacional? Espero que não seja necessária a existência de uma "morte" para serem apresentadas e discutidas soluções. E se acham que estou a ser alarmista e pessimista, esperem para o próximo ano lectivo, quando o sistema de avaliação do desempenho docente entrar em acção, na sua plenitude. A violência física contra os docentes pode não aumentar, no entanto, não tenho tanta certeza quanto à violência psicológica... Esperemos para ver! De preferência numa superfície alcochoada para não nos magoarmos tanto, na eventualidade de uma "agressão".
------------------------

Sem comentários:

Enviar um comentário