terça-feira, 29 de abril de 2008

Plano de acção arranca no próximo ano lectivo.

No sítio da TSF a 29/04/2008: "O plano de acção para a Físico-Química vai ser colocado em prática no próximo ano lectivo no ensino secundário. A ministra da Educação explicou que já estão professores em formação e adiantou que o objectivo é reforçar as aulas de laboratório.
(...)
O ano passado o plano de acção para a Matemática não se reflectiu nas notas do 9º ano. As negativas continuaram a ser uma realidade, mas a ministra da Educação espera que o quadro se inverta este ano ou no próximo.

Nesta ocasião, Maria de Lurdes Rodrigues sentiu também necessidade de esclarecer a polémica à volta de chumbar ou não os alunos.

«Os sistemas de ensino moderno tentaram substituir um sistema chamado chumbo por outros instrumentos chamados mais trabalho. É isso que precisamos de fazer nas nossas escolas: substituir este instrumento que não tem um objectivo de recuperação, mas apenas de seleccionar e separar, há uns que avançam e outros não», defendeu.

A ministra da Educação voltou a lembrar que na sua opinião «chumbar» é igual a facilitismo, «rigor e exigência é fazer com que todos aprendam»."

Ver Artigo Completo (TSF Online)

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Comentário: Era importante que a Ministra da Educação esclarecesse o conceito "sistema de ensino moderno". Se neste tipo de sistema substituimos a reprovação pelo trabalho, então, considero que o sistema educativo português é (ainda) parcialmente moderno. E digo parcialmente, porque os professores têm imenso trabalho nas escolas para que os seus alunos não "chumbem". Falta-nos a outra metade, mas a solução já foi encontrada pelo Ministério da Educação e chama-se: Avaliação do Desempenho Docente. É só uma questão de meses (basta esperar pelo ano lectivo 2008/2009), para termos um sistema de avaliação moderno...

Considero a afirmação de Maria de Lurdes Rodrigues («chumbar» é igual a facilitismo, «rigor e exigência é fazer com que todos aprendam»), sintomática da frágil "saúde" da educação em Portugal (só comparável a um problema oncológico). "Chumbar" não é facilitismo... Se a Ministra da Educação assistisse às reuniões de avaliação verificaria que a parafernália de documentos e relatórios que os professores têm de preencher para justificar as "negativas", fazem qualquer um pensar duas vezes antes de optar pelo "facilitismo".

Para terminar, o rigor e a exigência não são (nem nunca serão) directamente proporcionais à aprendizagem de todos os alunos. Pelo menos a aprendizagem como eu a considero, na sua plenitude, ou seja, uma aprendizagem onde conste um mínimo de competências, que permitam aos alunos terem probabilidades de sucesso na vida. Infelizmente não creio que seja esta a perspectiva de Maria de Lurdes Rodrigues...
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1 comentário:

  1. Água mol em pedra dura...

    A senhora ministra é persistente, não há dúvida.

    Já não há paciência para o discurso do chumbo facilitista, mas vamos continuar a ouvi-lo.

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