No Diário de Notícias de 27/02/2008: "Os resultados da escolaridade obrigatória pública entre 1995 e 2005 são desoladores: mais pessoal docente e não docente, mais recursos financeiros, menos alunos, abandono escolar persistentemente alto, níveis de conhecimento dos jovens na cauda da OCDE em provas internacionais de língua-mãe, matemática e ciências.
Perante o descalabro, duas teses entraram em choque: a dos professores culpa o ministério e as suas circulares, por dirigirem às cegas um sector que passou a abarcar toda a sociedade e suas contradições sociais, mesmo que nunca se tenham questionado sobre se há um nexo relevante entre o que vinham fazendo e os resultados obtidos; e a da ministra da Educação e do primeiro-ministro, que tudo fizeram, em actos e palavras, para pressionar os professores a mudar rotinas, impor cargas de tarefas diferenciadas adicionais, responsabilizando-os pelos bons e maus resultados.
Só que, de caminho, cortaram as expectativas, as possibilidades de progressão e, a prazo, as remunerações de topo na profissão, obrigando-os a partilhar o poder efectivo de condução das escolas com autarquias, pais e empresas locais. A inclusão das aulas de substituição nas tarefas normais ou o seu pagamento como trabalho extraordinário ilustram o antagonismo destas duas visões.
E em toda esta guerra chegamos ao paradoxo essencial da educação, neste momento: como conduzir a reforma da escola pública, quando os seus principais actores a ela resistem?"
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
Perante o descalabro, duas teses entraram em choque: a dos professores culpa o ministério e as suas circulares, por dirigirem às cegas um sector que passou a abarcar toda a sociedade e suas contradições sociais, mesmo que nunca se tenham questionado sobre se há um nexo relevante entre o que vinham fazendo e os resultados obtidos; e a da ministra da Educação e do primeiro-ministro, que tudo fizeram, em actos e palavras, para pressionar os professores a mudar rotinas, impor cargas de tarefas diferenciadas adicionais, responsabilizando-os pelos bons e maus resultados.
Só que, de caminho, cortaram as expectativas, as possibilidades de progressão e, a prazo, as remunerações de topo na profissão, obrigando-os a partilhar o poder efectivo de condução das escolas com autarquias, pais e empresas locais. A inclusão das aulas de substituição nas tarefas normais ou o seu pagamento como trabalho extraordinário ilustram o antagonismo destas duas visões.
E em toda esta guerra chegamos ao paradoxo essencial da educação, neste momento: como conduzir a reforma da escola pública, quando os seus principais actores a ela resistem?"
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É uma boa questão? No entanto, também se pode colocar a questão: E porque resistem os principais actores? Ninguém se preocupa com esta questão... Apenas acham "estranho" resistirmos.
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