No jornal "O Primeiro de Janeiro" (Artigo de Opinião) de 19/11/2007: "Ainda na semana passada escrevia sobre os resultados nefastos que advirão da aplicação do estatuto do aluno no que toca ao regime da faltas, ainda está quente a discussão na assembleia sobre este tema e já os resultados se começam a sentir. Querem ver?
Uma colega, professora na minha escola, questionou um aluno de um 11º ano em que ela é directora de turma sobre uma falta que este havia dado. Eis a resposta: ” Faltei por um motivo de força maior e a professora não tem nada com isso.” Lapidar. Para além da má educação do menino, é evidente que ele já sabe que é senhor de ir ou de faltar à aula. e que a professora tem as mãos atadas. (Porque a senhora ministra e todo o PS lhas ataram.) Tenho pena de não ter acesso ao e-mail da senhora ministra para lhe enviar esta resposta como presente. E não só à senhora ministra, mas a todo o corpo de deputados do PS que votou com ela.
(...)
Dir-me-ão que estou a fazer julgamentos abusivos. Talvez esteja. Mas quando todo um partido vota algo que o bom senso repudia, algo com que toda a gente se espanta, isto significa que alguma coisa deve estar por trás de tal atitude. Os professores estão entre desiludidos, revoltados e assustados. E nunca como agora se ouve falar em ”vou-me embora logo que possa”. Muitos professores experientes e óptimos profissionais estão a saltar fora. O sistema está a tornar-se demasiado pesado, com papéis a mais, reuniões a mais, horas extra a mais que ninguém paga nem contabiliza. E agora mais esta. Já não faltava a desautorização crescente dos professores, como agora os alunos vão poder faltar sem serem punidos, sentem-se no direito de não dar satisfações, entram tarde na aula (a aula é interrompida, o seu ritmo quebrado ou, em alternativa, o professor fica à espera que o “rebanho se junte” para começar).
E já agora mais uma achega: o regime de faltas previsto é tão perverso que um aluno que falte por doença ou por ter partido, por exemplo, uma perna, fica sujeito exactamente ao mesmo regime daquele que faltou por ter ficado na cama ou por ter ido para o café!!! Porquê? Porque deixa de haver distinção entre faltas justificadas e faltas injustificadas!
E posto isto, só resta perguntar: aonde vamos chegar? aonde nos vai levar tudo isto?"
Manuela Salvador Cunha.
Ver Artigo Completo (O Primeiro de Janeiro)
Uma colega, professora na minha escola, questionou um aluno de um 11º ano em que ela é directora de turma sobre uma falta que este havia dado. Eis a resposta: ” Faltei por um motivo de força maior e a professora não tem nada com isso.” Lapidar. Para além da má educação do menino, é evidente que ele já sabe que é senhor de ir ou de faltar à aula. e que a professora tem as mãos atadas. (Porque a senhora ministra e todo o PS lhas ataram.) Tenho pena de não ter acesso ao e-mail da senhora ministra para lhe enviar esta resposta como presente. E não só à senhora ministra, mas a todo o corpo de deputados do PS que votou com ela.
(...)
Dir-me-ão que estou a fazer julgamentos abusivos. Talvez esteja. Mas quando todo um partido vota algo que o bom senso repudia, algo com que toda a gente se espanta, isto significa que alguma coisa deve estar por trás de tal atitude. Os professores estão entre desiludidos, revoltados e assustados. E nunca como agora se ouve falar em ”vou-me embora logo que possa”. Muitos professores experientes e óptimos profissionais estão a saltar fora. O sistema está a tornar-se demasiado pesado, com papéis a mais, reuniões a mais, horas extra a mais que ninguém paga nem contabiliza. E agora mais esta. Já não faltava a desautorização crescente dos professores, como agora os alunos vão poder faltar sem serem punidos, sentem-se no direito de não dar satisfações, entram tarde na aula (a aula é interrompida, o seu ritmo quebrado ou, em alternativa, o professor fica à espera que o “rebanho se junte” para começar).
E já agora mais uma achega: o regime de faltas previsto é tão perverso que um aluno que falte por doença ou por ter partido, por exemplo, uma perna, fica sujeito exactamente ao mesmo regime daquele que faltou por ter ficado na cama ou por ter ido para o café!!! Porquê? Porque deixa de haver distinção entre faltas justificadas e faltas injustificadas!
E posto isto, só resta perguntar: aonde vamos chegar? aonde nos vai levar tudo isto?"
Manuela Salvador Cunha.
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Com este "novo" estatuto do aluno, esse tipo de respostas por parte dos alunos vai tender a tornar-se "normal"... Mas pensando bem, este tipo de alunos está a imitar as atitudes da ministra, pois faz o que bem lhe apetece e não dá satisfações a ninguém. O "novo" estatuto do aluno é o reflexo da personalidade da ministra! Quanto ao "saltar" fora: Se pudesse também saltava, no entanto, ainda tenho pela frente mais de três décadas... Espero que neste caminho para a reforma, as coisas mudem para melhor. Sim... Porquê, pior é impossível!!!
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