Muitos aguardam ansiosamente que o Ministro Nuno Crato interrompa este modelo de Avaliação do Desempenho (ADD). Embora fosse o procedimento que mais me agradasse, não acredito que tal se concretize. Senão vejamos:
a) Imensos colegas contratados já tiveram de entregar o relatório de auto-avaliação aquando do término do seu contrato. Recordo que os procedimentos de auto-avaliação e de avaliação têm de ser promovidos, pelo menos, cinco dias antes do termo do respectivo contrato;
b) Os colegas de quadro, cumprindo com os prazos definidos a nível de escola/agrupamento estão neste momento a ultimar os respectivos relatórios de auto-avaliação (com prazos que oscilam entre finais do mês de Junho e Julho). Também existem situações de colegas - como eu - que apenas terão de entregar o relatório até final do mês de Agosto.
Assim, a não ser que Nuno Crato criasse uma distinção (injusta, para mim) entre colegas contratados que já terminaram o seu contrato e os colegas do quadro e contratados que ainda não terminaram o seu contrato, não me parece exequível interromper agora o processo da ADD. Obviamente que este procedimento iria levantar vozes discordantes e muitos até poderiam classificar esta iniciativa ministerial, como irresponsável.
Para além disso, teriam de contornar os problemas que surgiram aquando da última iniciativa parlamentar no sentido de suspender o actual modelo de ADD, e que levaram à decisão de inconstitucionalidade da mesma por parte do Tribunal Constitucional. Fazer isto e conjugar com uma alternativa viável de modelo de ADD será um pouco difícil.
Assim, acredito que o mês de Julho e Agosto serão plenos de reuniões com os sindicatos com o objectivo de alterar o Estatuto da Carreira Docente (ECD), o modelo de ADD e consolidar (com eventuais alterações de pormenor) a reorganização curricular iniciada pelo anterior Governo. Também será de esperar uma aceleração na criação de mega-agrupamentos...
O que consta do acordo com a troika (e que pode ser lido no documento proveniente do Ministério das Finanças intitulado "Sistematização das medidas do Programa de Apoio Económico e Financeiro a Portugal até ao final de 2011) terá de ser implementado a curto prazo (até Setembro/Dezembro deste ano civil) e não me parece que a esta altura o modelo de ADD seja um tema prioritário. Bem sei que é prioritário para nós, professores, mas não para quem governa o país e tem prazos apertados para cumprir.
O que consta do acordo com a troika (e que pode ser lido no documento proveniente do Ministério das Finanças intitulado "Sistematização das medidas do Programa de Apoio Económico e Financeiro a Portugal até ao final de 2011) terá de ser implementado a curto prazo (até Setembro/Dezembro deste ano civil) e não me parece que a esta altura o modelo de ADD seja um tema prioritário. Bem sei que é prioritário para nós, professores, mas não para quem governa o país e tem prazos apertados para cumprir.
O melhor mesmo é terem o relatório de auto-avaliação (e respectivas evidências) organizado para o que der e vier. Se pesquisarem neste blogue, poderão encontrar imensas informações, esclarecimentos e até exemplos de relatórios de auto-avaliação que convém estudar e explorar o mais cedo possível. Em breve, colocarei um post com links para tudo o que conste neste blogue acerca da ADD.
Por uma questão de coerência a ADD devia ser suspensa já.
ResponderEliminarO argumento de o processo estar no momento final para alguns e perto do final para outros é exactamente o mesmo aquando da anterior tentativa de suspensão.
O factor que levou a inconstitucionalidade já não existe, uma vez que é o governo que regula sobre a matéria.
Faltando, no entanto, resolver a questão transitória. Mas não me parece que seja o mais complicado de resolver.
Injustiças, serão sim criadas por este modelo e não pelo facto de o processo de uns ir mais adiantado do que outros, em termos de trabalho feito ou prazos.
O que nos leva à questão central da coerência, um monstro burocrático e injusto não passa a aceitável só pelo facto de já estar processualmente adiantado.
Para nem falar nas injustiças que seriam criadas em regime de concursos.
Parece-me, portanto, que a questão é prioritária e será o primeiro passo para construir um processo de entendimento e justo.
Afinal o Ministro é da Educação e não das Finanças.
JedWar
ResponderEliminarO problema é que para alguns/muitos contratados a avaliação se não está concluida está quase. O que significa que poderão já ter uma avaliação antes da suspensão.. Se tiverem Muito Bom ou excelente, vão existir problemas. Porque a suspensão já não iria afectar essas avaliações.
São este "pequenos" detalhes que devem ser muito bem ponderados. O que duvido que acontece se sair uma decisão muito rápida.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDe facto!
ResponderEliminarQuando refiro já, quero dizer brevemente, mas como prioridade.
Posso estar a deixar escapar algo, mas se o processo é injusto, há fortes possibilidades de o resultado também o ser. Tanto para mais como para menos.
E essa questão é mais notória, a curto prazo, nos contratados.
Afinal a suspensão afecta tanto processo como consequências! Por exemplo sem implicações nos concursos... (Visão simplista)
Claro que há sempre detalhes que terão de ser bem analisados,mas parece-me redutor o refúgio nas questões técnicas para não se tomar uma medida defendida desde sempre.
O modelo deverá vir a sofrer algumas alterações, mas a aplicar no próximo ano lectivo...
ResponderEliminarQuanto à reforma curricular,a eliminação do par pedagógico em EVT, o EA e a AP, seria uma "grande lata" deste governo aprovar essas medidas que ainda há pouco tempo rejeitou; mas devem ter algo planeado para afastar milhares de profs. do sistema;e isso é muito mais grave, muito mais importante que a ADD!!
ResponderEliminarimaginem no meu agrupamento estao a exigir 40 evidencias. são mais papistas que o papa
ResponderEliminarSe têm de ser no mínimo 2 e máximo 4 a cada dimensão,que são 4, embora a A) seja transversal, deveriam ser entre 8 e 16.
ResponderEliminarEstarei errado?
Enganaram-se e colocaram um zero à direita do 4... ;)
ResponderEliminarA solução teria de ser esta.
ResponderEliminarhttp://www.arlindovsky.net/2011/06/09/medidas-urgentes-a-implementar-por-este-governo/
E a prova?? Que condições serão necessárias para a realização dessa prova? Estranho... será que vão tirar do baú a proposta anterior?
ResponderEliminarMuita força tem dado o Ricardo à coisa ao longo dos anos e ao seu séquito de contratados..
ResponderEliminaro Jed War tem razão.
jk
Gosto da coerência. Há dois meses o modelo devia ser imediatamente suspenso e iniciada negociação com os sindicatos. Hoje o modelo é (quase) bom, vamos apenas ajustá-lo. Brilhante!!!
ResponderEliminarFico feliz por verificar que este é um tema que suscita discussão... Só tenho pena é que o número de comentadores seja tão reduzido.
ResponderEliminarÉ destas discussões que podem surgir grandes iniciativas, ou pelo menos algum tipo de "corrente" que poderá circular pela internet.
Para JedWar: Por aquilo que pude conversar contigo pessoalmente, sabes perfeitamente que no essencial estamos de acordo.
ResponderEliminarVeremos o que realmente vai acontecer... Veremos se os argumentos por ti utilizados são os suficientes para que este modelo caia definitivamente.
Ricardo:
ResponderEliminarTens razão, este assunto pelo menos despertou os comentários e debate. Como também já te disse, os comentários são parte muito importante da riqueza do blogue.
Quanto aos argumentos, independentemente da minha opinião, basta seguir a lógica das declarações que foram proferidas antes pelos que agora decidem.
Qualquer outra opção é incoerência, entre outras menos abonatórias!
Agora o que vai acontecer.....isso! isso! :)
Jedwar
ResponderEliminarAgora vou aplicar o meu nick
Um dos argumentos era libertar os professores da burocracia durante o 3º periodo.
O 3º periodo já acabou, logo já não há urgente necessidade de libertar os professores de burocracia. Até porque alguns/muitos ou já entregaram ou terão de entregar o relatório (a tal burocracia) em poucos dias.
Isto não se aplica aos "esquecidos desgraçados" que realmente vão estar mergulhados em burocracia.
Relembro que já foi tentado criar na blogosfera uma "corrente", essa sim, com BASE LEGAL e sem efeitos pré e pós eleitoralistas:
ResponderEliminarhttp://educaraeducacao.blogspot.com/2011/02/corrente-civica-docente.html
Resultado?
Sempre "atentamente",
Ana
O Advogado do Diabo está completamente enganado... Ou não tem qualquer noção do que espera os relatores (que também são professores...) para levarem a cabo a avaliação de milhares de outros docentes. Desde o preenchimento da estúpida aplicação electrónica da DGRHE (que, by the way, nem sequer está funcional...), a verificação das evidências ou lá o que é que tem que ser apresentado, até às reuniões do júri de avaliação...
ResponderEliminarPara o anónimo
ResponderEliminarAcha que estou enganado?
Quem é que pensa que são "esquecidos desgraçados" que realmente vão estar mergulhados em burocracia?
Uma pista, NUNCA foram os avaliados.
Advogado do Diabo:
ResponderEliminarexcelente ideia seres comentador "efetivo" deste blog. Obrigada pela tua disponibilidade, franqueza, e imparcialidade.
Uma sugestão: deves ser mais claro, há colegas cujas licenciaturas (??) foram obtidas ao domingo.
Uma prova de ingresso à carreira já, por favor!
Mas extensiva e obrigatória TAMBÉm aos docentes de quadro!
(Ah, pois é!O lugar "cativo" provoca, por vezes, atitudes de insanidade mental precoce em alguns, felizmente não em todos... entre outras maleitas.)
Mais um argumento a favor de uma ADD efetuada por uma entidade externa: retirar ao relatores (sim, também docentes de quadro) a imensa burocracia a que estão sujeitos. E naõ levam * ...
ML - contratada
Para o advogado do diabo:
ResponderEliminarjá ouvi chamar muitos nomes aos relatores , quase sempre "lisonjeiros"... Mas, confesso, essa dos "esquecidos desgraçados" não me tinha ocorrido.
Para a ML contratada:
ainda bem para si que é contratada.