segunda-feira, 1 de junho de 2009

Constatação óbvia.

No Diário de Notícias a 01/06/2009: "Os professores avaliadores devem fazer uma nova formação de médio ou longo prazo ao nível do ensino superior. Esta é a recomendação do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (CCAP) que considera que, actualmente, muitos não possuem experiência, competência nem perfil para avaliar os colegas, como prevê o modelo de avaliação. O relatório deste órgão consultivo do Ministério da Educação será apresentado à tutela nos próximos dias.

O Conselho não especifica o modelo dessa formação, que pode, por exemplo, passar por uma pós graduação. "Não nos compete propor o modelo dessa formação. Apenas propomos uma formação de médio ou longo prazo, numa instância do Ensino Superior. E dizemos que esta é uma das debilidades do sistema que dificulta a operacionalização da avaliação de desempenho", avançou ao DN Alexandre Ventura. O presidente do CCAP sublinha ainda que acções de formação pontuais e de algumas dezenas de horas não são suficientes para dotar os avaliadores das competências necessárias.

"Há professores que podem dar boas aulas e não ser bons coordenadores nem bons a avaliar os colegas", afirma. Muitos alegam falta de experiência, pouco à vontade para apreciar o trabalho dos seus pares, que se reflecte no receio de que isso afecte o relacionamento interpessoal, ou falta de perfil, explica Alexandre Ventura. Outros problemas e "tensões", acrescenta, advêm ainda de alguns avaliados não reconhecerem competências pedagógicas aos avaliadores.
(...)
O CCAP sublinha, contudo, que não lhe compete decidir o que fazer com esta avaliação e todos os problemas criados. "Essa é uma decisão política."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Foi descoberta a fórmula. Afinal, não devemos começar pelo «telhado», mas sim pelos «alicerces». Por favor... A esta altura do campeonato, é que vêm com estas «tretas». Foi necessário um relatório?! Não era óbvio que o tempo de serviço e a sorte de alguns cargos nunca poderiam ser critérios para selecção de professores avaliadores?! O erro fundamental, está na divisão da carreira, em professores e professores titulares. Tentaram rematar com acções de formação, repletas de powerpoints bonitos (basicamente legislação «expremida») e formadores que não sabiam muito bem o que responder perante dúvidas concretas. Obviamente que custa ser avaliado por alguém que sabemos ser pedagogicamente menos dotado... Obviamente que custa ser avaliado por alguém que tem tantos ou menos anos de serviço que nós... Formação especializada para os avaliadores? Claro que sim... Mas antes disso, não será melhor reformular por completo este modelo de avaliação? Não será melhor repensar todo o estatuto da carreira docente (e inerente divisão em professor e professor titular)? É que o actual modelo está repleto de «debilidades», que não podem ser resolvidos de forma fácil. Tentar remendar, será algo similar a remodelar e pintar o exterior de uma casa, cujos alicerces estão assentes em «areia movediça».
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3 comentários:

  1. Concordo plenamente consigo.
    No entanto, parece-me que para esta equipa ministerial recuar, admitir que algo não é passível de ser exequível ou carece de profundas reformulações, é sinal de fraqueza... de cedência, de debilidade... Levar a cabo esta forma de estar, esta forma de legislar, de olhar a escola pública, é que é um erro contraproducente e sinónimo de prepotismo político...

    Por favor, está em causa o futuro dos alunos deste país...
    Apregoa-se uma escola de qualidade, uma educação que sirva as necessidades dos alunos, da comunidade em geral, que respeita os seus professores...
    Com as medidas que têm vindo a implementar, nomeadamente no que diz respeito ao corpo docente e à funcionalidade/exequibilidade do sistema de avaliação docente... é tudo muito falacioso... quer-me parecer que a "bota não condiz com a perdigota"...

    Desabafos ...
    Elisabete M.

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  2. Desculpem, se calhar estou a delirar.

    Elisabete M.

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  3. Não condiz, Elisabete, porque o objectivo principal, não é o real sucesso do sistema educativo. O objectivo é estatístico... E esse foi conseguido.

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