Comentário: O artigo em causa aponta para um estudo concretizado pela FENPROF (aqui) e conclui o expectável, tendo em consideração as óbvias deficiências ao nível das medidas de prevenção e de segurança sanitária que caracterizam as nossas escolas.
Tendo em consideração a relevância deste estudo, fica a transcrição das principais conclusões:
"● O número de alunos nas turmas não foi reduzido, o que impede o indispensável distanciamento dentro das salas de aula
Apesar da recomendação da DGS ser no sentido da constituição de pequenos grupos para garantir o distanciamento recomendado, 83,7% dos professores confirmam que o número de alunos por turma se manteve e só 6,1% admitem ter sido reduzido. Mas há mesmo 10,2% de professores a afirmar que o número de alunos por turma aumentou.
● Limpeza dos espaços feita por assistentes operacionais (AO), ocorre, maioritariamente, só ao final do dia.
59,9% dos docentes afirmam que a limpeza que é feita pelos assistentes operacionais só acontece ao final do dia, como antes da pandemia. O número dos que confirmam serem os alunos e os docentes que limpam entre cada utilização é de 30,4%. Só em 40,1% das respostas é dito que a limpeza é feita pelo pessoal auxiliar entre cada utilização de espaços da escola.
● Em relação ao ano anterior, o número de assistentes operacionais (AO) manteve-se ou até decresceu.
Só 17,5% das respostas afirmam ter aumentado o número de assistentes operacionais. Já 64,3% refere que o número de assistentes operacionais se manteve e 18,5% diz ser inferior este ano. Este é um problema gravíssimo vivido pelas escolas, pois já antes da pandemia o número de assistentes operacionais era escasso face às necessidades.
● No 1.º período, nas escolas, as máscaras foram distribuídas, mas nem sempre em quantidade suficiente e com a qualidade necessária.
De uma forma geral foram distribuídas, como confirmam 96,3% dos professores. O problema foi, segundo quase metade dos docentes (46,3%), as máscaras serem em número insuficiente e/ou de má qualidade (elásticos que se partem com facilidade, porosidade…).
● No contexto de pandemia, a atividade dos docentes tornou-se muito mais exigente.
No contexto de pandemia que vivemos, as aulas decorrem de forma atípica, com os professores a não poderem aproximar-se dos alunos, a trabalharem de máscara, a não encontrarem os seus colegas com a frequência habitual, o que leva 83,4% a considerar que a atividade docente, nestas condições, é muito mais exigente. Só 16,1% afirma ser semelhante e 0,5% (residual) diz haver menor exigência.
● Quanto à possibilidade de serem infetados com Covid-19, a maioria dos professores diz-se preocupado e muitos afirmam sentir medo quando estão nas escolas.
Só 9,5% dos docentes afirmam sentir-se em segurança. Não surpreende, pois face às insuficientes condições existentes, que antes se referem, é natural que 67,4% sinta preocupação e uma faixa ainda significativa, de 23,1% diga mesmo ter medo de ser infetado.
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