quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

A sério?


Comentário: Quando ouvi este anúncio de greve para 24 e 26 de fevereiro pensei que teria percebido mal as datas... Foi necessário voltar a ouvir para perceber que afinal os meus ouvidos não me enganaram. 

O que escrever sobre isto? 

Que o Governo sabe o que levou os sindicatos "tradicionais" a marcarem uma greve para a interrupção letiva do Carnaval. E sabe exatamente o mesmo que nós, professores. Infelizmente, começa a ser demasiado óbvio que os sinais vitais da capacidade mobilização de professores para as iniciativas sindicais estão quase em linha reta.

Nota final: fui aconselhado a não escrever um post destes, porque estaria a dar "cartas" ao inimigo (o Ministério da Educação). Mas que raios... Alguém acha mesmo que os nossos governantes não sabem o que se passa? Por favor.

2 comentários:

  1. Ricardo, após a leitura do teu post, e das leituras/conclusões que tiras deste anúncio de greve, deixo este esclarecimento. Abraço

    Esclarecimento sobre a greve convocada pela FENPROF e outras organizações sindicais para os dias de interrupção letiva de Carnaval

    Como consta dos pré-avisos de greve elaborados para os dias 24, 25 e 26 de fevereiro, «Foi face (…) à indisponibilidade do Ministério da Educação para garantir o respeito pela lei que as organizações sindicais decidiram apresentar pré-avisos de greve, que se iniciou a 14 de outubro de 2019, a um conjunto de atividades que as direções de alguns agrupamentos e escolas insistem em convocar em violação das normas legais sobre horários e às quais muitos docentes vêm aderindo, apesar de, em alguns casos, sobre eles ter vindo a ser exercida forte pressão no sentido de abandonarem a sua justa luta.

    Ora, precisamente no quadro dessa pressão, as organizações sindicais tomaram conhecimento da intenção, anunciada por alguns diretores, de convocar para a interrupção lectiva do carnaval algumas atividades, com o propósito, algumas vezes apenas implícito, outras abertamente expresso, de castigar a adesão à greve e, designadamente, a ausência a reuniões, por vezes implicando a não realização das mesmas.

    Neste quadro, a greve convocada através deste aviso prévio incide sobre toda a atividade docente.»

    Contudo, alguns órgãos de comunicação social pegaram nesta decisão de alargar o âmbito da greve nos dias de interrupção letiva e deram-lhe, de forma até incompreensível, uma centralidade e uma importância que a mesma nunca teve nos planos de luta ou nas declarações dos responsáveis dos Sindicatos, tratando esta greve como se ela fosse a grande forma de luta decidida e anunciada no plenário nacional de professores ontem promovido pela FENPROF, em Lisboa, quando sabemos todos bem que assim não é e que esta decisão, aliás a exemplo do que já havia sido feito aquando da interrupção letiva do Natal, constituiu apenas uma resposta a algumas situações muito pontuais que poderão surgir num ou noutro agrupamento ou escola.

    Ou seja, apesar de óbvio, para que fique bem claro, nunca foi, de modo algum, intenção da FENPROF – ou de qualquer outra das organizações sindicais que tem estado connosco nesta luta – propor como forma de luta generalizada a adesão a uma greve a todo o serviço em tempo de interrupção letiva!

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