quinta-feira, 16 de março de 2017

Sim, também sou fisioterapeuta...

Deram-me, no início do ano letivo, uma turma com dois terços de alunos corcundas. Confesso que não foi fácil lidar com esta situação, tanto a nível profissional como do ponto de vista emocional. Por mais que uma pessoa queira, não consegue sair da sala de aula e não pensar mais no assunto. Como será a vida destes miúdos neste mundo sem piedade? Como fazer com que eles se integrem e sejam parte ativa no futuro? E se, apesar de tudo aquilo que se diz, houver algum risco de contágio? Será que os outros alunos estão seguros? Eram questões que me afligiam. 
Hoje, depois de escrever o sumário, olhei para todos eles e apercebi-me de que já não havia um único aluno corcunda na turma. Após seis meses de trabalho intenso, dedicação, paciência e muito carinho à mistura, tinha finalmente conseguido o meu objetivo... É que repetir várias vezes, no início de cada aula, coisas como “Vais ficar com a mochila às costas durante o dia todo? Não ficas muito apertado entre a tua secretária e a cadeira? Também dormes com ela? Mesmo que te atires da janela, dois andares não são suficientes para conseguires abrir um paraquedas... Tens alguma bomba aí dentro?” tinha que resultar nalguma coisa...
Estou orgulhosa! Próximo passo (é que também são manetas): ensiná-los a tirar as coisas da mochila… 

4 comentários:

  1. O ensino já não é o que era, estes novos governantes com os seus novos cursos, como dizia um amigo meu, ...só á chapada.
    Problemático quando eles saltam para cadeiras de governaçao ou cargos fulcrais de gestão.

    Mais problemáticos, vais ser quando estes alunos chegarem à fase adulta e forem ocupar os tais cargos...

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