"Os 'porquês' do horário-zero"

Já há algum tempo que não transcrevo artigos da imprensa escrita de forma integral, no entanto, e pela sua relevância deixo-vos de seguida com algo que achei bastante relevante e que furtei daqui.

"A duas semanas do regresso às aulas, muitos docentes não sabem o que lhes reserva o novo ano lectivo. Muitos são os que vão ficar sem turmas atribuídas, ou seja, com o chamado horário-zero. Mas, afinal, quais vão ser as implicações? 

Quantos professores vão ficar sem turmas para dar aulas? 
Segundo o Ministério da Educação e Ciência (MEC) são 5.733 os docentes em Destacamento por Ausência da Componente Lectiva (DACL) – ou seja, sem turmas atribuídas e, por isso, com o chamado horário-zero. A Fenprof diz, contudo, que poderão ser 10 mil, já que os que estão em destacamento por condições específicas (como doença) só foram destacados muito tarde e as escolas podem não ter serviço para lhes dar. Os números reais serão conhecidos a 31 de Agosto, quando saírem os resultados do concurso. 

Por que acontece isso? 
A revisão curricular (que eliminou disciplinas), a criação de mega-agrupamentos de escolas e o facto de os horários serem ao minuto (tendo em conta que um tempo lectivo tem 45 minutos, um horário completo passou de 22 para 24 horas lectivas semanais) são apontados como explicação. A diminuição de alunos é outro dos factores. 

Sem turmas, o que vão fazer? 
Os que não ficarem colocados em concurso voltarão à escola onde estão efectivos, onde lhes será atribuído trabalho de apoio, sem diminuição do vencimento. 

Há menos alunos? 
Segundo o MEC, nos últimos três anos saíram do sistema cerca de 200 mil alunos, o que equivale a sete mil turmas no básico e secundário. 

Quantos professores existem? 
Em 2011, havia menos de 140 mil professores (38% dos quais com contrato) e em 2010 eram 150 mil (sabendo-se que entre 2006 e 2009 reformaram-se 5.200). No final de Julho, estavam desempregados 10.221."