segunda-feira, 9 de julho de 2012

Desabafo concursal...

Esta semana (tal como a anterior) será repleta de stress e ansiedade para muitos colegas, no que concerne à possibilidade de se manterem na escola onde lecionam... Os que já estão habituados a rumar a outras paragens no final de cada ano letivo (por norma, colegas contratados) ou que só há pouco tempo deixaram de o fazer com tanta frequência (aqueles que conseguiram entrar nos quadros recentemente ou que têm conseguido renovar contrato) ainda conseguem "conceber" e ter alguma capacidade de "encaixe" para este tipo de situações. Os que já não concorrem há muitos anos (alguns há bem mais de uma década) estão com sérias dificuldades em acreditar que a ida a concurso é uma realidade... Mas todos, sem exceção, se colocam as seguintes questões:

Será que vou ter componente letiva? 

Quando serei informado pelo diretor(a)?

Tendo de ir a concurso, qual será a melhor forma de concorrer? 

Estas são apenas três das questões que decerto estão a ser colocadas por muitos dos que visitam este blogue. Eu próprio as coloco... 

Por aquilo que tenho conversado com vários colegas (de diferentes regiões de Portugal Continental), o número de colegas que estão a ser indicados como não tendo componente letiva (mínimo de 6 horas) é bastante elevado e deve preocupar-nos. E se bem que podemos contar que alguns colegas sejam "repescados" em agosto, não me parece que esse número seja substancial para ser considerado de alguma forma relevante.

Não tenham qualquer dúvida que todas as recentes alterações que têm vindo a ser incrementadas por Nuno Crato, visam eliminar aquilo que atualmente denominamos de necessidades temporárias... E se no próximo ano letivo os visados são essencialmente os colegas contratados, não tenham dúvidas que nos próximos concursos o público alvo será outro. Estou em crer que a palavra "mobilidade" adquirirá um novo e amplo significado.

33 comentários:

  1. Colegas,
    Sou contratada. Aquando da manifestação de preferências, será que apenas poderei colocar códigos de concelhos? Estive a ver a legislação e uma vez que este concurso (contratação) ainda se rege pela anterior legislação, penso que sim. Mas queria mesmo ter a certeza para não fazer asneira. É que este ultimo diploma doc concursos fala em 25 escolas, 10 concelhos, 2 QZP's. Mas isso será só para o ano, certo? Obrigada!

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  2. Boa noite
    As três questões que apresenta são as mesmas que todos os dias tenho colocado a mim próprio. Ainda não fui informado pelo Director, mas fazendo cálculos por alto, tendo por base o n.º de turmas do ano que findou e com as alterações previstas para o próximo, chegamos à conclusão de que vamos ter de concorrer... mas onde vamos ficar, se nas outras escolas está acontecer o mesmo. O meu pensamento já está para além do próximo ano lectivo... será que no futuro vou para o quadro de mobilidade da função pública, vão cortar (mais) o salário? Acho que, a médio prazo, toda a minha carreira profissional no grupo 520, com 18 ano de serviço vai ser mandada para o caixote do lixo! Com 42 anos, o que irei fazer no futuro?

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  3. Colega Lina pode ver essa resposta no novo Dec Lei dos Concursos onde está tudo explicado

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  4. Sinto- me solidária consigo e acho lamentável e vergonhosa a sua situação...desejo que tudo lhe corra pelo melhor!

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  5. Olá colegas.
    Sou contratada na área de ed. especial e este ano fui alvo de uma denuncia. Acontece que no prazo de reclamação fui à secretaria da escola onde estou a lecionar e perguntei se era preciso apresentar algum documento. Disseram-me que não, que já estava tudo tratado. Entretanto, após o período de reclamação a DGRHE liga para a escola a pedir uma declaração que faltava no meu processo. Avisaram-me só no dia 15 de junho e essa declaração foi entregue. agora, no dia 3 saiu um verbete a dizer que fui excluida do concurso por ter entregue declaração fora do prazo. =( o que me aconselham a fazer, visto que fui avisada fora do prazo?

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  6. e nós contratados com tantos anos completos de serviço...vamos ser extintos...e o que vamos fazer com 30 e tal ou 40 e tal anos e um curso e uma carreira em ensino????

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  7. É mesmo isso! A palavra "mobilidade" vai ter um novo e amplo significado. Este pressentimento já me assola desde o tempo da EX: Ministra MLR. No entanto, quando falo deste assunto junto dos colegas, ou não me ligam, ou ficam perplexos a olhar para mim como se eu estivesse a necessitar de internamento no Júlio de Matos. É pena que esta classe a que pertenço há 25 anos não tenha estado mais atenta...

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  8. A situação é aflitiva.

    Sou contratada há mais de 12 anos e já percorri o país para obter um horário completo, sacrificando filhos (que me acompanhavam) e família, que tinha, inclusivé, de me pagar as viagens para poder visitá-la uma vez por mês. Tenho uma graduação superior a muitos colegas efetivos (é tudo uma questão de grupos). Este ano não vou ter colocação. E sei que sou mais uma, no meio de tantos contratados. Claro que muitos colegas do quadro vão contactar agora também com esta "instabilidade" há muito esquecida...

    Sabendo que não vão sobrar horários entre tantos "horários zero" o que fazer? Percorrer mais uma vez o país de lés a lés? Sacrificar os filhos, entretanto já mais crescidos, sujeitando-os a mudanças intermináveis de escolas? E se tiver um horário de 3 meses aqui, um de 4 depois e por aí fora?

    Não há paciência!! E não é uma manifestação que vai "salvar" o que quer que seja, embora reconheça que ficar a lastimar-me não me leve a lado nenhum.

    Perdoem o desabafo, é que realmente já são muitos anos e não há maneira de ver a luzinha, mesmo ténue, lá ao fundo.

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  9. Eu gostaria que me confirmassem se estou a pensar corretamente: pertencendo a um QZP do qual quero sair, sou obrigada a concorrer às escolas desse QZP, mesmo não querendo?

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  10. Para a colega Lina:

    para nós contratados, a manifestação de preferências ainda se rege pelo antigo diploma, dado que o nosso concurso abriu antes da promulgação deste diploma.

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  11. Estou nos Açores,Concorri a destacamento por condições especificas, até agora não recebi qualquer notificação de aceitação ou de não aceitação. Está a chegar o concurso de mobilidade, se entretanto não tiver noticias vou ter de concorrer. O que faço a minha vida???

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  12. Boa noite
    As três questões que apresenta são as mesmas que todos os dias tenho colocado a mim própria. Fui informada pelo Diretor, que não está interessado na minha disciplina assim sendo não tenho horário para o próximo ano(e seguintes)vou ter de concorrer ACL .. mas onde vou ficar, se nas outras escolas está acontecer o mesmo. Tenho pensado vezes sem conta o que estará para além do próximo ano letivo... será que no futuro vou para o quadro de mobilidade da função pública, e continuar a cortar o meu salário ?com que reforma? Toda a minha carreira profissional no grupo 530, com 31 anos de serviço e a partir deste ano descartada…com 54 anos de idade que futuro me espera? Muito, muito sombrio….

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  13. O mal é geral mas penso que a situação varia, ligeiramente, de acordo com o Grupo.
    Os Grupos com mais contratados talvez sejam menos afetados e, eventualmente, sobrem alguns horários para contrato.
    Haverá outros Grupos que vão ser fortemente afetados...
    Mas, como contratado do 620, com 10 anos, não tenho dúvidas que será uma sorte ter um horário incompleto ou então ir fazendo algumas substituições...
    Não sei, vamos ver o que isto vai dar...mas vai ser muito negro.
    Se não mudar o governo estamos feitos.
    E só com a esquerda no poder poderemos ter alguma esperança que isto mude...

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  14. Olá Ricardo
    Em primeiro lugar parabéns pelo trabalho desenvolvido neste blogue.
    Depois gostava de ver esclarecida uma questão: Na "repescagem" feita pelo diretor em meados de agosto quais são os critérios utilizados? Apenas a graduação ou o diretor pode utilizar outros critérios (add,continuidade pedagógica, nºs de dias efetivos no agrupamento,...) entre outros...?

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  15. Olá a todos
    Para além de todas as medidas que vão cortar horários e diminuir o nº de professores nas escolas há ainda a acrescentar tudo o que passa da componente letiva para a não letiva.... e assim, parece-me que a Direção de Turma é um caso desses. Só na minha escola (43 turmas) serão 86 hoas que passarão para a componente não letiva mas... todo o trabalho será igual. Eu pergunto, e no país todo quanto significa esta mudança? 4000 horários a menos?
    E quando é que o DT fala com os seus alunos? durante as suas aulas? e os programas, eos exames, deixam de ser importantes? Parece-me que todos se deviam mobilizar para tentar evitar que isto aconteça, para preservar horários e o mínimo de condições de trabalho para todos os professores.
    Obrigado a todos.
    Boa sorte.

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  16. A direção de turma não passa para não letiva. O que vai acontecer é que algumas turmas terão direito a 2 tempos letivos e outras apenas a 1 tempo. Se o diretor assim entender pode entrar para a componente não letiva.

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  17. Acordamos muito tarde. Aceitamos tudo. O MEC manda leis e nós caladinhos, aceitamos. Só os contratados é que se preocupavam minimamente, mas o mal é de todos. Vejam se os médicos ficam calmos e serenos como nós...
    Agora já é tarde de mais. Devíamos ter-nos manifestado na altura dos exames e fazer greve. Classes que ganham bem menos que nós, não se incomodam de fazer grave dois, três dias, e nós temos medo de perder o vencimento de dois dias, coitadinhos de nós...Agora caem-nos em cima, pois nós obedecemos.
    Somos a classe que mais está e levar no pêlo e somos os mais caladinhos, será porque estamos bem?

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  18. Pela primeira vez este ano estou algo assustado com os concursos e o k vai acontecer..
    Pegando apenas numa das medidas a implementar (passar um horário completo de 22 para 25 tempos) significa que 1 em cada 8 horários vai à vidaaaa!! ou seja 10 em cada 80 professores já eram.... se quisermos 100 em cada 800 ou 1000 em cada 8000... E isto é só e apenas uma das medidas que serão implementadas!!! Estou a pensar bem??
    Pedro_Norte (chat)

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  19. Toda a gente está descontente. Vamos então lutar para que isto melhore. Dia 12 de Julho toda a gente em Lisboa. Vamos mostrar a nossa força. Chega de falar vamos agir.

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  20. Sobretudo a mobilidade baseada em falsas declarações - mentiras.

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  21. Manisfestem mas é com o vosso voto nas urnas e deixem as ruas. Isso não vale de nada. Ou fazem uma greve de uma semana sem aulas na altura dos exames ou algo assim ou então é chover no molhado. Pá abram os olhos. Vocês vêem os pilotos da TAP na rua a manifestarem-se?! Vocês vêem os médicos na rua com cartazes na mão?! Não. Eles escolhem alturas críticas . Não há vôos no período do verão e não há consultas nem cirurgias mesmo q hajam mortos. São ouvidos...nós vamos gastar dinheiro e fazer 500km de autocarro e fazemos figuras...enfim

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  22. Apoiado, Ricardo, bato-me há muito por isso. Escrevi-o aqui várias vezes.

    um abraço,
    jr

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  23. Efectivamente, somos uma cambada de burros! Ora tiramos licenciatura (de 4anos!!!) ora esperamos anos por colocação, ora somos tratados com o maior desrespeito que poderia haver na classe política... e tudo aceitamos. Tudo se vai fazendo e somos, como sempre, meros espectadores: porque uns fazem barulho e outros optam por não gastar esforços em viagens de 500km...mas sobretudo pq todos calamos e consentimos! Vai ser preciso os quadros ficarem sem colocaçao para se fazer algo??e a instituição das provas de conhecimento ou competencia(nem sei como se chama a coisa)?!...do melhor! como nao se fala nelas todos consentimos e em Dezembro lá teremos a prendinha no sapatinho...Se eu soubesse: tinha ido pra lusófona e enveredado por uma carreira na política: Ministra da Educação talvez...deve ser o cargo q menos entraves tem nos cortes. ENFIM!...

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  24. Também concordo!

    Aderir a manifestações é fazer figura de parvo e ser ridicularizado pelo pseudo-ministro.
    Os contratados estão a sair da ordem do dia. Quando tiveram oportunidade, nada fizeram. Agora é tarde. As preocupações vão agora para os professores de carreira.
    Resta-nos (contratados) uma única, derradeira e igualmente improvável hipótese: ninguém fazer a manifestação de preferências. Depois disso é o desemprego garantido, definitivo e o amargo de boca de nada termos feito, de nos termos portado como mentecaptos sem força e vontade própria.

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  25. Sim, tudo o que aqui é dito é verdade, mas também observo que, na escola onde ainda me encontro colocada, os colegas que não têm que concorrer, só se lamentam de não receberem os subsídios e de lhes terem cortado uma percentagem no salário, de resto, continuam a sentir-se intocáveis.
    Quanto aos efetivos que já vão ter que concorrer começam a sentir-se como me sinto todos os anos.

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  26. Acordaram agora?

    Situação?
    -Contratados, quase todos serão despedidos, sem apelo nem agravo.
    - os do quadro: vão 7000 mil agora para os execentes e a curto prazo para a rua e para o ano muitos mais irão.Aguadem só mais um bocadinho...
    para estes últimos é bem feito porque nunca se lembraram da situação de quem é contratado, como eu há 22 anos.

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  27. Não gastem toda a vossa energia aqui. Guardem para o dia 12/7.
    Todos para o Rossio e em força...

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  28. Caro colega Ricardo,
    Sou professora Dacl do 1ºciclo, estou no meu agrupamento há 3 anos, agora o meu diretor informou-me de que uma colega QA que está ausente do agrupamento desde o início deste concurso plurianual, pretende regressar este ano ao agrupamento. Como tal, o diretor diz-me que não tenho componente letiva e devo ir a concurso...Agora eu pergunto: uma vez que a colega não exerceu funções docentes no agupamento nestes três anos, sou eu quem tem de ir a concurso ou é ela?Agradeço desde já a sua atenção....
    Matilde André

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  29. Matilde
    Eu estou na situação da colega de AE que refere e a direção da minha escola diz que sou eu que vai a DACL.
    Para a mesma situação posições diferentes em escolas diferentes. Uma delas está errada. Qual?

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  30. No meu agrupamento informaram como a colega CN...
    Tantas dúvidas!!!

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  31. Para os colegas que têm dúvidas acerca de quem vai a DACL, o melhor mesmo é acederem a este esclarecimento que coloquei (http://profslusos.blogspot.pt/2012/07/alguns-esclarecimentos-relativos.html)e que é do conhecimento de todos os diretores dos agrupamentos de escolas deste país.

    Mais do que consta lá, eu não sei.

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  32. Caros colegas de ET

    A situação em que estamos é desesperada, cada um de nós anda pelas Escolas a tentar sobreviver, de uma forma isolada. A nossa associação andou a dormir e nesse estado continua. Reagiu de uma forma tardia. Não chamou as forças vivas da sociedade para a nossa causa, como outras associações o fizeram com ganhos evidentes nas matrizes de última hora.
    Á que revigorar a ANAPET, torná-la mais combativa e mobilizadora para a luta de sobrevivência que temos de desenvolver de forma a por novamente ET como disciplina obrigatória no currículo do 3º ciclo.
    Á QUE LUTAR SENÃO A MORTE É CERTA.
    NO PASSADO CONSEGUIMOS E NO PRESENTE FUTURO TAMBÉM O VAMOS CONSEGUIR.
    Lutar para existirmos é a nossa sina.
    Temos de o fazer, para que a nossa sociedade não se torne num enorme contingente de serviçais à espera dos turistas, MAS SIM UM SOCIEDAE TAMBÉM COMPOSTA POR TÉCNICOS SUPERIORES, MÉDIOS ... CAPAZES DE PRODUZIR RIQUEZA

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  33. Professores do Quadro em Processo de Despedimento...
    Professores Coadjuvantes ou professores adjuntos/auxiliares de professores titulares de turma, a designação é irrelevante.
    Mas estes professores serão os que concorrerão em DACL que se não forem colocados, em outra escola, regressarão às origens.
    Este infeliz regresso irá marcá-los como um estigma, durante o resto do próximo ano lectivo...


    Taparão buracos, ajudarão outros a leccionarem as aulas, farão de babysitter de alunos com maiores dificuldades de integração comportamental ou com maiores dificuldades de aprendizagem.

    Receberão o vencimento, como os outros, mas têm o destino traçado: despedimento através de rescisões (recebem uma indemnização, quiçá sujeita a taxa máxima de IRS, embora o Governo reconheça não ter verba suficiente), mobilidade interna no MEC ou mobilidade externa dentro do Estado; nestes dois últimos casos, os 50 km não existem, porque o Governo quer criar o caos familiar, de forma a reduzir a despesa primária, ou...

    O Governo há-de massacrar a opinião pública, intoxicando-a sobre o facto de, por estar a sustentar cerca de 10 000 professores de quadro sem horário, nunca poderá ter controlo do deficie (quando foi o próprio Governo a criar essa situação) e serão inevitavelmente despedidos (através de criação de situações insustentáveis, em termos de instabilidade emocional)pelo Governo.

    Mas, no final do próximo ano, Nuno Crato defenderá que o sucesso escolar só será uma realidade, quando as turmas passarem de 30 para 34/5 alunos, o que conduzirá à criação de outra bolsa de professores parasitas, que em 2014 ou 2015 também terão de ser dispensados.


    As palavras do Primeiro, proferidas no dia 7 de Julho são bem objectivas e prometem endurecer as condições de vida de muitos professores, quando afirma que, segundo o jornal Público, os orçamentos mais significativos, são o da Saúde e o da Educação. Quem hoje disser que temos de substituir a poupança gerada pela suspensão do 13.º e do 14.º mês em redução de despesa pública tem de dizer quanto é que quer que se corte no Serviço Nacional de Saúde e nas escolas públicas em Portugal.

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