quinta-feira, 21 de abril de 2011

24/7


Comentário: No meu caso específico, não é sempre... Mas quase. Não levo problemas com alunos (ou mesmo com colegas, que é o que mais me mói a paciência) para casa, no entanto, as preparações de aulas, as correcções de trabalhos de casa e testes é quase algo inevitável. Inevitável também a tremenda burocracia... E é nesta que eu perco mais de 60% do meu tempo útil.

21 comentários:

  1. Ai como o compreendo.
    Com todo este ritmo, chego a hipotecar a vontade de ter filhos com receio de não ter tempo para eles.
    Agora percebo porque ainda há tantos colegas solteiros e sem filhos. Opções ou contingências da vida?
    Lia

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  2. Cada vez mais me parece que são as contingências da vida que levam a essas opções. ;)

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  3. Os profs de hoje não podem constituir família.Andam sempre com a casa às costas, muitas horas fora de casa, trabalho em casa para a escola...Não dá cuidar de um filho como deve ser. Ter filhos para estarem encarcerados um dia inteiro em creches ou amas duvidosas, não vale a pena.Os ordenados a baixar e o poder de compra a subir...Então se for contratado é bom nem falar...É uma triste realidade.

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  4. De facto... é mesmo cada vez mais difícil ser professor... Cada vez mais penso noutras opções...

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  5. Já é a segunda vez, neste blogue,que cito a mesma frase:

    "Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinhal." (Albert Einstein)

    Espero não ter que o citar muitas vezes.
    Só seremos bons profissionais, quando conseguirmos estabelecer as devidas prioridades:
    "Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada" (Albert Einstein)

    Sempre "atentamente",

    Ana

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  6. Acabadinho de chegar de 10 dias de férias e ler logo isto pôs-me a pensar se palavras como: produtividade e pessoal, fazem parte do dicionário de alguns colegas de profissão!
    Um abraço.

    P.S. Cá para mim arrancaram algumas páginas do dicionário, como por exemplo as da letra P!

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  7. Ah sim vale muito a pena. Continuem assim...a por o trabalho à frente de tudo que vão ser muito recompensados por isso. Aliás, os factos demonstram-no. Há que aprender a separar as coisas não acham?

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  8. Colegas

    Eu sou uma professora que tenta fazer de tudo pelos seus alunos.

    Sou mãe, enfermeira, confidente, explicadora pessoal. Mas tento, CADA VEZ MAIS, fazer tudo isso no meu tempo lectivo.

    Já basta tudo o resto que tenho para fazer. Trabalhos, testes, planificações, fotocópias, powerpoints. Não. Há que saber tomar conta de nós!

    Sim, à sanidade mental! Uma tarefa de cada vez e com a maior calma possível...

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  9. Finalmente uma notícia que não degride a imagem dos profs.. Esta profissão é de facto desgastante e envolvente.
    Ana das 11:10: "medula espinal" e não "espinhal"... ;)

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  10. Para Eumesma:

    Sabes, até para aprender, Einstein, precisou de errar.
    E já agora, no teu comentário, onde se lê "degride", deve ler-se: DENIGRE.

    Inivitavelmente, sempre "atententamente",

    Ana

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  11. ** Inevitavelmente

    Sempre "atenta" comigo, também...

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  12. Mais uma prof. frustrada...

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  13. Também me parece. Que discurso ressabiado Colega Ana. Não há necessidade de vir para aqui nesse tom, quase crispado.
    O direito a opinar é universal, pelo menos neste blogue.
    Não tenho filhos, dedico-me à profissão. Falar-se em opções, obrigações e vicissitudes do sistema personaliza uma visão muito redutora da atividade docente... O direito à família é um direito universal. Ter condições para a ter é outra coisa. Convenhamos, e sem preciosismos amorfos: tomar essa opção respondendo a todos os desafios que o ME se nos coloca diariamente é uma atividade herculeana, a não ser que haja professores com superpoderes.
    Desculpem qualquer coisinha.

    (Redação à luz do AO).

    Lia

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  14. Lia:

    De acordo com a sua análise, devo, então, estar inserida na classe dos professores com "superpoderes", pois tenho tudo o que a Lia disse que não tinha, conseguindo estabelecer as devidas prioridades. Nem sequer conseguia conceber a MINHA VIDA de outro modo.
    Claro que há alturas em que as prioridades não são adequadamente seguidas, mas é com essas, que aprendo e páro para as estruturar devidamente.

    Com votos de VERDADEIRAS FELICIDADES PESSOAIS,

    Sempre "atentamente",

    Ana

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  15. Cara colega,
    Neste caso, congratulo-a por ter sido bafejada com superpoderes.
    Família e profissão não são duas coisas incompatíveis, mas nos dias que correm e atendendo à minha experiência pessoal (sem filhos, casada, contratada, de malas e bagagens às costas...), não consigo conceber a ideia de se conseguir corresponder eficazmente a todos os desafios e expectativas que se nos são colocados por parte dos Agentes Educativos. E atenção, esta é a minha opinião e é tão legítima como a sua, pois baseia-se nas minhas vivências e experiências pessoais. Gostaria de me convencer do contrário, se gostaria!
    Compreendo, embora não seja legítimo considerar ou subentender a necessidade de fazermos opções de vida pouco consentâneas com o nosso projeto de vida.
    Já agora, conheço poucos professores "felizes" com esta nova forma de "viver" a escola atual. Aliás, há um "grito mudo" em cada um de nós e uma letargia no olhar. Certamente já reparou nisso.
    Votos de uma santa Páscoa para si.

    Lia

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  16. Sou professora casada e não tenho filhos porque tenho problemas de fertilidade. Os colegas de trabalho olham para mim, sem filhos, talvez como uma professora que descura a vida pessoal em favor da profissional, quando tal é completamente mentira. Obviamente não sabem do meu problema, pois não me apetece falar desse assunto. Quem me dera ter um filho, não é a desgastante profissão que tenho que me impede, infelizmente para mim...Colegas, não fiquem à espera da altura ideal para ter um filho, pois pode vir a ser tarde demais; a fertilidade diminui com a idade...

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  17. A pergunta correta seria: a maternidade é incompatível com o quê, na profissão?
    É incompatível com a "casa às costas"- de acordo.
    Agora, há que estabelecer prioridades e vocês que aqui "botaram faladura",têm que se convencer de uma ou duas coisitas. Por exemplo, que nos próximos anos nada vai ser como já foi para muitas colegas e que não vão entrar em quadro nenhum.
    Por outro, ´se "devoram" a profissão, a profissão vai devorar-vos a vida privada e pessoal.
    É tudo uma questão de escolhas e perioridades. Mas para quem atinge o nirvana a trabalhar 14 horas seguidas para a escola diariamente, deixo um conselho: não os tenha pq não vê mais nada à frente. Ou não há "carreiristas" na profissão? Há e não são poucas.
    Só não se esqueçam que muitas das carreiristas que vcs conhecem é gente que já casou os filhos e que tem neste momento uma outra disponibilidade e redução horária que vcs não têm..
    Posto isto, diria que o problema da Lia, que me desculpe, mas o seu problema é "não querer" ter filhos. E isso, minha cara, terá que resolver entre portas e declará-lo a quem de direito.
    jk

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  18. Como a outra colega quase disse, adiantaria que ter um filho é acima de tudo um acto de fé. Se tecermos muitas considerações, nunca é a altura certa por isto, por aquilo, por aqueloutro. Quem os quer mesmo, avance pq a partir dos 32, a curva da fertilidade é só descer.

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  19. Jk,
    "Não querer ter filhos" - visão muito redutora... A minha "escolha" resulta da ponderação de aspetos multifactoriais. Há vontade, não há condições... E não sou caso único: há muito boa gente a hipotecar esse desejo em busca de dias melhores. Mas atendendo à conjuntura atual/futura se estiver à espera de condições que me permitam educar... nunca terei essa oportunidade, infelizmente. Serei contratada eternamente. Será?
    Colega "anónima 1:07": obrigada pelo seu testemunho. Revelou ser uma pessoa muito corajosa e autêntica. Espero,muito sinceramente, que consiga realizar esse projeto pessoal que tanto deseja. Infelizmente, conheço casos como o seu e sem existir justificação em termos fisiológicos.
    Não desista.
    Força e perseverança.
    :) Lia

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  20. Já dizia a minha avó, mulher que nasceu ainda no séc. XIX, quem tem muitos filhos é rico.
    Na situação demográfica e económica actual o seu dito faz todo o sentido.
    Lembrem-se colegas, os filhos são o melhor investimento. Apesar de investimento de risco, é menor do que a actual carreira de professor.
    Um conselho: se quer mesmo filhos e não consegue conciliar com a profissão de professor, mude de profissão.

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