No Jornal de Notícias a 06/01/2011: "Os professores admitem realizar em Março uma "grande manifestação de rua" em Lisboa numa acção de protesto contra medidas relacionadas com salários e carreiras, emprego, estabilidade e precariedade, condições de trabalho e horários nas escolas.
A revelação foi feita à agência Agência Lusa por Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no final de uma reunião do Secretariado Nacional daquela organização em Lisboa.
Mário Nogueira referiu que após receberem os seus "salários cortados", "perceberem que não estão a progredir na carreira" e que "muitos não voltam a ser professores", vai instalar-se na classe uma "revolta", devendo a contestação resultar numa "manifestação a nível nacional de todos os professores" em Lisboa.
A manifestação deverá ocorrer em Março, mas o dirigente sindical não afastou a hipótese de poder vir a ser antecipada para Fevereiro, devido à severidade das medidas.
A Fenprof vai reunir com os restantes sindicatos de professores e também tem agendada uma reunião a 13 de Janeiro com associações de pais e de estudantes para encontrar "espaços de convergência" em defesa da escola pública.
O dirigente da Fenprof observou que a escola pública está a sofrer diversos "ataques" e que vai ser "muito mais mal financiada" do que a escola privada, sendo "fundamental" neste momento defender o ensino público.
Preocupada sobretudo com o problema do emprego dos professores, a Fenprof vai desenvolver uma série de iniciativas junto das escolas, com colocação de faixas a lembrar que o Governo quer despedir professores que fazem falta aos alunos.
A Fenprof entregou também uma petição no Parlamento com vários milhares de assinaturas pela realização de um concurso de fixação de professores, destinado a que contratados possam entrar nos quadros e movimentarem-se entre escolas.
Os professores vão também ser convidados a subscrever um postal dirigido à ministra da Educação no mesmo sentido, estando prevista uma concentração dia 3 de Fevereiro em frente do Ministério dirigido por Isabel Alçada.
Entretanto, várias providências cautelares já foram interpostas nos tribunais administrativos contra os cortes salariais e outras tantas darão entrada muito em breve, numa acção a decorrer no plano legal e que a Fenprof acompanhará "de perto".
Mário Nogueira alertou que os cortes nos salários resultam de uma medida inconstitucional, pois as questões salariais são objecto de "negociação obrigatória" e estão contidos num acordo firmado entre os sindicatos dos professores e o Ministério da Educação em 8 de Janeiro de 2010 e que era para vigorar nos próximos quatro anos.
"Para fazer uma alteração dos salários não basta dizer que o país está em crise", concluiu."
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A revelação foi feita à agência Agência Lusa por Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no final de uma reunião do Secretariado Nacional daquela organização em Lisboa.
Mário Nogueira referiu que após receberem os seus "salários cortados", "perceberem que não estão a progredir na carreira" e que "muitos não voltam a ser professores", vai instalar-se na classe uma "revolta", devendo a contestação resultar numa "manifestação a nível nacional de todos os professores" em Lisboa.
A manifestação deverá ocorrer em Março, mas o dirigente sindical não afastou a hipótese de poder vir a ser antecipada para Fevereiro, devido à severidade das medidas.
A Fenprof vai reunir com os restantes sindicatos de professores e também tem agendada uma reunião a 13 de Janeiro com associações de pais e de estudantes para encontrar "espaços de convergência" em defesa da escola pública.
O dirigente da Fenprof observou que a escola pública está a sofrer diversos "ataques" e que vai ser "muito mais mal financiada" do que a escola privada, sendo "fundamental" neste momento defender o ensino público.
Preocupada sobretudo com o problema do emprego dos professores, a Fenprof vai desenvolver uma série de iniciativas junto das escolas, com colocação de faixas a lembrar que o Governo quer despedir professores que fazem falta aos alunos.
A Fenprof entregou também uma petição no Parlamento com vários milhares de assinaturas pela realização de um concurso de fixação de professores, destinado a que contratados possam entrar nos quadros e movimentarem-se entre escolas.
Os professores vão também ser convidados a subscrever um postal dirigido à ministra da Educação no mesmo sentido, estando prevista uma concentração dia 3 de Fevereiro em frente do Ministério dirigido por Isabel Alçada.
Entretanto, várias providências cautelares já foram interpostas nos tribunais administrativos contra os cortes salariais e outras tantas darão entrada muito em breve, numa acção a decorrer no plano legal e que a Fenprof acompanhará "de perto".
Mário Nogueira alertou que os cortes nos salários resultam de uma medida inconstitucional, pois as questões salariais são objecto de "negociação obrigatória" e estão contidos num acordo firmado entre os sindicatos dos professores e o Ministério da Educação em 8 de Janeiro de 2010 e que era para vigorar nos próximos quatro anos.
"Para fazer uma alteração dos salários não basta dizer que o país está em crise", concluiu."
Comentário: Eu sou professor e para já não admito participar em qualquer manifestação em Lisboa. Lá que a FENPROF (e eventualmente, outros sindicatos) admita estar a organizá-la, tudo bem. Agora "os professores" como grupo é que já tenho dúvidas. Os sindicatos ainda não conseguiram diminuir o sentimento generalizado (por parte dos professores) de "desconfiança" e "traição", consequência do acordo assinado com o Ministério da Educação em Janeiro do ano passado.
Esperar (como afirma Mário Nogueira) que os professores se começem a revoltar quando virem os seus salários cortados, as progressões bloqueadas e outras coisas que tais é fazer futurologia. Não acredito nessa revolta espontânea. O sentimento é de resignação. Na melhor das situações, até podemos falar de revolta silenciosa... Mas a revolta silenciosa não irá verter em mobilização se os sindicatos não cumprirem uma etapa importante: a reconciliação com os docentes.
Esperar (como afirma Mário Nogueira) que os professores se começem a revoltar quando virem os seus salários cortados, as progressões bloqueadas e outras coisas que tais é fazer futurologia. Não acredito nessa revolta espontânea. O sentimento é de resignação. Na melhor das situações, até podemos falar de revolta silenciosa... Mas a revolta silenciosa não irá verter em mobilização se os sindicatos não cumprirem uma etapa importante: a reconciliação com os docentes.
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A reconciliação com os docentes também passará por uma efectiva mobilização em blogues sobre educação como este... E esta postura é pouco consentânea com isso! As ilustres figuras da história só conseguiram grandes feitos quando a sua atitude foi decisiva e mobilizadora! A fúria dos professores poderá ser audível - deixando, por conseguinte, de ser silenciosa - se manifestações como esta servirem como um rastilho para acender essa chama silênciosa. (Que este post ajuda a silenciar como um autêntico soporífero...)
ResponderEliminarEl Greco
Concordo em parte com o El Greco ( grande parte).
ResponderEliminarProfessores na manifestação se a ADD estiver na lista dos sindicatos.
Jake
Reconciliação? Nem na próxima década! Nogueira traíu e ludibriou mais de cem mil professores. Com a lamúria de que são todos bons, levou a que quem não dá aulas (os sindicalistas profissionais) e os bachareis (aqueles que nem o complemento de formação se deram ao trabalho de fazer) acedessem ao topo. E mais, fica a ideia (e com fundamento) de que os outros (os licenciados, os mestres que dão aulas) irão ser taxados no salário para pagarem aos calaceiros. Esta indecência é o princípio do fim da Fenprof. E tem mais: para quem não sabe deixo-vos com esta coisa hilariante: depois do acordo, um professor bacharel (ou um sindicalista profissional; os tais que a Milú impedia de progredirem como os verdadeiros professores)poderá chegar mais depressa ao índice 370 que um professor licenciado ou mestre, que aquando da saída do Dec-Lei 75 já se encontrava com um vencimento pelo índice 340. Nogueira! vai vender banha da cobra para a tua terra. Até a reforma nos roubaste!
ResponderEliminarPara El Greco: Na parte que me concerne dou meia mão à palmatória. Provavelmente deveria atenuar ainda mais algumas críticas, mas tenho memória e embora possa atenuar sentimentos não os posso ignorar. Os sindicalistas têm de ter mais cuidado na forma como colocam certas propostas aos professores.
ResponderEliminarEu já aqui afirmei que irei aderir às iniciativas que julgar pertinentes (já o fiz aquando da última greve geral), no entanto, temos imensos colegas que rejeitam pura e simplesmente tudo o que vem dos sindicatos. É para esses (que julgo serem em número bastante relevante) que os sindicatos devem "trabalhar" com maiores "cuidados". Precisamos de todos e neste momento a maioria dos colegas olha de lado para os sindicatos.
As críticas que faço têm o objectivo de alertar algumas "cabeças" sindicalistas que sei lerem este blogue. O panorama na mobilização docente mudou radicalmente e a estratégia usada antes tem fortes probabilidades de não resultar agora.
Mas, esperemos para ver como diz Mário Nogueira. Posso desconfiar da mobilização, mas ainda acredito em milagres.
Abraço.
Para Meliante: O problema é que não temos alternativas viáveis aos sindicatos. Os sindicatos são a única via de conseguirmos algo de melhor. Por piores que sejam... Já nem pondero uma cor política diferente no poleiro do poder, pois nada irá mudar...
ResponderEliminarRejeitarmos os sindicatos desta forma, é deitarmos por terra qualquer hipótese de melhoria no sistema educativo português.
Nem 8 nem 80.