sábado, 28 de novembro de 2009

Algumas reacções à proposta das 35h na escola.

Por achar que este tema merece toda a nossa atenção, coloco de seguida algumas das reacções de colegas que comentaram o post com a proposta "35 horas semanais distribuídas num horário "típico" de função pública, ou seja, das 9h às 12h30m e das 14h às 17h30m".

Eu: "Parece-me excelente a ideia de não trazer "trabalhos para casa" e ainda mais trabalho de fim de semana. Devia ser mesmo assim e o que não se conseguisse fazer num dia, fazia-se no seguinte. Claro que implicaria alterações de muitas condições nas escolas, mas muitas delas até já estão em obras."

Arlindovsky: "Não estou plenamente de acordo.(...)Deve existir um mecanismo que permita contabilizar o número de horas que cada docente faz para além do que está contemplado no seu horário de trabalho de forma a serem efectuados pagamentos como horas extraordinárias. A utilização de reuniões abusivas para além das 2 horas contempladas no horário devem ser pagas como serviço extraordinário.(...)Ter um turno de quarta-feita à tarde sem actividades lectivas e não lectivas permitiria concentrar todas as reuniões nessa tarde.(...)"

Carla: "(...)Proponho que, de acordo com as turmas, níveis, etc. de cada um, lhe sejam marcadas no horário as horas para preparação de aulas e avaliação dos alunos(grosso modo). A partir daí, sugiro que se faça uma contabilização das reuniões. Todas as horas extras, deverão ser pagas ao fim do mês.(...)"

JedWar: "(...)Condições de trabalho, isso é óbvio que teriam de ser melhoradas, mas não considero justificação para ser impeditivo, mas sim uma obrigação de quem de direito. Trabalho Pendente: outro argumento que n existiria dado o contexto, afinal seria denominado O Trabalho Possível dentro do horário estabelecido.(...)"

Stora Carla Nunes: "(...)as minutas que existem para contestar horários só servem para quem recebeu um horário manifestamente ilegal. A verdade é que estamos desprotegidos e não temos forma de pôr cobro a isto. Pelo menos, que fosse facultativo! Quem quisesse ter um horário de 35 horas da escola, estas ser-lhe-iam marcadas e, se não estivesse lá, levaria falta. Não me parece complicado.(...)"

Maria: "(...)O excesso de horas de trabalho advém, em grande parte, da esmagadora e inútil burocracia que todos os dias sufoca as escolas. O local de trabalho de um professor devia ser realizado apenas na escola em gabinetes de trabalho com condições para tal...Só assim seria possível contabilizar as horas reais de trabalho... Não se pode exigir uma avaliação séria sem falar em horários e condições de trabalho dignos."

8 comentários:

  1. Será que todos têm a noção de que esse horário "típico" de função pública também se aplicaria quando não há aulas, isto é, durante as "férias" do Natal, da Páscoa, durante os meses de Julho, Agosto (dependendo da marcação das férias) e no início de Setembro? Só quero ter a certeza que todos sabem muito bem de todas as consequências das propostas que são feitas, antes de se opinarem sobre as mesmas. Porque, sinceramente, não sei se esta proposta iria resolver estes problemas. E já agora, não se esqueçam que os intervalos entre as aulas também entram nesta contabilidade.

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  2. Para Advogado do Diabo: Eu tenho plena consciência disso, meu amigo. Só por isso a apresento.

    Não sei se eliminaria os problemas todos. Certo que as interrupções lectivas seriam tremendamente reduzidas... Concordo que os intervalos também seriam tidos em conta, mas...

    Acabava-se com a crítica relativa aos sacanas, malandros dos professores que têm imensas férias e não querem fazer nada. Aliás não querem fazer nada e querem manter esse status. Eliminava-se todas as horas de trabalho nocturno, fins-de-semana perdidos em correcções e preparação, horas extraordinárias em reuniões infindáveis, etc.

    Será que essas horas noturnas, fins-de-semana, horas extraordinárias não remuneradas não poderiam pesar mais na balança em termos de horas que as interrupções lectivas do Natal e da Páscoa (sim, porque as de Agosto estarão sempre lá se tu quiseres).

    Abraço.

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  3. Para alem de que passavamos TODOS a ter o mesmo horário de trabalho... É que eu conheço uns quantos lordes e baronesas por essas escolas fora! Terminam as aulas e não há quem os veja... E depois ainda tem a distinta lata de gozar com quem faz o trabalho deles!!!... PQP

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  4. Quem diria o excelentíssimo senhor advog. do diabo a reclamar que as férias é que são importantes. O advog. do diabo ainda não compreendeu que a ideia é provar à opinião pública que os professores não podem ser tratados como os restantes funcionários públicos? Mesmo que perdessemos as férias que tanto refere não seria mais importante termos um horário justo e correctamente remunerado??? Desculpe mas com este comentário nem parece o adv. do diabo do educare.

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  5. Para HzoLio: Exacto... Horários de trabalho similares a nível nacional. Mais um problema que poderia ser suprimido.

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  6. Anónimo das 10:43
    Percebeu mal as minhas palavras. Sabe porque digo que esta proposta não resolveria o problema. É que conheço muitos funcionários públicos que trabalham mais do que essas horas, trazem trabalho para casa para casa e essas horas não são pagas. Há por aí muitos mitos, não só em relação aos professores, mas também aos funcionários públicos. E como disse, eu quero ter a certeza que todos sabem exactamente do que se fala quando se fazem determinadas proposta. Não tinha dúvidas que o Ricardo sabia dessas consequências. Mas já vi muita boa gente defender certas propostas, aparentemente boas, sem saber o erro que elas representam.

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  7. Hzolio, isso é não é possível. O ensino não é igual ao restante funcionalismo publico. Tens ensino nocturno, tens cursos com carga horárias que não permitem isso. E sabes bem que tens escolas que estão tão lutadas que mesmo com dois turnos há muitas dificuldades em arranjar salas para todas as turmas em todas as horas. Tu deves saber melhor do que ninguém as dificuldades de se fazer horários.

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  8. Sempre concordei com um horário de trabalho fixo na escola, se nos derem as condições para tal. No entanto, queria olhar também noutra perspectiva: relativamente aos colegas que trabalham a uma ou mais horas de distância de casa e que fazem o percurso todos os dias de maneira a poderem trabalhar e estar com a família, o facto de se ter um dia livre de componente lectiva, ou uma tarde e uma manhã dá imenso jeito. Não porque se trabalhe menos, coisa que aqui todos sabem, mas porque além do período de trabalho, tem sempre que contar-se com duas, três horas apenas de deslocação. É uma questão que, graças às "peculiaridades" da nossa profissão, torna-se pertinente.

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