O tema deste post já não é novo... E depois de ler este post do HzoLio, acho que deve voltar a ser trazido a "lume". Já nos idos tempos do blogue "ProfContratado" defendi o que a seguir vou voltar a expôr e agrada-me saber que não sou o único a pensar desta forma. Cá vai:
Desde sempre que os professores (pelo menos, a larga maioria) trabalham bem mais que as 35 horas. Se este excesso de trabalho já não era bom, com as constantes e persistentes "bocas" da população em geral, a "coisa" ainda se torna pior. Somos uns malandros que temos 3 meses de férias e trabalham pouco. Esta é a rotulagem que nos dão e em que não me revejo de todo.
O facto é este e é indesmentível: Os professores ultrapassam quase semanalmente as 35 horas de trabalho semanal. Motivos? Ui... São tantos. Mas vou enumerar alguns:
a) Reuniões sistemáticas (e não extraordinárias) que nos "roubam" horas da componente não lectiva;
b) Correcção de relatórios, fichas de trabalho, trabalhos de casa, fichas de avaliação, etc;
c) Visitas de estudo que obrigam à reposição de aulas;
d) Preenchimento de material burocrático.
Tudo somado e com as devidas ponderações (e excepções pontuais) mensais, chegamos às 40 horas semanais com extrema facilidade. Para nem falar quando estas 40 horas são largamente ultrapassadas. E depois somos malandros?
O que fazer então para corrigir este problema? Individualmente será complicado, pois a componente não lectiva serve de desculpa para abusos nos horários (quem já tentou ver o seu trabalho "extra" remunerado sabe do que estou a falar). A distribuição é algo subjectiva e é nisso que se baseia o Ministério da Educação para não pagar horas extraordinárias. Assim, seria interessante que os sindicatos propusessem algo diferente e que a seu tempo nos daria o real valor:
35 horas semanais distribuídas num horário "típico" de função pública, ou seja, das 9h às 12h30m e das 14h às 17h30m.
Com isto, reduzia-se substancialmente as desculpas para não pagamento de horas extraordinários e eliminavam-se os abusos. O que não fosse feito até às 17h30m passaria para o dia seguinte ou então pagavam-se horas extraordinárias. Certo é que quase tudo no trabalho de um professor seria atrasado, mas acabavam-se com muitos problemas que levam à rotulagem de malandragem profissional. O Governo, o Ministério da Educação e o opinião pública em geral não poderiam atacar esta proposta de forma alguma. E teriamos em pouco tempo alguns retornos bem interessantes...
Tenho consciência que esta proposta obrigaria a um reforço nas instalações escolares, mas poderia ser bastante interessante, mesmo sob o ponto de vista profissional e pessoal (poderiamos passar a ter noites livres e fins-de-semana de lazer).
Desde sempre que os professores (pelo menos, a larga maioria) trabalham bem mais que as 35 horas. Se este excesso de trabalho já não era bom, com as constantes e persistentes "bocas" da população em geral, a "coisa" ainda se torna pior. Somos uns malandros que temos 3 meses de férias e trabalham pouco. Esta é a rotulagem que nos dão e em que não me revejo de todo.
O facto é este e é indesmentível: Os professores ultrapassam quase semanalmente as 35 horas de trabalho semanal. Motivos? Ui... São tantos. Mas vou enumerar alguns:
a) Reuniões sistemáticas (e não extraordinárias) que nos "roubam" horas da componente não lectiva;
b) Correcção de relatórios, fichas de trabalho, trabalhos de casa, fichas de avaliação, etc;
c) Visitas de estudo que obrigam à reposição de aulas;
d) Preenchimento de material burocrático.
Tudo somado e com as devidas ponderações (e excepções pontuais) mensais, chegamos às 40 horas semanais com extrema facilidade. Para nem falar quando estas 40 horas são largamente ultrapassadas. E depois somos malandros?
O que fazer então para corrigir este problema? Individualmente será complicado, pois a componente não lectiva serve de desculpa para abusos nos horários (quem já tentou ver o seu trabalho "extra" remunerado sabe do que estou a falar). A distribuição é algo subjectiva e é nisso que se baseia o Ministério da Educação para não pagar horas extraordinárias. Assim, seria interessante que os sindicatos propusessem algo diferente e que a seu tempo nos daria o real valor:
35 horas semanais distribuídas num horário "típico" de função pública, ou seja, das 9h às 12h30m e das 14h às 17h30m.
Com isto, reduzia-se substancialmente as desculpas para não pagamento de horas extraordinários e eliminavam-se os abusos. O que não fosse feito até às 17h30m passaria para o dia seguinte ou então pagavam-se horas extraordinárias. Certo é que quase tudo no trabalho de um professor seria atrasado, mas acabavam-se com muitos problemas que levam à rotulagem de malandragem profissional. O Governo, o Ministério da Educação e o opinião pública em geral não poderiam atacar esta proposta de forma alguma. E teriamos em pouco tempo alguns retornos bem interessantes...
Tenho consciência que esta proposta obrigaria a um reforço nas instalações escolares, mas poderia ser bastante interessante, mesmo sob o ponto de vista profissional e pessoal (poderiamos passar a ter noites livres e fins-de-semana de lazer).
Ricardo
ResponderEliminarProposta sensata com a qual eu concordo. Mas há que criar gabinetes nas escolas para cada 3 docentes equipados com PC, Internet, impressora e scanner.
Implicaria certamente um reforço ao nível das instalações e do equipamento, mas não é nada que o Governo não possa implementar. Basta desistir de um ou outro projecto megalómano e desnecessário para Portugal.
ResponderEliminarEmbora não fosse a resposta a todos os nossos problemas, creio que na parte dos horários teriamos nesta proposta um tremenda de uma solução.
ResponderEliminarNão estou a ver os "cotas" a aceitar isto!!
ResponderEliminarPara Toni: Olha que provavelmente até estarás enganado. Por aquilo que sei e que conheço (tenho familiares e amigos "cotas") até seriam os primeiros a querer uma alteração deste tipo.
ResponderEliminarFinalmente que alguém coloca por escrito aquilo que já ando a defender há anos. E para vantagem escrito num blog com projecção nacional. Estás de parabéns Ricardo, Continuas a fazer um excelente trabalho!!
ResponderEliminarMas há escolas que mantêm o chamado "dia livre"... à custa de uma concentração do serviço prestado na escola (25 ou 26 horas) em 4 dias apenas. É desequilibrado mas há quem prefira... para depois se queixar que passa os dias na escola.
ResponderEliminarParece-me excelente a ideia de não trazer "trabalhos para casa" e ainda mais trabalho de fim de semana. Devia ser mesmo assim e o que não se conseguisse fazer num dia, fazia-se no seguinte.
ResponderEliminarClaro que implicaria alterações de muitas condições nas escolas, mas muitas delas até já estão em obras.
eheheh Olha o que o 'gaijo' arranjou. ;)
ResponderEliminarEsta sim parece-me que deverá ser uma das principais reinvidicações dos professores. Ao pé desta questão, a dos titulares é um conto infantil...
O problema é que há muitos que não querem... saiba-se lá o porquê!!!
Uma EXCELENTE proposta que será ignorada pelos sindicatos e rejeitada pela grande maioria dos colegas.
ResponderEliminarOs dias livres dão muito jeito.
E onde é que se enfiam as aulas nos colégios?
ResponderEliminarMandem esta proposta para os vários sindicatos
ResponderEliminarNão estou plenamente de acordo.
ResponderEliminarEm primeiro lugar o serviço docente não deve ser considerado como um "pica-ponto".
Não gosto de pica-pontos e "prontos". :lol:
Deve existir um mecanismo que permita contabilizar o número de horas que cada docente faz para além do que está contemplado no seu horário de trabalho de forma a serem efectuados pagamentos como horas extraordinárias.
A utilização de reuniões abusivas para além das 2 horas contempladas no horário devem ser pagas como serviço extraordinário.
A grande alternância de dias e horas para reuniões devem ser impedidas. Deve existir um horário fixo para todas as reuniões a ser dado a conhecer no início do ano lectivo.
Uma tarde de paragem lectiva em todas as escolas é uma solução possível. Ter um turno de quarta-feita à tarde sem actividades lectivas e não lectivas permitiria concentrar todas as reuniões nessa tarde.
Gosto bastante deste tema e considero preocupante existir um grande número de professores que gostavam se ser "pica-pontos".
Para arlindovsky: Tenho a certeza que compreendeste o objectivo implícito desta proposta, mas não quiseste ir por aí. Tudo bem, vamos ao que comentaste:
ResponderEliminarObviamente que os professores não devem ter um profissão "pica-ponto", mas temos de ser realistas. O ME não vai querer criar os tais mecanismos que "falas" pois isso obrigaria ao pagamento de milhares de euros mensais em horas extraordinárias. E o objectivo é contenção e não despesa.
No entanto, se criarem esses mecanismos que falas e eles realmente funcionarem, prefiro a tua alternativa.
Só mais um pormenor, já estive numa escola com 4.ª feira à tarde livre e não era por isso que a componente não lectiva era largamente ultrapassada. E olha que bem reclamei...
Tal como tu, também sou um idealista, mas mesmo com poucos anos de profissão (cerca de 11) já não consigo acreditar na benevolência do nosso empregador (independentemente de que partido for)e como tal, vejo a educação de uma forma um pouco diferente da tua, o que me leva a propor a "alarvidade" do "pica-ponto".
Abraço e continua o trabalho exemplar que tens vindo a fazer no teu blog.
Nota: Espero que não tenhas levado a mal o furto das imagens.
Arlindovsky, sei que me foste responder "lá a casa", mas dando continuidade à resposta do Ricardo, respondo-te aqui.
ResponderEliminarJá estive numa outra carreira pública e sempre que era "obrigatório" fazer horas extraordinárias, como por exemplo na fase do orçamento de estado, e sempre que não havia dotação orçamental para o efeito, o pagamento era realizado com dias de férias... Esta seria uma excelente solução para o nosso caso, pois evitava o pica-ponto. No entanto, facilmente chegas á conclusão que muitos de nós, e em algumas escolas de um modo generalizado, atingiram um número de dias de férias que nunca iriam conseguir gozar. Aí continuavamos penalizados! Já para não falar que a contabilidade dessas horas não seria simples de fazer...
Também eu sou contra o pica-ponto, mas se for uma forma de darmos a volta por cima, vamos nessa Vanessa...
P.S.: Houve um determinado ano que o número de horas foi tanto ou tão pouco que eu tive direito a 45 dias de férias... percebes onde quero chegar?! ;)
Em mais nenhuma profissão é tão fácil de fazer a contabilidade das horas de reuniões.
ResponderEliminarExistem convocatórias e actas.
Acredito que grande parte das reuniões sejam inúteis e se falem de inutilidades. Participo em muitas dessas.
O idealismo de uma tarde livre para todos poderia evitar o muito trabalho que se faz ao sábado:
- desporto escolar.
- formação.
Excelente proposta, pena não passar de uma ideia. No inicio deste ano lectivo pensei sim, em trabalhar as 35 horas por semana que nos são renumeradas, mas tendo em conta que passo pelo menos 2 horas semanais em reuniões, mais 2 horas em otl apenas me restam 6 horas para planificar, realização e correcção de fichas e.........
ResponderEliminarSe numa semana apenas gastar 40 h de trabalho já é muito bom...lool
Este assunto tem de ser debatido!! Vamos reunir consenso à volta disto!
ResponderEliminarProponho que, de acordo com as turmas, níveis, etc. de cada um, lhe sejam marcadas no horário as horas para preparação de aulas e avaliação dos alunos(grosso modo).
A partir daí, sugiro que se faça uma contabilização das reuniões. Todas as horas extras, deverão ser pagas ao fim do mês.
Estamos em Novembro e já passei pela 36.ª reunião. Tenho 7 turmas, 3níveis, duas APs, uma FC e uma DT. Corrijo 150 fichas formativas + 150 sumativas + 150 trabalhos de pesquisa + 150 cadernos de actividades, etc. etc. por período.
Desespero por não ter forma de fazer cumprir a lei. Não me pagam, não conta para tempo de serviço NEM ME AGRADECEM.
CARLA
Arlindovsky, realmente os aspectos que referes são facilmente contabilizáveis...
ResponderEliminarAgora vamos aos que não são... ;)
Dois exemplos apenas:
- Na semana passada, só em conversas com a Escola Segura, devo ter despendido perto de 2 horas da minha componente não lectiva individual. No entanto, depois em casa, tive de as ir roubar ao meu tempo pessoal/familiar...
- Como acompanho alunos em contexto de formação profissional nem sempre posso fazer os contactos com as empresas nas horas que estão no meu horário. Resultado, muitas vezes vou roubá-las ao mesmo sítio das anteriores.
Estes exemplos até são de fácil contabilidade, mas existem outros que nem por isso. ;)
Quanto mais tempo passa, mais defendo o turno único nas escolas e uma aproximação do nosso horário de trabalho ao dito horário do funcionário público.
Eu sei que tu sabes que com isso muitos dos nossos problemas se resolviam em menos de um aí...
Grande Abraço
Boa proposta! Aliás no seguimento do que pessoalmente sempre defendi.
ResponderEliminarCondições de trabalho, isso é óbvio que teriam de ser melhoradas, mas não considero justificação para ser impeditivo, mas sim uma obrigação de quem de direito.
Trabalho Pendente: outro argumento que n existiria dado o contexto, afinal seria denominado O Trabalho Possível dentro do horário estabelecido.
Ou seja, dois argumentos que só existem porque existe este Sistema, em que o professor compra do seu bolso as Condições para realizar o trabalho e compra do seu Tempo as horas para o Trabalho.
Já nem vou entrar na questão de quantas horas, porque anda por uma síntese sobre isso que reflecte bem a situação.
Carla, quando estiver a corrigir todos esses materiais use um cronómetro... Não se esqueça é de ir colocando sempre tudo por ordem de chegada!!! Sempre que lhe perguntarem por algo, responda com a maior naturalidade possível que as horas que lhe foram atribuídas para o cumprimento dessa tarefa ainda não lhe permitiram faze-lo, mas que a pessoa não se preocupe porque você cumpre religiosamente a ordem de entrada da tarefa... Depois delicie-se com ar que a pessoa faz quando você terminar a explicação. ;)
ResponderEliminarHouve uma vez que ri, com gosto, durante uns bons minutos! :D
Concordo inteiramente.
ResponderEliminarOs sindicatos devem fazer esta proposta.
Devo dizer que estou 100% de acordo com a tua proposta, era a maneira da sociedade e o governo nos dar mais valor. Eu já faço a minha parte, só trabalho na escola (sai-o às 9h e tal de lá), mas sei que cumpri as 35 horas semanais, e quando me exigem mais, sinto-me cm toda a força para contestar, sem a mais pequena margem para dúvida, para os que estão na escola.
ResponderEliminarAlem disso toda a comunidade fica ciente do que é o trabalho de professor (uma parte, pois por vezes tenho de fazer extraordinárias, com a certeza de que deveriam ser pagas).
Hzolio,
ResponderEliminarPois é, o problema é que as minutas que existem para contestar horários só servem para quem recebeu um horário manifestamente ilegal. A verdade é que estamos desprotegidos e não temos forma de pôr cobro a isto.
Pelo menos, que fosse facultativo! Quem quisesse ter um horário de 35 horas da escola, estas ser-lhe-iam marcadas e, se não estivesse lá, levaria falta. Não me parece complicado.
Outro assunto que gostaria que debatêssemos é a hora a que termina o nosso trabalho. É legal marcarem-se reuniões para as 18.30? Onde está escrito a partir de que horas é que não nos podem obrigar a ficar na escola?
Hzolio, esta tua proposta é interessante, mas tem um pequeno detalhe. Iria implicar o fim das "férias" de Natal, da Pascoa, as "férias antecipadas" de Verão.
ResponderEliminarOlha lá... Mas iam acabar as férias para quem?! Deves estar a falar daquela malta que eu não costumo ver por enquanto por lá ando a fazer o que ninguém quer, certo?!
ResponderEliminarQuero bem saber disso!!! Ou é p'ra todos ou então não há moralidade... ;)
Tu sabes bem do que falo. :P
Sei muito bem do que falas.
ResponderEliminarA questão é saber se quem te apoia também sabe. ;)
Acrescento, quando se fala de horários, há uma imagem que me vem logo à cabeça. ;)
ResponderEliminarE olha que quando lá foste à escola eu ainda não estava nem perto de ter o fusível queimadinho... ;)
ResponderEliminarNão se era essa a imagem. :P
Concordo plenamente com a proposta do Ricardo.
ResponderEliminarTambém acho que deve ser enviada para os sindicatos e ser objecto de mais alargada discussão entre todos nós. Todos temos histórias de situações surrealistas de excesso de trabalho que devem ser denunciadas... sobretudo nos últimos quatro anos isto tem sido um verdadeiro abuso!!!
Este é um assunto/problema que tem de ser encarado com a mesma preocupação que a avaliação dos professores ou revisão do ECD.
O excesso de horas de trabalho advém, em grande parte, da esmagadora e inútil burocracia que todos os dias sufoca as escolas.
O local de trabalho de um professor devia ser realizado apenas na escola em gabinetes de trabalho com condições para tal...Só assim seria possível contabilizar as horas reais de trabalho...
Não se pode exigir uma avaliação séria sem falar em horários e condições de trabalho dignos.