quarta-feira, 24 de junho de 2009

A polémica dos testes de despiste da sida

3 comentários:

  1. Há uma expressão anglo-saxónica que designa este tipo de assunto como "the elephant in the room". Contanto que não exista uma barriga proeminente a desmentir a pureza, e até prova em contrário, os nossos miúdos são uns anjinhos. Curioso é que já podem abortar sem o consentimento parental, a partir dos 16 anos. Haja pílula e disciplina para a tomar (não vale fazer o rapaz engolir o comprimido em caso de esquecimento). O preservativo dá alergia (porque obriga a reflectir e refrear o impulso) e isso da Sida é para os drogados e levianos, que aqui a gente conhece-se todos...

    Ou bem que engolem o elefante (leia-se a intensa e precoce actividade sexual desprotegida) dos adolescentes, ou bem que enterram a cabecinha na areia. Se viola a lei, então legislem novas regras, que se este rastreio fosse levado a cabo e a sério já hoje até caíam para o lado (parece que o registo do aumento bárbaro de DST's ainda nao fez soar o alarme nas cabeças desta gente). Convém não esquecer que quanto mais cedo for detectada a infecção por HIV, maior a possibilidade de manutenção de uma esperança e qualidade de vida aceitáveis. O contrário é afirmar, lunática e alienadamente, que os jovens só começam a sua vida sexual depois dos 18 ou que os que o fazem antes é com a respectiva autorização parental (HAHAHA). Ou será que podem fazê-lo à vontade desde que não façam o teste nem engravidem?
    Custa tanto engolir elefantes...

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  2. Colega, é pena que não tenha utilizado qualquer tipo de identificação (mesmo que um nickname). De qualquer maneira, irei publicar o seu comentário sob a forma de post. Espero que não se importe...

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  3. Caro colega Ricardo, será uma honra. O nome é Bianca, 32 anos, antiga voluntária em projectos de prevenção da infecção por HIV em escolas básicas, daí o insight na matéria. Sempre me deixou perplexa a forma como temos de ver a malta a copiar anúncios hardcore da Calvin Klein em pleno corredor e recreio (e resta-nos deduzir o que mais não farão), mas dentro da sala de aula, na presença de directores de turma, ai dos docentes que se atrevam a pronunciar s-e-x-o (bom, quer dizer, também não estou a defender a profe de História do outro dia...).
    Creio que eles, os miúdos, sabem melhor que ninguém o modo como nós, os que ainda nos damos ao trabalho de nos preocuparmos com a vida deles, estamos de mãos e pés atados neste aspecto. Quando não são as associações de pais a caírem-nos em cima, dão-nos com a violação da lei...enfim, resta-nos proteger e defender apenas os nossos filhos, e da porta de casa para dentro, onde podemos chamar o elefante pelo nome, sem fazer vista grossa.
    Parabéns e obrigada pelo seu trabalho neste blog!

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