quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Pensam que está tudo bem? No sábado vão ver".

No Diário de Notícias a 05/11/2008: "Fenprof diz que professores vão mostrar na rua a guerra à avaliação. O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, disse ontem ao DN que os próprios professores vão responder, na manifestação do próximo dia 8, às garantias do Ministério da Educação (ME) de que a avaliação está a decorrer em todas as escolas.

"O secretário de Estado [Valter Lemos], o Ministério da Educação e a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação podem querer viver noutro mundo, em que tudo corre bem", ironizou. "Mas no sábado vão ver o que é a realidade".

Ontem, em comunicado, o ministério insistiu que o processo "está a avançar em todas as escolas", desmentindo as notícias divulgadas pela imprensa, nomeadamente pelo DN, em que se dava conta das estimativas da Fenprof, que apontam para cerca de 10% das escolas (150) já com moções aprovadas, pedindo a suspensão do processo em 50% dos cerca de 1500 estabelecimentos em que, apesar de não terem sido tomadas posições, na prática, a avaliação se encontrava atrasada ou paralisada.
(...)
O sindicalista insistiu, no entanto, que a resposta virá da manifestação: "Há uns dias, falávamos em cerca de 50 mil. Agora, com os dados que temos, já podemos esperar chegar perto dos valores [100 mil] de Março", disse. "Esperemos que, se se concretizarem, num ano, as duas maiores manifestações de sempre, o Governo não tenha a cegueira política de fingir que nada mudou."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Para além das expectativas que estão a ser criadas (para mim, mais um erro de estratégia da FENPROF), existe um outro dilema quanto a esta manifestação. Na eventualidade do número de professores ser inferior a 100 000, poderá surgir uma situação de aproveitamento por parte dos elementos do Ministério da Educação.

Passo a explicar: Se o número for claramente inferior ao da manifestação de Março, os representantes ministeriais poderão afirmar que o descontentamento com a avaliação (entre outros temas "quentes") diminuiu. Depois surgem com aquelas argumentações "iluminadas" para justificar essa diminuição... E se não causam "mossa" na luta, acabam por incomodar. Mas nem vou pensar mais nisto. O que interessa é que a adesão à manifestação seja grande e que as moções nas escolas continuem a proliferar.
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1 comentário:

  1. Um dos pontos mais importantes é que aqueles que forem entrevistados no dia 8, e que ainda serão uns quantos certamente, pois este tema interessa explorar pela comunicação social, não se limitem a proferir frases feitas e vazias de conteúdo.

    Importa acima de tudo, aproveitar para explicar o porquê da contestação a este modelo, pois das conversas que tenho tido com 'não professores', estes não fazem a minima ideia do quanto dúbio e burocrático o modelo é...

    Mas a ver vamos que tal as coisas correm.

    Um Abraço

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