No Diário de Notícias de 05/10/2008: "(...) A insuficiência de ofertas gratuitas de formação contínua, obrigatória para efeitos de avaliação de desempenho, está a levar muitos professores a recorrerem a acções pagas - por valores que rondam os 150 euros por cada curso de 25 horas -, por receio de virem a ser penalizados nas classificações no final do ano lectivo.
(...)
O facto é que vários professores disseram ao DN que as ofertas estão a escassear precisamente numa altura em que a procura cresce. Isto porque, ao abrigo do Estatuto da Carreira Docente (ECD), todos os 140 mil professores terão de obter pelo menos 50 horas de formação, a cada dois anos, para evitarem penalizações na avaliação. E para passarem os 20 pontos, o que lhes permite alcançar a classificação de "excelente" neste item, têm de somar mais horas.
"É difícil encontrar as formações que procuramos. Sobretudo porque nos é exigido que dois terços sejam na nossa área", disse ao DN uma professora de Português e Francês, que não quis ser identificada. "Eu já fiz duas formações de 25 horas. A primeira foi assegurada pela minha escola, mas pela segunda já tive de pagar 150 euros", contou. "Apesar de tudo, estou num índice de vencimento mais alto. Há colegas mais novos para quem esta despesa pesa."
(...)
Depois da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) ter prometido divulgar, na próxima quarta-feira, um modelo "alternativo" de avaliação dos professores, ontem foi a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) a anunciar uma iniciativa semelhante, com o objectivo de "contribuir seriamente para uma solução que seja exequível e mobilize as pessoas".
Hoje assinala-se o Dia Mundial do Professor, sob o mote de que "os professores contam", e ambas as federações têm agendadas diversas acções, um pouco por todo o País, para tornar bem clara essa convicção. A Avaliação de desempenho, que este ano será aplicada pela primeira vez a todos os cerca de 140 mil professores, deverá ser o alvo preferencial nas intervenções de Mário Nogueira, da Fenprof, e João Dias da Silva, da FNE.
Ambas as estruturas - que de resto estiveram juntas na "plataforma" de 14 organizações sindicais que levou 100 mil professores às ruas de Lisboa, em Março - têm bem identificados os aspectos que pretendem ver alterados no modelo de avaliação e no próprio estatuto da carreira docente (ECD) que lhe deu origem.
Em primeiro lugar, querem que o Ministério da Educação anule a divisão dos profissionais do sector em duas categorias - professor e titular -, em que estes últimos assumem o papel de avaliadores dos colegas.
Sobre a avaliação propriamente dita, é exigido o fim das quotas para as classificações mais altas - o "Muito Bom" e o "Excelente" -, que permitem progredir mais rapidamente na carreira. O limite, dependendo da classificação da própria escola, varia entre 25% e 30%.
Por fim, pretendem também que sejam revisto alguns dos aspectos mais controversos da avaliação, como a possibilidade de os resultados dos alunos pesarem nas classificações dos seus docentes.
A Fenprof já tem em marcha um abaixo-assinado pedindo a suspensão do actual modelo. Em relação à sua proposta, diz ter vários itens "em aberto", colocados à discussão entre os professores.
A FNE inaugurou ontem, em Coimbra, uma conferência sob o tema: a "Professores de Qualidade em Escolas de Qualidade", para esclarecer os docentes sobre o modelo em vigor e apresentar alternativas."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
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O facto é que vários professores disseram ao DN que as ofertas estão a escassear precisamente numa altura em que a procura cresce. Isto porque, ao abrigo do Estatuto da Carreira Docente (ECD), todos os 140 mil professores terão de obter pelo menos 50 horas de formação, a cada dois anos, para evitarem penalizações na avaliação. E para passarem os 20 pontos, o que lhes permite alcançar a classificação de "excelente" neste item, têm de somar mais horas.
"É difícil encontrar as formações que procuramos. Sobretudo porque nos é exigido que dois terços sejam na nossa área", disse ao DN uma professora de Português e Francês, que não quis ser identificada. "Eu já fiz duas formações de 25 horas. A primeira foi assegurada pela minha escola, mas pela segunda já tive de pagar 150 euros", contou. "Apesar de tudo, estou num índice de vencimento mais alto. Há colegas mais novos para quem esta despesa pesa."
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Depois da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) ter prometido divulgar, na próxima quarta-feira, um modelo "alternativo" de avaliação dos professores, ontem foi a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) a anunciar uma iniciativa semelhante, com o objectivo de "contribuir seriamente para uma solução que seja exequível e mobilize as pessoas".
Hoje assinala-se o Dia Mundial do Professor, sob o mote de que "os professores contam", e ambas as federações têm agendadas diversas acções, um pouco por todo o País, para tornar bem clara essa convicção. A Avaliação de desempenho, que este ano será aplicada pela primeira vez a todos os cerca de 140 mil professores, deverá ser o alvo preferencial nas intervenções de Mário Nogueira, da Fenprof, e João Dias da Silva, da FNE.
Ambas as estruturas - que de resto estiveram juntas na "plataforma" de 14 organizações sindicais que levou 100 mil professores às ruas de Lisboa, em Março - têm bem identificados os aspectos que pretendem ver alterados no modelo de avaliação e no próprio estatuto da carreira docente (ECD) que lhe deu origem.
Em primeiro lugar, querem que o Ministério da Educação anule a divisão dos profissionais do sector em duas categorias - professor e titular -, em que estes últimos assumem o papel de avaliadores dos colegas.
Sobre a avaliação propriamente dita, é exigido o fim das quotas para as classificações mais altas - o "Muito Bom" e o "Excelente" -, que permitem progredir mais rapidamente na carreira. O limite, dependendo da classificação da própria escola, varia entre 25% e 30%.
Por fim, pretendem também que sejam revisto alguns dos aspectos mais controversos da avaliação, como a possibilidade de os resultados dos alunos pesarem nas classificações dos seus docentes.
A Fenprof já tem em marcha um abaixo-assinado pedindo a suspensão do actual modelo. Em relação à sua proposta, diz ter vários itens "em aberto", colocados à discussão entre os professores.
A FNE inaugurou ontem, em Coimbra, uma conferência sob o tema: a "Professores de Qualidade em Escolas de Qualidade", para esclarecer os docentes sobre o modelo em vigor e apresentar alternativas."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
Comentário: Relativamente à formação, é um facto que a oferta "gratuíta" disponível é reduzida ou mesmo inexistente (em algumas zonas). Assim, a exigência de um mínimo de 50h de formação, acaba por implicar uma despesa extra. Se pensarmos que cada formação de 25h tem um custo aproximado de 150 euros, e se o docente em questão quiser obter mais de 20 pontos neste item de avaliação, terá de dispender bem mais de 300 euros... 300 euros! E se para uns colegas este valor é suportável, para outros é excessivo. Para piorar o panorama, as formações "patrocinadas" pelo Ministério da Educação, correm o risco de serem suspensas (leiam este post).
Relativamente às negociações e propostas, há que ter em atenção que os sindicatos estão completamente "amarrados" ao Memorando de Entendimento até ao final deste ano lectivo. Poderão ser consideradas a longo prazo, mas não no imediato. E é no imediato que se procede à avaliação do desempenho docente.
Relativamente às negociações e propostas, há que ter em atenção que os sindicatos estão completamente "amarrados" ao Memorando de Entendimento até ao final deste ano lectivo. Poderão ser consideradas a longo prazo, mas não no imediato. E é no imediato que se procede à avaliação do desempenho docente.
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Pois pagam e se pagam!!!! Mas onde está escrito que têm de pagar? Se os Centros de Formação não chegarem para os gastos, o prof é obrigado a sustentar este negócio paralelo? Cada vez percebo menos disto tudo!
ResponderEliminarOs professores também se prestam a tudo. Em vez de reclamarem vão pactuar com isto?!!!
ResponderEliminarO "medo" da avaliação é um forte incentivo a estas despesas extras. Muita gente se anda a "governar" às nossas custas! Muita mesmo... E com a ausência de formação "paga" pelo Ministério da Educação, por vezes não existe outra saída.
ResponderEliminarInfelizmente esta situação é fomentada pelo Ministério da Educação e à medida que se for aproximando a fase final da avaliação do desempenho terá tendência a ser agravada.