quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os medos dos professores.

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Comentário: Foi lançado ontem um livro com o título "Os medos dos professores... e só deles?", que poderá ser interessante, uma vez que aparentemente a autora apresenta estratégias para lidar com alguns dos maiores medos dos professores portugueses. Ainda não vi o livro, pois o isolamento da vila onde estou colocado, não me permite num raio de 110 km encontrar uma livraria "decente". Terá de ficar para sexta-feira... Se entretanto algum de vocês tiver oportunidade de "dar uma vista de olhos" pelo livro, aproveitem e digam (ou seja, escrevam) alguma coisa aqui no blogue.
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No sítio do Educare a 27/05/2008: "O nível salarial, a desmotivação dos alunos e a indisciplina são três dos maiores medos dos professores portugueses, segundo um livro lançado hoje e que resulta de uma tese de mestrado de uma docente.

Com o título "Os medos dos professores... e só deles?", o livro de Luísa Cristina Fernandes faz uma análise dos principais medos dos professores em contexto escolar com base num estudo de campo com entrevistas informais a uma amostra de 208 docentes de vários níveis de ensino.
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Na sua investigação, Luísa Fernandes encontrou alguns caminhos para enfrentar os medos sendo um deles a partilha de experiências e de estratégias. "É possível superar os medos se todos partilharmos, no sentido da entreajuda", sublinha.

A autora apresenta os sete principais medos dos professores, destacando-se como o maior o de cariz económico, nomeadamente o medo do salário não permitir satisfazer as necessidades pessoais e familiares, logo seguido de um outro mais ao nível pedagógico e que se prende com o receio do professor não saber lidar com a desmotivação escolar dos jovens.
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Para que os alunos se motivem, escreve a autora, os professores também precisam de estar motivados contribuindo assim para o seu sucesso pessoal e para a sua realização profissional.

O terceiro medo com a média de respostas mais elevada está relacionado com a indisciplina e é o medo de o professor ter alunos violentos. Este medo constitui, na actualidade, o principal factor de mal-estar para muitos professores, uma vez que nos últimos anos tem havido um aumento da frequência e da gravidade das situações de violência nas escolas e de indisciplina dos alunos na sala de aula. O medo de ter alunos violentos prender-se-á também a aspectos ligados ao sexo do professor: uma professora poderá ter mais inibições a este nível por questões físicas.

Segundo a autora, o quarto medo está relacionado com assuntos mais específicos da gestão ministerial da profissão, nomeadamente com a possibilidade de os professores virem a dar aulas numa escola muito longe de casa. Este medo está principalmente patente nos professores em início de carreira ou que ainda não conseguiram efectivar-se perto de casa. Associado a este medo encontra-se a diminuição da comodidade do professor e o aumento das suas despesas.

O quinto medo volta a ligar-se à temática da indisciplina: os docentes receiam não saber lidar com alunos violentos. O peso deste medo tem vindo a ser destacado por vários estudos. Neste caso, escreve a autora, já não é só o "ter" os alunos violentos, mas saber lidar com essa mesma violência.

Segundo Luísa Cristina Fernandes, a superação do medo da indisciplina e de alunos violentos, tendo tanta importância para o bem-estar do corpo docente, poderia ser mais efectiva através de uma formação adequada, quer antes de o professor começar a leccionar, quer durante o exercício das suas funções. A formação, acrescenta, poderia contribuir para os professores aprenderem a trabalhar em equipa e, assim, terem no grupo profissional um suporte e um mecanismo de "coping" para as suas dificuldades.

Os docentes têm ainda medo de ter algum esgotamento derivado da profissão e de lhes ser atribuído um horário zero (sem componente lectiva). Este último aspecto preocupa cada vez mais os professores portugueses, uma vez que o número de adolescentes e jovens tem vindo a diminuir na sociedade portuguesa.

Mesmo professores efectivos há muitos anos temem acabar por ter de assumir funções de outra índole que não pedagógica (como por exemplo funções administrativas) por falta de alunos e de turmas para leccionar."

Ver Artigo Completo (Educare)

1 comentário:

  1. O nível salarial é o que nós sabemos. Andamos feito ciganos de um lado para o outro, tratam-nos mal, e ainda nos sujeitamos a levar na cara. Mas é bem feito, pois somos tão desunidos e passivos que não era de esperar outra coisa.

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