domingo, 6 de abril de 2008

Ministra «preocupada» com armas nas escolas.

No sítio do PortugalDiário a 04/04/2008: "No ano lectivo de 2006/07, e no âmbito do programa «Escola Segura», foram registados 140 casos de armas nas escolas, apreendidas dentro ou nas suas imediações. A ministra da Educação assegura que os casos foram detectados imediatamente e estão a ser resolvidos.
(...)
Ainda assim, a preocupação manifestada pelo Procurador-Geral da República não encontra grande eco, uma vez que a ministra da Educação preferiu cingir-se aos números, nunca querendo comentar casos concretos ou até as próprias declarações de Pinto Monteiro.

Certo é que, no último ano lectivo, tal como o PortugalDiário avançou em primeira mão, [ver peça relacionada: Crimes nas escoalas aumentam] só a PSP apreendeu 260 armas: 13 armas de fogo, 165 armas brancas e 82 de outro tipo, normalmente réplicas de armas de fogo. Segundo a polícia, 64 por cento das ocorrências relacionadas com armas envolvem a utilização de facas ou canivetes, mas em cinco por cento dos casos são usadas armas de fogo adaptadas. Maria de Lurdes Rodrigues escusa-se a comentar estes números, limitando-se a dizer que «o ministério recolhe os dados, compila-os e reporta-os publicamente».

«Avaliação é mesmo para avançar»

O colóquio em Serralves foi muito concorrido e, entre as centenas de pessoas presentes na plateia, vislumbravam-se muitos professores. Após uma alocução pouco brilhante, em que se limitou a apresentar dados estatísticos e pouco mais, Maria de Lurdes Rodrigues foi confrontada sobre o processo de avaliação dos docentes.

E sobre o tema polémico, não deixou dúvidas: «Não se pode dizer que o modelo tem problemas, porque só agora está a ser aplicado. Esteve a ser discutido durante um ano e o que se regista é a sua aplicação. Suspender este processo agora, porquê? Este modelo, mesmo não se concordando, tem de ser aplicado. O que há fazer agora é criar condições, tentar identificar problemas e perceber as necessidades das escolas. Este modelo não é nenhuma monstruosidade, por isso é mesmo para avançar».

E, no que se refere aos contratados, também as certezas são as mesmas. «Fala-se em chantagem. Mas será que é chantagem cumprir a lei? Os professores nessas condições vão mesmo ser avaliados, porque as escolas têm de ter responsabilidade», frisou a ministra.

Confrontada com a desmotivação dos docentes e ainda a marcha da indignação, reiterou a sua posição. «Fala-se em cem mil, mas mil professores insatisfeitos já são muitos. Valorizo os que os professores sentem», vincou, salientando que «é preciso avançar com o processo de avaliação, a caminho é para a frente e não desistir». «Não considero que o sistema de avaliação seja complexo e, embora não haja modelos perfeitos, é necessário começar», concluiu."

Ver Artigo Completo (PortugalDiário)

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Comentário: O Ministério da Educação, deve fazer mais do que recolher, compilar e publicar os resultados relativos à violência nas escolas. A recolha de dados só tem utilidade, se mediante os mesmos forem implementadas medidas que resolvam (ou pelo menos, que visem resover) os problemas detectados. Se não for o ME a zelar (e a criar medidas) pela segurança nas escolas, quem será? Os professores? Os auxiliares da acção educativa? Enfim...

Quanto à avaliação do nosso desempenho: Para detectar problemas num qualquer modelo de avaliação não é necessário esperar pelas consequências da implementação do mesmo. Aliás, basta começar pela falta de formação dos professores no que concerne à sua própria autoavaliação. Para já não falar, nos restantes problemas deste modelo, que qualquer ser humano minimamente inteligente e razoável consegue detectar. A própria Ministra da Educação refere que «o que há a fazer agora é criar condições»... Para mim, deveriam primeiro criar-se essas condições e não quando o processo já está a decorrer.

Relativamente aos colegas contratados: é chantagem e ponto final! Utilizam-se estes colegas como rampa de lançamento do processo de avaliação e sempre com a "ameaça" de não renovação de contrato. Escudam-se na lei (é claro!), mas é um facto que não pode ser camuflado e que provoca uma enorme tensão nas escolas, pois se por um lado toda a gente sabe que a avaliação não tem condições para avançar, por outro não se pode prejudicar colegas. E é claro, esta situação interessa ao ME.

E para terminar... A declaração de Maria de Lurdes Reis Rodrigues relativa à valorização dos sentimentos dos professores, é vazia e completamente descabida, pois toda a opinião pública sabe que não é assim! Que tristeza...
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