quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Inspectores querem suspender avaliação de docentes.

No sítio do PortugalDiário a 03/10/2007: "O Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino (SIEE) defendeu esta quarta-feira uma suspensão por três anos do processo de avaliação de desempenho dos professores, alegando que este só seria exequível com o triplo de funcionários.

Em conferência de imprensa, o presidente do SIEE, José Calçada, classificou de «irrealista», «inoperacional» e «impensado» o modelo proposto pelo Ministério da Educação (ME) para a avaliação de docentes, que impõe que os professores titulares com funções de coordenador de departamento ou do conselho de docentes sejam avaliados por um inspector com formação científica na mesma área.

«É impossível dar cumprimento a esse imperativo legal, desde logo por uma questão puramente aritmética», afirmou, explicando que existem em todo o país 152 inspectores para um total de mais de 8.100 professores titulares com aquelas funções, o que daria um rácio de 54 docentes por inspector, se este não tivesse qualquer outra tarefa a desempenhar.

«Não há avaliação séria que resista à evidência destes números», assegurou o dirigente sindical, adiantando que seriam necessários «cerca de três vezes mais inspectores» para tornar possível a avaliação de desempenho dos professores proposta pelo Governo.

Além da escassez de funcionários da Inspecção-Geral da Educação, explicou, nem sequer existem inspectores em determinadas áreas de formação científica, como as Expressões, para poderem ser avaliados os professores titulares que leccionam essas matérias.

Nesse sentido, considerando não haver uma solução imediata «para o imbróglio criado pelo Ministério da Educação», o sindicato dos inspectores vai propor à tutela «que o processo de avaliação seja suspenso por um período mínimo de três anos».

Numa conferência de imprensa conjunta, também a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) reiterou as críticas à proposta de avaliação de desempenho, que diz «não ser orientada para promover a qualidade do sistema educativo, mas apenas para evitar ou dificultar a progressão na carreira dos docentes».

«O ME está tão cego de ódio em relação aos professores que nem consegue perceber que o que está a propor não é exequível e vai criar enormes bloqueios nas escolas», acusou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

No encontro com os jornalistas, a Fenprof anunciou que vai hoje requerer o processo de negociação suplementar relativo a este diploma, cuja fase negocial terminou na passada semana, sem acordo entre a tutela e os sindicatos."

Ver Artigo Completo (PortugalDiário)

------------------------
Até pode soar a boa notícia, mas suspeito que o ME vai arranjar algum mecanismo de fasear essas avaliações para "atrasar" todo o processo de progressão na carreira, com a justificação de não existirem inspectores suficientes! E quanto às declarações de Mário Nogueira, creio que se existe "ódio" do ME para com os professores, ninguém me vai levar a mal se escrever que o sentimento começa a ser recíproco!
-----------------------

Sem comentários:

Enviar um comentário