segunda-feira, 23 de julho de 2007

Um computador para dois alunos.

No Jornal de Notícias de 23/07/2007: "E se o seu filho passasse a enviar os trabalhos escolares por email aos professores em vez de os imprimir, tirar fotocópias e ir à escola? E se os docentes passassem a trocar documentação entre si e para a secretaria por mail em vez de preencherem inúmeras requisições? Pois será esse o caminho que o Governo inicia hoje, em Lisboa modernizar as infra-estruturas das escolas para que docentes, alunos e funcionários aprendam a beneficiar do que a Internet e as tecnologias lhes podem oferecer - comunicações mais rápidas e sem barreiras espaciais entre toda a comunidade escolar.

No Plano Tecnológico da Educação (PTE), lançado hoje por José Sócrates e a ministra da Educação, o objectivo central será este em 2010 haverá um computador com ligação à Internet por cada dois alunos, em todas as escolas do básico e secundário.

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Os concursos serão lançados ainda este mês e as instalações para os servidores começarão a ser montadas em Setembro.
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À semelhança do que já acontece com a maioria das universidades, todas as escolas terão de criar um portal na Internet para que pais e alunos possam, por exemplo, consultar todo o tipo de informações sem terem de se deslocar aos estabelecimentos.

O mesmo incentivo será dado para a avaliação. Os alunos poderão, por exemplo, enviar trabalhos por mail ou mesmo trocar dúvidas com os professores.
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Quer-se transformar a escola numa "plataforma de acesso às tecnologias de informação", porque, garante o Governo, só através da modernização das condições de ensino e aprendizagem os portugueses conseguirão melhores resultados.

O PTE é apresentado hoje mas a ministra referiu-se a ele, em Junho, numa acção das Novas Oportunidades. Considerando que as escolas portuguesas "estão a viver uma revolução tranquila e silenciosa", Lurdes Rodrigues disse que "o desafio que agora se coloca é o da sustentação desta mudança" - a modernização tecnológica das escolas e o alargamento da acção social escolar ao secundário."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)
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Algumas dúvidas: (a) Quem imprime os trabalhos que os alunos enviam por email? É que ao contrário do que muita gente "opina", não temos "ajudas de custo" ou "deduções" no IRS para este tipo de "gastos"... (b) Quem nos garante que alguns alunos não utilizem os endereços de emails dos professores para outros "assuntos" menos próprios? (c) E ir à escola não é uma obrigação dos alunos?... nem que seja "só" para entregar trabalhos?! Com as novas medidas do ME passamos cada vez mais tempo na escola... (d) Para que é que os professores querem enviar documentação por email se passam o dia todo na escola?! (e) Tirar dúvidas aos alunos por email? Como todos sabemos, muitos colegas (onde eu me incluo) não vão todos os dias ler o email... e não me estou a ver a responder às duvidas dos nossos alunos (não por que não queira, mas provavelmente por não perceber a questão) no messenger com os k´s e o x´s que tanto gostam de utilizar nas suas mensagens. E quanto à revolução tranquila e silenciosa que a ministra refere, será mais uma revolução trancada e silenciada. Sem dúvida o grande desafio é a "sustentação desta mudança"...
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7 comentários:

  1. Também postei o mesmo assunto, embora com a análise de outros pontos da questão. Estes que colocaste são, não obstante, também muito pertinentes!

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  2. a ideia é dar maior flexibilidade às inter-relações; os procedimentos presenciais serão prioritários, mas haverá quem queira mais diversidade de actuação; será errado?

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  3. Não devem estar a falar dos alunos e encvarregados de educação com os quais lido todos os dias!

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  4. Acho esta medida muito interessante, vou esperar pela sua avaliação.
    Não sei sinceramente se estamos preparados para este choque informacional, esta literacia é importante e será, sinceramente, a nova revolução "do paradigma da evolução", mas para isso teremos que formar cidadãos e isso faz-se na escola. Esta não deverá ser neglicenciada, deverá ser, isso sim, repensada, para fazer face a este modelo.
    Muita coisa será alterada. Vamos apreciar. OK.

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  5. Questões muito pertinentes! (Também postei algumas).
    Concordo que se equipem as escolas com net e computadores, mas sinceramente não estou a ver alguns dos meus encarregados de educação a consultar o mail para saber da situação dos seus filhos...

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  6. Não vejo estas medidas assim com tanto pessimismo... Acho que não vão melhorar assim taaaaanto aquilo que hoje acontece mas também não vejo que possam piorar. Alunos a esclarecerem dúvidas por mail, enviar dúvidas por mail, professores a enviarem materiais e informações por mail ou nas plataformas de e-learning aos alunos e pais é coisa que em muitas escolas (pelo menos pelas quais passei) já se faz naturalmente e não representa nenhuma desvantagem desde que tenhamos presente que nem todos têm acesso aos mesmos recursos e os passemos a disponibilizar de outra forma mais tradicional. Quanto à informatização da burocracia na escola só vejo vantagens. Todas as escolas terem um site onde disponibilizam as informações já era mais que tempo de todas terem... não é por isso que pais e alunos que não tenham acesso a meios informáticos não recebam as informações quando vão à escola. Acho mais "interessante" a história da quantidade industrial de computadores, impressoras, projectores e até quadros intereactivos que aí vêm (ou dizem que vêm). Ora se numa escola onde há meia dúzia de impressoras que passam quase um ano lectivo inteiro sem papel e sem tinteiros porque não há verba e pcs, projectores e afins a não funcionar por falta de arranjo quem é que se vai chegar à frente para a manutenção desta quantidade de recursos que apregoaram? Mais me valiam meia dúzia de recursos funcionais partilhados que um em cada sala a não funcionar... Acho que por agora é esperar para ver! Pode ser que sim ;)

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  7. Os investimentos ao nível dos equipamentos são sempre bons... sempre... Mas é necessário que após este "impulso" inicial existam verbas para os manter. Para além disso será essencial que se motivem os "intervenientes" para estas mudanças positivas e isso não está a ser feito (muito pelo contrário)...

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