quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Respostas ao apelo (colegas contratados).

Fiquei feliz pela adesão ao post que coloquei abaixo e que pretendia recolher algumas das dúvidas e ansiedades dos colegas contratados.

São várias as preocupações dos nossos colegas e poderão ser agrupadas em várias temáticas, como por exemplo, as relativas ao estatuto ou aos concursos de professores. No geral, e por aquilo que li, as dúvidas não são de longo prazo... Nada de grandes preocupações com o que consta do acordo. O que realmente preocupa é o curto prazo, o imediato, como não poderia deixar de ser.

Quando as condições de trabalho são precárias, a questão reside mesmo na estabilidade. E é de estabilidade (ou melhor, da ausência dela) que falamos... Basta lerem a lista que fiz com as preocupações mais relevantes dos nossos colegas de profissão que ainda não conseguiram entrar em quadro.

Assim, acabei por sintetizar as diversas preocupações em 18 pontos. Obviamente que carecem de algum tratamento, mas até agora o que consegui recolher é o seguinte:

(1) Utilização das vagas reais de quadro nos concursos de professores;
(2) Concursos com regras que se prolonguem por um maior número de anos;
(3) Extensão do impacte da revisão curricular em termos de horários;
(4) Distribuição dos tempos lectivos feita de forma algo desajustada e que não permite adaptação;
(5) O fim da caixa geral de aposentação e eventualmente da ADSE;
(6) Ordenado "congelado" até ao fim da "carreira";
(7) Vantagens em ter aulas assistidas;
(8) Reposicionamento aquando da entrada na na carreira;
(9) Os contratados deveriam ter direito às reduções por idade e tempo de serviço;
(10) A "linha de fronteira" entre quem é necessário de forma permanente e quem irá ser "eternamente" contratado;
(11) Efeitos da avaliação do ano passado;
(12) Situação dos licenciados portadores de habilitação própria;
(13) As menções "Muito Bom" e "Excelente" obtidas anteriormente serão consideradas em questões concursais, tal como regulamentado na alínea c) do artigo 14.º do DL 51/2009;
(14) Entrada na carreira (e consequente melhoria de salário);
(15) Moldes em que serão avaliados este ano lectivo;
(16) Descontos que serão depois traduzidos em quê e quanto na reforma;
(17) Melhoria salarial;
(18) Perda de regalias, nomeadamente no que concerne à saúde.

Nota: Se quiserem acrescentar algo mais, sejam claros e tentem não repetir preocupações para que consiga fazer acréscimos ou reformulações de forma mais rápida.

10 comentários:

  1. Caro Colega Ricardo:

    Tenho oito anos completos de serviço lectivo estou no indice 151 que já nao existe (167), desde 2001.
    quando é que eu serei reposisionado no indice 167. Só quando entrar na carreira?
    Tenho lido vários documentos e fui à secretaria nimguém sabe responder.

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  2. Meu Deus...A sua secretaria não lhe soube explicar.....!!!!
    o índice 151 existe e existirá sempre para os contratados. O 167 é o 1ºescalão para quem entra nos quadros. Mesmo que tenha 30 anos de tempo de serviço a contrato irá receber sempre pelo 151....Pelos comentários que tenho lido, tenho a sensação que há secretarias a pagar aos contratados pelo 167(incorrecto) e outras a pagar pelo 151(correcto)...daí as dúvidas que surgem. Mas o pior é que vai deixar de haver reposicionamento na carreira (qdo se entrar para o quadro).....o que será a maior injustiça e crueldade para os professores que servem dignamente Portugal.

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  3. Colegas, acabei de elaborar um post nesse sentido. Não devia, pois os anónimos não merecem resposta, no entanto, lá vai.

    Agora a sério, identifiquem-se de alguma forma, por favor.

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  4. Olá!
    Alguém me sabe esclarecer se o índice 126 deixou de existir?

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  5. Uma reivindicação que me pareceria justa: um contratado que nos últimos x anos tem sucessivamente sido colocado em setembro e em horário completo numa determinada zona, deveria, independentemente de existir ou não concurso/ vagas na data em que perfaz os tais x anos (a discutir), ser automaticamente integrado nos quadros e na carreira, uma vez que é, como a sua colocação tem demonstrado, na prática, uma necessidade permanente. Que tipo de quadro seria um aspecto a discutir. A mim parcer-me-ia justo QZP caso estes não estivessem com morte anunciada.

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  6. Viva.
    Uma preocupação que me assola a cabeça e que deveria ser corrigida é que neste momento quando um contratado fica colocado em quadro de agrupamento/escola não poderá pedir destacamento (por aproximação à residência) no ano de provimento. Ora neste momento o "ano de provimento" é nem mais nem menos um ciclo de 4 anos. São 4 longos anos de desespero, porque duvido que haja contratados a ficar próximo da sua área de residência.
    Logo, a proposta seria possibilitar o pedido de destacamento a todos os contratados no ano de provimento.
    Agradeço a sua disponibilidade.

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  7. Olá colegas!

    Tal como vós, sou Contratada, e apesar de já possuir uma Profissionalização, continuo, após longos 20 anos, a não ter qualquer tipo de vínculo e estabilidade, seja ela de ordem profissional ou psicológica.
    A minha prioridade neste momento vai para uma possível vinculação (ou chamem-lhe lá o que quiserem) de toda esta "mão-de-obra barata". Sim, porque sejamos claros, para o Ministério da Educação não passamos disso mesmo, meros números, para pôr e dispôr a seu belo prazer!!
    E já agora coloco uma questão:
    - Será que os Sindicatos têm real noção de quantos são os Contratados em funções(ou não) neste País? Digo-vos mais, também para estes, devemos ser a última preocupação...pois se assim não fosse e, pela minha amarga experiência, vinte anos é muito tempo, para que tudo continue quase na mesma!!!

    Abraço a todos

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  8. Colega Ricardo,

    A meu ver falta uma preocupação que não deveria ser esquecida. Refiro-me à revogação efectiva da prova de ingresso, que agora se irá chamar prova pública.
    Num passado recente muitos dos professores, nomeadamente os contratados, defenderam que a dita prova iria disfarçar os números de desemprego e a existência da mesma colocava em causa a competência das instituições de formação. O acordo prevê a implantação da prova dispensando de a fazer todos aqueles que obtiveram avaliação de pelo menos "Bom". Acho que muitos dos contratados, principalmente aqueles que antes do acordo iriam fazer a prova de ingresso e defendiam a revogação da mesma, deveriam no mínimo manter a mesma posição no que se refere à prova de ingresso (seja ela a favor ou contra). Penso apenas que não deveremos olhar para o nosso umbigo, do tipo "agora já estou isento da prova, por isso esse assunto já não me diz respeito".
    Com o acordo assinado julgo será difícil revogar a dita prova, todavia acho que não deveremos mudar de opinião ou postura somente porque já obtivemos Bom e estamos dispensados da prova ou porque o acordo assinado prevê a implementação da mesma.

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  9. Os docentes que se encontrem no índice 340 progridem ao índice 370
    ate ao final ano civil de 2012, desde que estejam posicionados no índice há pelo menos seis anos e tenham obtido na avaliação do desempenho duas menções qualitativas de Muito Bom ou Exceiente; todos os outros docentes progridem com avaliação de Bom. Será esta uma situação de justiça?

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  10. Sim, também eu sou contratada...
    Para além dos temas acima abordados me dizerem respeito, não vou sequer mencioná-los. Já não tenho forças para mais, a não ser mais um grito no silêncio. Um desabafo, porque já não sei o que fazer ...
    Sou (já nem sequer sei se sou alguma coisa que valha a pena ser)professora licenciada e profissionalizada, prestes a completar 10 anos completos de tempo de serviço. Instabilidade é a melhor palavra que caracteriza estes anos de trabalho, instabilidade que me levou a uma maior instabilidade física, que por sua vez levou a instabilidade psíquica. Comecei a dar aulas, consciente da minha deficiência auditiva (que me acompanhava desde terna idade, e que levava-me a sonhar e a lutar pelos sonhos), que pouco ou nada intervinha no meu desempenho profissional. 2009, foi um ano marcado pelo agravamento da minha audição: Surdez bilateral neuro-sensitiva irreversível. Ainda não sei a que se deve tão pomposo nome, apesar de já ter feito os exames médicos... continuo à espera, tentando não pensar no pior...
    O ambiente nas aulas e na escola a pouco e pouco deixa de ser agradável, para se tornar insuportável.
    A avaliação veio acentuar o individualismo, a competitividade, a deslealdade ...
    Assim, a pouco e pouco, a desmotivação, a tristeza e a impotência invade-nos e com ela a depressão. A intolerância dos alunos, dos país, dos colegas,superiores ...acompanhada muitas vezes de descriminação passa cada vez mais dos limites do humanamente aceitável. Em vão procuro ajuda, respostas, saídas, redução de horários, alternativas eu sei lá....mas em todas as portas que ousaram abrir, a mesma resposta: "é complicado, é contratada!! Só isso que me têm para dar!!! Tenham dó!! O que me resta?? Ainda falam em escola inclusiva? Pois eu não me sinto incluída!
    Quilómetros e quilómetros percorridos por terras desconhecidas, horários incompletos, excesso de níveis, alunos e turmas (cheguei a ter 250 alunos distribuídos por 11 turmas, quer do ensino básico e secundário), horas extraordinárias, quase que deixei de ter vida própria; para agora, de um momento para o outro,abandonar?! Sou dispensável, por ser contratada?!
    Sindicatos? Já nem as cotas em dia, vale a pena... sou contratada...

    Ps: Creio que não estou sozinha nesta situação, assim como não estou errada quanto aquilo que me espera...Em qualquer dos casos, desafio-os a argumentar e a contra-argumentar. Qualquer ajuda, é bem vinda.

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