quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Pelo contrário... Deveria ter muito medo

Escola pública não deve ter medo do modelo competitivo do privado 

Comentário: Querer que a escola pública adote um paradigma mercantilista é essencialmente aumentar a discrepância entre classes (principalmente se considerarmos que a classe média se não foi extinta por este Governo estará gravemente doente). Não me parece de todo positivo este tipo de modelo competitivo para as famílias menos estruturadas ou com menores possibilidades económicas.

Para além disso, conheço relativamente bem uma escola pública onde se adotou a perspetiva do aluno enquanto "cliente", e não tenho qualquer dúvida em afirmar que as relações entre professores e entre professores/alunos se degradou bastante. Os professores passaram a ser vistos como "prestadores de serviços", sujeitos a reclamações e queixas (na direção) por tudo e por nada e rapidamente acusados e julgados em público. Até mesmo a manutenção da disciplina na sala de aula foi posta em causa, uma vez que a ordem de saída da sala de aula implicará prejuízo na avaliação do docente.

Enfim.

Se é este o modelo pretendido para a escola pública, parece-me que teremos mais reformas antecipadas, mais rescisões amigáveis e um cada vez mais provável abandono da profissão para aqueles que entraram mais recentemente no sistema público de educação.

4 comentários:

  1. A quem puder esclarecer-me…
    Qual a legislação em vigor que regulamenta as aulas de substituição? (Se é que elas ainda estão em vigor… na minha escola estão… com plano, sem plano, todos os dias aparece no placard uma grelha com as pessoas a substituir e com os respetivos substitutos).

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  2. Em relação ao texto do colega Ricardo, estou totalmente de caordo com tudo o que disse, pois já vivi na pele essa realidade. Na Escola Secundária de Vizela, fui prejudicado na avaliação (tinha aulas assistidas e elementos para obter pelo menos o Muito Bom) por causa de fazer participações disciplinares de factos realmente gravosos e atentatórios contra a minha dignidade de docente e pessoal.
    No atual agrupamento onde presto aulas, o agrupamento nº 3 de Rio Tinto, esta visão é levada a extremos e ciaram mesmo a sinistra figura da "assessoria", ou seja, para supostamente controlar o comportamento dos alunos, temos um ou mais colegas dentro da nossa aula a controlarem-nos e nem sequer somos autónomos para marcar os nossos próprios testes de avaliação ou mesmo de decidir se aceitamos a assessoria, esta é-nos imposta. Uma situação de verdadeiro horror ao qual estou a ser sujeito em quase todas as turmas que tenho a cargo (4 em 6 têm esta assessoria).
    Já não somos professores, apenas "domadores de feras selvagens" e mal.

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  3. E continuamos todos cornos mansos...

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  4. A escola pública não tem de ter medo do modelo do privado, não senhor! Deve ter medo - e muito!! - da veneta do ministro. Isso sim!! E tanto mal disseram os senhores professores do mandato da Ministra MLR!!! Que péssimos avaliadores são, por vezes, muitas vezes os professores... (e olhem que eu fui uma durante 40 breves anos...)

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