...não ouvir os comentários de Miguel Sousa Tavares, mas não consegui. É inegável admitir que este senhor tem um problema com a nossa classe profissional.
E tem mesmo, desde que os blogs de professores trouxeram à evidência tratar-se de um escritor muitos furos abaixo da propaganda/publicidade. O homem não mais perdoou.
Não gosto do senhor Sousa Tavares. Mas desta vez tenho que lhe dar razão... Talvez se tenha excedido um pouco na forma, mas no conteúdo concordo globalmente com ele. E sim, sou professor e não suporto o que nos andam a fazer. Mas o sentimento de não cumprir um dever profissional é demasiado incomodativo para me permitir aderir a esta greve. É um desabafo, bem sei que impopular, mas se vivemos em democracia não há que ter medo de dizer o que pensamos. Crato é ministro numa altura errada. Acredito nas suas boas intenções, gosto dos seus livros, creio no seu entendimento da educação nacional... mas a situação absurda que vivemos impede-o de fazer pela educação aquilo que todos queremos. Tenho dito.
Colegas, ignorem e não se preocupem com o Sousa Tavares, porque é um cobarde; se o amearçarmos com tribunal, ele pede logo desculpa e diz que se excedeu - PALHAÇO!
"Mas o sentimento de não cumprir um dever profissional é demasiado incomodativo para me permitir aderir a esta greve."- cito anónimo professor
Permita-me contrapor argumentos...
Cumpro o meu dever profissional quando: 1- Preparo as aulas 2- Dou as aulas; 3- Preparo fichas; 4- Elaboro testes; 5- Aplico testes; 6- Corrijo testes; 7- Tiro dúvidas aos alunos; 8- Faço atividades para os alunos extra aula; 9- Vou ao sábado ao IST acompanhar alunos a olimpíadas de Física; 10- Faço o trabalho de direção de turma; 11- ...
Não cumpro o meu dever quando: 1- Lavo o material no final das aulas experimentais; 2- Faço as matrículas dos alunos; 3- Faço o trabalho de secretário de mim próprio ao passar horas a preencher envelopes e avisos de receção para os EE; 4- Faço de psicólogo dos meus alunos; 5- Pago o pequeno almoço a alunos; 6- ...
Quanto ao serviço de exames, acho que merecia o respeito do ministério da educação na tentativa de resolver um problema que, cada vez é mais evidente, não quis resolver com a mudança da data do exame. Agora o exame foi (afinal de contas) remarcado. Se 20 mil alunos não fizeram o exame é porque todas as soluções do governo foram, manifestamente, insuficientes.
Eu, ao fazer greve, sinto que cumpri o meu dever perante o futuro do país e da educação, logo, cumpri o meu dever como professor. Já o ministro e o governo, tenho as minhas dúvidas.
Não ouvi, recuso-me. Tentei ontem ouvir o Crato, mas dois minutos e desisti. Não vale a pena ouvir quem não nos merece.
ResponderEliminarEu tentei para ver se o "problema" já estava um pouco melhor, mas ao fim de alguns segundos, constatei que estava tudo na mesmo.
ResponderEliminarÉ visceral...
E tem mesmo, desde que os blogs de professores trouxeram à evidência tratar-se de um escritor muitos furos abaixo da propaganda/publicidade. O homem não mais perdoou.
ResponderEliminarNão gosto do senhor Sousa Tavares. Mas desta vez tenho que lhe dar razão... Talvez se tenha excedido um pouco na forma, mas no conteúdo concordo globalmente com ele. E sim, sou professor e não suporto o que nos andam a fazer. Mas o sentimento de não cumprir um dever profissional é demasiado incomodativo para me permitir aderir a esta greve. É um desabafo, bem sei que impopular, mas se vivemos em democracia não há que ter medo de dizer o que pensamos. Crato é ministro numa altura errada. Acredito nas suas boas intenções, gosto dos seus livros, creio no seu entendimento da educação nacional... mas a situação absurda que vivemos impede-o de fazer pela educação aquilo que todos queremos. Tenho dito.
ResponderEliminarColegas, ignorem e não se preocupem com o Sousa Tavares, porque é um cobarde; se o amearçarmos com tribunal, ele pede logo desculpa e diz que se excedeu - PALHAÇO!
ResponderEliminar"Mas o sentimento de não cumprir um dever profissional é demasiado incomodativo para me permitir aderir a esta greve."- cito anónimo professor
ResponderEliminarPermita-me contrapor argumentos...
Cumpro o meu dever profissional quando:
1- Preparo as aulas
2- Dou as aulas;
3- Preparo fichas;
4- Elaboro testes;
5- Aplico testes;
6- Corrijo testes;
7- Tiro dúvidas aos alunos;
8- Faço atividades para os alunos extra aula;
9- Vou ao sábado ao IST acompanhar alunos a olimpíadas de Física;
10- Faço o trabalho de direção de turma;
11- ...
Não cumpro o meu dever quando:
1- Lavo o material no final das aulas experimentais;
2- Faço as matrículas dos alunos;
3- Faço o trabalho de secretário de mim próprio ao passar horas a preencher envelopes e avisos de receção para os EE;
4- Faço de psicólogo dos meus alunos;
5- Pago o pequeno almoço a alunos;
6- ...
Quanto ao serviço de exames, acho que merecia o respeito do ministério da educação na tentativa de resolver um problema que, cada vez é mais evidente, não quis resolver com a mudança da data do exame. Agora o exame foi (afinal de contas) remarcado. Se 20 mil alunos não fizeram o exame é porque todas as soluções do governo foram, manifestamente, insuficientes.
Eu, ao fazer greve, sinto que cumpri o meu dever perante o futuro do país e da educação, logo, cumpri o meu dever como professor. Já o ministro e o governo, tenho as minhas dúvidas.
Desculpem o testamento.
Boa noite.
HC