sábado, 24 de novembro de 2012

Números para canhão


 Esta semana foi profícua em notícias que revelam a ofensiva à classe docente, mais especificamente aos professores contratados, (que neste momento são apenas números a abater).
 Desde o despedimento em massa dos professores contratados “menos 14% de despesa com pessoal à custa dos professores” que nem direito à caducidade têm por cessação de contrato, como todos os demais trabalhadores, até à vinculação extraordinária, que neste momento está neste ponto “FNE defende “anulação” do concurso extraordinário para a vinculação de professores”. (depois de sabermos que o número de vagas a abrir certamente que não servirá o propósito inicial que era reduzir significativamente a precariedade docente).
 Algumas destas notícias não são novidade, mas são reveladoras que, sem apelo nem agrado se escolheu os professores contratados como alvo. Um alvo totalmente desprotegido e fácil, assim se pensa. Como se isto não fosse já por si suficiente, temos ainda a confusão das contratações de escola que também têm sido divulgadas na imprensa. Estas notícias são a prova dos constantes ataques aos direitos básicos destes professores, muitos que têm trabalhado há mais de uma década na Escola Pública sem terem acesso à carreira numa clara violação e não cumprimento da diretiva Europeia quanto aos contratos a termo.
  Não me interpretem mal, este post não é sobre qualquer tipo de autocomiseração, é uma síntese sobre os factos reveladores do não cumprimento da diretiva europeia, da falta de equidade entre os docentes contratados da escola pública e dos restantes trabalhadores privados e sobre a falta de dignidade de quem trata assim os seus professores.
Factos são Factos.

6 comentários:

  1. "da falta de equidade entre os docentes contratados da escola pública e dos restantes trabalhadores privados" ?!

    E da falta de equidade entre os docentes contratados da escola pública e os docentes de carreira da escola pública? Trabalho igual, direitos iguais.

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  2. É o mal de pertencermos a uma classe profissional que foi, nos últimos 20 anos, inchando por completo até rebentar.
    Foram tantas as benesses concedidas ao longo de tantos anos que agora temos o volte-face. E serão os mais novos e contratados quem mais irão sofrer pelo facto dos que agora se vão reformar terem recebido tantas benesses durante tantos anos, desde progressões automáticas de escalão até às reformas antes dos 60 anos, mais as auto-avaliações "faz de conta" e os artigos 102º e as reduções de componente lectiva e muito mais.
    Agora, somos tantos (quase um terço) do funcionalismo público que somos "carne para canhão". Infelizmente...

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  3. Pedro:
    Parece-me que esses argumentos não justificam a forma como os contratados têm sido tratados sem qualquer respeito pelos direitos básicos.
    Isso de sermos tantos/demais é uma história mal contada. Como deves já ter percebido, a escola pública ficou em causa com os cortes feitos.

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  4. blog1: http://escuelagaditanaenlucha.blogspot.com.es/
    blog2: http://seritiumporlapublica.blogspot.com.es/
    email: instituto.seritium@gmail.com

    Dear headmaster, dear teachers.

    This is a group of teachers from a High School in Spain where financial crisis has begun to strike, we have noticed a general worsening in our daily environment. Firstly, students' family incomes are being cut as many of their parents don't actually work and we presume their chances to graduate in a university (or in high level professional studies) will be reduced drastically. Secondly, our working conditions have been getting worse recently (working hours have been increased and salaries cut) and a new Educational Law is being planned. It would appear that many of us will not be needed any more. Besides that, many public issues in Spain, always applying to lower or middle classes, have been affected like public healthcare, town hall services, etc. But the cruelest, performed by banks and our laws, is that they foreclose on mortgages and evict people from of their homes, whilst still having to repay most of the outstanding debt.

    During the last academic year we started to organize ourselves in order to resist against these unfair rules. With regard to the usual actions like strikes or demonstrations, we've realized that other measures should be carried out. Among them, a local teachers convention to decide how to formulate teaching materials or educational resources to inform and educate students, and even their families of the effect of the crisis and how to adapt in the future.

    In general, we've realized there's a lack of information as well. News run on mass media but many people don't understand what a particular brief means. Many people don't seem to be concerned about crisis although their salaries have been cut down, and simply look ahead, wishing the storm would pass soon.

    Of course, we've heard of Greek, Portuguese & Irish issues, but these were global news, sometimes unfocused by political reasons. We know almost nothing about your daily life at this moment. We wonder how a usual day at school is, the difficulties that teachers have to face (regarding educational laws, how they have been modified), how the crisis is affecting normal people and their children, students' expectations... Even more, can we get information, for instance, about a specific student and his/her family which situation would be remarkable? We underline that all names will be swapped by fictitious ones and all minors faces in photographs will be protected by masking them.

    All information received will be displayed on school exhibitions or slide presentations. It won't be displayed on any other contexts.

    If you can agree our idea, thanks in advance.
    Regards.

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  5. "que nem direito à caducidade têm por cessação de contrato, como todos os demais trabalhadores,"
    Isto não é verdade. Os contratados têm direito à caducidade nas o ministério não tem respeitado esse direito.
    Da minha parte já fiz o que tinha a fazer dois processos em tribunal. Um para me pagarem a caducidade do ano letivo 2010/2011 e outro para me pagarem a caducidade do ano letico 2011/2012.

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  6. Álvaro, concordo contigo quando dizes que nada justifica a forma como muitos contratados têm sido tratados.
    Conheço colegas que já são contratados há 15 anos. Ora, se são necessários ao sistema deviam já estar vinculados ou, pelo menos, receber o mesmo que um colega do quadro com 15 anos de serviço. Por isso é que defendo que o sistema salarial docente deveria ser totalmente revisto...

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