sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mediador... e não professor


Comentário: Fui alertado por alguns emails de colegas (e não só) assim como pelo Paulo (num comentário feito a este post) de que esta oferta de escola se destinava a um mediador e não a um professor. A notícia do Sol levou-me ao engano... No entanto, e como sempre faço, quando erro assumo que o fiz sem qualquer problema para a minha auto-estima. A oferta de escola em questão deverá ser aquela que a seguir coloco (e que foi furtada do blogue "Professores Contratados":



Todos compreendemos a especificidade da função de mediador e o benefício de ter alguém de etnia cigana na função de moderador quando estamos a falar de alunos desta etnia. Compreendo também que será muito complicado que o patriarca de uma comunidade cigana aceite como mediador alguém que não seja cigano (então se for mulher, estará o caso definitivamente encerrado), por diversos motivos, nomeadamente o profundo conhecimento dos costumes e tradições que alguém desta etnia certamente terá. No entanto, e mesmo sabendo nós que seriam poucos os candidatos "não ciganos" a concorrer a esta oferta de escola, continuo a considerar que a forma como foi redigido o critério de selecção constitui descriminação racial.

Mais, se concordar com este tipo de discriminação (para mediador) poderei fazer uma analogia (de um ponto de vista não legal, obviamente) com o critério da continuidade pedagógica (para professor), pois existem algumas turmas de bairros complicados, com especificidades próprias ao nível de comportamento na sala de aula (e mesmo fora dela) e que exigem alguém com um conhecimento mais profundo da realidade local. Quem já deu aulas a cabo-verdianos (por exemplo) saberá do que estou a falar... Poderia compreender uma especial preferência para, mas não a exclusividade.

Dito isto, será realmente muito mais positivo e benéfico para a escola alguém de etnia cigana para gerir a mediação, mas alguém pode afirmar inequivocamente que a forma como se encontra expresso o critério de selecção em questão não pode ser considerada discriminação racial? Para mim, não... Estamos perante discriminação. Outros também poderiam desempenhar a função... Provavelmente menos bem, mas mesmo assim...

13 comentários:

  1. Ricardo, uma oferta de emprego pública que tem como critério a etnia, não pode ter legitimidade possível. Se me disserem que, após entrevista a vários candidatos, escolherem alguém que, para além de bom profissional, percebe melhor o contexto social da população escolar por ser de étnica cigana, é uma coisa. Agora, que a etnia seja um critério, seja para que cargo for, é uma regressão na história dos direitos humanos. Admiro muito o teu trabalho aqui no blogue, já elogiei muitas vezes opiniões e informações dadas por ti, por isso afirmo sem problemas que me choca um pouco ver este post aqui. Discriminação é sempre discriminação, e qualquer excepção pode conduzir a regras que nenhum de nós quererá sentir.

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  2. Errata: * por ser de etnia cigana

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  3. A idiotia parece ser ilimitada…
    Vejamos, se querem um cigano para dar aulas fazer de DT ou a merda que quiserem, então arranjem escolas próprias para ciganos só com professores ciganos, depois continuem e façam isso com os pretos (separados por origem, pois, por exemplo, os cabo-verdianos e os angolanos odeiam-se), com os ucranianos, com os brasileiros e por aí fora…
    Tenham mas é juízo e poupem-me de ouvir mais disparates do que aquele que li…

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  4. Ricardo sempre admirei o seu blog mas esse comentário é uma idiotice, nem parece seu. Subscrevo o que o quink644 disse. Seguindo essa lógica, vamos começar a separar os estrangeiros dos portugueses, os católicos dos protestantes e homosexuais dos heterosexuais; ia ser muito complicado de criar horários para uma escola assim. Tal coisa seria impensável, inadmissível e vergonha!

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  5. * Errata: homossexuais, heterossexuais

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  6. Para Sara: Leia novamente o que escrevi neste post, acrescente o outro lá mais para baixo (http://profslusos.blogspot.com/2011/10/isto-sim-e-um-criterio-ilegal.html) e diga-me onde discordamos. É que a meu ver estamos em consonância. Não compreendi mesmo onde é que discordamos... Partilho a 100% aquilo que escreveu e que (insisto) coincide com o post.

    Acredito que tenha lido muito rápido ou esteja cansada, de outra forma não consigo compreender a origem do seu "choque".

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  7. Ricardo, confesso que não terei conseguido ler o seu comentário com a objectividade devida. Algumas afirmações terão toldado a minha capacidade de encontrar concordância entre as nossas opiniões. De qualquer forma, o meu choque persiste, não consigo, mas com este retrocesso dos direitos humanos... A história repete-se, já sabemos, mas é lamentável ver isso acontecer, assim de forma tão natural...

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  8. Já vai sendo tempo é de retirar subsídios, casas e apoios sociais aos ciganos e obrigá-los a trabalhar e a viver como gente. As únicas coisas que mais de 500 anos de isolamento e de uma "cultura muito própria" fizeram foi criar um bando de parasitas que só sabe chorar por direitos (por causa do "racismo") e uma comunidade com graves problemas de consanguinidade como se calhar nunca a Humanidade viu. É incrível o panorama de ciganos com deficiência de qualquer tipo e grau em Portugal. Tudo fruto da sua "cultura" dos seus "hábitos" e "tradições".

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  9. já agora, para lisboetas um professor lisboeta; para portuenses um professor portuense; para minhotos um professor minhoto; para algarvios um professor algarvio, para cabo-verdianos talvez uma escola em Cabo Verde, para angolanos...

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  10. Quando é que alguém põe esses ciganos na "linha", fazem o que querem na escola, agredindo professores e colegas. Eles só estão na escola por causa dos subsídios. Não me venham cá com a psicologia, pois vem sei qua os paises dos famosos psicologos não aceitam esta escumalha na escola.

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  11. Assinem a PETIÇÃO, neste site:

    http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N14808

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  12. O que faz esta oferta de emprego num concurso de professores???...a pessoa em causa não é professor e nem tem habilitações para isso!!!

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  13. O que é isto de "Experiência Pedagógica" apenas com o 1º CEB??? faz algum sentido??? já chega de achincalhar os professores!!!

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