quinta-feira, 6 de outubro de 2011

FINALMENTE...


Comentário: Finalmente a divulgação dos critérios manhosos feita neste e em outros blogues começa a produzir algum efeito. Reconheço que já estava a perder um pouco o ânimo... É que a brincar e já lá vão pelo menos 26 posts a alertar para os critérios "manhosos".

Parece-me que o termo "viciar" utilizado no artigo possa ser considerado um pouco forte... Obviamente que  com tantos critérios "manhosos" as ofertas de escola acabam por levantar dúvidas quanto à justiça dos mesmos (a par das denominadas "renovações"), mas não as levanta no que concerne à legalidade. Pelo menos a esmagadora maioria dos critérios que entretanto pude ver (por exemplo, a tal habilitação própria pedida por uma escola  não me parece legal).

Assim, e não obstante de caber à direcção de uma escola/agrupamento a fixação de critérios de selecção (obviamente que vinculados ao parecer de um Conselho Pedagógico) o certo é que estamos perante algo perfeitamente legal, se bem que injusto em muitos casos. E a injustiça prende-se com a "camuflada" continuidade pedagógica que subjaz a esses critérios, não dando hipótese a outros para que mostrem o seu valor.

Só existe uma forma de parar com estes "concursos"... O normativo legal que estabelece as "regras" das ofertas de escola tem de ser alterado. E alterado no sentido do cumprimento da graduação em termos nacionais. É o critério mais justo! Mas não só. Também têm de ser alterada as condições de denúncia do contrato, não permitindo desistências consecutivas de colegas contratados deste ou daquele horário - factor que faz com que muitas turmas passem semanas inteiras sem professor. Isso também não é justo! Como já escrevi há algum tempo é este um dos principais motivos que levou muitas escolas/agrupamentos a introduzir critérios "manhosos". Não é justo acabar com a "manha" da escola sem eliminar a "manha" de alguns colegas. Bem sei que alguns me vão interpretar mal, mas a verdade é que tanto uma "manha" (a de algumas escolas) como outra (a de alguns colegas) são perfeitamente legais. Se apontamos o dedo a uma não podemos esquecer a outra.

Assim, cortamos com a injustiça do critérios personalizados e retiramos o argumento às escolas para que os utilizem. Creio que se formos por aqui, juntamente com petições (correctamente elaboradas), pressão sindical e alguma divulgação, poderemos ter sucesso em terminar com as actuais ofertas de escola.

15 comentários:

  1. Concordo.
    Se não se travarem estas habilidades e esta tendência dos concursos, cairemos na pura arbitrariedade.
    Mas considero que é mesmo um "viciar" dos concursos. Se uma oferta coloca a continuidade pedagógica como determinante está a criar um "fato por medida" a um professor e a impedir(0% de possibilidades) todos os restantes de con/correrem con esse. Ora isso não é um concurso. É um "dado" que, por muitas vezes que seja lançado, cai sempre no mesmo número. É um vício permitido pelos buracos da lei.
    f.dias

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  2. Subscrevo o que o colega escreveu.

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  3. Para f.dias: Vamos ver é se mais colegas concordam. Por vezes acontece que concordam com uma parte e não com a outra. Mas neste caso, são indissociáveis para o bem da educação em Portugal.

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  4. Eu próprio já usei essa manha, para poder ficar mais perto de casa, e sinceramente concordo com o fim da mesma. Se concorremos para uma escola, estamos à partida a aceitar ir para lá. Não se deve concorrer para escolas só por concorrer. Por isso, eu como professor contratado aceito essa mudança na denuncia de contratos, se em contrapartida acabarem os critérios manhosos de selecção.

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  5. CONCORDO plenamente com tudo que o Ricardo disse. Não podemos querer justiça só para o nosso lado. Temos de encontrar o equilibrio e ... acho que o equilibrio esta nas palavras do Ricardo :) :)

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  6. Acho que está a faltar aqui alguma informação relativamente à denúncia dos contratos. A questão de denunciar contrato após contrato, existiu até ao ano lectivo 2009/2010...desde o ano lectivo passado que alteraram esta questão. Assim sendo, os professores só poderão denunciar o primeiro contrato que celebrarem...só têm período experimental nesse primeiro contrato, e a partir daí uma denúncia, leva ao impedimento de realizar qualquer outro contrato escolar nesse ano lectivo. Desta forma, a questão dos alunos permanecerem sem professor durante longos períodos de tempo está salvaguardada........já a "manipulação" dos critérios não...

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  7. Os factos falam por si.
    Há muita coisa "ANORMAL" nestes concursos de Escola.
    É URGENTE um amplo movimento de professores para revogar esta legislação.
    Tem que ser agora. MEXAM-SE!

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  8. Para Luis: Dou-te os parabéns pelo teu comentário. Concordo plenamente com tudo o que escreveste.

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  9. Para Cristiana Bessa: Colega, e eu não disse o contrário. Tem toda a razão no que afirma, no entanto, imagine o seguinte exemplo (que não é raro ocorrer): vários colegas fazem a tal denúncia única para o mesmo horário.

    Provavelmente não terei sido claro com o que escrevi no post, por falta de exemplos, no entanto, creio que com esta concretização talvez fique mais claro.

    E sim... Até há uns tempos atrás, era diferente (para pior), no entanto, continuam a ocorrer situações complicadas de gerir para as escolas.

    Obviamente que nem uma nem outra serão justas. Nem a escola que escolhe critérios "manhosos" nem o colega que concorreu especificamente para aquela escola (teve um motivo para tal) e depois optou por denunciar.

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  10. Ricardo,
    Concordo quase plenamente com o que disseste, só não concordo que o critério mais justo seja a graduação, mas sim o número de ordem.
    Isto porque existem colegas que estão em segunda prioridade por opção. Sabemos bem que a maioria das colocações no privado em tempos era a cunha, é certo que hoje já não é tanto assim.
    Se queremos ser justos então o melhor critério será o número de ordem e não a graduação.
    Quantas vezes ouvi à boca cheia " estou no privado porque estou perto de casa", pois é, é muito complicado em cada inicio de ano letivo mudarmos de casa, de escola, de colegas, de ambientes,estarmos longe dos nossos, resumindo mudar toda a nossa vida!
    Eu tenho meia dúzia de anos de serviço, mas já estive em mais escolas do que grande maioria dos colegas que estão no privado e que atualmente têm maior graduação do que eu!
    Nas ofertas de escola em que o critério seja a graduação profissional facilmente sou ultrapassada!
    Sei que muitos colegas poderão não concordar comigo, mas penso que assim seria mais justo!
    Cumprimentos.

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  11. Mas, as proprias escolas manipulam os concursos. Como é possivel que hoje apareça um horario completo por "aumento de turmas". isto está feito para que mts colegas já tenham renunciado um horario e assim não possam desistir desse para apanhar um mais perto de casa ou então completo.
    eu estou com incompleto e no presente ano já foi ultrapassado por muitas razões: continuidade pedagogica (numa subst por doença); distancia de residência; ter hablitação para o grupo (mas não dizer se querem propria ou profissional em que meteram uma senhora com hab propria); colegas que no ano passado tiveram horarios incompletos mas que este ano no criterio do tempo de serviço ate 31 de agosto estão a fazer as contas como se tivessem 365 dias do ano passado e ainda aparecem nas escolas com as avaliações de mt bom e de Excelente para subirem ainda mais.

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  12. para concurso na escola publica,deveria contar os anos de serviço na publica.
    comeram-lhes a carne,devem roer os ossos...
    na privada,tambem têm beneficios diferentes os que estão nesse colegio há mais tempo.
    não se compreende,que o tempo antes da profissionalização seja contado de forma diferente.
    penso que os concursos,já foram mais justos.

    sempre houve coisitas...mas,tantas,nunca.

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  13. Subscrevo tudo o que o Ricardo disse.

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  14. É urgente em favor da dignidade, do respeito, da verdade, da justiça, da educação... acabar de vez com o abuso do poder desmedido que altera o que não deve! Ou Seja, as OE que não respeitam o próprio estatuto da carreira docente.

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  15. Eu tenho 14 anos de serviço no grupo 430 e este ano também não obtive colocação. Tenho concorrido a OE, mas sou sempre ultrapassada por colegas com menos graduação.Cheguei a entregar uma reclamação numa escola para tentar perceber os critérios de seleção, mas até hoje ainda não obtive qualquer resposta (fiz a reclamação há mais de 1 mês). Esta injustiça e estes critérios "manhosos" têm que acabar.
    Lurdes

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