quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma mera questão de lealdade?

Ainda relativamente à demissão de um colega do cargo de Coordenador da Equipa de Apoio às Escolas:

a) O cargo de coordenador resulta de uma nomeação. À nomeação subjaz a aplicação das leis e orientações do governo, no entanto, será que implica a anulação da consciência?

b) A assinatura de um documento relativo à discordância com uma dessas leis implica obrigatoriamente ser menos competente na aplicação da mesma?

c) O cargo de nomeação é político, mas a lealdade é para com a cor política ou para com os portugueses?

d) As funções da equipa de coordenação das escolas serão desvirtuadas apenas porque o coordenador discorda deste modelo de Avaliação do Desempenho Docente (ADD)?

e) Será que a demissão ou recusa de um cargo não é um caminho mais fácil em alternativa ao permanecer no cargo e tentar intervir no sentido da correcção de uma injustiça legislativa?

Atenção que não estou a dizer que o colega não se podia ter demitido da função de coordenador por discordar no modelo de ADD, no entanto, parece-me que mais do que analisar a atitude do colega será interessante também não esquecer a atitude do governo. E essa tem uma designação: PRESSÃO!

Para além disso, se fossemos a enveredar por uma de "demissão" por discordância de leis e orientações governativas, creio que restariam poucos professores no sistema educativo português.

10 comentários:

  1. Se há professor que têm motivos para discordar desta ADD éexactametne este colegas. Poucos a conhecem melhor que ele.


    Quanto aos destinatários do teu post, a mim bastava que se demitissem do papel de avaliados.
    Mas isso já sei que não vai acontecer. É fácil dizer aos outros para tomarem as medidas mais duras. Mais dificil é adoptarem as medidas mais duras que podem tomar.

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  2. Venho apenas deixar as simples palavras: PLENAMENTE DE ACORDO Ricardo!

    Susana Martinho

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  3. NÃO PROCUREM MÁRTIRES, p.f.

    Ricardo, haverá inocentes nesta história?
    Obviamente que um indivíduo que aceita um cargo para implementar as políticas do governo não pode assinar um documento contra essas mesmas políticas, certo?
    Digo mais, o colega devia ter-se demitido e não esperar que o demitissem.
    O que deve ser questionado é a existência destas equipas de apoio ou melhor de AMEAÇA às escolas. Já alguém fez as contas aos gastos que o ME tem com estas equipas? Não! Mas choram-se 43 milhões em prol dos alunos e da escola pública.

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  4. Peço desculpa mas não concordo com o anónino das 9.03. Acho que fez muito bem em aguardar que o demitissem para mostrar ao povo como são feitas as coisas. Se ele se demitisse, ninguem lhe ligaria nenhuma, nem quereriam saber os porquês. Assim, sendo demitido, Portugal fica a saber que, ou comunga das leis ou estão na rua. Como disse o Ricardo, "já não se pode ter consciência", aliás, seguindo este modelo de avaliação, ensino e por ai fora, já não se pode ousar pensar, reflectir, melhorar..."estávamos à beira do precipicio, mas tomamos a atitude correcta: demos um passo em frente"...

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  5. Para o Anónimo das 9:03

    Ainda bem que diz isto:
    "Obviamente que um indivíduo que aceita um cargo para implementar as políticas do governo não pode assinar um documento contra essas mesmas políticas, certo?"


    Uma vez que "2- O pessoal docente, no exercício das funções que
    lhe estão atribuídas nos termos do presente Estatuto, está
    ainda obrigado ao cumprimento dos seguintes deveres
    profissionais:
    (...)
    h) Conhecer, respeitar e cumprir as disposições
    normativas sobre educação, cooperando com a
    administração educativa na prossecução dos objectivos
    decorrentes da política educativa, no interesse dos alunos
    e da sociedade." (ECD, artigo 10º)
    e tendo em conta a sua afirmação, obviamente que se vai dimitir do seu cargo de professor (caso o seja), pois é seu dever profissinal implementar as politicas ediúcativas. Certo?

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  6. Advogado do Diabo.
    Parece que não sabe qual é a diferença entre concurso e nomeação e/ou convite para assumir um cargo, como já foi abaixo referido, e muito bem, pela comentadora Ana Gudes.
    Eu exerço a função para a qual adquiri habilitações académicas e cumpro os deveres que me são exigidos. O mesmo não posso falar dos direitos que devia ter e não tenho, já que sou contratada há 16 anos.
    Pedir a demissão? Não preciso. Todos os anos SOU DEMITIDA.

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  7. Para m&m

    Conhecço muito bem essa diferença.

    Acontece que já começo a ficar cansado de "moralista", que exigem tudo aos OUTROS.
    A estes "moraliatas" começo a exigir que pratiquem aquilo que exigem aos OUTROS.

    Querem que outros se demitem por aplicarem as politicas deste governo, mesmo estando contra, então dêem o exemplo. Começem os proprios por se demitirem.


    Este caso concreto foi uma resposta, PROPOSITADAMENTE EXAGERADA, a um comentário exagerado. Foi um chamar de atenção para os exageros que alguns dizem e como podem ser facilmente postos em causa.

    Sabe qual é a proposta "realista" que faço a estes "moralistas"?
    Não é a de se demitirem de professores. É a de se demitirem da função de avaliados.
    Devem recusar serem avaliados. Não terem qualquer avaliação.

    Não basta não entregarem os objectivos e não pedirem as aulas assistidas. Para estes "moralistas" isso não chega.

    Para estes "moralistas" um Bom deve ser vergonhoso. Se não for, não passam dos maiores hipócritas, que tudo exigem aos OUTROS, que tudo julgam nos OUTROS mas que, no final, fazem o necessário para ter aquele BOM que, dizem, ser desnecessário.


    Sabe, conheço muitos destes "moralistas". Daqui a uns meses vou vê-los a ir ter com aqueles que tanto criticaram a pedir uma cópia do relatório e das evidências "para tirar ideias", como já o fizeram no passado.

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  8. Plenamente de acordo com o Advogado do Diabo!

    A reter a seguinte ideia
    :"Sabe qual é a proposta "realista" que faço a estes "moralistas"?
    Não é a de se demitirem de professores. É a de se demitirem da função de avaliados.
    Devem recusar serem avaliados. Não terem qualquer avaliação."

    Pois é que, como comentei num post anterior, estes mesmos avaliados "põem-se a jeito" perante o ME e depois vão para a rua fazer manifestações. De que adiantam para estes as manifestações depois de já se terem vendido?

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  9. Para o ultimo anónimo


    Qual foi o avaliado que não se vai por a jeito?
    Isso é o que quero ver.
    Por acaso pensa que se não pedir aulas assistidas e não entregar os OI não está a ser avaliado?
    Pensa que aquele Bom que quer ter no final não é uma avaliação?


    Concluindo, o colega nãoo concorda com o que digo, pelo simples facto de não entender, ou não queruer entender, aquilo que eu digo.
    Dexei-me ser muito claro. Se concorda com o que eu digo. Não basta não pedir OI, nem não pedir aulas assisitidas. Isso não é suficiente.
    Se concorda com o que digo, nem sequer vai entregar o relatório de auto-avaliação. Não vai fazer nem entregar seja o que for para ser avalaiado.
    Isso sím é que é concordar com o que eu digo.

    O que diz não passa de retórica para se auto-desculpabilizar e culpabilizar outros.

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  10. Ao Advogado do Diabo!

    Por este último comentário que me fez, conclui que não me fiz entender, ou que não fui suficientemente explícita.

    Mas já agora eu não tenho qualquer problema em ser avaliada,entendendo a avaliação mais como um feed-back do trabalho que realizo, mas segundo um modelo justo e credível.

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