sexta-feira, 13 de março de 2009

Afronta aos professores licenciados e profissionalizados em Espanhol.

Recebido por email, e a merecer uma leitura atenta:

"É do conhecimento geral a necessidade de formar professores de espanhol, uma vez que o número de professores existentes não chega para colmatar as necessidades que desde há três anos se verificam. O aumento de escolas nas quais a disciplina de espanhol é uma opção é algo que vemos com muito agrado e, como professores de espanhol que somos, com licenciaturas de quatro anos e mais dois anos de pós- licenciatura para obtermos a profissionalização, consideramos a expansão da língua espanhola uma mais-valia para os nossos alunos.

Esta necessidade de formação, deu origem a uma excepção aberta pelo Ministério da Educação para o concurso de contratação 2009/2010 em que, e passo a citar: “Também podem ser candidatos, com habilitação profissional, ao grupo de recrutamento código 350 (Espanhol) os seguintes docentes:

1– Candidatos titulares de uma qualificação profissional numa Língua estrangeira e/ou Português, que possuam na componente cientifica da sua formação, a variante Espanhol ou o Diploma Espanhol de Língua Estrangeira (DELE) nível C, do Instituto Cervantes.

2– Apenas poderão ser candidatos, os professores com qualificação profissional para os grupos de recrutamento 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330 e 340.”

Vimos por este meio mostrar a nossa indignação no que diz respeito a esta excepção, uma vez que gerará uma situação muito injusta para com os professores de espanhol profissionalizados na disciplina, uma vez que poderão ser ultrapassados na lista de graduação e consequente afectação ou colocação por docentes de outros grupos de recrutamento sem habilitação profissional efectiva para a disciplina. Consideramos que é urgente a formação de mais professores de espanhol de forma a responder às necessidades existentes, mas consideramos também que esta formação não pode passar somente pela rapidez mas também pela qualidade. Não queremos de forma alguma pôr em causa a capacidade e a credibilidade dos colegas dos referidos grupos de recrutamento, mas não nos de todo parece viável que lhes seja conferida habilitação profissional para o grupo de recrutamento 350 apenas por reunirem as condições consideradas excepcionais pelo Ministério da Educação. É uma situação injusta também para todos os candidatos licenciados em espanhol portadores de habilitação própria, que por algum motivo ainda não realizaram a profissionalização e para todos os candidatos finalistas, que não poderão concorrer ao concurso de contratação 2009/2010.

Por Anabela Guerreiro Mendes

Agora que todos sabem disso, será necessário intervir... Se ficarem quietos, os docentes do grupo de recrutamento 350, decerto irão perder imensas vagas e serão poucos os que conseguirão obter colocação.

9 comentários:

  1. Sou professora profissionalizada do grupo 350 (Espanhol) e sinto-me profundamente revoltada com a situação que se vai viver nestes concursos. Tirei uma licenciatura de cinco anos que incluiu um ano de estágio pedagógico nas disciplinas de Português e Espanhol e vejo agora que vou ser ultrapassada por colegas que terão menos habilitações e, muito provavelmente, falta de conhecimentos científicos para leccionar a disciplina de Espanhol.
    Para além da injustiça que representa para com os professores licenciados no grupo 350, esta situação trará como consequência, com toda a certeza, a degradação das aprendizagens dos alunos de Espanhol. Neste ano lectivo, já tive a oportunidade de assistir a um caso de um professor que, sem os conhecimentos científicos e pedagógicos necessários, foi contratado para substituir uma colega de Espanhol profissionalizada (que estava de licença de maternidade) e o resultado foi um "convite" para abandonar a escola, após as inúmeras queixas de pais, encarregados de educação e até de alunos.
    Não se pode permitir que situações destas se repitam, sobretudo com a "ajuda" do Ministério da Educação. Estou certa de que as entidades ministeriais da educação não têm conhecimento desta realidade. Não se pode cair neste erro.
    Somos poucos professores para tanta procura, é certo. Porém, não é esta a forma mais eficaz de resolver o problema, colocando os professores menos preparados em condições de igualdade com os professores profissionalizados no grupo de Espanhol.
    Precisamos de ajuda! Precisamos que a nossa situação seja tornada pública! Não é justo nem para os alunos que esperam aprender e que têm direito a ter um professor verdadeiramente preparado para os ensinar, nem para os professores que dedicaram 4 ou 5 anos da sua vida ao estudo da língua, literatura e cultura espanholas!

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  2. Avancem para uma providência cautelar!!!

    Força!!!

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  3. Alguma coisa tem que ser feita... Depois de 6 anos de formação em espanhol e mais 5 anos após profissionalização, sinto-me extremamente indignada com esta possibilidade de me "ultrapassarem" de forma indigna! A culpa não é dos colegas dos outros grupos que, seguramente, aproveitarão a oportunidade, mas sim do ME que, mais uma vez, resolveu "enxovalhar" a classe docente!!

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  4. Também sou do grupo e já mndei carts para os diferentes partidos políticos, a comunicação social e a CONFAP. Façãm o mesmo a ver se alguém se dá conta do absurdo desta situação.

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  5. Também sou docente do grupo 350, acho uma afronta o que se está a passar. Todos aqueles que como eu perderam anos a estudar a língua vão ser prejudicados. Esta situação não pode seguir em frente!

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  6. Será melhor organizarem-se e criarem um grupo de «defesa» do vosso grupo de recrutamento... e rapidamente! Se esperarem muito tempo, poderá ser tarde demais.

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  7. Como docente profissionalizada em LLM variante de estudos Portugueses e Espanhóis pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não posso acrescentar muito mais ao que aqui é dito pelos meus colegas... infelizmente é este o país em que nós ainda teimamos em viver e em dar o nosso contributo!!! Estávamos tão confiantes para efectivar... com jeitinho nem como contratados vamos ter lugar!

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  8. Boa tarde,

    Esta medida do governo só vai denegrir a imagem dos professores de Espanhol, pelo facilitismo que está a atribuir à colocação de docentes neste grupo.
    Sou licenciada em LLM, Estudos Ingleses e Espanhóis, ainda não profissionalizada e sinto-me perder a vez antes de a ter alcançado. Pior se sentirão os licenciados profissionalizados no grupo 350,e mais ainda quem tirou segunda licenciatura.

    Ana Catarina

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  9. Neste momento estou a fazer o curso na faculdade de Coimbra e estou a terminar a licenciatura LM Português/espanhol. Este ano vou entrar no mestrado e apesar de já estar no ensino, pois sou licenciada em 1º CEB. Decidi tirar o curso porque sou da vossa opinião. Creio que é uma injustiça pessoas que nem sequer se preocuparam em fazer o curso e se aproveitaram do decreto "ridiculo" que o governo fez para ficar no 350, enquanto pessoas que como eu decidiram não só leccionar a cadeira com a experiência e o curso que estou a tirar (sempre com habilitação própria no Espanhol)e continuo a fazer a profissionalização nesta área, se sujeita a chegar ao fim do curso e ser injustamente ultrapassada por pessoas que nem se designaram a tentar tirar o curso. Estou totalmente de acorde que existe professores não profissionalizados na área que estão a ensinar de forma incorrecta os alunos e depois temos que ( quem tem a preocupação em aprender e ensinar verdadeiramente a Lingua)repetir todos os conteúdos que infelizmente os "colegas" nunca deram ou nem sabiam explicar correctamente.
    O estado do Ensino do Espanhol preocupa-me, não só pelo facto de os alunos estarem a ser mal preparados, bem como creio que é urgente não deixarem que pessoas que nem sequer estudaram ou tentaram fazer o curso estejam a ocupar o lugar de quem se "matou" a estudar para ser profissional da área. Na minha opinião é o mesmo que agora com a falta de médicos que há colocarem enfermeiros no lugar de médicos e considerá-los profissionais de medicina. É absurdo o nosso governo deixar que haja pessoas a usurpar funções de outras área que não a da sua competência. Assim sendo, para que estou eu a tirara o curso?
    Eu senti-me injustiçada, quando depois de muito esforço para entrar na faculdade e começar a tirar o curso em LM - Espanhol/ Português, e a concorrer só em ofertas de escola. Vi uma colega que era formada em Português e nem sequer pensava em tirar o curso, candidatar-se e ficar com renovação de contrato dois anos seguidos. Afinal que justiça é esta? Para que fui eu tirar o curso? Se há falta de professores, deixem que aqueles que já estão a fazer o curso e têm dado aulas com habilitação própria fazer a profissionalização em serviço. nunca passar à frente de quem tem e estudou para tal habilitação profissional na área.
    Estou solidária com a vossa causa. Que tal um abaixo assinado?

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