quarta-feira, 15 de outubro de 2008

FENPROF divide... Ministério conquista.

No Diário de Notícias de 15/10/2008: "O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, anunciou ontem que "os professores virão de novo para a rua", em breve, em protesto contra as políticas do Ministério da Educação.

Em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião na Avenida 5 de Outubro, com a ministra Maria de Lurdes Rodrigues e os dois secretários de Estado da Educação, o sindicalista remeteu o anúncio do novo calendário de "luta" sindical para uma conferência de imprensa da "plataforma" de estruturas do sector, a realizar esta tarde em Lisboa.

Mário Nogueira adiantou, no entanto, que os sindicatos não vão associar-se ao protesto de professores previsto para dia 15 de Novembro. Não só por considerar que essa manifestação, convocada por grupos independentes de docentes, é marcada pelo " discurso anti-sindical, com propósitos nitidamente anti-sindicais", mas também por entender que os protestos têm de ser apontados para períodos compatíveis "com a negociação dos concursos [nacionais de colocação de professores]", sendo que, no seu entender, a data de 15 de Novembro seria "demasiado tarde para esse fim".(...)"

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: E lá está... A posição da FENPROF é definitiva! Não apoiam a manifestação, e pior do que isso criticam-na. É uma fase negra na vida dos professores. Não sei como é que será possível levar a "bom porto" a nossa indignação e cansaço. Podemos fazer diversas manifestações, mas em última análise quem negoceia com o Ministério da Educação são os sindicatos. E se estes se colocam fora de iniciativas deste tipo, por mero protagonismo (ou "dor de cotovelo"), reconheço que estamos a sofrer uma enorme "machadada" vindo de quem à partida nos deveria defender. Começo a questionar-me se este tipo de sindicatos serão realmente necessários. Começo a questionar-me que tipos de colegas ainda vão ser capazes de continuar a pagar cotas. Começo a questionar-me do porquê desta divisão entre sindicatos e professores.

Embora considerada como hipótese remota, nunca quis acreditar realmente que os sindicatos não fossem apoiar a manifestação de 15 de Novembro. O que leio em outros blogues, pode ser traduzida na expressão: "Os sindicatos traíram-nos". E por mais que não queira (pois desde o Memorando de Entendimento que já não esperava grande coisa dos sindicatos) acabo por também me sentir traído. Provavelmente só existirá uma saída para que os sindicatos nos voltem a defender e se deixem de medir forças com movimentos independentes, que será a desvinculação "em massa" dos sindicatos. Talvez esta medida, os faça reflectir sobre o descontentamento... O descontentamento, não com o Ministério da Educação, mas sim com as estruturas que nos deveriam defender.

Quanto à criação de uma ordem, sindicato ou eventual substituição de alguns dirigentes sindicais, não me parece ser uma boa medida, pois necessitamos que os sindicatos funcionem agora, e não daqui a meio ano (ou mais). Qualquer uma das opções anteriores demora demasiado tempo. No entanto, o deixar de pagar cotas é imediato, e pode ter reflexos quase "instântaneos" na forma de agir dos sindicatos. Não vislumbro outra alternativa... Infelizmente. Os sindicatos não "ouvem" os professores. Existem "lugares" que continuam "aquecidos" pela representatividade. Se os colocarmos em "perigo", pode ser que se "levantem" e façam aquilo para que supostamente nos representam.
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3 comentários:

  1. Membro do conselho nacional da FENPROF apela à unidade dos movimentos, associações e sindicatos na realização de marcha única em Novembro»

    http://raivaescondida.wordpress.com/2008/10/15/membro-do-conselho-nacional-da-fenprof-apela-a-unidade-dos-movimentos-associacoes-e-sindicatos-na-realizacao-de-marcha-unica-em-novembro/

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  2. Estamos, com tanta espontaneidade, a fazer o jogo do ME: dividir para reinar.

    Se enfraquecermos os sindicatos deixarão de haver interlocutores e, finalmente, o ME ficará com as mãos livres.

    Harakiri docente? Não obrigado!

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  3. Concordo plenamente António!

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