segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pais agridem professora.

No Correio da Manhã de 02/05/2008: "Um rapaz de 11 anos distraía-se com o colega do lado e a professora chamou-o à atenção. Só à segunda vez pegou na caderneta do aluno e, "de forma simbólica, tocou-lhe ligeiramente na cabeça", apurou a PSP junto de quatro colegas. O pai do aluno passava junto à Escola Básica Arquitecto Ribeiro Telles, no Bairro da Boavista, em Lisboa, e, depois de avisado, irrompeu pela sala de aula. A professora foi insultada de "filha da p..." e "vaca" e logo atingida por um dossiê em cheio junto à cabeça na tarde de 4 de Abril.

‘Maria’ (nome fictício), de 35 anos, 'entrou em pânico' com a agressividade do pai do aluno – a quem ainda tentou explicar com calma e 'exemplificar o gesto inofensivo' – e saiu disparada pelo corredor 'a pedir socorro'. Aí cruzou-se com a mãe do aluno de 11 anos, que a 'agarrou num ombro e lhe deu uns abanões', descreveu ao CM a subcomissária Jesuína Correia, da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa. Valeu à vítima a intervenção do director da escola, que separou as mulheres, sendo logo chamada uma equipa da Escola Segura da PSP.

A mãe do aluno, de 24 anos, correu à esquadra mais próxima a apresentar queixa contra a professora, por uma suposta agressão ao filho. Mas as conclusões da PSP são outras: 'Foi feito um balanço de toda a situação e concluímos que não houve qualquer agressão da professora ao aluno. Existiu, sim, uma chamada de atenção que se enquadra no dever de correcção e é socialmente aceite.' O gesto simbólico na cabeça do aluno 'foi com um documento idêntico a um boletim de vacinas. Só tem sete a oito folhas...'

Quanto aos pais do rapaz, a situação é diferente. Em apenas 19 dias, com uma rapidez recorde em Portugal, a PSP concluiu a investigação, remeteu-a para o Departamento de Investigação e Acção Penal e, a 23 de Abril, já tinha saído o despacho de acusação do Ministério Público (MP) contra o casal agressor. (...)"

Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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Comentário: Mais um caso "isolado"! Quantos casos "isolados" serão necessários para que o problema se torne geral? Um por escola? Infelizmente a violência contra a classe docente é cada vez mais, uma situação recorrente (e como tal, frequente). O número de notícias relativas a agressões a docentes são (quase) semanais. Infelizmente os professores nada podem fazer para impedir as agressões... E até tenho algum receio, se no meio destas agressões um de nós responde com violência e envia algum aluno ou encarregado de educação para o hospital... Quase certamente será alvo de processo disciplinar e notícia a abrir as edições televisivas de informação!

Quem pode agir (legislando, por exemplo), ignora o assunto com uma "ceguez" absurda! Nenhum de nós está livre de se deparar com uma situação destas...

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1 comentário:

  1. Este é também o resultado da campanha de desmoralização e humilhação que este ministério iniciou contra os professores. Claro que já existiam muitos problemas. Quem está nas escolas sabe que o grande entrave à aprendizagem é a indisciplina de uns quantos que prejudicam todos os outros.Agora, passámos já para situações de violência.E enquanto não houver uma responsabilização efectiva dos pais, nomeadamente perdendo os apoios sociais de que alguns auferem, não é, de todo,possível melhorar a qualidade da educação. Sou mãe. Também sou professora. Irrita-me que nada seja feito para proteger os alunos educados e trabalhadores que são todos os dias prejudicados por meninos que não têm qualquer espécie de regra. Não por culpa deles, mas por culpa de quem os deveria educar e não o faz. Como as coisas estão, os professores pouco podem fazer. E como se pode ver há pais que levam a mal que os meninos sejam repreendidos quando se portam mal. Talvez achem mais correcto que os petizes repreendam os professores! Assim não vamos lá.

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