No Jornal de Notícias - Artigo de Opinião - de 01/04/2008: "Entendo que todos nós devemos estar gratos ao cineasta amador que filmou, com uma pitada de Spielberg, com uma pitada de Woody Allen, o "take" 142 da 182.ª sequela do filme "Terror na escola", no "plateau" do Carolina Michaëlis, que já foi um liceu de meninas "bem" e agora anda bem mais por baixo. Embora a qualidade da imagem não fosse por aí além, não é de estranhar, porque às películas da série B não se pode exigir muito. Também o "script" poderia, já não direi subir ao estilo Actors Studio, mas também não descer à boçalidade de "A velha vai cair. Altamente!", "Ó gorda, sai da frente!" e "Que demais!". Mas, enfim, quando o orçamento é pequeno, não há volta a dar-lhe!
Ainda assim, repito, dou as minhas felicitações ao (para mim) anónimo cineasta que veio demonstrar a verdade daquele princípio jornalístico segundo o qual "uma imagem vale por mil palavras". Porque uma coisa é ler ou ouvir professores e auxiliares de educação queixarem-se de que são agredidos, injuriados, enxovalhados, ao ritmo de dia sim, dia não - e outra coisa, bem diferente, é ver uma sala de aula transformada numa espécie de circo romano, em que, pior do que os oponentes na arena (reconheça-se, não houve agressão, houve só forte quebra de disciplina), eram os urros, a galhofa, as exclamações e a agitação nas "bancadas". Só porque as imagens passaram da Internet para a TV é que o país teve de acordar de um longo letargo ou de um conveniente alheamento da realidade. Presidente da República, governantes, parlamentares, agentes do Ministério Público, conselhos directivos e associações de pais, forçados a abrir os olhos ou a tirar a cabeça de dentro da areia, convergiram, à uma, num ponto não podemos continuar a fingir que está tudo bem, agora há testemunhas a mais e é impossível calá-las a todas. É preciso agir, portanto!
Parece, todavia, que desse grande e importante núcleo se distanciam, ligeiramente embora, pelo menos duas pessoas o secretário de Estado e a ministra do sector. Porque disse o primeiro que "as escolas são os lugares mais seguros da comunidade", enquanto a segunda garantia (em artigo no JN, em 07/10/28) que "a escola é o espaço público mais seguro que o país tem".
Há poucos dias, na TV, ouvi Maria de Lurdes Rodrigues ser mais precisa, ao afirmar que "a escola é um espaço seguro para as nossas crianças". E para os nossos adultos, professores e auxiliares, senhora ministra?"
Ainda assim, repito, dou as minhas felicitações ao (para mim) anónimo cineasta que veio demonstrar a verdade daquele princípio jornalístico segundo o qual "uma imagem vale por mil palavras". Porque uma coisa é ler ou ouvir professores e auxiliares de educação queixarem-se de que são agredidos, injuriados, enxovalhados, ao ritmo de dia sim, dia não - e outra coisa, bem diferente, é ver uma sala de aula transformada numa espécie de circo romano, em que, pior do que os oponentes na arena (reconheça-se, não houve agressão, houve só forte quebra de disciplina), eram os urros, a galhofa, as exclamações e a agitação nas "bancadas". Só porque as imagens passaram da Internet para a TV é que o país teve de acordar de um longo letargo ou de um conveniente alheamento da realidade. Presidente da República, governantes, parlamentares, agentes do Ministério Público, conselhos directivos e associações de pais, forçados a abrir os olhos ou a tirar a cabeça de dentro da areia, convergiram, à uma, num ponto não podemos continuar a fingir que está tudo bem, agora há testemunhas a mais e é impossível calá-las a todas. É preciso agir, portanto!
Parece, todavia, que desse grande e importante núcleo se distanciam, ligeiramente embora, pelo menos duas pessoas o secretário de Estado e a ministra do sector. Porque disse o primeiro que "as escolas são os lugares mais seguros da comunidade", enquanto a segunda garantia (em artigo no JN, em 07/10/28) que "a escola é o espaço público mais seguro que o país tem".
Há poucos dias, na TV, ouvi Maria de Lurdes Rodrigues ser mais precisa, ao afirmar que "a escola é um espaço seguro para as nossas crianças". E para os nossos adultos, professores e auxiliares, senhora ministra?"
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