segunda-feira, 3 de março de 2008

A senhora ministra.

No Correio da Manhã - Artigo de Opinião - de 03/03/2008: "Os professores vão para a rua porque a vergonha há muito deu lugar à pouca vergonha neste sítio chamado Portugal.

O sítio vai ter uma semana agitada com os professores a preparar uma manifestação contra a política de Educação do Governo e naturalmente contra a ministra da pasta. Importa conhecer as razões que levam os professores para a rua. Os professores vão para a rua porque uma senhora com um saudável mau feitio, de seu nome Maria de Lurdes Rodrigues, acabou com o Ministério dos Professores e tenta, há três anos, criar o Ministério da Educação.

Os professores vão para a rua porque a ministra acabou com a pouca vergonha dos furos nos horários dos alunos, horários esses feitos à medida dos gostos e interesses dos professores, e criou as aulas de substituição, situação que obriga as senhoras e os senhores a passar mais tempo nas escolas. Os professores vão para a rua porque Maria de Lurdes Rodrigues fez aprovar um novo Estatuto da Carreira Docente que acabou com os privilégios e regalias, muitas delas obscenas, do anterior estatuto tão do agrado dos sindicatos.

Os professores vão para a rua porque o novo Ministério da Educação, ainda em formação neste sítio cada vez mais mal frequentado, decidiu avançar para a avaliação dos senhores e senhoras que são pagos para ensinar a ler e a escrever as crianças do sítio. Os professores vão para a rua porque a ministra decidiu enviar para as escolas centenas de sindicalistas que não punham lá os pés há muitos anos.

Os professores não vão para a rua protestar contra o insucesso escolar. Os professores não vão para a rua indignar-se com o abandono escolar.

Os professores não vão para a rua gritar contra as notas miseráveis em Português e Matemática. Os professores não vão para a rua exigir um ensino de qualidade que acabe com as os vergonhosos conhecimentos dos alunos nas disciplinas da área de ciência. Os professores não vão para a rua, vestidos de negro, lamentar o analfabetismo e a iliteracia das crianças e adolescentes. Os professores não vão para a rua protestar contra estes miseráveis trinta anos de ensino que colocaram Portugal numa situação inqualificável na União Europeia. Não.

Os professores vão para a rua defender a incompetência e o laxismo. Os professores vão para a rua porque a política do Governo colocou os interesses de pais e alunos acima dos seus privilégios. Os professores vão para a rua porque o seu Ministério da 5 de Outubro está a ser substituído por um Ministério da Educação. Os professores vão para a rua, apoiados pelo PCP, PSD e parte do PS, porque têm medo de ser avaliados. Os professores vão para a rua porque a vergonha há muito deu lugar à pouca vergonha neste sítio chamado Portugal."

Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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Mais uma do "jornalista" António Ribeiro Ferreira. No dia 18 de Fevereiro (ver post "O terror de avaliar"), este "jornalista" tinha opinado de forma similar e em ambos deixa transparecer um profundo incómodo para com os docentes. Escrevo incómodo, para não colocar prurido, inveja, revolta, ódio...

Ao contrário do que fiz, no anterior artigo de opinião, não vou rebater argumentos... Não merece essa desnecessária atenção e perda de tempo. Apenas isto da minha parte: Os professores vão para a rua por muitos motivos, mas quem poderia ir para a "rua" era este senhor jornalista! Fica aqui o rosto deste indivíduo. Se o virem, dêem-lhe os parabéns pelos excelentes artigos de opinião, de teor escatológico.
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