quarta-feira, 11 de março de 2009

Tentativa de esclarecimento relativamente às vagas colocadas a concurso.

De acordo com a notícia que coloquei abaixo, concluo que deve existir alguma imprecisão na forma como foram «relatadas» as vagas, senão vejamos o seguinte parágrafo da mesma:

"As vagas que a tutela prevê disponibilizar são 20.603, mas apenas 2600 estão destinadas a professores contratados; as restantes serão sobretudo para os QZP: 18 mil para os que passarem para QE, sete mil para colocados em necessidades residuais e transitórias e mais cinco mil que ficarão à espera de colocação ao longo do ano lectivo na chamada bolsa de recrutamento(...)".

Atenção que não tenho a certeza absoluta se a notícia significa aquilo que vou tentar explicar, no entanto, é o raciocínio que eu consegui fazer, para que as contas façam sentido. Vamos ao que interessa e em números redondos. Actualmente o número de professores QZP ronda os 30 000. Vão ser disponibilizadas 20 600 vagas. Partindo deste pressuposto:

Das 20 600 vagas:

a) 2 600 vão para os contratados, ou seja, são as vagas que permitem entrada nos quadros;

b) 18 000 vão para os colegas QZP, ou seja, são as vagas que permitem transição para os QA ou QEna.

Do cômputo global de professores:

a) 30 000 constituem os actuais QZP;

b) 2 600 serão os novos professores dos quadros.

Resultado:

Teremos no somatório final, cerca de 32 600 professores de quadros para o concurso 2009.

Conclusão:

Do resultado anteriormente referido (32 600), 7 000 ficarão colocados em necessidades residuais e transitórias, e 5 000 ficarão «colocados» na bolsa de recrutamento. O que constitui cerca de 12 000 professores, que não conseguirão entrar numa primeira fase em QA ou QEna. O que significa em última análise, um risco de instabilidade enorme, principalmente para os 5 000 que irão «parar» a uma bolsa de recrutamento. E todos nós sabemos o que isso poderá significar.

Presumo estar a fazer o raciocínio certo, no entanto, se houver alguém por aí que discorde ou queira acrescentar algo, sinta-se à vontade para o fazer.

10 comentários:

  1. Parabéns, parabéns, parabéns Ricardo pelo seu trabalho. Bem-haja!
    Paula

    ResponderEliminar
  2. Bom trabalho, costumo consultar o seu blog, que acho muito construtivo pois desmonta tudo, e assim fica muito prático... obrigado por tudo... e já agora bom Concurso... pelos vistos há falhas nas contas das vagas... ou será nas contas do Mn...

    Bem haja
    Nana

    ResponderEliminar
  3. António Says:

    Março 10, 2009 at 10:48 pm
    O teste já está a mostrar fragilidades.
    Há professores do quadro da Ed. Especial das Regiões Autónomas que não conseguem concorrer na 2ª prioridade neste concurso do continente - ao testar a aplicação, esta remete-os automaticamente para a 4ª prioridade. Pelos vistos é apenas uma questão de diferença no código de recrutamento
    Esperam-se mais esclarecimentos da DGRHE sobre a situação - já que contradiz o que vem na Lei - mas até agora, nada!

    in : Educação do meu umbigo

    ResponderEliminar
  4. Só gostava de perceber onde estão as 2600 vagas para contratados? Falam por aqui em cerca de 800 vagas para o 110 para contratados passarem a QA. Como é possível se só na DREN as vagas a abrir dão um saldo negativo de 3400 em relação aos QZP existentes! Alguém me explica?
    cpts

    ResponderEliminar
  5. Como é que o ministerio pode dizer 2600 vagas para contratados???????????
    Há cerca de 20 600 vagas para quadro de agrupamento. Se os QZP vão "fechar", tornando essas vagas negativas (os profs que aí ficam)....... porque não há lugares no QA para todos, como ainda haverá 2600 para comntratados??
    Expliquem-me.........~
    Essa não entendi!
    Ao o ministerio não sabe fazer contas!
    Se no 1º ciclo há mais de 15 000 profs em quadro. Sabemos que não vão entrar todos...... e os dos QZP são obrigados a concorrer a outro qzp fora o seu..... logo poucos lugares terão os contrattados.
    nos outros ciclos poderá ser um pouco diferente...... mas não nos podemos esquecer que em 1º lugar estão os dos QZP.
    não esquecendo ainda que os profs do quadros poderão fazer a transição de grupo...
    Esse número 2 600 é mto subjectivo.....
    um abraço

    ResponderEliminar
  6. eu acho que a aplicação informática de concurso vai dart alguma barraca! Já me referiram em algumas incoerências!

    logo veremos!

    ResponderEliminar
  7. permitam-me um comentário:

    30000 QZP

    20600 VAGAS (para qzp, QE e muito eventualmente contratados)

    fizeram um cálculo em que DIZEM que só 18000 QZP passam a QA

    LOGO INSINUAM QUE SOBRAM 2600 PARA CONTRATADOS...

    só que OMITEM que essas 2600 HIPOTÉTICAS vagas podem ser tb ocupadas por actuais QE com vaga negativa...

    logo não chegam aos contratados...

    Recordo que em 2006, os mesmos senhores aldrabavam assim:

    Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006:

    "Feitas as contas, o ME estima que exista um saldo positivo de vagas da ordem dos 7923 lugares de quadro."

    http://jn.sapo.pt/2006/02/21/sociedade/sao_cerca_7900_vagas_deverao_ocupada.html

    NEM METADE!

    Lusa | 02.06.2006
    "Os restantes 15% (3151 candidatos) conseguiram, finalmente, um lugar nos quadros do Ministério da Educação, ficando a pertencer a uma escola ou, na sua maioria, aos quadros de uma zona pedagógica."

    lm

    ResponderEliminar
  8. e em relação aos professores contratados mas com habilitação própria e não profissional?

    alguém sabe se podemos concorrer agora neste concurso?

    ou teremos que esperar pelas ofertas de escola?

    obrigado

    ResponderEliminar
  9. 2600 vagas para contratados?
    é uma quota?
    10% das vagas são para contratados?


    20600 -2600= 18000 vagas para qzp's para entrar em QA.

    se são 30000:
    30000-18000=12000

    12000 não vão entrar em QA.

    se destes 12000, 7000 entram em necessidades transitórias, ficam 5000.

    Tá certo.

    Vamos ter, nós contratados, 12000 ex qzp's a concorrerm directamente connosco para as mesmas vagas: necessidades transitorias e bolsa de recrutamento.
    Estamos então F***********!

    ResponderEliminar
  10. Todos os raciocínios aqui colocados, estão de uma forma ou de outra, correctos.

    O Ministério andou a anunciar (o tal número recorde de vagas) aquilo que não pretendia cumprir. Muitos foram os iludidos (principalmente os contratados). Só mesmo depois de termos as vagas oficiais é que poderemos ter certezas, no entanto, aquilo que já foi avançado por Valter Lemos, permite concluir que o panorama será bem negro.

    ResponderEliminar