No Jornal de Notícias (Artigo de Opinião de
Maria de Lurdes Rodrigues) de 27/11/2007: "
Os resultados escolares estão a melhorar, tanto no Ensino Básico como no Ensino Secundário. Há mais alunos nas nossas escolas básicas e secundárias e o insucesso está a diminuir de forma significativa e consistente.
As taxas de reprovação escolar estão, portanto, a diminuir, ao contrário do que o JN noticia na sua edição de ontem, com honras de manchete.
A informação estatística mais recente, relativa ao sucesso escolar e ao abandono no Ensino Secundário, revela que nos dois últimos anos, 2005/06 e 2006/07, se regista uma melhoria da situação, com o aumento sustentado do número de alunos e a diminuição consistente do insucesso escolar
- aumenta o número de alunos no Ensino Secundário, pelo segundo ano consecutivo, nas vias de ensino de prosseguimento de estudos e nos cursos profissionais, passando o número de alunos jovens de 263 mil para 282 mil;
- a taxa de retenção cai para 25,8%, o que significa uma recuperação de sete pontos percentuais, em dois anos.
O aumento do número de alunos e a melhoria dos resultados escolares no Ensino Secundário não resultam apenas da diversificação da oferta formativa, nem de os cursos profissionais serem alegadamente menos exigentes.
De facto, as melhorias registam-se em todas as vias de ensino, não exclusivamente nos cursos profissionais, e são certamente tributárias da reforma do Ensino Secundário introduzida em 2004, que implicou também uma alteração dos programas.Esta informação foi divulgada pelo ME, em 30 de Outubro, mas o JN, nessa data, e ao contrário do que fez ontem, não valorizou a informação disponibilizada, apesar da sua importância para os leitores.A notícia agora divulgada refere documentos de 2004 e retoma dados estatísticos de 2004/05, mas a manchete induz no leitor a ideia errada de que se trata de uma notícia sobre a situação actual em matéria de resultados escolares.
Na realidade, os dados referidos pelo JN foram divulgados pelo ME em 31 de Janeiro de 2007, numa sessão pública de apresentação da série longa - 30 anos de Estatísticas da Educação 1977-2006 -, para a qual o JN foi convidado, mas não esteve presente, pelo que não deu qualquer relevo nem aos dados nem às análises feitas por vários comentadores.
Ora, a leitura desses dados, do período entre 1995/96 e 2004/05, permitiu então verificar e concluir o seguinte
- melhoria dos resultados no conjunto do Ensino Básico, considerando os três ciclos de ensino o insucesso passa de 14% para 12%;
- melhoria muito significativa dos resultados escolares ao nível do primeiro ciclo do Ensino Básico o insucesso passa de 10% para 5,5%;
- manutenção das taxas de insucesso, no segundo ciclo, em cerca de 13%;
- aumento significativo da taxa de reprovação apenas no 9.º ano de escolaridade, atingindo, em 2005, valores da ordem dos 20%, em resultado da introdução dos exames nacionais em Matemática e Português, neste mesmo ano.
Os dados estatísticos mais recentes sobre os resultados escolares no Ensino Básico, dos dois últimos anos, isto é, 2005/06 e 2006/07, não foram ainda divulgados, mas a análise dos dados provisórios permite dizer que as tendências de melhoria se mantiveram nos dois últimos anos. A oferta de Cursos de Educação e Formação de nível básico, nas escolas públicas e privadas, permitiu, neste ano lectivo 2007/2008, atrair cerca de 30 mil alunos em risco de abandono precoce.
As escolas e os professores têm vindo a fazer um trabalho persistente no combate ao insucesso escolar e ao abandono precoce, com resultados que são visíveis para milhares de jovens e para as suas famílias, que encontram hoje nas escolas respostas para os seus problemas.É preciso fazer mais. Estamos ainda longe das metas e dos objectivos que todos pretendemos alcançar. Não podemos descansar sobre estes resultados. Mas a tendência é claramente de recuperação de alunos e de melhoria dos resultados escolares, pelo que há razões para estarmos optimistas."
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É preciso fazer mais?! Forçam professores a "transitar" alunos, o estatuto do aluno é extremamente permissível a faltas, existe um novo exame que torna quase impossível a reprovação por faltas, as "novas oportunidades" facilitam, etc. E ainda é necessário fazer mais para diminuir o insucesso escolar? O que mais irá acontecer?
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