sexta-feira, 30 de junho de 2017

O nosso Presidente (Parte II) - Professores heróis





Eh, pá...
Passo semanas sem publicar aqui e, em menos de uma semana, lá calha a ser duas vezes sobre o Marcelo. 

Eu juro que não estou apaixonada, mas não nego que o nosso Presidente me cai no goto...

Para ouvir, basta carregar na imagem.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Para animar...

...um dia mais cinzento, mas com temperaturas que me deixam muito mais feliz. 

Dou-me muito mal com o calor. ;)

Música dos "Gente de Zona" (Tema: Si No Vuelves)

Vamos lá esfregar olhos...


Comentário: O Ministro da Educação declarou ontem (aqui) que o exame de Português não iria ser anulado, acrescentando o seguinte:

"(...) todos os alunos que comprovadamente tenham beneficiado com a alegada fuga de informação no exame de Português vão ser penalizados, de acordo com o regulamento." 

Bem... Isto faz-me lembrar as suspeitas de fraude nas mobilidades por doença que nunca chegam a lado nenhum. Afirmar que os exames serão anulados aos alunos que comprovadamente tenham beneficiado com informação privilegiada é, no essencial, assobiar para o lado e esperar que o problema passe. Não me oponho a esta não anulação, mas seria bem mais importante saber de que forma esta informação "vazou" e por onde... Isso sim, é informação verdadeiramente relevante, pois poderá prevenir novas "ocorrências" deste tipo.

Mera constatação...


Comentário: Que a descentralização anunciada vai contrair ainda mais a autonomia das escolas já todos sabemos... Se até aqui temos um influência partidária muito forte nas escolhas que se fazem nas instituições públicas de ensino, admito ter algum receio do futuro, até porque não tenho pertenço a qualquer máquina partidária.

Já referi imensas vezes neste blogue, que mais do que qualquer congelamento de carreira e negociação de diplomas de concursos de professores, não consigo ficar descansado ao pensar que a minha "contratação", manutenção e avaliação de desempenho numa escola, possa depender de quem eu conheço na Câmara Municipal ou no partido da oposição.

terça-feira, 27 de junho de 2017

O nosso Presidente!


O nosso Presidente é de uma humanidade inexcedível. Acabo de ouvir o relato de uma idosa que, perentória em não abandonar a sua aldeia cercada pelo incêndio, recebeu um telefonema do Marcelo - ele próprio - para que o fizesse. Felizmente acedeu ao apelo do mesmo. 


No meio de tamanha desgraça, a idosa teve  ainda presença de espírito e humor para referir que: "Eu disse-lhe: 'Então mas o senhor Presidente não me conhece' ao que o mesmo retorquiu: 'Não a conheço, mas sei que existe'. Posteriormente acrescentou ainda: "Ele vê-se em todo o lado; ele não deve precisar de ter residência em Belém. Ele não deve lá estar tempo nenhum. Então a gente vê-o em todo o lado e fala com todos."


Quem quiser (e tiver box) pode ouvir este relato, na 1ª pessoa, retrocedendo ao Telejornal da RTP1, por volta das 20h10.

(Eu sei; a nova grafia do "perentório" é mesmo estranha...)


E quanto à proposta de greve de zelo...

...feita pelo Alexandre Henriques (aqui), importa tecer algumas considerações. Em primeiro lugar vamos à definição de greve de zelo, para que de alguma forma possamos enquadrar esta tipologia que é para alguns desconhecida.

Assim, e depois de pesquisar algumas fontes, considero greve de zelo como uma greve de "lentidão", onde a execução do nosso trabalho é concretizada com excessiva e minuciosa observância dos normativos legais em vigor. Traduzindo, e no essencial, será desenvolvermos trabalho cumprindo de forma rigorosa as 35 horas de trabalho semanal.

Começo por escrever, que em rigor, é uma proposta de greve com a qual me identifico e que desde há uns bons anos defendo... Aliás, quem me segue neste blogue, sabe perfeitamente que defendo este tipo de greve quase desde a sua criação (em 2006). Mas conheço as limitações de tal proposta, e das quais irei apenas exemplificar quatro:

a) A nossa classe é uma classe de "voluntários" que dificilmente recusa trabalho extra;
b) Alguns consideram que uma greve deste tipo iria colocar em causa o desenvolvimento da componente letiva, afirmando outros que sem aulas preparadas seria difícil controlar os alunos na sala de aula;
c) Existe também quem defenda que ao não cumprirmos com as nossas tarefas (independentemente de despendermos em tal, 40, 45 ou mesmo 50 horas semanais), seremos profissionais pouco competentes;
d) Os sindicatos continuam a adorar greves cujos resultados (por menos bons que sejam) possam ser publicitados a curto prazo, acreditando que greves efémeras produzem consequências mais impactantes que uma greve por mais tempo, mais silenciosa, e porque não escrevê-lo mais disciplinada e difícil de recusar.

Pois bem... Para mim, esta é, neste momento, a forma de luta que poderá produzir melhores resultados, não só porque elimina muitos dos argumentos que aparentemente têm mais força (apenas como exemplos dos argumentos contra a greve "clássica": o impacto salarial, a discordância relativamente aos motivos pontuais que estão na base da mesma, aversão a esta ou aquela organização sindical que a convoca e os alunos que ficarem prejudicados), mas acima de tudo porque basta desenvolvermos trabalho no número de horas para o qual somos efetivamente remunerados. E não mais do que isso!

E como se processaria uma greve deste tipo?

Bem... Dificilmente poderemos ter instruções especificas para cada um, mas todos sabemos como nos sentiremos mais confortáveis a implementá-la. Deste modo, como considero prioritário a preparação de aulas, seria algo a que daria primazia... Na prática, e a título de exemplo, se na quarta-feira de uma determinada semana, já tivesse consumido a minha dose de componente não letiva em preparação de aulas, tudo o que fossem relatórios, correção de fichas de avaliação e outras coisas que tais, ficariam para a semana seguinte. E essa correção posterior seria concretizada, se entretanto não tivesse de preparar mais aulas, caso contrário, arrastar-se-ia para depois. De certa forma, é algo que faço desde há quatro anos e que só não cumpro de forma pontual... Para tal, tenho registos em folhas de cálculo com o número de horas que trabalho semanalmente, e perante uma "necessidade" de trabalho extra, apresento quase sempre as minhas contas a quem exige que desenvolva trabalho de forma graciosa. Se tenho reputação de incompetente? Não... Bem pelo contrário, percebi que ao fazê-lo as pessoas dão mais valor às minhas horas de trabalho. E admito que tal situação, possa ser suficiente para que o Ministério da Educação nos dê o valor que merecemos e que perceba que não somos apenas estatística descontente.

Se considero que alguma organização sindical a vai convocar?

Não!

Se considero que a esmagadora maioria da nossa classe a iria concretizar?

Também não.

Infelizmente estamos demasiado agarrados a um ideia de profissionalismo, que nos tem trazido vários amarguras e que em nada nos valoriza.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Tomada de posição (Exame Nacional de FQ)

Com pedido de divulgação...

"Será mais fácil procurar o que o aluno sabe ou não de FQ, como se devia, ou procurar oportunidades de o aluno se enganar?! 

Temos dúvidas… aliás, no exame também as temos , apesar de termos colocado tudo o que seria de esperar nos critérios… mas não ficamos nem felizes nem descansados … porque se fossemos alunos, e percebêssemos um pouco de Física, teríamos tido muitas dúvidas nalgumas situações.

Lembramo-nos de outros tempos, da Física e da Química de 12º ano, onde era natural olhar para uma prova e esperar bons resultados… lembramo-nos que o foco era saber a Física ou a Química, ainda que tivéssemos maior dificuldade de cálculo, mas de forma honesta e espetável… e agora?! 

Talvez devamos dar os parabéns, pela nota “artística” ao exame, pela maior complexidade de situações, por terem conseguido inovar nas questões… se bem que ninguém nos avisou, nem aos alunos, que inovação e nota “artística” estavam nas metas, como prioridade. 

Vamos aguardar os resultados desta fase, “adequados” ao exame “adequado” segundo a SPF e SPQ. Entretanto, também acharíamos “adequado” que os todos nós que ensinamos FQ e aqueles que decidem a avaliação de FQ se colocassem mais no lugar dos alunos e tentassem perceber que se tudo foi assim tão “adequado” o porquê de tanta tristeza à saída do exame, mesmo nalgumas das escolas com resultados historicamente elevados na nossa disciplina?! Vamos aguardar, ainda que tristes por trabalhar tantas horas com tantos alunos que efetivamente se esforçam e que foram apanhados pela nota “artística” e inovação”… já para não falar na formulação de itens que ardilosamente tão bem induz os alunos em erro… penso que Saramago estará feliz porque o ensino de LP está a ser bem defendido, mesmo num exame de FQ, como aliás é essencial… ou seria a Física e a Química?! Talvez escolhamos hoje ler o Cesário para buscar algum conforto. 

Ass: Os professores"

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Dois temas musicais a recordar...

...principalmente para quem gosta de música e filmes da década de 80 (como eu).

Música de "Kenny Loggins" (Tema: Danger Zone & Footloose )

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Balanço das vigilâncias até agora...

Alunos: 
1) Alguns vêm com uma mochila que pesa 3 quilos (pra quê?)… Toca a colocar as mochilas perto da secretária dos professores: parece o primeiro ponto de encontro de refugiados que decidiram ir à vida depois do exame; 
2) Há sempre os que ainda não perceberam que não podem ter o telemóvel com eles: “Mas está desligado! / Não interessa, não podes. / E agora? / E agora, dás-mo e vou deixá-lo com a funcionária que o vai levar lá pra baixo. Depois, vais buscá-lo. / Francamente! Tanta coisa por um telemóvel!”; 
3) Há aqueles que fazem questão de ir contra todas as regras (para além da do telemóvel) só para ver se são respeitadas: “Tira os óculos de sol… O boné, agora… Os teus fones (só pró estilo, porque não estão ligados a nada)… A tua carteira está em cima da mesa a fazer o quê? Vou ficar com ela ali, ao lado da tua mochila… Tira o rótulo da garrafa da tua água…”; 
4) Está tudo no quadro, mas há sempre os que se enganam a preencher o cabeçalho: “Não é Língua Portuguesa, é Português…”; 
5) Há os nervosos que perguntam sempre qualquer coisa: “Posso escrever aqui? Risquei isto, dá pra perceber que não é a minha resposta? Posso deixar esta linha em branco? Posso escrever na folha de rascunho e depois passar? Não faz mal eu ter 6 canetas em cima da mesa, é que tenho medo que falhem?”; 
6) Os que acabam a uma hora do fim e ficam a olhar para o teto, desesperados pelo toque (Bem-vindos ao clube!); 
7) Os que bufam constantemente e viram todas as páginas estilo furacão na sala;
8) Os educados que dizem “santinho” cada vez que um dos colegas espirra (se a moda pegasse, era um coro tão lindo!);
9) Há os constipados que fungam de 10 em 10 segundos. O professor vai buscar um dos seus lenços. Dizem “Obrigado”, mas acabam por nunca lhe tocar e continuam a fungar; 
10) Os que fazem caretas a cada enunciado lido, seguidas, uns minutos mais tarde, de pulos “Eureka” na cadeira; 
11) Os que se esquecem do material: “Ai! É prova de Desenho! Esqueci-me do lápis! E do resto do material!!” (Trengo!!) 
12) Os que se enganam a preencher o segundo cabeçalho: "Não faz mal. Agora, aqui atrás, vais escrever "Rasurei o meu número de CC. / Ra-quê?" E começamos a soletrar... "Nunca tinha ouvido essa palavra!" 

Colegas: 
1) Há os fixes (eu e mais alguns); 
2) Há os que se fartam de passear pela sala desenfreadamente, bufando mais do que o aluno “furacão”; 
3) Há os que não levantam o rabo da cadeira, o aluno à frente pede uma folha e lá vou eu do fundo da sala buscá-la para ele; 
4) Há os que não gostam de serem chamados à atenção pelo secretariado de exames “Há lá necessidade de escrever no quadro que a prova tem versões, não dá pra ver no enunciado?” 
5) Há os que chamam o secretariado de exames por tudo e por nada: “Este aluno pôs o ponto final na margem, faz mal? Já só temos 30 folhas de rascunho, precisamos de mais.”; 
6) Os que fazem questão de ler a prova toda e comentam comigo “É fácil!” (O professor, já se sabe, é um poço de sabedoria e percebe de qualquer disciplina ou matéria). Eu leio o primeiro enunciado, não entendo patavina e respondo “Sim, só não se safam se não quiserem!”; 
7) Há os obcecados com o cabeçalho cada vez que um aluno pede uma folha nova. “Preenche o cabeçalho! / Deixe-me só acabar o raciocínio! / Preenche, temos que ver se está tudo bem antes de continuares!”; 
8) Os que me perguntam quando confirmam o segundo cabeçalho dos alunos "«Rasurei» é com «s» ou com «z»? (Geralmente, são os mesmos que leram a prova e disseram que era fácil...) 
9) Há os que são piores do que o secretariado de exames: “Tens que escrever (no quadro) com letra maior ou os alunos não vão conseguir ler… Confirma a data de validade dos cartões de cidadão! Ainda não assinaste aquele cabeçalho! Vou afastar-me de ti: se vier a inspeção, ainda pensam que estamos a conversar! Não fiques tanto tempo perto da porta, se vier a inspeção, parece mal!”… 
10) Há os que ficam indignados quando são chamados ao secretariado de exames uma hora depois de entregarem as provas porque não assinaram uma das folhas: "Então, a colega do secretariado esteve a escrutinar isto tudo durante uma hora e não reparou que faltava a minha assinatura??!!" - que é como quem diz: a INCOMPETENTE da colega do secretariado não viu que eu sou um INCOMPETENTE???!!! -

Vigilâncias: uma verdadeira aventura…

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Grave, mesmo muito grave


Comentário: Bem, parece que finalmente alguém menos esperto utilizou as redes sociais para se gabar de informação privilegiada, e a "coisa" correu mal. Senão vejamos aquilo que constava numa mensagem amplamente divulgada nestes últimos dias que antecederam o exame nacional de Português do 12.º ano:

"Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo e só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória...".

Pois... E quando das 3 recomendações, 3 são concretizadas, será muitíssimo complicado alegar coincidências. Espero sinceramente que esta situação se traduza em consequências criminais para quem "vende" desta forma informação, que deveria ser contida e preservada a "sete chaves".

Isto quase me fez lembrar daquelas instituições que se pagam bem e que "à porta fechada", com ajuda de vigilantes nos portões (por causa dos senhores "fiscais"), ajudam na resolução de alguns exercícios dos exames.

A greve de hoje nos meios de comunicação social


Comentário: Ao ler as diversas notícias cujos links coloquei acima, assim como os sítios virtuais da FENPROF e FNE, até à hora em que publico este post (no caso, 21h) - e ao contrário de greve anteriores - não consigo perceber se esta teve uma elevada adesão. Fala-se em "muitas" escolas, em "centenas" de escolas, mas números aproximados (mesmo que ligeiramente inflacionados pelos sindicatos e deflacionado pelo Governo) parece que ainda não existem.

Vamos ver se nas próximas horas alguém se chega à frente com números, e que essa fonte seja sindical, porque se não for, já sabemos o que aconteceu, isto é, um adesão com reduzida expressividade.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Os compromissos do Ministério da Educação

Para quem estiver interessado em aceder ao documento enviado pelo Ministério da Educação às organizações sindicais, o melhor mesmo é clicarem na imagem ao lado (link ASPL).

No entanto, e pela sua relevância, transcrevo algumas que considero mais relevantes:


"1. Apresentação de certidão de Registo Criminal
A Direção Geral da Administração Escolar (DGAE) disponibilizou já na sua página eletrónica, através da aplicação informática SIGRHE, os formulários necessários para que docentes e não docentes, que pretendam usufruir deste serviço gratuito disponibilizado pelo Ministério da Educação, possam manifestar a sua autorização.

2. Contagem de tempo de serviço nos termos do artigo 103.º do ECD
Foi emitida orientação à DGAE no sentido de serem contabilizadas as faltas por doença nos termos do artigo 103.º do ECD, com efeitos imediatos na contabilização do tempo de serviço para efeitos dos concursos abertos no corrente ano.

3. Correção de prejuízos provocados pela imposição da PACC
Foram criadas as condições para ressarcimento do valor pago na inscrição, consulta e reapreciação da prova, mediante pedido de reembolso a efetuar junto do Instituto de Gestão Financeira da Educação, I.P., através de formulário criado para o efeito. A partir do final do corrente mês de junho será efetuada a devolução dos montantes pagos pelos docentes.

(...)

2. Vinculações
a. Vinculação Extraordinária – O Ministério da Educação assume o compromisso de abrir, em 2018, processo negocial com os parceiros com vista à realização de uma nova vinculação extraordinária de docentes. (JAN2018)
b. Situação dos Grupos de Música e de Dança – Serão renovados nos próximo ano letivo os contratos dos docentes do ensino artístico especializado da música e da dança (M e D), desde que estejam os requisitos cumulativos legalmente previstos para a renovação e será negociado um decreto-lei para regular o respetivo regime de ingresso e concursos, que integrará a previsão de “norma-travão” também para estes docentes. (JAN2018)
c. Vinculação Extraordinária do Ensino Artístico – Para os profissionais em exercício de funções docentes na Escola António Arroio e na Escola Soares dos Reis será promovida uma vinculação extraordinária no próximo ano letivo. (2017/2018)

(...)

3. Descongelamento de carreiras O Ministério da Educação compromete-se a criar todas as condições que garantam a possibilidade de descongelamento nos termos do Estatuto da Carreira Docente (ECD). Para o efeito promoverá a abertura de um processo negocial com vista à regulamentação do artigo 37.º do ECD – progressões ao 5.º e 7.º escalões. (NOV2017)"

Quem não pode fazer greve esta próxima quarta-feira?

Para aqueles que passaram estes últimos dias a colocar esta questão, os únicos professores que podem ver vedado o seu direito à greve, são aqueles que se encontram convocados para os serviços abaixo indicados (informação retirada daqui):

E para quem continua a insistir na "tecla" de que os professores suplentes não podem fazer greve... Vejam o que consta da imagem. Não existe qualquer referência direta ou indireta aos professores suplentes, pelo que "os docentes identificados como suplentes mantêm intocado o direito à greve, não estando obrigado a cumprir qualquer serviço (...)" (acolá).

Nota: quanto à defesa ou não desta greve em particular, julgo que cada um de nós terá capacidade para decidir se vai ou não fazer. Embora compreenda as motivações subjacentes a quem tece determinados comentários que vou lendo nas redes sociais, admito não apreciar quem tenta "pressionar" (recorrendo algumas vezes, a linguagem menos própria e ocasionalmente insultuosa) outros colegas, seja em que sentido for. 

Apenas um desabafo...

São tragédias como aquela que ocorreu este fim de semana em Pedrógão Grande, que inevitavelmente reforçam a minha empatia pelo outro (então desde que sou pai, essa capacidade ganhou toda uma nova amplitude, sempre que nas catástrofes são ceifadas jovens vidas) e que me permitem colocar sob perspetiva todas as minhas queixas e problemas...

Somos definitivamente efémeros.


sexta-feira, 16 de junho de 2017

Eis os serviços mínimos...


Comentário: Mas alguém neste país tinha dúvidas que a manutenção da greve para 21 de junho, iria ter como consequência o decreto de serviços mínimos?! 

Por motivos óbvios, FENPROF e FNE mantêm a greve... E com eventual razão, se realmente se confirmar que o tal diálogo com os sindicatos que o atual Ministro da Educação publicitou, não tem reflexo na realidade. E eu acredito que não tenha, até porque parece que o Ministério da Educação terá telefonado aos sindicatos, no final da tarde de hoje. 

E o que foi dito nesse telefonema?

Basicamente nada.... No essencial, informaram os sindicalistas que dentro em breve irão receber um documento no qual irão constar as principais conclusões retiradas da reunião da semana passada. Nada mais!!! No essencial, é gozar com a cara dos sindicalistas (e se quiserem com a cara de alguns professores).

Mas, e relativamente aos serviços mínimos. Há novidades? Parece que sim, e eu transcrevo-as de seguida:

"Segundo a decisão do tribunal arbitral desta sexta-feira, para além dos dois professores por sala de exame, terão também de estar ao serviço docentes que garantam a recepção e guarda de enunciados (um professor), o cumprimento das tarefas de professor coadjuvante (um docente por disciplina) e do serviço de exames “pelo número de docentes estritamente necessário”."

Pessoalmente considero que esta greve, poderia e deveria ter sido pensada de outra forma, implementada numa fase mais estratégica, não propensa a serviços mínimos e onde fosse possível (e preferível) o consenso entre todas as organizações sindicais. Espero que esta greve tenha uma grande adesão, mas ninguém pode afirmar que estão criadas as condições para ter um efeito residual...

Ui...


Semana complicada...

...repleta de correções de Provas de Aptidão Profissional (PAP), se bem que de um universo de 12 alunos que estão "à minha guarda", nem metade conseguiu entregar hoje (último dia para o fazerem) as versões finais. 

E se antes ficava bastante preocupado com esta situação, hoje encaro-a como (quase) normal, até porque faço questão de salientar, logo no início, que a responsabilidade do desenvolvimento e conclusão da prova é do aluno e não do professor (ao contrário, do que alguns alunos pensam e outros afirmam). Sei que há colegas que até escrevem partes destas provas, mas eu recuso-me a fazê-lo. 

O meu trabalho, nesta situação, é mesmo orientar.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Dia quente...

...a merecer o vídeo do mais recente tema do David Guetta (por lá também aparece a "nossa" Sara Sampaio).

Música de "David Guetta ft Justin Bieber" (Tema: 2U)

Uns já cancelaram e os outros admitem cancelar


Comentário: Não aprecio este tipo de simulacros de estratégia sindical... Primeiro, convocam duas greves em dias com uma semana de intervalo; depois sem nada na mão, uns desconvocam a greve e os outros já admitem desconvocar. Entretanto, seguiram-se mais uns capítulos de insultos nas redes sociais, com uns a defender as duas greves (pois são melhores que nenhumas), com outros a criticar o sentido de timming (altura do exames é péssima e tal...) e alguns a insistirem nas greves por tempo indeterminado (que todos sabem que não ia ter grande adesão, porque alguns de nós dão maior significado ao dinheiro num momento concreto da sua vida, não pensando que essa "perda" no imediato, pode ser compensada com devolução de direitos e de uma efetiva carreira).

Falta saber o que pensa fazer a FNE... Mas... Dificilmente fugirá do roteiro a que já nos habituou.

É por estas e por outras...


Comentário: A ser verdade (e acredito que seja, pela tipologia de política que se pratica em Portugal), estamos perante algo que me parece profundamente inaceitável e que deveria recolher a melhor atenção do BE e do PCP. 

Infelizmente já quase não acredito em coincidências, e quando na mesma mesa se junta financiamento e membros (seus amigos e familiares) de partidos, o limite da minha credulidade aproxima-se do zero.

Trabalho e Conhaque...

Eu, antes, admirava-os... Agora, enervam-me e invejo-os a dobrar... Todos aqueles que conseguem dar um ar intelectual numa esplanada ou numa praia, rodeados de livros, tablets, computadores, de caneta na mão ou na boca com um ar de quem está prestes a descobrir uma verdade absoluta. De vez em quando, levam a mão à cabeça para a coçar e estimular os neurónios e isto tudo a apanhar um belo de um bronze uniforme que eu só consigo se me estatelar durante seis horas sem me mexer para não correr o risco de franzir nenhuma parte do meu corpo e não deixar ali nenhuma espécie de estria artificial. É que as verdadeiras já me chegam e sobram... 
Não consigo... Desisto! Não é pra mim... Há duas horas que estou a tentar concentrar-me e os meus gritos não tem nada a ver com "Eureka", mas sim com uma expressão/interjeição pouco correta que eu não vou repetir agora... 
Já me passaram por aqui seis abelhas. Tentei o truque do ignorar, mas não resulta. Tentei o truque do soprar e quase que engolia uma. Tentei o truque do gesticular e fiquei com a sensação de que lá foram embora, mas vão voltar com a colmeia toda só para me mostrarem que são elas que mandam aqui...
Já fiz mais exercício do que alguma vez fiz ao longo do ano a correr atrás de folhas que me fugiram com o vento. Já sujei essas folhas com o sumo que eu pousei em cima, desesperada... 
Já me entraram não sei quantos ciscos nos olhos. Já atei o cabelo, mas, como nunca tive uma boa relação com ele, tenho sempre dois ou três fios a fazerem-me comichão no nariz, a fugirem-me para os olhos ou a ficarem presos nas hastes dos óculos... 
E tenho aqui um bicho que eu nunca vi em toda a minha vida a provocar-me: redondinho, fofinho e calminho. E eu, em vez de pensar no meu trabalhinho, estou aqui na dúvida entre deixá-lo andar à vontade ou espetar-lhe com o livro em cima. Custa-me esborrachá-lo sem saber se ele quer mesmo ser meu amigo ou se é uma estratégia para me picar quando conseguir apanhar-me desprevenida...
Vá, digam-me a verdade verdadinha? Quando vocês dão esse ar de quem está completamente abstraído do mundo, absolutamente concentrado na descoberta de uma fórmula qualquer que vai salvar a humanidade, é só mesmo pró estilo, não é? Não conseguem mesmo trabalhar, pois não?

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A qualquer custo...


Comentário: A ser verdade que existem diretores a convocar psicólogos escolares para vigiarem provas de aferição e exames nacionais, parece-me que estaremos perante uma atropelo legal, que poderá trazer consequências graves a quem os convocou. Se este tipo de situações correr bem, acredito que numa próxima fase também possamos ter assistentes operacionais a vigiar exames, e porque não aproveitar e colocá-los ainda a lecionar. Pode ser uma boa estratégia para arrumar de uma vez só as greves dos professores.

Mas acredito que este tipo de situações possa ser residual... Até porque estou em crer que está a aparecer por aí uma nova geração de diretores, com um modo de atuação diferente. ;)

Os serviços mínimos em discussão...


Comentário: Posso estar enganado, mas acredito que lá bem no fundo, quer a FENPROF quer a FNE devem estar a rezar para que o atual Governo decrete serviços mínimos... Obviamente que eu não sou ninguém para "tomar o pulso" à classe, mas por aquilo que vou lendo e ouvindo, parece-me que poderemos estar perante uma greve que tem tudo para não resultar ou que poderá ter resultados que fiquem aquém do esperado.

Muitos de nós deixaram de acreditar há muito nas atuais lideranças sindicais... E nem que a greve fosse agendada para uma fase mais consensual do ano escolar (seja lá o que isso for, pois parece que existem alturas menos próprias para uma greve), acredito que a mobilização dos professores fosse a esperada pelos meios de comunicação social. Os sindicatos sabem disso, e como tal, julgo que terá sido esse o raciocínio que esteve na base do agendamento desta greve para uma fase de exames. 

E não... Não precisamos de um novo sindicato. Em última análise, precisávamos de eliminar uns quantos e conseguirmos converter um deles, numa organização com poder efetivo (e tal poder, vem da concentração de poder negocial) e com "sangue novo". 

Quanto à questão dos serviços mínimos na educação, repito o que já disse há uns valentes meses: tenho sérias dúvidas quanto à sua legalidade, e não compreendo como este tema ainda não foi discutido com seriedade, com consequentes esclarecimentos vertidos para normativos legais.

terça-feira, 6 de junho de 2017

E é isto...

...quando por momentos tudo parece correr menos bem.

Música dos "Hurts" (Tema: Beautiful Ones)

Greves de professores a 14 e 21 de junho?!

Seis sindicatos de professores avançam com greve para dia 14


Comentário: Mas que raios! Estão todos doidos?! Greves de professores em dois dias diferentes e pelos mesmos motivos? 

Como se já não bastasse a desunião na nossa classe profissional, ainda vão escolher duas datas diferentes... E se estão à espera que os professores adiram a ambas e em números expressivos, bem podem estar enganados. Experiências passadas demonstram que já é extremamente complicado termos adesão significativa num só dia, agora em dois, corremos um risco maior de diluição. 

Bem... Também podemos estar na presença de uma lógica ou estratégia sindical demasiado sofisticada e desenvolvida para eu conseguir compreender. E isto sou eu a tentar digerir aquilo que me parece uma estupidez.

Estava eu na última aula deste ano letivo, e...

...eis que sinto por volta das 17h o chão da minha sala de aula a tremer. 

Ainda pensei que fosse do entusiasmo de ser a última aula que tinha com aquela turma de 9.º ano, mas não era mesmo um...

Sismo sentido no Norte do país

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Relatórios...

Relatórios finais (de estágio, de curso, de atividades, de projetos, de ações de formação, de autoavaliação, de desempenho, etc)… 
Fazem-me lembrar aquela pergunta que os jornalistas fazem inevitavelmente aos cantores estrangeiros que vêm cá dar concertos: "O que achou de Portugal e do público português? 
- Wonderful! Marvellous! I love Portugal! It's such a beautiful country with beautiful people!"

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Parece que vamos ter marcação de greve para 21 de junho...


Comentário: Mas atenção... De acordo com o que se pode ler na notícia (e também nos sítios virtuais destas organizações sindicais), ainda não ocorreu a formalização desta greve, pelo que... poderá não ocorrer, porque ainda há uma qualquer reunião com o Ministério da Educação, no dia 6 de junho. 

A concretizar-se esta greve, "serão afetados os exames de Matemática e Estudo do Meio do 2.º ano, História da Cultura e das Artes do 11.º ano, Geografia A do 11.º ano e Física e Química do 11.º ano" (daqui). 

Não obstante de sabermos que a união da nossa classe está pelas "ruas da amargura" e que os sucessivos Ministérios da Educação costumam arranjar formas "interessantes" para que as greves aos exames não ocorram, seria realmente importante que começássemos a perceber que ou nos mexemos ou continuaremos "congelados" e maltratados.

São os tais problemas de interpretação ministerial...


Primeiro erra-se (ou melhor, avalia-se a reação dos destinatários)...

«Professores doentes vão dar apoio a bebés» - Jornal de Notícias

E depois de dar alguma confusão, corrige-se (ou melhor, dá-se o dito pelo não dito)...

Ministério da Educação assume "enorme e lamentável equívoco"


Comentário: Quando li hoje de manhã que o Ministério da Educação iria colocar professores em mobilidade por doença e também quem tivesse "horário-zero", a desempenhar funções na intervenção precoce não tive grandes dúvidas que estaríamos perante um "erro". "Erro" esse que foi esclarecido da seguinte forma, pela atual secretaria de Estado Adjunta e da Educação:

"Lamentavelmente o e-mail da DGEstE, que seguiu no dia 29 de maio, em vez de transcrever o meu despacho, fazia dele uma interpretação errada que determinava exatamente o oposto [do pretendido]: fazia cessar as mobilidades estatutárias. Foi um erro dos serviços, está corrigido por uma circular que saiu hoje e esperemos que tudo isto ponha termo a esta lamentável confusão e desnecessária".

E está tudo dito (embora, aparentemente, menos bem escrito).