Afirmo que "Sou Professor, NÃO voto PS"... E não irei votar... É um grito de alma, que vou fazer questão de cumprir aquando do meu voto nas próximas eleições legislativas. Se ao fazê-lo, estou a integrar este blogue no grupo dos "politizados", assim seja. Não podia em consciência, apoiar a manutenção de um partido «totalitarista», que trabalha para as estatísticas. Ou na ausência de apoio, ignorar esta situação. Como é possível ignorar?
Quase nada do que foi feito pelo socialistas, visava (ou ainda visa) o real sucesso dos alunos. Como é possível eu não afirmar que não irei votar PS?! Aliás, embora ainda acredite em algum sucesso das iniciativas sindicais e na capacidade de mobilização dos professores, sei perfeitamente que só poderemos alterar verdadeiramente o rumo da educação, se colocarmos no governo, não uma cor partidária, mas duas. Não acredito que o PSD, PCP, CDS ou mesmo o BE, sejam alternativas singulares. A minha esperança reside na eleição de um governo bipartidário, onde existam condições «travão» para as loucuras dos neoliberais.
Se não me restar essa esperança, essa convicção, o que mais me restará?! Não vou abandonar os meus alunos, por mais precária que seja a minha situação laboral... Não vou abandonar os meus alunos, sabendo que de uma forma ou de outra, posso contribuir para que não sejam totalmente absorvidos pela «geração sócrates».
Ficar-me pelo argumento anterior, também poderia servir para que alguém me chamasse de hipócrita (e com razão). Não são só os alunos que saíram extremamente prejudicados, também a classe docente foi «chacinada», «julgada» injustamente em praça pública e desmembrada de vários dos seus direitos (alguns dos quais denominados de privilégios, pelos «invejosos»). E mesmo não sabendo qual será o futuro político, tenho a certeza que com este PS, a involução laboral irá continuar. A Ministra da Educação já o anunciou, afirmando que os actuais docentes serão suficientes para um acréscimo de 30 000 alunos. Como serão suficientes? Só serão suficientes, se retirarem mais um quantos «direitos» à classe docente e acrescentarem mais uma centena de «deveres».
Queriam que não afirmasse que não voto PS?! Impossível... Só o poderia fazer se não restasse em mim, qualquer espírito de resistência, dignidade e coerência.