quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal...

 ...na companhia daqueles que vocês mais amam, mesmo que em algumas situações se tenha de remediar com presenças "virtuais".



terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Primeiro período letivo com balanço positivo, mas às custas de quem?


Comentário: A avaliação do primeiro período é positivo muito "às custas" dos professores (e de todo o pessoal que trabalha nas escolas), que mesmo sabendo que não tinham reunidas as condições de segurança sanitária continuaram a fazer o seu trabalho. E não... As 3 máscaras que nos deram para um ano letivo inteiro não são suficientes. 

No artigo em causa (lá mais para o fim) terão oportunidade de ler qualquer coisa que terá sido referida (relacionada com um agradecimento aos professores, lá metido no meio de uma frase) pelo atual Ministro da Educação, mas sinceramente nem lhe dei muita importância, tendo em consideração o papel a que sujeitou e que tão bem tem desempenhado: o de ter um desempenho inerte, nulo ou mesmo inexistente.

Somos, definitivamente, uma classe envelhecida...


Comentário: É um profissão que poucos querem, mas por qualquer motivo continua a ser alvo de cobiça (se bem que acho que é uma falsa cobiça), de julgamentos e acusações em praça pública. Pessoalmente, acredito que aqueles que nos criticam, não aguentavam um ano no desempenho das nossas funções.

Ao lerem o artigo também poderão constatar que "até 2030, mais de metade dos professores do quadro poderá aposentar-se". Escusado será escrever que estamos a 10 anos de tal fatídico prazo e nada de relevante foi concretizado para inverter este esvaziamento. Bem... A não ser que se considere a hipótese dos professores "expresso" sem formação suficiente, que estarão a ser pensados para nos substituir.

Nada disto é novo... 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

"Quase 90% dos professores quer reformar-se mais cedo"


Comentário: Este é o resultado de um inquérito online concretizado pela FENPROF (aqui), ao qual responderam 5218 professores. Atrevo-me a dizer que poderiam fazer o inquérito à totalidade dos professores, que o resultado seria igual ou até mesmo superior.

Pela sua relevância, transcrevo os resultados obtidos no mesmo. Ao contrário da FENPROF que realça as afirmações que tiveram maior percentagem de "votos" (poderão sempre ver essa parte no link que coloquei acima), eu irei realçar aqueles que mais me impressionaram pela negativa.

Cá vai...

No que respeita à carreira docente 
- Não podemos esquecer que ainda estão por resolver problemas (tempo de serviço; vagas; ultrapassagens)- 96,9% 
- Devemos aceitá-la tal como está- 2,7% 
- Devemos aceitar a imposição de novos cortes e/ou congelamentos- 0,4% 

O regime de vagas para progressão aos 5.º e 7.º escalões 
- Deverá ser eliminado- 87,1% 
- Deve manter-se tal como está- 1,2% 
- Deve manter-se, embora com maior número de vagas- 11,7% 

 ● Relativamente à aposentação 
- Urge a consagração de um regime específico que permita a aposentação mais cedo- 98,2% 
- O tempo de serviço e a idade são os adequados- 1,4% 
- Não me importarei se tiver de ficar ainda mais alguns anos ao serviço do que os atualmente fixados- 0,4% 

Se houver um regime de pré-reforma 
- Aproveitarei para sair se as condições permitirem uma aposentação sem qualquer corte- 54,0%
- Poderei aproveitá-lo se as condições não forem muito penalizadoras- 35,1% 
- Não penso nisso e só sairei quando reunir os requisitos legais em vigor- 10,9% 

Concursos de professore
- Poderão ser os diretores a selecionar os professores, com ou sem entrevista- 2,6% 
- Deverão ter caráter nacional e respeitar a graduação profissional dos candidatos- 95,7% 
- É-me indiferente o regime que se aplicar- 1,7% 

Ingresso nos quadros 
- Deverá decorrer, exclusivamente, da aplicação da norma-travão- 6,0% 
- Sempre que um docente complete 3 anos de serviço para o ME- 73,0% 
- Deverá ocorrer, qualquer que seja o requisito exigido, apenas quando o docente manifestar interesse- 21,0% 

Os horários de trabalho 
- São adequados à atividade docente- 10,3% 
- São desajustados, por motivo de serem integradas atividades letivas na componente não letiva- 25,0%
- São desajustados, por se ultrapassar a duração do horário semanal legalmente fixada (35 horas), seja pelo motivo referido no item anterior ou por outro(s)- 64,7% 

A transferência de competências para os municípios (municipalização) 
- Permitirá resolver problemas que, de outro modo, não teriam solução- 3,4% 
- É negativa porque abre portas à ingerência na vida das escolas, à privatização e provocará ainda maiores assimetrias- 93,2% 
- É-me indiferente- 3,4% 

O atual modelo de gestão e direção das escolas 
- É adequado à vida das escolas- 12,6% 
- Deveria ser alterado, no sentido da sua democratização- 83,2% 
- Deveria ser alterado, no sentido de reforçar o poder dos diretores- 4,2%

COVID-19: "Se faltar ao trabalho, como proceder?"

Tendo em consideração que a vacinação relativa à COVID-19 ainda levará o seu tempo, e que é expectável que os próximos meses não sejam muito diferentes dos últimos 9, opto por divulgar este esquema que me parece útil a título individual, mas também para aqueles que desempenham o cargo de Diretor de Turma, e que diariamente sofrem na pele as dúvidas dos encarregados de educação, sempre que existem registos de casos positivos.

Não obstante de pelo menos em termos normativos já não se encontrar atual, julgo que os procedimentos se mantêm. Deixo também um link  (AQUI) para o sítio virtual do SNS24, que esclarece algumas situações relevantes, relativas ao isolamento e isolamento profilático. 


E quando o desempenho dos alunos piora, a culpa é dos outros...




Comentário: Não li o estudo nem o irei ler, como tal, irei abster-me de comentar o seu conteúdo. O que sim eu sei, é que a cada cor política no Governo temos uma reforma educativa que mantém o sistema educativo em permanente revolução (ainda comecei por escrever "evolução", mas como depois de pensar melhor já ia escrever "regressão", optei por uma escolha mais elegante). A estratégia política de apontarem as culpas uns aos outros, nunca as assumindo está gasta. Tão gasta como a minha preocupação em perceber quem tem mais ou menos razão neste "peditório".

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Professores sem componente letiva, mas a trabalhar...

Comentário: Atrevo-me a dizer que este poderia ser um esclarecimento redundante, não fosse o facto de existir muita gente a pensar que os professores sem componente letiva passam as 35 horas de trabalho na máquina de venda automática a tirar cafés, na sala dos professores a ver CMTV ou mesmo a dormir no carro (obviamente estacionado dentro do recinto escolar ou nas suas proximidades).

Adiante.

Filinto Lima mostra-se preocupado com a formação que vai ser dada aos professores sem componente letiva, relativa ao desempenho de novas funções em saúde pública. Preocupação legítima, à qual juntaria outra, relativa ao fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Se investirem em três míseras máscaras por professor, tal como aconteceu na Escola Pública, o melhor mesmo é estes colegas começarem a colocar algum dinheiro de parte... É que isto é tudo muito bonito, mas ao final de uns meses de trabalho, se fizerem bem as contas em gastos com EPI, irão constatar que ultrapassa (e bem) os gastos com papel, tinteiros e canetas para esse mesmo período.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

"COVID-19: Se faltar ao trabalho, como proceder?"

Tendo em consideração que as vacinas  para a COVID-19 ainda irão demorar algum tempo a entrar em "circulação", que só com sorte passaremos completamente ao lado de uma infeção por este vírus (neste momento já passei de "conhecer alguém que conhece alguém com a COVID-19" para "conhecer pessoalmente alguém com a COVID-19") e que vários de nós (principalmente os Diretores de Turma) somos constantemente bombardeados com pedidos de esclarecimentos, deixo-vos com uma imagem que poderá ser interessante em termos de "consulta rápida".


 

Obviamente preocupados...

Comentário: O artigo em causa aponta para um estudo concretizado pela FENPROF (aqui) e conclui o expectável, tendo em consideração as óbvias deficiências ao nível das medidas de prevenção e de segurança sanitária que caracterizam as nossas escolas.

Tendo em consideração a relevância deste estudo, fica a transcrição das principais conclusões:

"● O número de alunos nas turmas não foi reduzido, o que impede o indispensável distanciamento dentro das salas de aula 

Apesar da recomendação da DGS ser no sentido da constituição de pequenos grupos para garantir o distanciamento recomendado, 83,7% dos professores confirmam que o número de alunos por turma se manteve e só 6,1% admitem ter sido reduzido. Mas há mesmo 10,2% de professores a afirmar que o número de alunos por turma aumentou. 

Limpeza dos espaços feita por assistentes operacionais (AO), ocorre, maioritariamente, só ao final do dia. 

59,9% dos docentes afirmam que a limpeza que é feita pelos assistentes operacionais só acontece ao final do dia, como antes da pandemia. O número dos que confirmam serem os alunos e os docentes que limpam entre cada utilização é de 30,4%. Só em 40,1% das respostas é dito que a limpeza é feita pelo pessoal auxiliar entre cada utilização de espaços da escola. 

Em relação ao ano anterior, o número de assistentes operacionais (AO) manteve-se ou até decresceu. 

Só 17,5% das respostas afirmam ter aumentado o número de assistentes operacionais. Já 64,3% refere que o número de assistentes operacionais se manteve e 18,5% diz ser inferior este ano. Este é um problema gravíssimo vivido pelas escolas, pois já antes da pandemia o número de assistentes operacionais era escasso face às necessidades. 

No 1.º período, nas escolas, as máscaras foram distribuídas, mas nem sempre em quantidade suficiente e com a qualidade necessária. 

De uma forma geral foram distribuídas, como confirmam 96,3% dos professores. O problema foi, segundo quase metade dos docentes (46,3%), as máscaras serem em número insuficiente e/ou de má qualidade (elásticos que se partem com facilidade, porosidade…). 

No contexto de pandemia, a atividade dos docentes tornou-se muito mais exigente. 

No contexto de pandemia que vivemos, as aulas decorrem de forma atípica, com os professores a não poderem aproximar-se dos alunos, a trabalharem de máscara, a não encontrarem os seus colegas com a frequência habitual, o que leva 83,4% a considerar que a atividade docente, nestas condições, é muito mais exigente. Só 16,1% afirma ser semelhante e 0,5% (residual) diz haver menor exigência.

Quanto à possibilidade de serem infetados com Covid-19, a maioria dos professores diz-se preocupado e muitos afirmam sentir medo quando estão nas escolas. 

Só 9,5% dos docentes afirmam sentir-se em segurança. Não surpreende, pois face às insuficientes condições existentes, que antes se referem, é natural que 67,4% sinta preocupação e uma faixa ainda significativa, de 23,1% diga mesmo ter medo de ser infetado.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Será mesmo que algum Diretor ponderará abandonar o cargo?

Comentário: Estamos todos exaustos... Os Diretores também. Será, porventura, uma das piores épocas para se estar à frente da gestão de um Agrupamento, principalmente se a equipa escolhida (coordenadores de estabelecimento, adjuntos, etc.) não for coesa, dinâmica e autónoma (já estive em pelo menos um agrupamento de escolas, que pura e simplesmente parava quando o diretor por qualquer motivo estava ausente).

Mas será mesmo que algum Diretor ponderará abandonar o cargo? Acredito que sim... Mas não passará disso. Tal como a muitos de nós, professores, também nos passa pela cabeça ficar por casa uns tempos, recorrendo às evidências certificadas (pelos médicos) do cansaço, aos Diretores o mesmo também acontecerá. E da mesma forma que o nosso cansaço parece sempre ser ultrapassado pelo dever, aos Diretores sucederá o mesmo... 

E não... Não vou "bater" nos Diretores e defender a "tese" de que nunca abandonariam o cargo pela fama, pelo poder, pela falta de vontade em regressar à sala de aula ou mesmo pelo reforço financeiro. À exceção de um Diretor (que tive a infelicidade de conhecer há alguns anos), não conheço nenhum que se enquadre plenamente em qualquer uma dessas motivações. E aqueles que se enquadram, decerto que não será a pandemia a fazê-los desistir.

Mobilização de docentes com ausência de componente letiva para a saúde pública

No dia 27 de novembro tivemos a publicação do Despacho Despacho n.º 11790-A/2020, de 27 de novembro (aqui) que “determina a operacionalização do reforço da capacidade de rastreio das autoridades e serviços de saúde pública para a realização de inquéritos epidemiológicos, rastreio de contactos de doentes com COVID-19 e seguimento de pessoas em vigilância ativa, através da mobilização de docentes com ausência de componente letiva”.

Recomendo a leitura do dito normativo legal (em especial se forem professores na condição de ausência de componente letiva), no entanto, ficam alguns pontos que considerei essenciais:

- cada Agrupamento de Escolas ou Escola não agrupada irá identificar os docentes com ausência de componente letiva, sendo posteriormente contactados aqueles docentes que se considere melhor habilitados ao reforço da capacidade de rastreamento das autoridades e serviços de saúde pública, que promovem a sua formação;

- as Autoridades de Saúde Nacional e Regional fornecem a cada trabalhador mobilizado a formação e os formulários, orientações e guias de inquéritos epidemiológicos, bem como os equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades, para rastreio de contactos de doentes com COVID-19 e seguimento de pessoas em vigilância ativa;

- a Autoridade de Saúde Regional afeta primacialmente os docentes com ausência de componente letiva com formação na área da saúde aos inquéritos epidemiológicos, para rastreio de contactos de doentes com COVID-19, e os restantes docentes ao seguimento de pessoas em vigilância ativa. 

Em resumo, os colegas sem componente letiva terão formação (se for a "típica" formação, o melhor mesmo será pesquisar e aprender de forma autónoma) para esta nova tarefa, assim como acesso a equipamentos necessários para o desenvolvimento da mesma. No que concerne especificamente à parte dos equipamentos, se forem como as 3 máscaras de “pano” que nos entregaram no início do ano letivo (e que deverão durar até julho de 2021), receio que rapidamente deixarão de poder concretizar esta tarefa, pois entretanto lá ficarão infetados.... Mas atenção, fazendo o exercício governamental de que somos uma classe de baixo risco, a existir infeções nesta nova tarefa será sempre em casa, com a família ou no passeio higiénico (eventualmente com o canídeo).