quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Proposta de alteração dos Concursos


Com a divulgação das listas de ontem, em que se confirma a ultrapassagem que já se previa desde 25 de agosto, chegou o momento oportuno para apresentar a minha proposta para erradicar a injustiça gritante que se vem verificando há vários anos (por força das prioridades), mas que atingiu proporções dantescas este ano letivo, pela não consideração de horários incompletos para os  mais graduados.




CONCURSO INTERNO:

a) 1ª prioridade:

  • docentes de carreira vinculados a agrupamento de escolas ou escola não agrupada que pretendessem a mudança do respetivo lugar;
  • docentes de quadro de zona pedagógica que pretendessem a mudança do respetivo lugar.

b)  prioridade:

  • docentes de carreira que pretendessem transitar de grupo de recrutamento e que fossem portadores de qualificação profissional adequada.

MOBILIDADE INTERNA:

c) Prioridade única:

  • docentes de carreira vinculados a agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas a quem não fosse possível atribuir, pelo menos, seis horas de componente letiva;
  • docentes de carreira vinculados a agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas do Continente que pretendessem exercer transitoriamente funções docentes noutro agrupamento de escolas ou escola não agrupada do Continente;
  • docentes do quadro de zona pedagógica, *a quem não fosse possível atribuir, pelo menos, seis horas de componente letiva. (*no caso destes docentes, o mínimo de seis horas só se aplicaria em caso de "anos intermédios", ou seja, nos anos em que não houvesse concurso interno, já que nos anos de concurso interno seriam sempre obrigados a apresentar-se a concurso)
Passo a explicar os dois motivos pelos quais não considero que os docentes de carreira vinculados a agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas a quem não fosse possível atribuir, pelo menos, seis horas de componente letiva (os vulgo "professores com horário zero") não devam beneficiar de um prioridade à frente dos demais:

1º. Não têm componente letiva (na escola de provimento), tal como os professores QZP, que, na verdade, nem sequer têm escola;

2º Se o raciocínio para advogarem que os professores QA/QE com horário zero devam concorrer numa prioridade mais favorável é  "Porque estes não têm componente letiva na sua escola de provimento", então tenho que presumir que advogam também que "Os professores QZP devem concorrer numa prioridade mais favorável que os professores QA/QE que pretendem aproximação à residência, já que, ao contrário destes últimos, os professores QZP não têm escola (muito menos, portanto, componente letiva).

Já agora, uma nota: os docentes de carreira vinculados a agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas (que atualmente concorrem na 3ª prioridade), não "roubam" vagas a ninguém já que, ao conseguirem mudar de escola ou transitar para QZP, libertam a sua vaga.

Desta forma considero que estaria garantido o respeito da graduação de cada docente dos quadros, fossem eles QA/QE ou QZP, tratasse-se de Concurso Interno ou de Mobilidade Interna.

Também considero que a Vinculação extraordinária deveria ser abolida, por promover desigualdade de oportunidades ao não permitir a candidatura de professores do quadro, decisão que considero perversa. E porquê? Porque há um conjunto enorme de professores QA/QE/QZP bem graduados que, legitimamente, pretendem transitar para QZP ou mudar de QZP. 



E como se agilizaria a questão dos horários completos e incompletos na Mobilidade Interna/Contratação Inicial? Assim:

A questão resolver-se-ia facilmente, sem desrespeito pela graduação dos professores e, simultaneamente, garantido que os horários com maior número de horas recairiam sobre os professores dos quadros. Por me ser mais fácil explicar e me fazer entender, optei por utilizar exemplos. Cá vai:

1- Após o termino das candidaturas à MI, a DGAE, porque tem condições para o fazer com precisão cirúrgica, afere o número total de professores dos quadros (QA/QE/QZP) opositores à MI do grupo 300 (Português) em todo o país. Feitas as contas,  constata-se que no país há 100 opositores a este grupo.

2- A DGAE recolhe todos horários do país, entre oito e vinte e duas horasmediante proposta dos órgãos de direção das escolas.

3.1- A existirem 100 horários de 22 horas, fica o problema resolvido, atribuindo-se esses horários respeitando a graduação e preferências de cada opositor;

3.2 - A existir um conjunto de 120 horários no intervalo entre oito e vinte e duas horas, selecionam-se os 100 horários com maior número de horas (de forma a corresponder ao número exato de opositores, no caso do exemplo, 100). Para efeitos de colocação, colocar-se-iam-se os 100 professores nestes 100 horários previamente selecionados, observando-se - exclusivamente - a graduação e preferências dos opositores e desprezando-se o número de horas. Os 20 horários remanescentes (que necessariamente conteriam igual ou inferior número de horas que o com menor número de horas do conjunto dos tais 100) seriam ocupados por docentes contratados.

3.3 - A existir apenas um conjunto de 80 horários no intervalo entre oito e vinte e duas horas, colocar-se-iam-se os 80 professores melhor graduados, observando-se - exclusivamente - a graduação e preferências dos opositores e desprezando-se o número de horas. Os 20 professores opositores à MI (excluindo-se os que vou mencionar no ponto abaixo), que não obtivessem colocação, aguardariam pelas seguintes colocações da MI, em que se aplicaria o mecanismo descrito dos pontos 3.1 ao 3.3.

3.4. Os professores de carreira vinculados a agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas do Continente que pretendessem exercer transitoriamente funções docentes noutra escola não colocados na MI em agosto regressariam à escola de provimento.

Antes que se zanguem comigo, deixem-me tentar explicar o ponto 3.4.
Os professores mencionados neste ponto teriam regressar à escola de provimento já que, ao contrário dos restantes professores não colocados na MI, estes têm efetivamente turmas para lhes serem atribuídas na escola de provimento. Não faria sentido que 5 turmas (por exemplo) se encontrassem sem professor de Português (para usar o mesmo exemplo), existindo no quadro da escola um professor que leciona essa disciplina.

É claro que este método não é perfeito já que ao longo do ano letivo e depois de estarmos colocados (e a menos que estejamos a trabalhar na escola da nossa 1ª preferência) haverá sempre a possibilidade de virem a surgir horários mais convenientes que veremos ser ocupados por professores menos graduados, mas isso já sabe... é a vida. :(

Nota: para simplificar o raciocínio, optei por considerar como completo um horário de 22 horas, sem salvaguardar as reduções ao abrigo do artº 79º do ECD. Obviamente que, caso esta proposta fosse seguida, teriam que se fazer os devidos ajustes a coberto deste artigo.





42 comentários:

  1. "Já agora uma nota: os docentes de carreira vinculados a agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas (que atualmente concorrem na 3ª prioridade), não "roubam" vagas a ninguém já que, ao conseguirem mudar de escola ou transitar para QZP, libertam a sua vaga."

    Um pequeno exemplo que vai mostrar que está enganada

    Cenário:
    - 1 QA de uma escola do QZP X quer ir para uma escola do QZP Y;
    - 1 QZP do QZP Y;
    - Só existe 1 horario no QZP Y;
    - O QA tem uma graduação superior ao do QZP

    Na sua proposta o QA fica com o horario e o QZP fica sem colocação. Ou seja o QA "roubou" o horario do QZP Y

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    1. Sr. Anónimo, parece-me que, com base nesta proposta, não há "roubo" por parte do QA pois o dito QA tem mais graduação, donde temos pena, mas os mais novos (neste seu exemplo QZP Y) terão de se deslocar para mais longe!!

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    2. Esquece-se do mais importante, sr. Anónimo:o professor QA concorre apenas na 3a posição, enquanto o professor QZP concorre na 1a, passando à frente do QA, mesmo que este tenha uma graduação bem mais elevada!
      Infelizmente, é o que me acontece a cada concurso:sou ultrapassada por colegas com 32 de graduação enquanto já tenho quase 40 de graduação...

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    3. Aliás, o professor QZP concorre na 2a posição, foi lapso.

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    4. Paciência: não há essas prioridades na proposta apresentada. Como tal, obteria a vaga, LEGITIMAMENTE, o professor mais graduado.

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    5. Há anos que me debato com estas injustiças. Já as fiz chegar a todos os sindicatos e não quiseram saber, fiz o mesmo para os vários Ministros e nem resposta me deram . Só me resta Procuradoria Geral da República.
      Agora que o monstro cresceu e está fora de controlo, onde param os sindicatos que ignoraram esta situação... O argumento de que os QA já têm uma escola, já não colhe. Acabem com as prioridades na MI. Não me cansarei de denunciar!!! E já, os concursos do próximo ano depressa chegam...Isto não pode cair no esquecimento!

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    6. Em resposta ao anónimo que respondeu em setembro 07, 2017 9:10 da manhã.
      Isso que disse é verdade, mas:
      1- esse argumento é irrelevante, porque, como deve saber, são inúmeros (a maioria?) os casos de QZP's de uma zona que são colocados noutra zona, e não por falta de vagas no seu QZP, mas sim porque o ME permite que concorram a outras escolas, para além das escolas do seu QZP de origem. Como a maior parte das pessoas vive no litoral, ou em algumas grandes cidades do interor, é evidente que a maioria quer ficar em escolas de outro QZP.
      2- Como se isso não bastasse, o ME ainda permite que os QZP's concorram primeiro às escolas que querem (sejam elas em que sítio forem do país) e só depois às do seu QZP de origem, o que ainda é mais escandaloso e prova (se tal ainda fosse preciso) como é praticamente irrelevante pertencer ao QZP A ou B, pois na verdade o que é preciso é ser QZP, seja do Algarve, seja de Trás-os-montes.
      A solução é simples, tal como a Helena diz: colocações pela lista de graduação SEMPRE!

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  2. Está a falar de um cenário micro e de um caso em particular. A publicação do Ricado fala de um cenário macro. A verdade é que o QA de que fala libertou EFETIVAMENTE uma vaga. Mais, a culpa da falta de vagas para todos os professores dos quadros, sejam eles qzp ou qe, não pode ser imputada aos professores. Se o ME acha que não há vagas para os professores dos quadro que já tem, porque continua a vincular mais gente?

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    1. Caro Anónimo: a autoria desta proposta é da Helena Rechena.

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    2. O Cenário micro é o exemplo mais simples. O QA liberta uma vaga, mas no QZP da escola de provimento e não no QZP de colocação. No cenário macro não teria um horário "roubado", teria centenas de horários "roubados", como teve no passado. Isto poderia levar (e levou, no passado) à contratação de muitos contratados em determinadas zonas, com QZP noutras zonas por colocar.

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    3. Isso é conversa da treta, amigo! Os QZP's podem concorrer em 1º lugar às escolas que querem, e só depois às escolas do respectivo QZP. Logo, se houvesse QZP por colocar nalgumas zonas, porque um colega mais graduado, mas QA/QE, azar! Se existe uma lista, ela deve servir para qualquer situação, não apenas para um concurso interno onde as vagas são quase nulas, mas sim para a mobilidade interna, onde há vagas com abundância! Era assim até 2004, altura em que um imbecil de nome David Justino alterou as leis do jogo e estragou a vida a muita gente!

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  3. Falta aqui uma variável muito importante, que está a fazer muita mossa no concurso e de que ninguém fala. A mobilidade por doença que está a sobrelotar as escolas de professores, alguns doentes outros que usam este estratagema (sim já é um estratagema) eliminando alguns horários. Se a lei lhes dá direito a ficarem perto de casa já não se passa o mesmo em relação ao fato de serem colocados antes de colegas mais graduados que ficam em horário zero. Sim está a acontecer! Não deveria ser tida em conta a graduação também nestes casos?

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    1. Os docentes em mobilidade por doença também libertam vagas nos agrp. A que pertencen...os de qzps ao serem retirados..já estão a libertar vagas...não é assim????

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    2. Não, não é bem assim. Se as escolas do meu concelho estão cheias de pseudodoentes (com a colocação dos doentes concordo plenamente) vindos, alguns deles de dezenas largas de Km eu com horário zero e 31 anos de serviço não irei ocupar os seus lugares de origem.
      Senhor ministro continue a deixar os saudáveis a não dar aulas para os doentes trabalharem. Faz lembrar a célebre expressão: O trabalho revigora!
      Só este ano letivo já levei com estas duas ultrapassagens.

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  4. Não entendo por que motivo as pessoas continuam a comentar como Anónimo.

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    1. Somos dois... O facto dos colegas não colocarem um nome (qualquer que ele seja) dificulta a discussão, pois não sabemos se estamos a falar com o mesmo colega. Esta é uma situação que eu tenho vindo a salientar, mas após uma década de blogue, assumo ter desistido de insistir.

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  5. Qualquer QZP tem o direito a ser colocada nas escolas do seu QZP antes do colegas dos outros QZPa e antes dos destacamentos. O não cumprimento desta regra é o mesmo que o fim dos QZPs

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    1. Para já tem esse direito antidemocrático!

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  6. Estou plenamente de acordo com esta proposta.
    Saliento que deve ser acrescentada a possibilidade de qualquer docente poder concorrer para os grupos de recrutamento para os quais têm habilitações profissionais. Não entendo porque que os docentes da 1 e 2 prioridades o podem fazer e da terceira não.
    Não está correcto

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  7. Parece me justo desde que os qzp também tenham a oportunidade de escolher apenas as escolas do seu interesse!! Senão voltamos ao mesmo, digo eu ...

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    1. Diga-me uma coisa: ser QZP quer dizer pertencer a uma zona, não é verdade? Então, por que razão reclamam os professores QZP para terem o mesmo direito que os QA? Quando os QA concorrem na 1a posição na 1a fase do concurso na tentativa de dar aulas na cidade onde vivem e não a quilómetros, infelizmente os QZP não são obrigados a concorrer, cativando assim vagas que deveriam ser ocupadas por professores QA. Só na 2a fase é que os QZP são obrigados a concorrer, mas na 2a posição, à frente dos QA com horário na sua escola mas que acabam na 3a posição. Acontece então que, embora menos graduados, os QZP passam à frente dos QA. Tem dúvidas? Consulte as listas de colocação. Há anos que tento "pousar as malas", vendo professores mais novos e menos graduados passarem-me à frente. Acha justo? Eu não...

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    2. Não posso estar mais de acordo. É uma vergonha!
      Acabem com as prioridades na MI - só trouxe injustiças e o cenário tende a piorar...

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    3. Haja santa paciência para algumas das coisas que alguns docentes escrevem!
      Paciência, explique-me lá como é que na 1ª fase os QZP cativam vagas... se não têm horário em qualquer escola. Os QZP têm como objectivo suprir necessidades não permanentes, daí só serem obrigados a concorrer à 2ª fase. Se alguém residente no Porto que é QZP na Zona 1 sabe que não tem a mínima possibilidade de entrar para um QA na sua zona de residência porque haverá de concorrer na 1ª fase? Ou deverá concorrer para efectivar em Lisboa para depois todos os anos andar a criar instabilidade à escola e ao sistema concorrendo à mobilidade? Os concursos existem para servir e satisfazer as necessidades do sistema e escolas, não para servir ou satisfazer os professores. E se os lugares que os QZP ocupam são, porventura, correspondentes a necessidades permanentes, compete ao ministério transformar esses lugares em vagas para a 1ª fase do concurso... QZP que lhe passe à frente na 2ª fase, só está a ocupar o lugar que lhe compete: suprir uma necessidade não permanente no seu QZP, a não ser que tenha sido colocado numa escola não pertencente ao QZP onde se encontra provido. E nesse caso, a queixar-se de alguém, será do ministério que lhes permite concorrer para outras escolas! Porque não questionar o ministério e os governos, em vez de andarem a queixar-se uns dos outros?! Arre... como hão-de formar cidadãos críticos, justos e conscientes se persistem em só olhar para o próprio umbigo?

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    4. Paciência: A propósito "Quando os QA concorrem na 1a posição na 1a fase do concurso na tentativa de dar aulas na cidade onde vivem e não a quilómetros, infelizmente os QZP não são obrigados a concorrer, cativando assim vagas que deveriam ser ocupadas por professores QA": presumindo que "1ª fase" queira dizer, Concurso Interno, devo dizer-lhe que realmente os professores QZP não são obrigados a concorrer, MAS OS PROFESSORES QA TAMBÉM NÃO SÃO OBRIGADOS A CONCORRER AO CONCURSO INTERNO.Quanto "cativando assim Vagas que deveriam ser ocupadas por professores QA" terá que explicar melhor, já que não se percebe nada: como é que os professores QZP cativam vagas ao não concorrer no concurso interno? E porque é que, se assim fosse, estas deveriam ser ocupadas por professores QA e não por qualquer professor do quadro que fosse mais graduado e nessa vaga estivesse interessado?

      JLPR

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  8. Toda a gente deve concorrer com base na graduação e pronto. Nem mais. Quando se concorre para uma vaga no estado em qualquer outro serviço há um procedimento concursal e fica o mais habilitado, sem quotas para doença etc. No concurso de professores deveria ser igual. E deveria haver critérios específicos para beneficiar aqueles com outros graus académicos como mestrados (pré-bolonha), doutoramentos ou outros.

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  9. Vincular longe e pensar que na Mi fica perto de casa,acabou. Vincular a Sul e regressar a Norte,também acabou.
    Em Maio também haverá docentes menos graduados a ficar colocados mais perto das suas residências. E agora,anulamos todas as colocações anteriores?

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    1. Tem toda a razão, mas não precisa de esperar por maio, pois o que descreve acontecerá na próxima semana. Os docentes teimam em comparar as várias fases dos concursos.

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  10. Antes de mais entendo que qualquer proposta de alteração à lei dos concursos não deve ser individual sob pena de ser tendenciosa, porque uma coisa é a realidade vivida e outra bem diferente é a realidade que julgamos conhecer por ouvir falar.
    Considero até ameaçadora à desejável união entre todos qualquer proposta que não seja muito bem ponderada e redigida por uma equipa que integre colegas das várias situações, conhecedora da legislação em vigor e da história e evolução dos concursos ao longo dos últimos anos.
    Posto isto, não querendo manifestar-me diretamente sobre a proposta em concreto, e nem apresentar qualquer outra proposta individual, julgo haver muitas considerações e correções a fazer.

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  11. - no concurso interno, julgo não nos podermos esquecer dos QA com horário zero (p.e. por extinção da escola) ou dos colegas que concorrem à mobilidade por condições específicas (que deverá ser muito mais fiscalizada e controlada);
    - a propósito dos “horários zero” há que ter em conta que uma coisa é não ser possível atribuir pelo menos 6 horas a um docente para que ele possa continuar nessa escola e não seja obrigado a concorrer, outra bem diferente é considerar, logo à partida, a colocação de professores do quadro, por 4 anos, em horários a partir das 6 horas;
    - o que determina a abertura de uma vaga de QZP é a existência de um horário completo a concurso, por um período consecutivo de 4 anos, numa determinada escola desse QZP, daí não ser de todo legítimo considerarmos todos QZP como “horários zero”;
    - o conceito de QZP refere-se à possibilidade de um professor pertencer ao quadro de uma escola dessa mesma zona, logo que tenha uma escola e um horário nessa mesma zona, não sendo de todo legitimo considerar antes da “afetação” (ou outro procedimento que a substitua) dizer que um QZP é um professor a quem não é possível atribuir pelo menos 6 horas … mal estaríamos se tal fosse verdade! De resto, tal entendimento contradiz o princípio que determina a abertura das suas vagas;

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  12. - da mesma forma, o que determina a abertura de uma vaga de QA é a ocupação por um período superior a 4 anos de um QZP em horário completo e anual numa mesma escola;
    - o conceito de QE/A refere-se à possibilidade de um professor pertencer ao quadro de uma escola/agrupamento, o que lhe confere uma colocação mais precisa e previamente conhecida, mas onde a possibilidade de ficar com “horário zero” é muito mais provável (dado que só tem uma possibilidade de ter horário ou não), talvez daí a lei preveja que um QA nessa situação “apenas” seja obrigado a concorrer a escolas do concelho correspondente à escola onde deixou de ter horário. Digo apenas porque face à análise da realidade e à possibilidade de não ser colocado nessa mesma zona, esse leque será certamente aberto até ao limite necessário para garantir uma colocação (pelo menos eu que já passei pela situação foi o que fiz);
    - da mesma forma os QZP, apesar das zonas serem efetivamente muito grandes, são colocados, de acordo com as suas preferências, numa escola mais próxima ou mais distante do seu interesse, em função da sua graduação e lugares disponíveis;
    - a crua verdade é que quer QA, quer QZP, quando a sua graduação e lugares disponíveis não lhes permitem aceder à colocação desejável, no limite, para não deixarem de ter emprego, ou sofrem ou equacionam mudar de vida;
    - a extinção do concurso de afetação, durante o qual os QZP eram afetos a uma escola da sua zona, associado ao facto dos QZP terem deixado de ser obrigados de concorrer apenas, ou pelo menos em primeiro lugar, às escolas do seu QZP, veio subverter totalmente o conceito de QZP, dado que agora um QZP pode concorrer e ocupar uma vaga de qualquer escola do país (daí os QZP se terem tornado tão apetecíveis, o que aliado às prioridades levou, inclusive a que muitos QA mudassem para QZP), o que, à primeira vista é positivo mas que a médio e longo prazo irá trazer graves problemas (aliás, estes já começaram a notar-se este ano), uma vez que há QZP a ficar sem horário na sua zona porque há colegas de outros QZPs a ocuparem todas as vagas da sua zona. A verdade é que há QZP muito “mais concorridos” do que outros e a partir do momento que qualquer um pode concorrer para onde quer mas só pode ser colocado no seu QZP é natural que estas situações surjam cada vez mais (pelo menos no meu GR a maioria dos QZP que não conseguiram colocação na mobilidade são do QZP 1 e 3 e a verdade em que não vejo lá nenhum do QZP 8);

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  13. - uma coisa é ser “horário zero” no concurso interno, outra bem diferente é ser horário zero na mobilidade interna, dado que na 1ª situação se garante que um professor possa ser colocado noutra escola por um período até 4 anos, e na 2ª situação os docentes por colocar vão parar a uma bolsa de reserva de recrutamento, podendo inclusive vir a lecionar em mais do que uma escola num mesmo ano;
    - não se pode de forma alguma presumir que os QA são efetivos numa escola da sua área de residência e não precisam da mobilidade, visto uma grande parte ter conseguido e vaga e obrigado a concorrer às mesmas em escolas a centenas de Km das suas residências e famílias. Isto, muitas vezes, depois de terem corrido o país primeiro enquanto contratados e depois enquanto QZP;
    - se todas as turmas fossem homologadas antes da saída das colocações da mobilidade interna, haveria muitos mais horários completos a concurso e não assistiríamos ao enorme número de horários que surgem nas primeiras reservas de recrutamento;
    - as listas de ordenação deveriam ser respeitadas até ao seu completo esvaziamento, isto é, as reservas de recrutamento não teriam prazo e não se justificaria a existência de concursos a nível de escola;
    - se todas as necessidades permanentes das escolas fossem efetivamente apuradas, entraria nos quadros quem tivesse lugar para os integrar, de acordo com a graduação e não assistiríamos aos atropelos dos concursos extraordinários, injustos para os colegas do quadro e para os colegas contratados que apesar de mais graduados não tiveram a sorte de reunir os supostos requisitos.
    Posto isto, globalmente, apenas posso apontar para:
    - um concurso único, organizado em várias etapas (interno, mobilidade, externo), baseado nas reais necessidades do sistema e depois de todas as turmas homologadas para um determinado ano, baseado na graduação profissional, onde as pessoas ambicionassem subir os seus vários degraus, sem tropeções e sem andar a subir e a descer.

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    1. Finalmente alguém que fala com sensatez. De facto, também defendo um concurso único e por graduação, em que os professores QA só concorressem se interessados nisso, e os restantes fossem obrigados a concorrer, de modo a permitir a colocação de todos em função da sua graduação e não das posições de que beneficiaram em concursos anteriores.

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    2. Carla Almeida Sereno: Para quem "entende que qualquer proposta de alteração à lei dos concursos não deve ser individual sob pena de ser tendenciosa, porque uma coisa é a realidade vivida e outra bem diferente é a realidade que julgamos conhecer por ouvir falar e que considera até ameaçadora à desejável união entre todos qualquer proposta que não seja muito bem ponderada e redigida por uma equipa que integre colegas das várias situações, conhecedora da legislação em vigor e da história e evolução dos concursos ao longo dos últimos anos" fez bastantes propostas. Posto isto, bem nos podia apresentar a sua equipa que integre colegas das várias situações, conhecedora da legislação em vigor e da história e evolução dos concursos ao longo dos últimos anos.
      JLPR

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  14. A vinculação extraordinária até pode ser abolida mas a norma-travão tem de continuar, porque neste momento um contratado que consegue reunir 4 contratos sucessivos também tem o direito de vincular no grupo em que lecionou nos últimos 4 anos.

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  15. Parace-me que a solucao é bastante mais simples.

    Concorres para um qzp ou qa ficas aí e pronto. Não existe qualquer hipótese de mobilidade. Se um dia quiseres mudar vais ao concurso externo.

    Estas mobilidades constantes, por tudo e mais uma coisa, é que têm criado o problema,

    Os do Porto estão em Lisboa, os de Lisboa estão no Porto. Os de Aveiro estão em Castelo Branco, os de Castelo Branco estão colocados em Aveiro....

    Não pode ser....
    Ficas colocado...tens que trabalhar onde te candidas-te.

    Simples.
    Não queres.vais tratar de vida....
    Mais simples?

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  16. Olá. Numa escola, se alguém tiver de sair no final do ano por falta de horário quem será? Um QZP que concorreu em 2ª prioridade ou um QA que apesar de ter concorrido em 3ª prioridade é mais graduado que o QZP?
    Muito obrigado :-)

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  17. Olá. Numa escola, se alguém tiver de sair no final do ano por falta de horário quem será? Um QZP que concorreu em 2ª prioridade ou um QA (destacado) que apesar de ter concorrido em 3ª prioridade é mais graduado que o QZP?
    Muito obrigado :-)

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  18. Acho muito bem discutirem esta situação. Espero que assim também os contratados saiam beneficiados, os quais sempre sofreram destas injustiças pois para trabalharem concorrem ao país inteiro e devido aos horários serem lançados às prestações quando vem uma nova reserva de recrutamento também os contratados com maior graduação perdem horários que lhes seriam atribuídos.
    Cumprimentos

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  19. O problema com as mobilidades por doença e os horários zero é que muitos são falsos. Uns não estão doentes e os outros até têm horário na escola, mas como não lhes agrada a dist. de serviço (só básicos, por exemplo), ao abrigo da lei, oferecem-se para sair pq já sabem (já contactaram as escolas ou conhecem lá alguém) que têm horários mais "agradáveis"... Portanto, muitos dos horários zeros e mobilidade por doença não são "coitadinhos", mas "chicos bem espertos". Estou farto de tanta esperteza saloia. Onde está a meritocracia tão apregoada ao vento?

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  20. Para mim é claro que esta trapalhada toda decorre dos atropelos em relação à justa graduação que cada um deveria ter, de uma excessiva mobilidade por doença que ninguém se atreve a fiscalizar e dos concursos extraordinários e das normas-travão.
    A graduação, se não for respeitada, não serve de nada, e se não serve de nada, isso significa que o concurso está viciado. Quanto à MPD, já reparei que não raras vezes é pedida por docentes que de outra maneira não obteriam colocação, e de certeza que, se houver vontade, é possível fazer um estudo em relação ao que acabei de referir.
    As vinculações extraordinárias e a aplicação da norma-travão não fazem sentido devido à escassez de vagas.
    O que está em causa é a escassez de vagas e valer tudo para arranjar um lugar.
    Acho um desplante os mais novos não quererem perceber que os mais velhos também já penaram, já estiveram longe, separados dos filhos, a pagar uma segunda renda e a fazer 300 quilómetros. Têm quatro anos de serviço e já querem ser efetivos e ao pé de casa! Eu efetivei ao fim de 17 anos de serviço e o que passei até lá chegar,tendo efetivado bem longe de casa, e toda contente porque tinha efetivado! Hoje, com 30 anos de serviço, continuo a penar e a ver quem tem muito menos graduação a ficar onde eu quero,e sou horário zero, o que faria se o não fosse!
    O que está em causa no concurso de professores é a falta de vagas e os atropelos que estão a ser feitos para arranjar vaga para quem de outra forma não a teria! É isto que está a suceder. Hoje, quem vai para o ensino sabe ao que vai, já não anda enganado.E após os resultados da mobilidade interna, os que estão a fazer mais barulho não são os mais prejudicados. Há gente que só falta pedir para correrem com os QA/QE e lhes darem esses lugares de mão beijada. Acham-se nesse direito! Só leio disparates e com certos tipos de linguagem pelo meio que são impróprios de um professor. Sinto uma tristeza e uma vergonha profundas, eu, que desde os bancos da então chamada Escola Primária, desejei ser professora.

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    1. Os atropelos a que se refere no último parágrafo incluem, porventura, a prioridade (1ª) que foi atribuída no concurso interno aos docentes que não eram dos quadros do continente, mas sim das regiões autónomas? Esta situação em particular é que me pareceu ser, de facto, arranjar uma vaga a quem de outra forma, não a teria... Foram "meia dúzia" deles... mas que muitos (ou todos, não sei) não teriam lugar de outra forma, não teriam... pois havia muitos QZPs com graduação superior à da maioria dos candidatos das RA.
      Helena Rechena, gostei da proposta. Embora tenha dúvidas quanto à Mobilidade Interna pois, supostamente, esta existe com o objectivo de suprir necessidades não permanentes das escolas... tal como os QZP, que foram criados com esse objectivo: suprir necessidades não permanentes das escolas. Não sei até que ponto a estabilidade de escolas e docentes melhoraria, muito especialmente em QZP com menos escolas mas bastante "concorridos".

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  21. Estou de acordo com a parte inicial da proposta, mas em desacordo na parte da colocação dos professores de quadro pelo número de horas do horário, Helena.
    Foi precisamente isso que nos trouxe a este ponto este ano. Os horários incompletos para quadros são sempre completos. Não vamos nós próprios promover este tipo de ideias.

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