segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Promessa de mobilização


Comentário: A manifestação irá consistir numa "vigília contra o desemprego e a precariedade" junto às instalações do MEC, em Lisboa, com início às 15h do dia 24 (sexta-feira) e fim às 12h do dia 25 (sábado) de fevereiro. Teremos a adesão previsível, com os colegas dos quadros a considerar que esta manifestação não é para eles e os colegas contratados a argumentar que não têm dinheiro para se deslocarem à mesma (não sei que desculpas utilizam os colegas de Lisboa, mas são sempre motivos atendíveis). Mas a desmotivação vai bem além de motivos pessoais... Existe o muito afamado "motivo sindical": mais do mesmo. Um misto de teatro muitíssimo bem ensaiado com tradição do século passado.

Assim, e no que concerne às iniciativas sindicais, apenas um reparo: porque não fazer o mesmo que os sindicatos de outros países fazem?

E passo a explicar.

As quotas que os sindicalizados pagam poderiam ser reunidas num fundo que seria posteriormente utilizado para colmatar o "corte" no orçamento resultante da adesão a uma greve. Atualmente as quotas são utilizadas não sei muito bem em quê, mas por aquilo que constato os sindicatos poderiam cortar na publicidade, nas iniciativas obsoletas e investir o dinheiro das quotas neste tipo de "fundo de maneio". As greves teriam muito mais adesão e certamente que haveriam muitos mais professores sindicalizados.

Obviamente que os sindicalistas sabem disto. A questão real que se coloca é: Porque não implementam este "modelo" em Portugal?

16 comentários:

  1. Ricardo
    Por vários motivos:
    - Dos professores sindicalizados alguns/muitos escolhem o sindicato pelo valor (mais baixo) das cotas;
    - Essa ideia iria implicar um aumento das cotas e uma adesão "prolongada" dos sócios.
    - Um dos motivos alegados por professores para não se sindicalizarem é o dinheiro que iriam gastar nas cotas fazer falta para outras finalidades.


    Sabes bem que há muito professor que quer tudo, mas de graça.

    ResponderEliminar
  2. Creio que a resposta é simples: porque estamos...lá está, em Portugal e porque, desculpem, comem todos do mesmo prato. Já não acredito NUMA palavra do sindicato. ZERO. Eles estão-se a borrifar para os contratados.

    ResponderEliminar
  3. Lá tinha q vir o "dito cujo" defender os sindicatos... se fosse para criticar os contratados já tinha erguido o dedo em riste, mas aos sindicatos tudo é permitido.
    Pois, eu não adiro a nenhuma manifestação. Não posso colocar questões ao meu sindicato, porque quem lá está nunca sabe nada. Sempre fiz greve e fui às manifestações e,a trabalhar há quase 2 décadas na precariedade, estou cada vez pior. Já não espero NADA desta profissão. Sei q só me resta um futuro ainda mais precário e o desemprego.

    ResponderEliminar
  4. Na verdade os sindicatos perderam credibilidade com aquela trapalhada do acordo das pizzas. Toda a gente percebeu que quiseram beneficiar quem não dava aulas (entre eles os sindicalistas profissionais). Agora ou emendam a mão com um caderno reivindicativo digno ou tudo na mesma. Aliás, pelo que vi... Quartel General de Abrantes, tudo como dantes. Novas oportunidades no caderno?!! Por amor da Santa!

    ResponderEliminar
  5. Para Advogado do Diabo: Gostava que experimentassem... Sem o fazerem não se sabe se resulta ou não. Presumo que será uma questão de regulamentação interna sindical. Poderia ser interessante, teria o meu apoio e eventualmente a minha filiação (existe um sindicato com o qual não conseguiria estabelecer qualquer relação de fidelização).

    ResponderEliminar
  6. Eu concordo! Já pago ao meu sindicato há 10 anos, deve chegar para me pagarem um dia.
    E assim podia ser que usassem outras formas de combate que não a greve (fiz sempre greve, e PEEEEESA mesmo no orçamento familiar).
    Magnífica ideia Ricardo.

    Obrigada pelas informações e sugestões.
    Mc

    ResponderEliminar
  7. Realmente, seria interessante que explicassem o destino do dinheiro que entra no sindicato. Enquanto fui sindicalizada nunca prestaram esse tipo de contas, atualmente parece-me que continuam a não fazê-lo!

    ResponderEliminar
  8. Recente EX desempregadofevereiro 07, 2012 11:15 da manhã

    Meus caros colegas eu tive desempregado e o sindicato veio pedir para eu pagar a cota durante esse tempo. Espantem-se: " o colega está a receber subsidio de desemprego".

    ResponderEliminar
  9. Se isso acontecesse, o Governo ia dizer que havia uma adesão muito grande à greve porque os sindicatos pagavam para fazer greve. É sempre preso por ter cão e preso por não ter!
    Agora uma coisa é certíssima: os sindicatos têm que se deixar de manifs e de greves. Chegou a altura de protestar de outras formas, pois andamos há quase 38 anos a fazer sempre igual, logo o resultado é cada vez mais ineficaz...

    ResponderEliminar
  10. Só posso respnder pelo meu sindicato.Há assembleias gerais de sócios onde são prestadas contas a quem estiver presente. Poucos, muito poucos, aparecem. Então por que razão se vêm queixar depois? Com que legitimidade? Quanto às formas de luta, se a greve beneficiasse o governo ou o patronato, a TRoyka teria escrito no memorando a obrigatoriedade de fazer greve pelo menos uma vez por mês (0 Salazar tb se teria lembrado disto, concerteza...). A História está aí para provar que a luta na rua esteve sempre na base das grandes mudanças que se operaram a nível mundial. Essas desculpas já me cansam.

    ResponderEliminar
  11. # Anónimo das 12:29
    Já agora satisfaça-me a curiosidade, onde é que é gasto o dinheirinho que o sindicato recebe a partir das quotas dos professores sindicalizados?

    ResponderEliminar
  12. Penso que neste momento, com a apatia generalizada de grande parte dos docentes, a única forma de luta séria é uma manifestação de professores em Lisboa dinamizada pela união dos sindicatos representativos da classe. É impressionante verificar que nem 1000 proposta sobre a dita "Reforma Curricular" foi enviada para o MEC (não somos cerca de 140 000?).

    ResponderEliminar
  13. Concordo em absoluto com o Alberto Miranda.Aqueles que estão a destruir a escola pública estão muito bem organizados. Há que ter como resposta uma luta igualmente organizada e um maior envolvimento, não só nas questões específicas da profissão docente, como nas gerais que afetam todos os trabalhadores. Estamos todos no mesmo barco! Que diabo, unamo-nos!

    ResponderEliminar
  14. Como eu gostava que algumas coisas mudassem...

    ResponderEliminar