quinta-feira, 29 de abril de 2010

Petição para reduzir o número de alunos por turma.

Lançada petição para reduzir número de alunos por turma.

Comentário: Isto sim é uma daquelas iniciativas que considero realmente relevantes. A autoria desta petição é do "Movimento Escola Pública" e espero sinceramente que consiga recolher um número bem elevado de assinaturas (bem maior que as 4000 necessárias para levar este tema à Assembleia da República).

Existe sempre quem avance com o acréscimo do número de docentes que seria necessário para que esta medida pudesse ser realmente implementada (e como tal, o acréscimo da despesa pública), no entanto, creio que esta medida é bem mais necessária em termos de futuro que algumas daquelas denominadas "grandes obras públicas". Uma questão de rumo, digo eu. Apostamos em ferro, betão e alcatrão ou na educação da geração futura? Humm... É dificil, eu sei. Principalmente se tivermos interesses na "Mota-Engil".

Deus e o Diabo.

No Correio da Manhã a 29/04/2010: "A Fenprof marcou para segunda-feira, às 11h00, uma concentração de professores em frente à residência oficial do primeiro-ministro. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, responsabiliza José Sócrates pela consideração da avaliação no concurso de professores.

"Vamos deixar de falar com os anjos e falar com Deusse é que Deus não fica ofendido com a comparação", afirmou, anunciando que vai pedir uma audiência ao Presidente da República, Cavaco Silva, e ao grupo parlamentar do PS. A estrutura sindical vai ainda apresentar esta semana queixa na Procuradoria-Geral da República: "Considerar a avaliação nos concursos é legal mas desencadeia um conjunto de ilegalidades que proporcionalmente são mais gravosas e justificam uma iniciativa legal de suspensão."

Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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Comentário: Estranha comparação... Comparar Sócrates e a equipa ministerial da educação a anjos e o nosso Presidente da República a Deus é por oposição, e analogia, comparar os sindicalistas a demónios e Maria Nogueira ao Diabo. Peço desculpa pela relação aqui feita, mas foi o que me veio imediatamente "à cabeça" quando li este artigo do CM.

Relativamente à concentração de professores, marcada para a próxima 2.ª feira, será previsivelmente (e perdoem-me os puritanos da opinião única e da união arquitectada) fraca. Primeiro porque não tem existido uma correcção de estratégia em termos sindicais (continuam a persisitir nas mesmas técnicas, nas mesmas declarações e no mesmo não esclarecimento - ou esclarecimento dúbio - do que ocorreu na famosa e famigerada maratona negocial) e em segundo, porque a esmagadora maioria dos docentes ainda não vê este problema da consideração da avaliação na graduação, como seu (algo que apenas irá ocorrer lá para os inícios de 2011).

Quanto à queixa na Procuradoria-Geral... Bem... Já disse tudo o que tinha a dizer. Não irá dar em nada, pois estamos perante um cenário de legalidade que defende em toda a linha o Ministério da Educação. Que não é justa a consideração da avaliação, segundo o modelo (ainda actual) de avaliação "engendrado" por Maria de Lurdes Rodrigues, na ponderação da graduação já nós sabemos, mas "abater" esse injustiça para este concurso já será outro tema.
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terça-feira, 27 de abril de 2010

"Entrevista" com Isabel Alçada (DN).

No Diário de Notícias a 27/04/2010: "Desde o 25 de Abril que o Ministério da Educação é dominado por ministros homens. Com Maria de Lurdes Rodrigues iniciou-se um ciclo feminino de pólos opostos na actuação, pois Isabel Alçada parece interessada em diminuir tensões entre os vários parceiros do sector. Após um primeiro acordo e uma primeira crise, a ministra comenta a situação.

(...)
Porque é que os sindicatos se sentiram surpreendidos com a manutenção do modelo de avaliação?

A isso não posso responder-lhe porque, na verdade, nunca dissemos que a avaliação não ia contar. Até porque tivemos mais de cem mil professores que entregaram a avaliação; nas escolas houve um trabalho consistente e houve muito investimento por parte das pessoas.

Mas os sindicatos pareceram surpreendidos?

Pois, a isso eu não sei responder.

Foi uma rasteira do ministério?...

Nem por sombras!

Deixe-me acabar a pergunta…

Nunca na minha vida preguei rasteiras a ninguém, nem nunca o farei.

Então foi uma falta de atenção por parte dos sindicatos?

Não sei! É verdade que sempre falaram na possibilidade de isso acontecer. Nós, nas reuniões com os sindicatos, vimos as propostas e depois negociámos alguns pontos. Ouvimos, registámos que era essa a posição mas nunca dissemos que isso ia acontecer.

E agora, usando a palavra deles, partem para a guerra. Está criado um cenário de contestação e de crise?

É preciso entender que este concurso tem uma dimensão restrita. O que acontece é que achámos que não era legítimo não cumprir a lei.

Que os sindicatos achavam que estava suspensa.

Fomos muito claros quanto a isso: a lei não estava suspensa. O que agora solicitaram foi que alterássemos a lei, mas dissemos sempre que não íamos fazer alterações retrospectivas, apenas uma alteração prospectiva para não desrespeitar o investimento e o trabalho de muitos professores que foram avaliados com Muito Bom e Excelente. Senão, os que não se submeteram à avaliação seriam beneficiados pela infracção.
(...)
A Fenprof avançou com as providências cautelares. Vão ter efeito?

Não me parece que a linguagem de ameaça, de conflito, de guerra resolva! É a posição deles, nós vamos continuar a trabalhar com serenidade e ver os efeitos do nosso trabalho, e vejamos os efeitos da posição dos sindicatos.

Que recorreram ao Parlamento para tentar impedir a avaliação por decreto.

Vi isso na imprensa e até já pedi à minha chefe de gabinete para ligar para a Assembleia para agendarmos a nossa ida.
(...)
Já esteve na mesma mesa com o Mário Nogueira?

Sim, com certeza.

Acha que ele acredita na sua perspectiva de diálogo?

Espero que sim, mas eu não gosto de atribuir intenções aos outros. Fazer juízos de intenção é um erro não só na política como na vida. Aceito aquilo que me dizem como o que as pessoas querem fazer e estão a pensar, sempre fui assim e continuarei. Eu própria faço isso! Se a pessoa tem alguma intenção escondida que não me está a dizer, o tempo o dirá. Mas eu nunca tenho.
(...)
O próximo 1.º de Maio vai ser um teste ao Ministério da Educação?

Não, nunca vejo as coisas como testes, porque observo o processo com alguma distância. Quanto à manifestação das pessoas, tomo-a em consideração sem dúvida. Mas não são testes, não é braço-de-ferro.

Nos últimos anos o ministério tem fechado os olhos às manifestações de rua. Também o vai fazer?

Não estou a antecipar uma situação destas. Temos um acordo com os sindicatos e propostas que sinto que as escolas e as famílias estão a aceitar.

Os sindicatos dizem que esta questão da avaliação é por ordem do primeiro-ministro. É verdade?

Não, apesar de haver uma sintonia muito grande no Governo. Mas as coisas são analisadas e em relação a este ponto posso dizer que é da minha total convicção o que estou a propor. Eu trabalho sempre assim. E nesta actividade é uma responsabilidade tão grande que uma pessoa tem diariamente de ou está muito convicta ou então é preferível não estar à frente de um ministério. É um trabalho de uma natureza exigentíssima e não pode haver inconsistência.
(...)
Entre as várias mudanças que propõe está mudar as disciplinas de História e Geografia de anuais para semestrais. Tendo em conta que foi professora de História e de Geografia, não lhe custa fazer isso?

Não me custa nada! A ideia que temos, sobretudo no terceiro ciclo, é que há muitas disciplinas. Se perguntar a um aluno quantas disciplinas tem, ele não consegue responder. Se perguntar a um pai, também não o consegue e, às vezes, os próprios professores não sabem bem quantas são. É uma proposta que está sobre a mesa mas que nem sequer foi regulamentada. Temos 22 escolas que têm contrato de autonomia, algumas já fizeram esse trabalho e consideram que foi muito benéfico porque os jovens concentram a sua aprendizagem. Muitas vezes estamos agarrados a soluções julgando que são as únicas soluções, mas há sempre vários caminhos para tudo.(...)"

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Aconselho a leitura integral da entrevista... O registo é bastante diferente de Maria de Lurdes Reis Rodrigues, no entanto, não será necessariamente melhor. Apenas diferente, eventualmente mais doce e de mais fácil leitura.
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Para relaxar...

Gosto particularmente desta música. Espero que apreciem. Até amanhã.

Música de "Laura Izibor" - (Tema: Shine).

Mais vale tarde...

No Diário Digital a 26/04/2010: "O Governo reconhece que as provas de recuperação, realizadas pelos alunos que ultrapassam os limites de faltas, são uma "sobrecarga de trabalho" para os professores, "sem que se vislumbre um impacto" na melhoria das aprendizagens e no sucesso escolar.

"[...] o regime da prova de recuperação tem comportado, para os professores, uma sobrecarga de trabalho, sem que se vislumbre um impacto desse esforço na melhoria das aprendizagens e no sucesso escolar dos alunos [...]", lê-se na proposta de lei do Governo de alteração ao Estatuto do Aluno.

Na exposição de motivos, prossegue o Executivo, considera-se que aquele procedimento, introduzido pela anterior ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, constitui "razão de desmotivação", "prejudicando o exercício das funções docentes".

A proposta de lei, a que a Lusa teve acesso, foi aprovada na quinta feira em conselho de ministros e a sua discussão na Assembleia da República estava marcada para quarta feira, mas acabou por ser cancelada devido à greve dos funcionários parlamentares.

As alterações agora propostas ao diploma são justificadas com a necessidade de "aperfeiçoamento", tendo em conta "a experiência entretanto decorrida", segundo a exposição de motivos."

Ver Artigo Completo (Diário Digital)

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Comentário: Espero que o Ministério da Educação tenha aproveitado a "experiência entretanto decorrida" para o novo Estatuto da Carreira Docente e para o novo modelo de avaliação do desempenho. Se (e aqui é um "se", pois não conheço os documentos aprovados no Conselho de Ministros) mantiveram aquilo que constava das últimas propostas digo-vos que ainda não aproveitaram em pleno "a experiência entretanto decorrida", pois mantiveram muito do "processo", mudando apenas uma ou outra designação, acrescentando aqui e tirando acolá e colocando filtros que não existiam em substituição de outros que desapareceram. Saldo final da alteração? É positivo? É negativo? Atrevo-me a pensar que poderá ser qualquer das opções... Depende.
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domingo, 25 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Palavras leva-as o vento.

No sítio da TVI24 a 23/04/2010: "O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou esta sexta-feira a «incapacidade do Governo» para compreender «como é injusto e perverso» considerar a avaliação de desempenho no concurso de docentes e alertou que «a teimosia retira lucidez».

«Não está em causa, neste concurso, ser a favor ou contra o que se considere a avaliação. Em confronto estão o bom senso e a teimosia», afirmou Mário Nogueira, na sessão de abertura do 10.º Congresso Nacional dos Professores, que arrancou ao final da manhã em Montemor-o-Novo (Évora).
(...)
Segundo Mário Nogueira, na campanha eleitoral das últimas legislativas, os responsáveis do PS tiveram «uma clara alteração de discurso» no que respeita aos professores, «com arrependimentos tornados públicos».

«Mas bastaram alguns, poucos meses, para que fossem aprovados o Orçamento de Estado para 2010 e o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) até 2013» para que o Executivo de José Sócrates alterasse a sua postura.

Ou mesmo, realçou, para que «a senhora ministra da Educação tenha ontem [quinta-feira] afirmado que, em reunião nenhuma, a Fenprof ou outro sindicato» colocaram «a questão da avaliação nos concursos como algo que tinha que ser alterado».

«Senhora ministra, já que é uma pessoa conhecida da juventude, que escreve para os jovens, não dê maus exemplos. Não minta que é feio», ironizou o responsável.

Na abertura dos trabalhos, o secretário-geral da Fenprof considerou ainda «uma grande vitória» as alterações ao Estatuto da Carreira Docente, aprovadas na quinta-feira pelo Governo e que determinam o fim da divisão da carreira em professores e professores titulares."

Ver Artigo Completo (TVI24)

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Comentário: Não digo que Mário Nogueira não fale verdade quando acusa Isabel Alçada de mentir. Todas as indicações que tenho vão nesse exacto sentido. No entanto, se não consta do acordo de Janeiro ou de uma qualquer acta feita nesse dia, as afirmações de Nogueira têm tanto valor como um grão de areia na praia. Dito de outra forma, quase todos nós já chegámos à conclusão que os sindicatos que assinaram o acordo confiaram na palavra da equipa ministerial. Fizeram mal? Pois fizeram... E agora? E agora os sindicatos devem tratar de não cair pela terceira vez em ratoeiras. É que o queijo até pode ser do bom, mas caramba, a união dos docentes não pode ser desperdiçada mais nenhuma vez. Vamos ver se "isto" se compõe e começamos a encarrilhar novamente para uma nova luta, mas espero que desta vez, e na eventualidade de surgir nova oportunidade negocial se deixem de maratonas ou de tratados apalavrados.
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Expectável.

PS não aceita votação de diploma para retirar avaliação de concursos.

Comentário: Obviamente que não iria aceitar... E posso estar errado, mas pelo menos um partido (que não o PS) deve estar a "bufar" de alívio com esta recusa.

Como?

Dica #1: Afaste-se dos blogues que insistem em publicar posts sobre o estatuto e a avaliação de desempenho; Mas se é masoquista, continue a perder o seu tempo a autoflagelar-se.

Comentário: Bem... Eu escrevo sobre o estatuto e a avaliação do desempenho a um ritmo quase diário e de uma forma ou de outra, acabei por me sentir tocado por esta "dica" (se bem que saiba que não me é dirigida). Tenho grande estima pelo Ramiro Marques, mas esta "dica" é realmente estranha se pensarmos na raíz do blogue (recordo que antes se denominava ProfAvaliação e baseava muito dos seus conteúdos na avaliação e no ECD) e ainda mais complicada de compreender quando sabemos que para lutar é necessário estar informado sobre os motivos dessa luta. Não é masoquismo... É informação, tratamento de informação e eventualmente opinião sobre essa informação. Não devemos negar as nossas raízes, Ramiro, e até para mim que me considero racional e ponderado, esta tua "dica" deixou-me um pouco de sabor amargo na boca. Em conclusão: achei excessivo, principalmente vindo de alguém que granjeou um sério trabalho na blogosfera (e não só) e que muitos (incluindo eu) admiram.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Conspiração ou ingenuidade (II).

Continuando com o raciocínio feito no post anterior, será interessante esmiuçar os eventuais verdadeiros motivos da "ingenuidade" sindical (e com um pouco de sorte conseguir o meu "lugar ao sol" com uma teoria que circulará na net... Eh eh eh). Se nuns casos se trata mesmo de ingenuidade em outras situações estamos a falar de limites de poder negocial. Vejamos:

1 - Variáveis na negociação: sindicalistas e equipa ministerial;

2 - Mudanças: os sindicalistas continuam os mesmos... A "testa de ferro" da equipa ministerial mudou de nome, passou de Maria de Lurdes Reis Rodrigues Pinto de Sousa para Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar Pinto de Sousa. Os dois últimos apelidos são os que realmente detêm o poder, por isso, nada mudou;

3 - Relação professores/sindicatos: os sindicalistas encontram-se presos ao poder negocial que os professores lhes conferem quando reivindicam, contestam e se organizam. Os números contam mas também conta a manutenção da contestação por mais de um dia. Os sindicatos sabem que os professores não são capazes de manter iniciativas por muitos dias e o ME também.

4 - Relação sindicatos/ME: os sindicalistas sabem que o seu poder negocial é limitado e têm consciência que o ME também o sabe. Não podem "esticar muito a corda" pois ela parte. Parece-me que muitos colegas ainda não compreenderam isto. Só pode... Existem propostas que chegam ao irreal, tomando como princípio este limite negocial objectivo.

Conclusão: Como o poder negocial dos sindicalistas é limitado pela capacidade de união dos professores (que sejamos justos, quando em comparação com outras classes profissionais é fraca), quando surge uma oportunidade negocial não se podem cometer erros grosseiros que roçam a ingenuidade. Cada oportunidade negocial deverá ser aproveitada ao máximo e não se podem deixar de lado temas importantes ou pontas soltas "apalavradas" na esperança de que venham a ser tratados posteriormente. Isso aconteceu em Janeiro (e não só)!

Estão a ser desperdiçadas oportunidades... Por falta de trabalho de casa, ingenuidade, estupidez ou o que quiserem chamar, mas que estão a desgastar os professores ao ponto de duvidarem da capacidade negocial (limitada pela união e acção dos professores). Recordo aqui uma questão de um amigo meu, contratado, me fez ainda hoje:

"Porquê voltar a manifestar-me se o resultado desse esforço foi uma negociação onde os nossos representantes foram ingénuos e deixaram escapar um tema tão relevante como a relação da avaliação na graduação e mantiveram o mesmo sistema de avaliação?"

Foi uma boa questão... E foi essa questão que me levou a expôr-me mais um pouco aqui no blogue (algo que ultimamente perdi vontade de fazer). E é exactamente a essa questão que também eu espero resposta para voltar a "encarrilhar" na união. Porque se me pedem para ficar "calado" em favor da união, eu tenho de saber o que vai obrigatoriamente mudar. O que é que os sindicalistas vão tentar mudar? Como vão fazê-lo? Começarem por admitir os seus erros, modificarem a sua forma de encarar os "pormenores" que lhes chegam do "exterior", justificarem algumas das "alterações" do anterior ECD em troca de outras consideradas por muitos mais relevantes, desmistificarem as vantagens que muitos afirmam terem sido obtidas por alguns sindicalistas bem escalonados, seriam óptimos inícios de "lavagem" de face... Existiria aqui também um tema que poderia ser acrescentado e com relação directa entre resultados sindicalistas, "ex-titulares" e "esvaziamento de fileiras" mas deixarei para outro dia (ou não).

Conspiração ou ingenuidade (I).

Circulam duas teorias na blogosfera sobre a relação entre o Ministério da Educação (ME) e os Sindicatos de Professores (SP). E quando mais de uma teoria surge como explicação para uma situação inexplicável (ou aparentemente inexplicável) não consigo passar ao lado. Segue-se um resumo de cada (vou tentar equilibrar, para não ser injusto):

Uma delas faz referência a um hipotético acordo secreto entre o ME e os SP, que visaria reforçar a posição e credibilidade dos SP e permitir ao ME uma maior margem de manobra em futuras "conquistas". A outra, defende a boa-vontade sindical e retrata os sindicalistas como "meninos ingénuos" que foram enganados pela "malandra" da Ministra e da sua equipa.

Geradas as teorias... Surgiram os seguidores... E a "tenda" veio abaixo. Discordâncias, "bocas" sem destinatário, indirectas seguiram-se e às tantas comecei a não saber o que raio havia de pensar da situação. O que se segue é uma divagação em tempo real do que me vai na cabeça:

Das duas teorias colocadas na mesa, reconheço que me identifico mais com a segunda (a dos "meninos ingénuos"), não por questões pessoais de proximidade com quem a gerou, mas sim por achar que ela é suficientemente abrangente para incluir a primeira (aquela que eu chamo de "toma lá, dá cá"). E porquê? Porque ambas redundam na ingenuidade dos sindicalistas que se deixaram enganar pela simpatia lançada por Alçada, mas esqueceram-se que o "berdadeiro" negociador é José Sócrates e esse não mudou uma vírgula no que aos professores diz respeito. Eu sabia disso, tu que estás a ler sabias disso, o cão do meu vizinho também sabia, mas quem estava a negociar esqueceu-se.

(continua em outro post... Mais altos valores laborais se levantam que me impedem de continuar a divagar.)

Diplomas do acordo aprovados

Governo aprova alterações ao Estatuto da Carreira Docente e novas regras da avaliação de desempenho.

Comentário: A décima alteração do ECD foi finalmente aprovada em Conselho de Ministros, tal como o "novo" (que de novo nada tem, a não ser o acréscimo de um relatório e pouco mais) sistema de avaliação de desempenho. O "ingénuo" (segundo uma teoria que ainda irei explorar hoje) já veio mostrar o seu contentamento, embora afirme que esta aprovação é tardia.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aparentemente é hora de...

...começar a cerrar fileiras e de não causar muito "ruído". No meu caso, será mais hora de cerrar os dentes, de vos dar música e de continuar a ser livre para expôr os meus pontos de vista.

Hoje estou "espirituoso", tentem não me ligar muito. Eh eh eh...

Música de "Inna feat. Bob Taylor" - (Tema: Deja Vu).

Provedoria preocupada...

No jornal i a 21/04/2010: "O secretário geral da FENPROF, Mário Nogueira, classificou hoje de "extremamente importante" a reunião que teve na Provedoria de Justiça, adiantando que este órgão já estava a acompanhar queixas de professores e tinha aberto um processo sobre os concursos.

"A Provedoria, preocupada com o que poderia vir a acontecer e tendo já recebido queixas de professores, já tinha um processo aberto precisamente sobre os concursos", disse Mário Nogueira aos jornalistas no final de uma reunião com a provedora adjunta Helena Vera Cruz Pinto e a equipa para as questões de Educação.
(...)
A delegação da FENPROF deslocou-se hoje à Provedoria de Justiça, em Lisboa, para manifestar as preocupações dos professores relativamente à consideração da avaliação de desempenho no concurso a decorrer até sexta feira para professores contratados.

Também hoje, Mário Nogueira disse ter sido surpreendido com "uma novidade" no site da Direção Geral de Recursos Humanos: "As pessoas podem pôr a classificação quantitativa que tiveram, ainda que não corresponda ao intervalo da qualitativa, mas também hoje percebemos aqui que isso tem alguma coisa de ilegalidade".

O sindicalista considerou que há ainda outro problema porque há professores que já concorreram, além de "um conjunto de outras situações extremamente preocupantes".
(...)
Falando aos jornalistas no final da reunião, o líder da FENPROF exemplificou ainda que professoras em licença de maternidade no ano passado não foram avaliadas e que só têm a avaliação de há dois anos, em que não houve o mesmo tipo de avaliação: "Nem sequer podem concorrer. Se colocarem estão a falsear os dados e, portanto, não podem ser validados".

Na Madeira, frisou, não houve sequer avaliação. Num primeiro momento foi atribuída uma avaliação de "Bom" e agora, de acordo com Mário Nogueira, "o Governo Regional - sem que o Governo da República soubesse - decidiu atribuir 7,2 a toda a gente", um dos valores possíveis dentro desta classificação."

Ver Artigo Completo (iOnline)

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Comentário: Quanto à questão da ponderação da avaliação do desempenho na graduação não existe nada de ilegal, como tal, a Provedoria nada poderá fazer de concreto. Quanto às injustiças das situações enumeradas (por exemplo, o caso de colegas em licença de maternidade), essas sim poderão ser solucionadas pois estamos a falar de "omissões". Pelo menos esse é o meu entendimento...

E mais não digo para bem da união e da futura eventual provável mas com fortes hipóteses de sair fraquinha luta organizada pelos sindicatos. ;)
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Esclarecimento da DGRHE (avaliação do desempenho / concurso 2010)

Coloco conforme recebi (email reencaminhado por um colega):

----- Original Message -----
From:
To:
Sent: Qua Abr 21 10:42
Subject: Fwd: Candidatura ao Concurso de docentes 2009/2010


Exmo. Senhor (a)

Informamos que a classificação quantitativa a registar no campo 4.5.2. da candidatura deve corresponder ao valor que consta na ficha global da avaliação do desempenho docente.

Os candidatos que já tenham submetido a candidatura poderão, entre 3 e 6 de Maio de 2010, no segundo momento da validação da candidatura, proceder ao aperfeiçoamento do campo 4.5.2. Este poderá ser actualizado inscrevendo nele uma classificação quantitativa, ou alterado, caso o valor inscrito não corresponda ao da ficha global da avaliação do desempenho docente.


Lisboa, 21 de Abril de 2010.

Com os melhores cumprimentos,

A DGRHE - Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ausência de compromisso...

No Sol a 19/04/2010: "«Nunca existiu nenhum compromisso da parte do Ministério da Educação no sentido de que a avaliação do desempenho docente não fosse um dos critérios a tomar em consideração para a graduação profissional para efeitos do concurso», disse o secretário de estado Adjunto e da Educação.

Alexandre Ventura falava à agência Lusa depois de ter recebido um abaixo-assinado da Fenprof com mais de 16 mil assinaturas, contra a contabilização dos efeitos da avaliação de desempenho docente no concurso para preenchimento de necessidades transitórias, a decorrer desde segunda-feira passada.

Segundo os sindicatos de professores, a consideração da avaliação vai provocar enormes «injustiças», tendo em conta a forma «aleatória» como este processo decorreu nas escolas, por exemplo nas regiões autónomas, onde existem professores avaliados administrativamente.

«O Ministério da Educação está a resolver todas as situações que têm uma solução do ponto de vista técnico. Identificados os problemas estão a ser encontradas as melhores formas possíveis para os resolver. Impera uma diversidade de situações», acrescentou o secretário de Estado.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirmou hoje que a tutela terá uma «guerra» com os docentes caso insista na consideração da avaliação nos concursos, equacionando no seu congresso do próximo fim-de-semana novas formas de luta, como uma «manifestação nacional».

Segundo Alexandre Ventura, «o campo semântico da guerra» não é utilizado pelo Ministério da Educação: «É perfeitamente normal que haja matérias nas quais há sintonia e outras em que não há ou em que o nível de concordância é menor».

«As sociedades democráticas são assim mesmo. Os governos existem para governar. Há decisões que merecem o apoio generalizado da população, há outras que não merecem essa mesma aprovação tão generalizada», sublinhou.

O secretário de Estado adjunto e da Educação reiterou que a posição do Governo está tomada e que, por isso, a avaliação de desempenho é um dos critérios a considerar para efeitos de graduação nos concursos de docentes."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: Na realidade, nada consta no acordo de Janeiro de 2010 sobre a não consideração da avaliação do desempenho docente como factor de ponderação para efeitos de graduação. Neste ponto, o Ministério da Educação tem razão... Quem não tem razão, é a FENPROF que assinou um acordo onde esta situação não foi salvaguardada e que já na altura tinha sido amplamente discutida e contestada.

Ninguém (acho eu) pode contestar que a anterior avaliação do desempenho decorreu segundo moldes injustos e em diversas situações, de duvidosa atribuição. Como tal, não deveria ser considerada para efeitos de graduação. Isso sim seria corrigir uma injustiça. Mas com um aviso de abertura publicado em Diário da República e com o concurso a decorrer nada poderá ser feito (pelo menos de forma rápida e legal) para que esta situação possa ser corrigida. Mesmo que exista desvio para a Assembleia da República não creio que algo de relevante possa ocorrer. Existem a esta altura, demasiados compromissos e nenhum deles passa pelos professores.

Se quiserem ver um rol de situações de clara injustiça, basta clicarem aqui (página da FENPROF) e espantarem-se (ou não)...
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De volta...

Andei com alguns problemas de acesso à internet nestes últimos dois dias... Finalmente estão resolvidos e creio que não se voltarão a repetir. Vamos ver se consigo actualizar o blogue com as últimas novidades ainda durante a tarde.

Por aquilo que já pude ler em outros blogues de referência, o panorama não é propriamente o melhor... Se as novidades fossem boas é que eu ficaria surpreendido.

sábado, 17 de abril de 2010

Bom dia...

Música de "Robert M feat. Nicco" - (Tema: Dance Hall Track).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Avaliação é para manter nos concursos".

No sítio da LUSA a 16/04/2010: "A ministra da Educação, Isabel Alçada, garantiu hoje, em Matosinhos, que a avaliação de desempenho "é para manter" nos concursos de admissão de professores.

"Defendemos e vamos manter que tanto no desenvolvimento da carreira profissional como nos concursos dos professores a avaliação de desempenho tem de ser um dos fatores e um critério de ponderação", afirmou Isabel Alçada na Exponor, à margem de uma visita à feira Qualifica.

As federações nacionais dos Professores (Fenprof) e dos Sindicatos da Educação (FNE) contestam que a avaliação de desempenho seja um critério na elaboração da lista de graduação dos docentes no concurso anual para preenchimento das necessidades transitórias, que arrancou na segunda feira e termina dia 23."

Ver Artigo Completo (LUSA)

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Comentário: Não é que tivesse grandes dúvidas... O resultado só poderia ser este. Mais (e pior) a Ministra da Educação deixa antever (de forma suficientemente implícita) que os resultados da avaliação do desempenho docente serão mantidos nos concursos de professores. Isto quer dizer que nos "grandes" concursos de 2011 a avaliação dos professores será um factor de ponderação na graduação... E para aqueles que não são contratados, os resultados da avaliação do desempenho serão os obtidos em 2007-2009 com o modelo que tanto foi contestado e que tantas injustiças gerou.

O ciclo de contestação e luta continua, com as fileiras mais vazias pelo cansaço e pelos "rebuçados" entretanto conquistados.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Já só faltava isto...

Concurso de professores ainda pode sofrer adaptações.

Comentário: O artigo cujo link coloquei acima resume-se a isto: "o ME fez chegar às redacções uma nota em que se salienta que "os concursos são processos que têm as suas especificidades" que se "acentuam particularmente em momentos de mudança, requerendo processos de adaptação". "Neste contexto", pode ler-se, "o ME está a desenvolver iniciativas no sentido de aperfeiçoar o processo".

Subjectivo q.b. para não comprometer... E certamente que não compromete, pois a legislação não foi alterada e como tal não podem "aperfeiçoar" (legalmente, está claro) processos de que ordem for. Eu sei disso... Vários colegas também o sabem... E os sindicalistas também (bem... pelo menos quero achar que sim). Mais uma manobra de diversão a juntar a tantas outras e com os mesmos de sempre a "levarem por tabela".

Para quem tem dificuldades em acreditar...

... deixo-vos com o que consta no post anterior, mas em versão áudio. Recordo a Mário Nogueira que o "atalhanço" (em questões de eliminação da consideração da avaliação do desempenho para cálculo da graduação) que ele tanto refere, já poderia ter sido feito no início deste ano. Agora já nada haverá a fazer sem que o Ministério da Educação caia em ilegalidades, uma vez que o concurso de professores já foi aberto com regras definidas que só com um autêntico milagre (milagre esse que levaria a que alguns colegas reclamassem - até mesmo juridicamente - e com razão) poderiam ser alteradas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pois... Pois..

No sítio da FENPROF a 14/04/2010: "A introdução da avaliação do desempenho nos concursos de professores foi uma vingança de Maria de Lurdes Rodrigues e da sua equipa. Em Dezembro de 2008, quando os professores estiveram de vigília à porta do Ministério da Educação, tinham marcada uma greve para o dia 19 de Janeiro de 2009, - estávamos no segundo ano do Estatuto da Carreira Docente. Foi assim que a avaliação entrou nos concursos…

As palavras são de Mário Nogueira no início da conferência de imprensa realizada na tarde de 14 de Abril (quarta-feira), em Lisboa, e enquadram a situação que se está a viver hoje com as nefastas consequências da introdução da avaliação no concurso dos docentes contratados. Uma matéria que tem merecido, desde a primeira hora, a preocupação da FENPROF, manifestada logo na primeira reunião com a nova equipa 5 de Outubro, dedicada ao Estatuto. "O ME tem que reconhecer que aquele formulário electrónico está mal e deve suspender o concurso, dando um novo período para a sua realização", realçou o dirigente sindical, que acrescentou, a propósito:
(...)
Acompanhado por António Avelãs, membro do Secretariado Nacional da Federação e Presidente da Direcção do SPGL, o Secretário Geral da FENPROF distinguiu que “uma coisa é pensar que a avaliação deve estar nos concursos – não é assim que pensamos – , outra é a situação concreta dos concursos que decorrem agora para contratação de professores”.
(...)
E isto “porque a avaliação do desempenho foi o que os professores sabem… A avaliação do desempenho que hoje existe nos colegas contratados é, em primeiro lugar, uma avaliação a quem nem todos puderam ser sujeitos; e em segundo lugar, os que foram sujeitos foram-no de forma diferente – cada escola seguiu o seu caminho… – até porque a generalidade dos professores foi avaliada através do simplex
(...)
"Os professores e educadores devem exigir ao ME que, para o concurso aberto no passado dia 12 destinado designadamente para contratação, não sejam tidas em conta para efeitos de graduação para concurso as menções atribuídas nas avaliações do ano de 2009", observou o Secretário Geral da FENPROF.
(...)
Concorrem a este concurso cerca de 50 000 docentes contratados, dos quais 15 000 estão nas escolas a satisfazer necessidades permanentes de lugares que deviam ser de quadro (recorde-se que, no ensino, para entrar um docente paras os quadros é preciso que se aposentem 36…). Desde 2007 que se aposentaram, até agora, 14 159 professores. "Neste momento existem nas escolas cerca de 15 000 professores contratados a satisfazer necessidades permanentes do sistema… reparem como este número é quase coincidente.

"Há ainda cerca de 10 000 professores (números redondos) a satisfazerem necessidades transitórias (licenças de parto, atestados médicos, etc). E depois há quase 20 000 professores nas AECs, que estão nas escolas em condições de grande precariedade, que todos conhecemos (contratados pelas Câmaras, a recibos verdes…)". (...)"

Ver Artigo Completo (FENPROF)

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Comentário: Primeiro que tudo, uma correcção que importa fazer e que pode advir de uma leitura transversal da legislação: a avaliação do desempenho docente não é considerada apenas na graduação dos colegas contratados! A avaliação do desempenho docente é considerada na graduação de todos os colegas que concorrem. Todos!

Segundo: A não inclusão da avaliação do desempenho docente 2007/2009 deveria ter sido assegurado aquando da maratona negocial de Janeiro e não com um "abaixo-assinado" de última hora (que mesmo assim aconselho a assinar - leiam também este artigo do SPGL) ou com apelos para adiar a submissão da candidatura.

Terceiro: Sou um grande apreciador de teatro (é um "produto humano" que consumo com a regularidade que Vila Real oferece), no entanto, esta "grande produção" arquitectada pela FENPROF (e com o patrocínio do Ministério da Educação) cheira a "queimado" e não sei se o odor não virá dos holofotes que iluminaram o "palco" negocial em Janeiro.

Pessoalmente estou algo céptico quanto à possibilidade de não consideração da avaliação do desempenho na graduação... Mas, como sempre, posso estar tremendamente errado.
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Para descomprimir...

Música bastante comercial para quem não é exigente (como eu, por vezes). As praias do vídeo são lusas. Quando olho para este vídeo não sei muito bem porquê mas vem-me sempre à cabeça a expressão "actividade sindical". ;)

Música de "Inna" - (Tema: Amazing).

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pois...

No sítio da FENPROF a 13/04/2010: "A FENPROF manteve durante o dia de ontem (12/04/2010), na sequência do que já acontecera na semana passada, um contacto quase permanente com o Ministério da Educação no sentido de ser prorrogada, por mais um ano, a norma que permite a não consideração da avaliação de desempenho como factor de graduação profissional para efeitos de concurso. Posteriormente, no âmbito da negociação para revisão do regime de concursos, a FENPROF pretende eliminar a influência da avaliação de desempenho, definitivamente, naquele regime.

Como a FENPROF tem afirmado, seria extremamente injusto que, depois de dois anos tão conturbados na aplicação do regime de avaliação, em que a diversidade de situações e a inexistência de tratamento igual para situações idênticas foram extremamente sentidas (com escolas a não atribuírem determinadas classificações e outras a adoptarem os mais variados critérios e procedimentos avaliativos), que, agora, isso pudesse ser determinante na fixação da graduação profissional e que, por essa razão, alguns docentes pudessem ver posto em causa o seu emprego ou fossem relegados para escolas mais distantes da sua residência familiar.

Desde a semana passada, como antes se disse, que a FENPROF procura encontrar uma solução para o problema. Espera-se que tal solução possa surgir rapidamente, eventualmente ainda durante o dia de hoje.

Como é seu timbre e sua obrigação, neste como em tantos outros momentos difíceis para os docentes, a FENPROF age no sentido de encontrar a solução mais justa e que melhor serve os direitos e interesses daqueles que representa: os professores e educadores portugueses."

Ver Artigo Completo (FENPROF)

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Comentário: O que dizer deste comunicado da FENPROF? Humm... Humm... Nada. Absolutamente nada. Espremido não dá nada. Não tem sumo. O que havia a espremer já foi espremido em Janeiro. Mais "sumo" só mesmo numa próxima fase negocial.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Inglorious bastards".

No Público a 12/04/2010: "A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acaba de apelar aos docentes para que não apresentem as respectivas candidaturas aos concursos de colocação que hoje tiveram início e que, denuncia, “já registam algumas irregularidades”.

Num texto em que pede aos professores que aguardem por “esclarecimentos” ou “desenvolvimentos” (em http://www.fenprof.pt) a federação esclarece que aquelas estão relacionadas com a aplicação electrónica destinada à candidatura, da qual consta a avaliação de desempenho.

Sem criticar a influência da classificação na lista de graduação dos candidatos, a Fenprof limita-se a apontar as referidas irregularidades. Especifica que a aplicação electrónica da Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação, em que são pedidos os resultados da avaliação quantitativa e qualitativa, apenas permite introduzir os intervalos de cada avaliação (no caso do Bom apenas aceita as notas de 6,5 a 7,9, por exemplo). Um problema já denunciado em caixas de comentários de vários blogues sobre Educação, na medida em que, como aponta a Fenprof, devido à existência de quotas ou por não terem sido pedidas aulas assistidas, alguns professores tiveram notas quantitativas superiores à avaliação qualificativa (por exemplo Bom, nota final 8).

No texto é referido ainda o caso daqueles que reclamaram e ainda não conhecem a nota definitiva e o dos docentes que leccionaram em duas escolas e têm, por isso, duas avaliações, não coincidentes.

Em declarações ao PÚBLICO, Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, revelou que a federação se encontra em conversações com o Ministério da Educação desde a semana passada, sobre este assunto. “Mantemos que, devido à forma como decorreu a avaliação, os resultados não devem contar”, afirmou, acrescentando que espera obter resposta para o problema “ainda hoje ou amanhã”."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Há uns tempos atrás, a FENPROF apelou à não entrega dos Objectivos Individuais... E quem não entregou provavelmente teve alguns amargos de boca, chegando mesmo a ver vedadas as classificações de "Muito Bom" e "Excelente" (em algumas escolas mais "radicais" e com alguns colegas menos "informados"). Adiante... Agora, a FENPROF vem pedir para que aguardem esclarecimentos adicionais e para que não submetam a candidatura! AGORA?! Depois de terem sido alertados por inúmeras vezes para a forte probabilidade desta situação (a influência da menção qualitativa na graduação) ocorrer, só agora é que se estão a mexer?! Desde Janeiro que esta situação foi claramente denunciada e nada foi feito. Nada...

Agora que os concursos estão a decorrer e com uma aplicação electrónica que solicita os elementos qualitativos e quantitativos da avaliação do desempenho docente (2008/2009) é que se estão a mexer. Dizem alguns que não existem motivos de alarme porque a avaliação do desempenho não está na parte da graduação... Pois... Então qual o motivo de quererem a avaliação do desempenho na candidatura? Será só para ficar bonito? Por favor... Basta de ingenuidade.

Obviamente que são necessários esclarecimentos adicionais, mas mais do que isso, será necessária substituição da legislação actual. E quanto a isto, a FENPROF não está isenta de culpas!

Este apelo aos colegas tem os seus motivos, mas não deixa de ser angustiante para quem tem de concorrer esta indefinição que, repito, podia ter sido perfeitamente evitada ou pelo menos acautelada. Enfim... Peço que me perdoem a revolta, mas existem situações que me deixam tremendamente irado.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

E a propósito dos concursos...

Música de "Mike Candys & Jack Holiday " - (Tema: Insomnia).

Regulamentação da Lei da Educação Sexual.

Foi publicada hoje em Diário da República, a Portaria n.º 196-A/2010 que regulamenta a Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto (estabelece a educação sexual nos estabelecimentos do ensino básico e do ensino secundário e define as respectivas orientações curriculares adequadas para os diferentes níveis de ensino). Para fazerem o download desta portaria, cliquem aqui.

Para verem um resumo dos conteúdos curriculares que serão abordados nos diferentes ciclos, cliquem acolá.

Escusado será dizer que esta regulamentação surge com um atraso tremendo (início do 3.º período lectivo), pelo que a aplicação da Lei n.º 60/2009 neste ano lectivo só mesmo com muito boa vontade (ou outra coisa qualquer, que me faz lembrar "atropelo") das escolas/agrupamentos.

Concurso 2010-2011: Um "problema" e uma novidade.

Vamos ao que realmente interessa e que tem sido colocado aqui de forma sistemática. A última avaliação de desempenho vai ser considerada para efeitos de graduação neste concurso de professores (2010-2011)?

A resposta é um redondo sim. Quem obteve "Excelente" na última avaliação do desempenho será bonificado com 2 valores e quem obteve "Muito Bom" será bonificado com 1 valor. E onde consta isso afinal? Não estarás a ler mal? Infelizmente não. Conforme consta no aviso de abertura:

"Graduação, arredondada às milésimas, dos candidatos detentores de qualificação profissional para a docência obtida com base no disposto no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 20/2006, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 51/2009".

Se clicarem aqui, poderão confirmar que na alínea c) do artigo 14.º, consta exactamente a ponderação na graduação da última avaliação.

Não foi por falta de aviso. Eu e outros comentadores habituais deste blogue, avisámos que esta situação teria fortes probabilidades de ocorrer e a não ser que estejamos a fazer uma tremenda mal leitura, infelizmente aquilo que previamos ocorreu. Os sindicatos sabiam-no e (aparentemente) nada fizeram. Agora nada pode ser feito a não ser cumprir a lei ou esperar que aconteça um "milagre".

Importa ainda esclarecer aquela que considero a grande novidade e que consta na secção II, ponto 8 do Aviso de Abertura:

"8 — As colocações em regime de contratação, efectuadas em 2009-2010, em horário anual, completo ou completado, até 31 de Dezembro de 2009, poderão ser renovadas por igual período, nos termos do n.º 4 do 54.º do Decreto-Lei n.º 20/2006, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 51/2009, se precedidas de apresentação a concurso e desde que preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Inexistência de docentes dos quadros na bolsa de recrutamento, com ausência de componente lectiva no grupo de recrutamento a concurso e que tenham manifestado preferência por esse agrupamento de escolas ou escola não agrupada;
b) Manutenção de horário lectivo completo;
c) Avaliação de desempenho com classificação mínima de BOM;
d) Concordância expressa da escola e do candidato relativamente à renovação do contrato."


A novidade reside então na possibilidade de renovação de contrato a quem conseguiu ver o seu horário completado até 31 de Dezembro de 2009. Até aqui apenas poderiam ver o seu contrato renovado os colegas contratados que conseguissem uma colocação em horário lectivo completo.

Nota: Hoje foram colocados no sítio da DGRHE diversos documentos (e também a aplicação "Inscrição obrigatória") que relevam para este concurso. Para acederem aos mesmos, cliquem aqui.

Concurso de docentes 2010-2011 (Aviso de Abertura).

Foi publicado hoje em Diário da República, o Aviso n.º 7173/2010, relativo ao Concurso anual com vista ao suprimento das necessidades transitórias de pessoal docente, para o ano escolar de 2010-2011.

Ainda não tive tempo de o ler, mas confesso que até tenho receio... Receio que se confirme a consideração da avaliação do desempenho na graduação. Lá mais para o final da tarde, vou ver se consigo ter tempo.

Para acederem ao mesmo, cliquem aqui.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Até me custa acreditar!

Teachers can use physical restraint, says Ed Balls

Comentário: Tomei conhecimento deste artigo no blogue do Paulo, e corresponde na (quase) totalidade àquilo que muitos previam já no início deste século... Um certo e determinado retorno às origens quando a permissividade e a tolerância excessiva se esgotam e a filosofia neoliberal mostrou os seus reais objectivos. Se compreenderem bem a língua inglesa, aconselho a leitura do artigo. Algumas "passagens" até chegam a ser irreais nos dias de hoje... Tive de ler duas vezes e recorrer a um dicionário para confirmar que não estava a ler mal. E ainda agora, sinto que levei uma valente martelada na cabeça.

Não sabem quem é Ed Balls? Cliquem aqui e espantem-se!

Integração dos colegas contratados nos quadros?

No Público a 07/04/2010: "A integração dos professores contratados nos quadros das escolas regressa amanhã ao Parlamento com a discussão de uma petição e de dois projectos de lei do PCP e do Bloco de Esquerda.

O diploma dos comunistas prevê que os horários completos dos últimos três anos preenchidos por docentes contratados dêem lugar à abertura de lugares de quadro, sujeitos a concurso. “É uma solução que incide sobre a tarefa em si e não especificamente sobre a pessoa”, defende o deputado do PCP Miguel Tiago, acrescentando que o diploma prevê também a integração dos contratados com três ou mais anos de serviço.

Já o projecto de lei do Bloco de Esquerda determina a integração dos professores e educadores com profissionalização que estejam em exercício efectivo de funções em regime de contrato de trabalho a termo resolutivo há mais de dez anos. “Estes professores chegam às escolas, começam a conhecer a comunidade educativa, a trabalhar com os restantes docentes, a envolverem-se em projectos e nunca sabem o que lhes vai acontecer no final do ano”, sublinha a deputada Ana Drago.(...)"

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Até poderia colocar aqui que estava com imensas esperanças que um destes dois projectos fosse aprovado e que seria uma mera reposição de justiça para tantos colegas de profissão contratados por esse país fora que nunca mais conseguem estabilizar a sua vida. Ficava bem... Parecia bem... Mas a minha consciência não me permite fazê-lo, pois estaria a mentir em toda a linha.

Primeiro: É virtualmente impossível o Parlamento aprovar uma medida desta tipologia (despesista). Andamos numa fase de cortes e aprovar uma inciativa destas seria o exacto contrário. Não me parece que o Governo o vá permitir e sejamos realistas, porquê 3 anos para ser integrado? E porquê 10 anos? Porque não 2, 4 ou 6? Enfim... Se me explicarem o porquê, talvez consiga compreender, assim cheira-me a algo "estranho".

Segundo: Alguns colegas contratados nunca se deram ao trabalho de arriscar sequer concorrer para "fora" das suas cidades ou vilas... Família, dizem uns. Correcto, até compreendo. Problemas de saúde, dizem outros. Certo, também concordo. E quando não existe família nem problemas de outro tipo, e o único argumento é o comodismo. Não... Aqui já não concordo nem posso ficar feliz que este tipo de colegas seja integrado no quadro de forma igual àqueles que andam de um lado para o outro neste país. Teria de ser feita uma diferenciação, mas quem sou eu para colocar este tipo de situações na mesa.

O que realmente deveríamos pretender e exigir era a abertura de "todas" as vagas (as possíveis, como é óbvio... Não vá alguém de mente "tacanha" tentar dar-me lições de cálculo de vagas reais) a concurso de integração em quadro, e não apenas umas poucas centenas. Durante estes últimos anos de profissão tenho visto autênticas aberrações (como por exemplo, 2 colegas de quadro e 4 colegas contratados, dentro do mesmo grupo e na mesma escola, durante anos). Isto sim, deveria ser resolvido.

Adiante... Os movimentos de professores (como a APEDE e o MUP) apelaram à mobilização dos colegas contratados e desempregados para as galerias da Assembleia da República, hoje (8 de Abril) por volta das 15 horas. Mesmo discordando e não sendo professor contratado, certamente que se estivesse em Lisboa estaria na Assembleia da República. Por vários motivos, muitos dos quais não passam obrigatoriamente pela concordância com muitos dos aspectos dos projectos a votar. Digamos que seria uma curiosidade de "função pública"... Praia ou parlamento?
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De volta...


Depois de um intervalo de visitas e publicações aqui no blogue, finalmente consegui voltar a ter fôlego para colocar em andamento este espaço informativo.

Enganem-se aqueles que pensam que nada escrevi por ter andado a passear por esse país fora ou então numa praia ou centro comercial, entrando em clara contradição com a minha defesa de um horário de função pública. Eh eh eh... Apenas estive numa fase alargada de reflexão relativa à função que este blogue ainda tem e poderá (ou não) continuar a ter. Mas, passando à frente que de lamúrias ninguém consegue viver.

Peço desculpa aos colegas que aqui vieram diariamente em busca de informação e durante quase uma semana nada encontraram... A partir de hoje, volto à carga.