segunda-feira, 30 de junho de 2008

Concurso de Recrutamento - Timor Leste, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

Encontram-se abertas as candidaturas para contratação de colegas licenciados, para 3 países (Timor Leste, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe). Se virem que o vosso grupo de recrutamento se encontra na listagem abaixo e estiverem interessados em tentar a sorte em outro país, o prazo de candidatura (iniciou às 10 horas de hoje) termina às 18 horas de 4 de Julho (sexta-feira).

(1) Timor Leste (ver anúncio):
(1.1) 12 licenciados em Português do 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário (grupo 300).

(2) Guiné-Bissau (ver anúncio):
(2.1) 2 licenciados em Português e Estudos Sociais/História do 2º ciclo do ensino básico (grupo 200);
(2.2) 1 licenciado em Matemática e Ciências da Natureza do 2º ciclo do ensino básico (grupo 230);
(2.3) 2 licenciados em Educação Visual e Tecnológica do 2º ciclo do ensino básico (grupo 240);
(2.4) 7 licenciados em Português do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (grupo 300);
(2.5) 5 licenciados em Matemática do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (grupo 500);
(2.6) 1 licenciado em Biologia e Geologia do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (grupo 520).

(3) São Tomé e Príncipe (ver anúncio):
(3.1) 1 licenciado em Filosofia do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (grupo 410);
(3.2) 1 licenciado em Geografia do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (grupo 420);
(3.3) 1 licenciado em Matemática do 3º ciclo do ensino básico/ensino secundário (gripo 500).

Depois de lerem os anúncios, utilizem a página da DGRHE - RECRUTAMENTO PALOP´s / TIMOR LESTE. Iniciem pelo Manual da Candidatura, depois imprimam a Declaração de não vinculação à administração pública portuguesa e sigam para as aplicações:

_Inscrição obrigatória;
_Candidatura;
_Aplicação E24.

Atenção que caso obtenham colocação, na sequência da selecção efectuada para PALOP´s ou Timor, serão retirados de todas as listas de ordenação dos concursos efectuados pela DGRHE. É importante também terem consciência que, no caso de não aceitarem essa colocação, ficam impedidos de prestar serviço neste ano e no seguinte, na sequência de colocação por qualquer dos concursos efectuados pela DGRHE.

Ponderem bem antes de concorrer... É uma grande mudança na vossa vida! Por regra, escreveria aqui algo mais, mas como é uma decisão "complicada" (ou não) prefiro manter a minha opinião para mim próprio.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Actualizações e novidades...

... aqui no blogue, só no domingo ou na segunda-feira.

Estamos mesmo a necessitar de férias, não estamos? Um bom fim-de-semana para todos vocês!

Música de "Lúcia Moniz" - (Tema: Asas na mão).

Mais um caso isolado e esporádico...

No Correio da Manhã de 27/06/2008: "Maria Eduarda Almeida, professora há cinco anos na Escola EB2/3 de Paranhos, no Porto, diz ter levado "uma coça monumental da mãe e da irmã de um aluno" de quem nem sequer é docente.

Tudo começou no passado dia 13, quando separou dois alunos que lutavam no recreio. "De repente fui insultada de tudo por um aluno do 5º ano, de 12 anos, que nada tinha a ver com o caso", contou ao CM.

No final das aulas tinha à sua espera, ao portão, a mãe e a irmã do estudante. "Vi logo que ia apanhar. Insultaram e espancaram-me com socos e pontapés. Só pararam quando eu caí", recordou indignada a docente com vinte anos de carreira que está de baixa desde então e não vai voltar à escola.

"O porteiro não me acudiu. Até o percebo pois também ele já foi agredido e ninguém o defendeu em tribunal", disse. A docente já comunicou o caso ao Ministério da Educação e ao procurador-geral da República."

Ver Artigo Completo (Portal do Governo)

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Comentário: Atenção que a nossa colega já previa que ia "apanhar" da família do aluno. Pior, o porteiro da escola (também vítima de agressão) nada fez, por receio das consequências. Não sei porquê, mas acho que se lá estivessem outros colegas de profissão, também nada fariam. E porquê? Porque toda a gente conhece o clima de impunidade que existe nas escolas e onde apenas uma "mão cheia" de casos vai "parar" a tribunal. E se alguns casos de violência vão a tribunal, é porque os familiares dos alunos não conseguiram atemorizar suficientemente o(a) professor(a) em causa. É triste, quando temos um Governo que menospreza (e ignora) a integridade física dos seus funcionários...

Quantos casos isolados e esporádicos serão necessários para constituir um problema nacional? Espero que não seja necessária a existência de uma "morte" para serem apresentadas e discutidas soluções. E se acham que estou a ser alarmista e pessimista, esperem para o próximo ano lectivo, quando o sistema de avaliação do desempenho docente entrar em acção, na sua plenitude. A violência física contra os docentes pode não aumentar, no entanto, não tenho tanta certeza quanto à violência psicológica... Esperemos para ver! De preferência numa superfície alcochoada para não nos magoarmos tanto, na eventualidade de uma "agressão".
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Qualificação profissional "simplex".

No sítio do Ministério da Educação a 26/06/2008: "O Ministério da Educação estabeleceu medidas destinadas aos professores do ensino particular e cooperativo e das escolas profissionais privadas, sem qualificação profissional, que implicam, conforme os casos, a dispensa ou a realização da profissionalização em serviço.

Para os professores do ensino particular e cooperativo e do ensino profissional privado que sejam detentores de habilitação própria e possuam significativa experiência docente, o ME definiu um mecanismo, de aplicação excepcional e limitada no tempo, de dispensa de realização da profissionalização em serviço.

Assim, são dispensados da realização da profissionalização em serviço os professores que leccionem em estabelecimentos do ensino particular e cooperativo e em escolas profissionais privadas, em regime de contratação, desde que reúnam as seguintes condições: sejam detentores de habilitação própria para o grupo de recrutamento que leccionam e, alternativamente, tenham 45 anos de idade e 10 anos de serviço, ou possuam 15 anos de efectivo serviço docente.

Os professores que reúnam estas condições e se encontrem em exercício efectivo de funções no ano escolar de 2008/2009 podem requerer a dispensa da realização da profissionalização em serviço, através de um requerimento dirigido ao director-geral dos Recursos Humanos da Educação.
(...)
Já os professores com habilitação própria que estejam em exercício de funções nos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, incluindo as escolas profissionais privadas, em 2007/2008, e não se encontrem abrangidos pelas situações anteriormente descritas podem manter-se em exercício de funções até ao final do ano escolar de 2010/2011, a partir do qual terão, obrigatoriamente, de adquirir habilitação profissional, por iniciativa e a expensas próprias.
(...)
Para mais informações, consultar o despacho que aguarda publicação no Diário da República."

Ver Artigo Completo (Ministério da Educação)

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Comentário: O melhor mesmo é lerem o despacho acima indicado. Existe alguma informação relevante, para os colegas (com habilitação própria que estejam em exercício de funções nos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, incluindo as escolas profissionais privadas) que não se inserem na profissionalização "simplex", e que será conveniente ler.
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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Calendário escolar 2008/09.

No Portal do Governo a 26/06/2008: "A instituição de um Dia do Diploma, em 12 de Setembro, é a principal novidade do despacho relativo ao calendário escolar do ano lectivo 2008/09, assinado pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues, o qual se encontra a aguardar publicação no Diário da República.

No documento determina-se, com efeito, que, naquele dia, as escolas e os agrupamentos que leccionem o ensino secundário deverão promover uma acção formal de entrega de certificados e diplomas aos alunos que, no ano lectivo anterior, tenham terminado este nível de ensino.

Mais se adianta que esta iniciativa deverá envolver a respectiva comunidade educativa.

Por outro lado, estabelece-se no despacho que o início das aulas nos estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário deverá ocorrer entre os dias 10 e 15 de Setembro de 2008.

o fim das aulas para os alunos dos 9.º, 11.º e 12.º anos deverá ocorrer a partir de 9 de Junho de 2009, enquanto para os restantes anos de escolaridade o ano lectivo acaba a partir de 19 de Junho de 2009.
(...)
Para as interrupções lectivas estão previstas as seguintes datas: de 19 de Dezembro de 2008 a 4 de Janeiro de 2009, de 23 a 25 de Fevereiro de 2009 e de 28 de Março a 13 de Abril de 2009.

Da mesma forma, as actividades educativas nos estabelecimentos do ensino pré-escolar têm início entre os dias 10 e 15 de Setembro de 2008 e terminam entre 06 e 10 de Julho de 2009.

As interrupções estão previstas por um período de cinco dias úteis, seguidos ou interpolados, entre os dias 22 de Dezembro de 2008 e 2 de Janeiro de 2009 e entre 6 e 13 de Abril de 2009.

Haverá, também, um período de interrupção das actividades educativas entre os dias 23 e 25 de Fevereiro de 2009.

Nos estabelecimentos particulares do ensino especial dependentes de cooperativas e associações de pais que tenham acordo com o Ministério da Educação, as actividades lectivas principiam no dia 3 de Setembro de 2008 e terminam no dia 19 de Junho de 2009.

Nestes estabelecimentos, as interrupções das actividades ocorrem entre os dias 22 e 26 de Dezembro de 2008, 23 e 25 de Fevereiro de 2009 e 10 e 13 de Abril de 2009."

Ver Artigo Completo (Portal do Governo)


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Comentário: Mais um diploma livre de negociação. Mas a principal novidade é o "Dia do Diploma", que deverá concretizar-se a 12 de Setembro... Neste dia serão entregues certificados e diplomas a quem tenha terminado o ensino secundário. E para embelezar a cerimónia, a comunidade escolar deverá ser envolvida. Acho que o Governo está a tomar o gosto por "cerimónias de entrega". Não interessa do que seja, podem ser portáteis, quadros interactivos, diplomas, etc. Proponho também os seguintes dias: "Dia do Cartão Escolar" (entrega dos cartões aos novos alunos); "Dia das Pautas" (onde poderá ser incluída uma apresentação em powerpoint aos alunos e encarregados de educação, com as estatísticas de sucesso); e "Dia Tecnológico" (onde serão entregues os portáteis, provenientes do e-escola - para professores e alunos). Enfim...

Agora a sério... Até poderá ser interessante uma cerimónia deste tipo, pois será uma oportunidade destes alunos verem reconhecido o seu esforço e eventualmente motivar outros. No entanto, tudo isto depende da forma como for organizado pelas escolas, caso contrário, poderá tornar-se um verdadeiro fiasco. E pior ainda, não se esqueçam que as escolas secundárias podem iniciar o próximo ano lectivo entre 10 e 15 de Setembro... e a cerimónia deverá ocorrer a 12 de Setembro envolvendo toda a comunidade escolar. Se começar a 15 (segunda-feira), será complicado reunir no dia 12 (sexta-feira) a comunidade escolar. Estranho...
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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Altas temperaturas...

...para hoje.

Música de "Gutto" - (Tema: Deixa Ferver).

Governo promete mais técnicos para escolas problemáticas.

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Comentário: Será esta a resposta à violência e indisciplina nas escolas? Mais técnicos e videovigilância... Não seria melhor criar legislação que permitisse realmente aos professores intervir e agir prontamente, em situações problemáticas?! É que o que até aqui foi criado, não se traduz em consequências que levem os alunos a pensar antes de repetir o comportamento desadequado. Estas "soluções" só resolvem (se resolverem) os problemas nas escolas com indíces elevados de indisciplina. E as outras escolas? E os outros professores? Como sempre andam a "tapar buracos" sem resolver realmente o problema...
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No Diário de Notícias de 25/06/2008: "O Ministério da Educação vai reforçar as equipas multidisciplinares a actuarem nas escolas sinalizadas como problemáticas, nomeadamente com índices elevados de indisciplina e violência", anunciou ontem Maria de Lurdes Rodrigues, numa audiência sobre o tema da violência na Comissão de Educação, na Assembleia da República.

Referindo-se aos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), que contam com apoios especiais do Governo, a ministra disse que estes já abrangem "cerca de 36 escolas e 50 mil alunos", tendo este ano lectivo beneficiado de um reforço de 257técnicos para as suas equipas multidisciplinares, incluindo psicólogos e assistentes sociais. E prometeu reforçar a aposta: "O nosso objectivo é alargar os TEIP a outras zonas do território, que podem não ter condições suburbanas mas ser zonas subrurais ou de imigração sazonal" referiu.

O reforço da videovigilância, que terá ainda de passar por uma análise da Comissão Nacional de Protecção de Dados, é outra aposta do Governo.

Na audição, a ministra foi acusada pelos partidos da direita de tratar a questão da indisciplina como tema "tabu", não reconhecendo a sua dimensão. Já à esquerda, ouviu críticas associando o fenómeno à instabilidadade da colocação do pessoal auxiliar e à falta de disponibilidade dos docentes, devido a uma sobrecarga de tarefas administrativas."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

Professores queixam-se de insultos e agressões.

No Jornal de Notícias de 25/06/2008: "A agressão verbal e a indisciplina foram os maiores problemas relatados pelos docentes que recorreram à linha SOS-Professor entre Setembro de 2006 e Março de 2008, um serviço criado para prestar apoio ou aconselhamento a estes profissionais.
(...)
A maioria dos docentes que recorreram à linha eram professores do 1º Ciclo, mulheres, a leccionar na zona sul do país, com mais de 40 anos e com vários anos de serviço.

Segundo os dados apresentados por Elisabete Pinto da Costa, directora do Instituto de Mediação da Universidade Lusófona do Porto, os professores da amostra relataram na maioria dos casos situações de agressão verbal (41,9%) e de indisciplina (31,8%) . Contudo, o estudo revela ainda uma percentagem considerável de agressões físicas (26,9%).

A indisciplina é definida no estudo como comportamentos indesejáveis apresentados pelos alunos na sala de aula, que podem ir desde conversar uns com os outros, a desrespeito pelas regras da sala de aula e agressões mútuas, entre alunos, e à utilização de materiais e/ou equipamentos não permitidos.

Já a agressão verbal define-se como insultos, difamação ou ameaças proferidos por um qualquer interveniente, em relação ao professor.

No 1º Ciclo do ensino básico os problemas encontrados são as agressões verbais e a indisciplina, enquanto no 3º ciclo imperam as agressões verbais.

O trabalho dá ainda conta da repetição destas situações. Na maioria dos casos há uma repetição de 53,2%. Os problemas apontados ocorreram na maioria dos casos na sala de aula e na sala de apoio."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Não conheço os números de agressão verbal e indisciplina a nível nacional. Provavelmente nem existem, pois não me parece que muitos colegas utilizem esta linha para lidar com este tipo de problemas. Até pode ter uma reduzida dimensão, mas era importante quantificar e intervir, uma vez que com tanta mudança na escola portuguesa, a indisciplina será cada vez mais um problema que urge resolver. E ultimamente o que temos visto, é um "assobiar para o lado" por parte dos nossos governantes.
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terça-feira, 24 de junho de 2008

Ministra critica “quem acorda de manhã e diz que o exame foi fácil demais”.

No Público de 24/06/2008: "A ministra da Educação garantiu que não tem qualquer intervenção no processo de elaboração dos exames e rejeitou veementemente as críticas de associações de professores e sociedades científicas, e hoje repetidas pelos deputados da oposição presentes da comissão parlamentar, sobre a excessiva facilidade de muitas perguntas nos testes nacionais deste ano.

“Não conheço as pessoas que fazem os exames, não dependem de mim e só tenho conhecimento das provas no final do período em que ocorrem. É preciso respeitar e confiar no órgão que produz estes testes e no seu trabalho técnico”, respondeu, reforçando a ideia de que a única preocupação da tutela foi garantir o “rigor e exigência.”

Afirmando que não tem competência para se pronunciar sobre o nível de complexidade destas provas, porque tal requer “testes estatísticos e procedimentos técnicos” e aguardar pelos resultados, Maria de Lurdes Rodrigues criticou também quem se tem pronunciado sobre este assunto: “Não é sério, nem credível contrapor os serviços que fizeram estas provas e que elaboraram relatórios técnicos a umas pessoas que acordam de manhã e que dizem que exame foi fácil demais, criando alarmismo entre pais, professores e alunos. A avaliação sobre a complexidade que tem sido feita é pouco rigorosa”, reforçou, já à saída da comissão parlamentar.
(...)
Sobre o alargamento da duração das provas, com a criação de 30 minutos de tolerância, Maria de Lurdes Rodrigues explicou que essa foi a solução encontrada para dar resposta a um problema assinalado no ano passado pelo Gave de que os exames eram “provas de maratona e não de conhecimento.” “Não queremos que o tempo seja uma razão para os maus resultados. Queremos que sejam justificados pela falta de conhecimentos”, disse.(...)"

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Obviamente que a Ministra da Educação não intervém no processo de elaboração dos exames. Até porque (como ela própria refere) não tem competência para tal. No entanto, não é necessário desenvolver trabalho na equipa que elabora os exames, para os tornar mais acessíveis. Existem formas de "dirigir" esse trabalho, e sinceramente, não acredito em coincidências. É de supor que existiu uma clara "indicação" para desenvolver provas nacionais menos exigentes que o "normal".

Quanto aos 30 minutos de tolerância: Podem ter solucionado o problemas das "provas de maratona", mas segundo aquilo que sei as mesmas eram tão fáceis, que a maioria dos discentes não necessitou dessa tolerância. Ao reduzir o grau de exigência, tornou-se desnecessário fornecer possibilidade de tempo adicional. No entanto, o Ministério resolveu ser previdente e adicionou tolerância ao facilitismo. Sempre é melhor jogar pelo seguro...
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Próxima "fornada" de titulares.

No sítio do Ministério da Educação a 24/06/2008: "A aprovação em prova pública, destinada a avaliar a actividade profissional desenvolvida pelo docente, é condição de admissão ao concurso de acesso à categoria de professor titular, de acordo com as regras definidas no decreto-lei publicado no Diário da República.

De acordo com este diploma, a admissão a concurso para acesso a professor titular depende de prévia aprovação do candidato em prova pública que incide sobre a actividade profissional desenvolvida pelo docente, com o objectivo de demonstrar a aptidão do candidato para o exercício específico das funções inerentes à categoria.

Podem requerer a realização da prova pública os docentes dos quadros do Ministério da Educação que preencham os demais requisitos e tenham completado 15 anos de serviço docente com avaliação de desempenho igual ou superior a Bom, através de requerimento escrito dirigido ao director regional de educação competente.
(...)
A apresentação deste trabalho tem de incidir sobre dois dos seguintes domínios:

Preparação e organização das actividades lectivas, relação pedagógica com os alunos e avaliação das respectivas aprendizagens;
Projectos inovadores desenvolvidos ou a desenvolver que contribuam para a melhoria dos resultados escolares dos alunos;
Área de gestão e organização escolar.
(...)
O método de selecção utilizado no concurso de acesso à categoria de professor titular é a análise curricular, que incide sobre toda a actividade desenvolvida pelo docente, individualmente ou em grupo, sendo obrigatoriamente considerados os seguintes factores:

O resultado da prova pública;
Os graus académicos e a formação especializada obtida;
A experiência profissional;
A avaliação de desempenho.
(...)
Após o primeiro concurso para acesso a professor titular, realizado no ano lectivo anterior, de acordo com um regime transitório de recrutamento, as regras agora definidas consagram a estruturação da carreira docente em duas categorias diferenciadas por conteúdos funcionais específicos.

A categoria de professor titular pressupõe o desempenho de funções no âmbito da coordenação, da supervisão pedagógica e da avaliação do desempenho dos restantes professores, com repercussões na organização das escolas e no trabalho colectivo dos docentes, no sentido da promoção do sucesso educativo, da prevenção do abandono escolar e da melhoria da qualidade das aprendizagens."

Ver Artigo Completo (Ministério da Educação)

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Comentário: Para mais informações, consultar o Decreto-Lei n.º 104/2008, de 24 de Junho.
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E por falar em exames...

... a música que se segue foi aquela que ouvi, após o meu último exame nacional de acesso ao ensino superior, depois de chegar a casa, ligar a MTV, colocar os calções de banho e rumar à piscina local com mais uns amigos. Lembro-me perfeitamente dela, pois quando cheguei à piscina estava a "rolar" exactamente a mesma música. Foi há 14 anos, mas lembro-me como se fosse ontem.

Assim, esta música vai dedicada aos colegas dos 30!

A propósito desta música, ainda somos considerados "geração rasca"? É que não sei se somos "pré-rasca", "pós-rasca" ou "pré-arrasca"... Alguém se lembra?

Música de "Haddaway" - (Tema: Rock my Heart).

A Ministra preocupada com as estatísticas?

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Comentário: Maria de Lurdes Reis Rodrigues preocupada com estatísticas? Até parece impossível falar assim desta senhora... Atenção que o facilitismo nas provas nacionais não terá apenas consequências ao nível do "sucesso" estatístico. Também transformará a negociação da avaliação do desempenho docente num verdadeiro "inferno". Se as reformas do Ministério da Educação estão a dar resultado (mesmo que falseado e "facilitado"), a opinião pública (nomeadamente aquela composta pelo encarregados de educação) irá defender a Ministra da Educação com "unhas e dentes". Agora toda a gente lê (e se recorda) que as provas eram extremamente fáceis... Mas a questão coloca-se: E daqui a 6 meses? Provavelmente não...

Como tal, se com uma "amostra" (simplex) da avaliação do desempenho, os resultados dos alunos melhoraram, com a versão "complex", os resultados ainda serão melhores. Para nem falar na visível desmobilização docente. As condições estão criadas, o Ministério sabe-o e de certeza que não as vai deixar escapar. E quanto ao PISA, certamente será "esquecido" e até certo ponto desvalorizado. Isto está a correr de feição... ao Ministério da Educação!

Já agora, leiam as declarações de Paulo Portas... Às vezes até diz "coisas" acertadas. No entanto, e por regra, "dá uma no cravo e outra na ferradura". Exames nacionais no 4.º e 6.º ano? Não me parece... Entidade independente para elaborar as provas nacionais? Bem... Se em anos anteriores não concordei com esta proposta, agora já nem me parece mal. É que o GAVE, neste momento perdeu uma boa parte da sua credibilidade.
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No sítio da RTP a 24/06/2008: "O líder do CDS-PP acusou hoje a ministra da Educação de estar mais preocupada com as estatísticas do que com o conhecimento dos alunos, criticando o "facilitismo" que diz estar patente nos exames nacionais.

"Quando nas provas de aferição há respostas erradas que são classificadas como certas e se diminui ao mínimo o nível de exigência nos exames nacionais, o Ministério da Educação está à procura de criar estatísticas felizes, que nada têm a ver com a preparação dos jovens. O facilitismo não é o caminho da cultura e do conhecimento", acusou Paulo Portas.
(...)
"Apelamos à sociedade portuguesa para que reflicta sobre as consequências desta política que promove um ensino sem exigência", afirmou.

O líder do CDS-PP, o único partido que advoga a existência de exames nacionais no 4º, 6º e 9º anos, voltou hoje a defender a elaboração das provas por parte de uma "entidade independente" e a criação de um "banco com milhares de perguntas validadas por sociedades científicas", o que diz ser a única forma de evitar as polémicas que surgem anualmente em torno dos exames.(...)"

Ver Artigo Completo (RTP)

Exame de Matemática. Facilmente realizáveis ou facilitistas?

No Jornal de Notícias de 24/06/2008: "(...)"Era bastante fácil. Fiz 27 exames para me preparar e este era, seguramente, o mais acessível de todos", afirma Filipe Costa, 18 anos, finalista do Secundário com os olhos postos na universidade. Precisa de uma média alta para entrar na Faculdade de Economia do Porto e esta prova pode ter ajudado a concretizar o seu sonho.
(...)
Se Matemática A não ofereceu grandes dificuldades, a prova para os alunos de Humanidades também não. José Carlos Ramos preparou-se ao longo da última semana com a ajuda dos pais e, depois de duas horas e meia a resolver problemas matemáticos, estava satisfeito. Quer ingressar na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, mas, ontem, era tempo de descontrair e comemorar com a namorada.

"Foi mais fácil do que os testes que fizemos durante o ano lectivo", considera Selma Silva, 20 anos e aspirante ao curso de Marketing. Retida em casa, no último mês, devido a problemas de saúde, esta aluna preparou-se sozinha para as provas.

Para Vicente Gonçalves, o nível de exigência era médio, já que tinha exercícios simples e outros de maior complexidade. Avaliação global: "fazia-se bem"."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Exame Nacional de Matemática (A e B) também "classificado" pelos alunos como fácil... Espectacular! A facilidade dos exames continua imparável. Sorte a dos alunos que este ano concorrem ao Ensino Superior. Mas vamos à opinião da APM, em tudo diferente da SPM. Esta última, recordo, considerou os exames de matemática facilitistas. Mais uma diferença de opiniões e análises...
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No Público de 24/06/2008: "A Associação Portuguesa de Matemática (APM) considerou as provas de matemática do 12º ano realizadas hoje, (matemática A, B e aplicada às ciências sociais) abrangentes em relação aos programas da disciplina.

Contrariando a opinião já veiculada por alunos e pela Sociedade Portuguesa de Matemática, que consideraram as provas demasiado fáceis e pouco justas para os alunos que se esforçaram mais, a APM considera os exames “suficientemente abrangentes em relação aos temas dos respectivos programas”, disse em comunicado.
(...)
Para a APM as provas eram facilmente realizáveis sem serem facilitistas: “É nossa convicção que qualquer uma das provas poderá ser resolvida pela generalidade dos alunos”. E volta a discordar das críticas da SPM sobre o facto de não favorecerem a excelência: “Em condições normais, os alunos com desempenhos médios terão resultados consentâneos com esses desempenhos, o que é desejável no contexto de uma avaliação sumativa externa. Os alunos que tenham realizado um bom trabalho ao longo do ciclo de aprendizagem das disciplinas, não terão dificuldades em obter um bom resultado na respectiva prova.”

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Como professor de Biologia e Geologia, não me sinto preparado para comentar a facilidade dos exames de matemática. No entanto, por aquilo que li e ouvi, a opinião é quase consensual (com a excepção da APM): O facilitismo também foi abrangente nos exames de matemática. Veremos o que ocorre na 2.ª fase...
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Exame de Física e Química A. De melhor qualidade ou para alunos que apenas têm de saber ler?

No Público de 23/06/2008: "O departamento de Educação da Sociedade Portuguesa de Física (SPF) discordou hoje dos colegas de química relativamente ao grau de dificuldade do exame nacional realizado sexta-feira, considerando que este é até mais complexo do que provas feitas há 30 anos.

"A prova tem melhor qualidade do que os testes intermédios realizados este ano e do que a generalidade das provas dos anos anteriores", disse à Lusa Vítor Teodoro, coordenador da divisão de Educação da SPF, considerando que este exame "é mais difícil e apresenta questões mais sofisticadas e com mais passos" do que a que realizou em 1972, quando concluiu o liceu.

Já a Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) considerou, pelo contrário, que o exame nacional de física e química A apresenta "questões extremamente elementares" e perguntas que "exigem apenas que o aluno saiba ler".
(...)
Realizada por cerca de 54 mil estudantes do ensino secundário, a prova desta disciplina, uma das nucleares para quem quer seguir Medicina, é a terceira com mais alunos inscritos.

No ano passado, o exame de física e química A do 11º ano figurava entre as três provas com a média mais baixa, com 7,2 valores."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: A SPF considerou que o exame de Física e Química A era mais complexo que as provas realizadas há 30 anos. Pelo contrário a SPQ, considerou que o mesmo exame possuia questões que exigiam do aluno, apenas ter de saber ler. Tudo bem... Vamos fazer aqui uma análise leviana, e considerar que a parte de física foi elaborada ao nível das anteriores e a parte de química ao nível das actuais. Mas não deixa de ser curiosa, esta discrepância de opiniões...
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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Professores, violência escolar e formação.

No Público de 22/06/2008: "A violência não está a aumentar, diz Eric Debarbieux, professor de Ciências da Educação da Universidade de Bordéus, em França. Mas é preciso agir, não com medidas repressivas, mas pensadas a longo prazo. É presidente do Observatório Internacional da Violência Escolar, uma organização não governamental “científica”, uma “federação de investigadores” de 52 países, que faz estudos e recomendações aos Governos. A quarta conferência internacional decorre entre amanhã e quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
(...)
Porque a escola continua a ser igual desde a revolução industrial e recebe públicos para os quais diz não estar preparada?

Os professores não são preparados para intervir. Por exemplo, uma hospedeira é treinada para reconhecer o stress de um passageiro, um quadro bancário para a gestão e dinâmica de grupo, e os professores não. Em termos políticos, é uma prioridade repensar a formação. A maneira como se gerem os conflitos é muito importante, há necessidade de formar os professores também para trabalhar em equipa. Se não houver esse trabalho de equipa, a porta da escola está aberta para entrar a cultura de violência. Não podemos mudar a família ou a sociedade, mas podemos mudar a maneira como se trabalha na escola. A pedagogia pode contribuir para a solução.

Os alunos precisam de gostar da escola?

O sentimento de pertença à escola é uma das chaves. Se um professor ou um aluno está isolado, corre maior risco de ser vítima de violência. Por isso, é preciso apostar na boa convivência escolar. É uma necessidade criminológica para nos proteger da violência escolar, porque os agressores não são corajosos, são jovens que atacam e roubam os da mesma classe social. Se há uma equipa a funcionar na escola, as agressões podem reduzir-se.

E as câmaras de vídeo ou a polícia à porta da escola?

Há escolas com os portões fechados e videovigilância. São meios que podem tornar-se perigosos porque os alunos interpretam que a escola os quer vigiar e controlar, bem como aos amigos e à família. O desafio é evitar a violência de exclusão, ou seja, aquela que é feita fora da escola contra a polícia, os transportes públicos, os bombeiros, porque essa é mais difícil de controlar. As escolas devem criar regras claras contra o bullying.

Quais devem ser as responsabilidades dos governos?

Formar professores para saberem gerir conflitos. Tomar medidas de apoio às vítimas, mas também de apoio aos agressores. Não basta agitar o cassetete, os Governos devem dar uma resposta que não seja dura e imediata, mas de longo prazo. Os governantes sentem um enorme fascínio pela repressão da violência extrema e isso deve-se à pressão mediática. Não há imagens da pequena violência, diária e repetida; mas há das consequências de um tiroteio num liceu norte-americano, que passam repetidamente na televisão. As políticas públicas devem dirigir-se à pequena violência."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: O Governo não tem qualquer intenção de formar professores para saberem lidar com a violência escolar. E porquê? Porque não é formação que leve a estatísticas imediatas... Porque seria admitir que existe violência escolar... Porque seria aumentar a despesa em formações...

E se nem para as áreas disciplinares dos professores existe formação, quanto mais para um problema "pequeno" como a violência escolar. A formação não é relevante para este Ministério da Educação. Aliás, é tão pouco importante que foram fechados imensos Centros de Formação por este país fora. E coloca-se sempre a questão: Para quê a formação dos professores, se com a legislação criada, o sucesso dos alunos está garantido? O melhor mesmo é investir em portáteis, agora que a nossa escola é um verdadeiro caso de sucesso...
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Sócrates e os portáteis.

No Público de 22/06/2008: "O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.
(...)
"O sucesso deste programa junto de professores, formandos do Programa Novas Oportunidades e alunos impõe o seu alargamento ao 7º ano de escolaridade, depois de termos começado pelo 10º ano e posteriormente termos estendido aos 11º e 12º anos", justificou o primeiro-ministro.

Para José Sócrates, face à experiência da aplicação do programa que une "Estado, operadores de telecomunicações e escolas é agora altura de lhe dar uma nova ambição".

"A logística deste programa resultou em pleno, mas também resultou porque teve uma procura elevada. Ora, qualquer política pública só resulta se tiver a adesão das pessoas", sustentou.

Segundo dados do primeiro-ministro, estão neste momento inscritas para receber computadores portáteis cerca de 300 mil pessoas entre alunos do ensino secundário, professores e formandos do Programa Novas Oportunidades."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Devo ser dos poucos que não aderi à iniciativa dos portáteis "low-cost", com vinculação por 3 anos a uma operadora. Primeiro, porque os portáteis disponibilizados não têm as características mínimas que eu necessito para trabalhar com programas gráficos e depois porque não me agrada a vinculação por 3 anos a uma operadora de telecomunicações. No entanto, não digo que não seja uma boa oportunidade para quem trabalha apenas com os programas básicos (Word, Excell, Powerpoint e eventualmente Frontpage).

No entanto, este enorme entusiamo por parte do nosso Primeiro-Ministro não me parece justificado. Os portáteis até poderão trazer algumas melhorias ao nível do ensino, mas no final, é a motivação, o empenho e o trabalho de professores e alunos que poderão traduzir sucesso. E digo-vos mais, para as operadoras de telecomunicações este programa do governo, é o negócio da década!

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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Um bom descanso...

Cá estarei no domingo... Tudo de bom para vocês!

Nota: Esta vai dedicada para os nossos amigos alemães...

Música dos "Guano Apes" - (Tema: Kumba Yo).

Manutenção da colocação - QE, QZP e Contratados.

Quem mantém a colocação e em que condições?

Mais uma daquelas dúvidas, que é facilmente respondida, lendo o Aviso de Abertura n.º 10680/2008 (Concurso 2008). Já aqui escrevi que é demasiado importante ler a legislação que regulamenta determinado tema, determinante da nossa vida profissional. E neste caso, a legislação que regulamenta os concurso de docentes. Se as escolas arranjam mecanismos de manter as colocações, isso já é outro assunto, no entanto, se estiverem informados poderão reinvindicar os vossos direitos.

Para os Concursos 2008, devem utilizar os links disponíveis na barra lateral deste blogue, com o tema "Concursos 2008". Mas vamos ao que interessa. Baseando-me no Aviso de Abertura que regulamenta o concurso deste ano , vamos a questões e respostas. Não tenho nenhuma dúvida quanto às respostas, pois já li, reli e cruzei toda a legislação disponível (Aviso de Abertura, Decreto-Lei n.º 20/2006 e Despacho n.º 8774/2008).

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__Para os colegas CONTRATADOS:

1) Se foste colocado em 2006, e conseguiste renovação em 2007, pelo período de um ano escolar, poderás novamente ver a tua colocação renovada (no ano escolar 2008/2009) desde que, cumulativamente:
a) Sejas portador de habilitação profissional;

b) Mantenhas a existência de horário lectivo completo;

c) Exista concordância expressa da escola relativamente à renovação do contrato.

2) Se obtiveste colocação em 2007, pelo período de um ano escolar, poderás ver a tua colocação novamente renovada (no ano escolar 2008/2009) desde que, cumulativamente:
a) Seja detentor de habilitação profissional à data do último dia da candidatura;

b) Mantenhas a existência da horário lectivo completo e anual;

c) Exista concordância expressa da escola relativamente à renovação do contrato;

Nota 1: "Pelo período de um ano escolar"! Não se esqueçam que o ano escolar tem início a 1 de Setembro e termina a 31 de Agosto... Este é um ponto relevante para a continuidade.

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__Para os colegas QE e QZP:

1) Os colegas dos quadros (QE e QZP) colocados pela DGRHE, até 31/12/2007, se desejarem, mantêm essa colocação, nomeadamente:
1.1) QE´s colocados em DACL, dentro ou fora do seu concelho;
1.2) QZP´s afectos administrativamente ou por concurso, dentro ou fora do seu QZP;
1.3) Destacamento por Doença, desde que comprovem a manutenção da situação que lhe deu origem.

2) A manutenção da colocação referida no ponto 1), é alargada aos colegas, que o desejarem, colocados em mobilidade, desde que esta se concretize no exercício de funções lectivas em estabelecimentos de educação ou ensino não superior públicos.

3) A manutenção da colocação (relativa aos pontos 1 e 2) e consequente continuidade pedagógica depende sempre, da verificação cumulativa das seguintes condições:
a) Existência de componente lectiva correspondente àquela a que o docente está obrigado nos termos dos artigos 77.º e 79.º do E.C.D.;

Nota 2: Artigo 77.º do ECD: 1 — A componente lectiva do pessoal docente da educação pré-escolar e do 1. ciclo do ensino básico é de vinte e cinco horas semanais; 2 — A componente lectiva do pessoal docente dos restantes ciclos e níveis de ensino, incluindo a educação especial, é de vinte e duas horas semanais.

Nota 3: O artigo 79.º do ECD, é relativo à redução da componente lectiva, e sendo extenso não o coloco aqui.

b) Acordo do docente do Quadro de Escola, em destacamento por ausência da componente lectiva, para os casos de colocação fora do concelho;

c) Acordo do docente do Quadro de Zona Pedagógica, nos casos de colocação fora do seu QZP;

d) Acordo do docente que, sendo de QE ou QZP, pretende continuar a sua colocação administrativa no Educação Especial.

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Atenção que relativamente ao ano lectivo anterior, ocorreu uma alteração na manutenção da colocação plurianual, relativamente aos QZP´s. No Concurso 2007 (lendo o Aviso n. 5634-A/2007), só teriam de concorrer os QZP´s que se encontrassem sem componente lectiva no lugar de colocação plurianual, os que foram afectos pela DGRHE após a 3. cíclica e os afectos pelas DRE´s em data posterior a 18 de Agosto de 2006. Este ano não se trata de manter componente lectiva, mas sim as 25 horas lectivas semanais (Pré-Escolar e 1.º Ciclo) e 22 horas lectivas semanais (2.º ciclo, 3.º ciclo e secundário). Cuidado com esta alteração que muda muita coisa.

Para além disso, ao fazerem esta alteração, mandam mais uns colegas contratados para a "rua", ou então, "obrigam-nos" a ficar com horários mais "pequenos". O ME não dorme em questões de economia...

Espero ter ajudado!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

E com tanta facilidade...


Ministra da Educação rejeita críticas de facilitismo nas provas de aferição.

No Público de 18/06/2008: "A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje que se registou uma "melhoria muito significativa" nas provas de aferição de Língua Portuguesa e Matemática do 4º e 6º ano, rejeitando qualquer crítica de facilitismo nos exames.
(...)
A titular da pasta da Educação atribuiu a melhoria dos resultados a medidas como o Plano de Acção para a Matemática, Plano Nacional de Leitura, acções de formação contínua de docentes e reforço do estudo acompanhado, entre outras. "Estes resultados provam que é possível melhorar a prestação dos alunos com trabalho continuado e persistente, quando se disponibilizam às escolas, meios e recursos. Deve ser saudado o trabalho das escolas e de todos professores. Estamos todos de parabéns", congratulou-se Maria de Lurdes Rodrigues.

Após a realização das provas, a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) sublinhou que os enunciados contêm um "número exagerado de questões demasiado elementares", afirmando por isso que os resultados dos alunos poderiam ser bastante piores se os enunciados fossem "mais exigentes".

Confrontada com esta acusação, a ministra considerou que houve "pouca prudência" e "imprecisão" nas críticas da SPM e garantiu que as provas de 2008 são "equivalentes em complexidade e dimensão" às de 2007. "Agora é moda dizer-se que as provas são fáceis. A percentagem de alunos que consegue resolver todo o teste é de cinco por cento", afirmou.(...)"

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Agora é a SPM a criticar a facilidade das provas. Mas ainda alguém tem dúvidas de que as provas e exames nacionais deste ano lectivo serão mais fáceis que as do ano anterior?! Embora criticável, o Ministério da Educação apenas está a manifestar uma clara coerência estratégica, ou seja, facilitismo na escola e facilidade nos exames. Só para recordar: no ano passado a percentagem de negativas na prova de Matemática foi de 41, enquanto este ano foi de 18,3. Surpreendente... No mínimo. Para quem quiser saber mais, acerca desta polémica, clique aqui.
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Ministra diz que críticas da APP sobre prova de Português do 12.º ano são "um erro".

No Público de 18/06/2008: "A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje "um erro" as críticas da Associação de Professores de Português (APP) ao exame nacional da disciplina do 12.º ano, realizado ontem por 60 mil alunos.
(...)
Confrontada com estas críticas durante a apresentação dos resultados das provas de aferição do 4º e 6º ano, a ministra limitou-se a dizer que as considerações da APP "são um erro", sem especificar.
(...)
Devido a dois erros verificados nas provas do ano passado e no sentido de garantir "mais rigor e mais qualidade", o ministério decidiu que a partir deste ano as competências e responsabilidades do Conselho Científico do GAVE seriam alargadas, envolvendo ainda as associações de professores e sociedades científicas na auditoria das provas de exame."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: É fácil argumentar com a expressão “um erro”! Mas também o que poderia ela argumentar, quando ainda há uns dias atrás referiu que “não era capaz de se pronunciar sobre o grau de complexidade de um exame”. Mas no meio desta polémica toda, o que realmente me preocupa é a decisão unilateral de quebra de envolvimento com uma das associações (neste caso, a APP). Nada de estranho, se pensarmos em tudo o que o Ministério da Educação tem feito até agora.
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Melhoria de resultados nas provas de aferição 2008.

No sítio do Ministério da Educação a 18/06/2008: "Os resultados das provas de aferição em Língua Portuguesa e Matemática, realizadas pelos alunos dos 4.º e 6.º anos, que foram hoje divulgados às escolas, revelam uma melhoria face a 2007, reflectindo a realização de mais trabalho, orientado para objectivos claros, mais recursos e mais tempo dedicado ao estudo.

Um dos principais pontos a destacar é o aumento do número de alunos com resultados positivos, assinalável sobretudo em Matemática, disciplina onde os resultados eram tradicionalmente mais problemáticos.
(...)
Recorde-se que, em Outubro de 2007, foram, pela primeira vez, entregues às escolas os resultados individualizados dos alunos e das turmas, o que permitiu aos professores identificar as dificuldades e desenhar estratégias para a recuperação dos resultados.

Este imprescindível trabalho continuado e persistente, desenvolvido em várias frentes, envolvendo o Ministério da Educação, as escolas, os professores, os alunos e as famílias, tem sido feito desde 2005 e deverá prosseguir para os resultados continuarem a melhorar.

De várias medidas que contribuíram para os presentes resultados, mencionem-se, a título de exemplo:

- A formação contínua, em Português e em Matemática, de milhares de professores do primeiro ciclo;

- O Plano de Acção para a Matemática, concretizado em todos os agrupamentos de escolas;

- O Plano Nacional de Leitura, que apetrechou e dinamizou as bibliotecas escolares de todos os agrupamentos;

- A definição de orientações sobre os tempos de trabalho com os alunos do 1.º ciclo em leitura e em Matemática;

- O reforço do Estudo Acompanhado, para os alunos dos 1.º e 2.º ciclos;

- A disponibilização de um banco de mais de 3000 itens de Matemática;

- A elaboração de brochuras de apoio científico e pedagógico, para os níveis do pré-escolar, dos 1.º e 2.º ciclos, em Matemática e em Língua Portuguesa.(...)"

Ver Artigo Completo (ME)

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Comentário: Este tipo de publicidade faz-me mal à vista... No meio de tanta "eficiência" até fiquei surpreendido com o facto de nem por uma única vez terem referido os termos: "plano tecnológico"; "quadros interactivos"; e "portáteis".

Preocupa-me a expressão “Este imprescindível trabalho continuado e persistente (…) deverá prosseguir para os resultados continuarem a melhorar”. Espero que o trabalho anteriormente referido, não seja contornado com o facilitismo (supostamente) verificado nestas provas de aferição. Se assim for, não se obtém resultados reais do trabalho, nem se conseguem reformular estratégias (que poderão não estar a funcionar) e/ou propor novas medidas. E no final, mandamos para o “caixote do lixo” todo o esforço dos professores e dos alunos com resultados “falaciosos”.
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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Memorando...


Evito ao máximo exprimir a minha opinião acerca do memorando assinado entre a Plataforma Sindical e o Ministério da Educação, simplesmente porque é um tema polémico que divide opiniões e convicções. E não quero de forma alguma contribuir para um acentuar da divisão entre professores. Porém, tenho notado (em conversas com colegas, visitas a blogues e mesmo num inquérito feito aqui no "ProfsLusos") que existe uma revolta tremenda com os sindicatos. E com esta revolta vem um problema ainda mais grave: O "baixar de braços" dos docentes!

Já aqui escrevi por diversas vezes que tenho algum receio de que quando os sindicatos "ordenarem" mobilização, terão uma desilusão. Aparentemente foi salvo o 3.º período, mas pelo andamento do processo de avaliação de desempenho nas escolas (principalmente no que concerne à criação de documentos de registo), não se salvaguardou o próximo ano lectivo (e os seguintes). E os professores (na sua maioria) têm consciência deste facto.

Claro que existem aqueles que afirmam que o memorando de entendimento, era inevitável, uma vez que nenhuma das partes "recuava", e que como em 2009 ocorrerão eleições legislativas, será melhor proceder a reinvindicações e negociações nessa altura. Correcto... Até certa medida. Com tanta desmobilização e desilusão, será que em 2009 existirá alguma força sindical (ou não) com a capacidade de mobilizar 100 000 professores?

Não quero com isto dizer, que irei desmobilizar de uma luta que também é minha, no entanto, fico seriamente preocupado, com o elevado número de colegas que afirmam que não irão participar mais em iniciativas de sindicatos. É urgente que os sindicatos, estabeleçam uma estratégia séria e pensada para mobilizar os professores. E embora não seja a melhor pessoa para delinear estratégias, sei pelo menos o que devem evitar: Iniciativas avulsas e descoordenadas de outras já existentes; Utilização de argumentos que não convencem; Reinvindicações tardias; e sobretudo a negação das evidências.

Sítio útil para os Exames Nacionais.

Já no ano passado fiz referência ao sítio exames.org (cliquem na imagem). Embora acredite que muitos de vocês já o conheçam, fica aqui novamente a chamada de atenção. Aqui podem encontrar os enunciados dos exames e provas nacionais, tal como os critérios de correcção disponíveis no sítio do GAVE. Também são disponibilizadas correcções dos respectivos exames. Para encontrarem estes itens, o melhor mesmo é acederem à secção "downloads" no menu esquerdo deste sítio.

Professores Contratados (iniciativa FENPROF).

No sítio da FENPROF a 17/06/2008: "Milhares de jovens docentes profissionalizados poderão ser atirados para o desemprego por uma medida contida no Estatuto da Carreira Docente que o Governo impôs aos professores e educadores portugueses: a chamada "prova de ingresso na profissão". Muitos deles já prestaram serviço docente, mas correm agora o risco de serem apanhados na armadilha que o Ministério da Educação concebeu.
(...)
Ao impor a esses docentes a realização de uma prova em que, para serem aprovados, se exigirá aos examinados que obtenham 14 valores em cada uma das suas componentes, torna-se óbvio que a intenção do Governo é, de facto, reduzir o desemprego nos professores, mas da forma mais perversa: retirando a qualidade de docentes aos desempregados que, assim, acrescentarão apenas mais umas décimas à elevadíssima taxa de desempregados portugueses. As cadeias de hipermercados, bem como a construção civil espanhola agradecerão o reforço da oferta!

Após a conferência de Imprensa, a FENPROF vai entregar ao ME e a todos os Grupos Parlamentares da Assembleia da República uma carta subscrita por mais de seis mil professores e educadores ameaçados pelo ME, em que se defende a revogação da legislação sobre esta "prova de ingresso", dando, assim, cumprimento a mais uma decisão aprovada pelos cem mil Professores e Educadores que participaram na extraordinária Marcha da Indignação, promovida pelo movimento sindical docente no passado dia 8 de Março. (...)"

Ver Artigo Completo (FENPROF)

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Comentário: Mais vale tarde que nunca! Assim, as Comissões Sindicais de Professores Contratados e Desempregados, irão reunir-se e deslocar-se à Assembleia da República e ao Ministério da Educação, a 18 de Junho (amanhã). Os objectivos desta iniciativa, são: avaliar a acção desenvolvida em defesa da estabilidade de emprego; participação na luta contra a precariedade; participação dos jovens professores; e discussão de medidas a tomar na sequência da entrega da Petição à Assembleia da República.

Na verdade acho que a FENPROF se está a mexer, pois estava a "ver" que o "comboio da Prova de Acesso" estava a passar e o protagonismo estava a ser nulo. Para além disso, há o elevado número de professores contratados (e sindicalizados) que começavam a olhar de soslaio para a ausência de interesse. Volto a afirmar que, esta "Prova de Acesso" já deveria ter sido alvo de negociação há muito!! Com a excepção da petição do Movimento Democracia, nada se fez até agora. Este súbito interesse faz-me suspeitar que essa prova deve estar para breve... E como os sindicatos sabem (quase) sempre mais do que nós, o melhor é estarmos atentos.

Mas volto a afirmar: Mais vale tarde que nunca!!

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Polémica com o Exame de Português (II).

No Jornal de Notícias de 18/06/2008: "A Associação de Professores de Português preparava, esta terça-feira, uma correcção do exame nacional. A meio da tarde, a APP foi informada que o próprio Ministério faria a correcção do teste. Ao JN, a tutela desmentiu e a confusão instalou-se.

Edviges Antunes Ferreira, vice-presidente da APP e representante no Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), foi pessoalmente informada por aquele organismo do Ministério da Educação da alegada decisão. O facto foi relatado ao JN por Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, e imediatamente desmentido pelo assessor de Maria de Lurdes Rodrigues. A proposta de resolução acabou por não ser feita por qualquer das partes.(...)"

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Mais uma notícia, que permite uma total e absoluta "tranquilidade". Não há qualquer confusão e o Ministério da Educação está a comportar-se ao seu melhor nível... Mas será que é assim tão complicado, recorrer a uma associação de profissionais da educação (neste caso, a APP), e juntos encontrarem uma solução para a correcção do exame?! É por estas e por outras que é notória a falta de confiança e consideração pelos docentes. Enfim...
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Polémica com o Exame de Português (I).

No Diário de Notícias de 18/06/2008: "Termos gramaticais que não estão em vigor, textos que não são do programa, perguntas cuja formulação "não é clara".
(...)
"Encontrámos [nos enunciados] dois termos da Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário [TLEBS], que como se sabe não está em vigor", disse ao DN Paulo Feytor Pinto, desta associação. E não foi tudo: "O ponto de partida para uma reflexão que é proposta aos alunos é um texto do Padre António Vieira, que não faz parte do programa do 12.º ano mas do 11.º ano, e há ainda uma pergunta cuja formulação não é clara sobre "Os Lusíadas [de Luiz Vaz de Camões]".

Por outro lado, a APP, que todos os anos elabora e envia à imprensa uma proposta de correcção das provas, não o conseguiu fazer pela primeira vez. Isto porque, segundo explicou ao DN o seu presidente, também pela primeira vez, não recebeu do GAVE os "critérios de correcção" que servem de base a essa análise.
(...)
Há um ano, a APP tinha criticado as provas pela sua "facilidade". E a verdade é que os resultados acabaram por ser excepcionais. Na altura, pela primeira vez em vários anos lectivos, os alunos obtiveram uma média positiva (9,6 valores) nas primeiras provas, que viria inclusivamente a ser melhorada na 2.ª fase de provas.

Desta vez, a associação refere apenas que "não será possível" fazer comparações com 2007: "Por um lado [com a tolerância de 30 minutos decretada pelo Ministério], as provas estão mais longas, vão durar 150 minutos", explicou Paulo Feytor Pinto. "Por outro, a componente relativa à escrita e composição, que o ano passado valia 40 pontos, passou a valer 50 e a leitura 150, se bem que essa até é uma evolução positiva", admitiu.(...)"

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: E aí está a época de exames "tranquila" prevista pela Ministra da Educação. Utilização de terminologia que há algum tempo não está em vigor; programa que não consta do 12.º ano em avaliação; e critérios de correcção enviados para as redacções dos jornais e para a APP, demasiado tarde. Mas tudo bem, desde que seja fácil e os alunos tenham todos excelentes notas... Nem vamos pensar mais nisso. Certo?
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terça-feira, 17 de junho de 2008

Para o pessoal que contribui...

... e ajuda aqui no blogue.

Nota: Escolhas musicais são contigo, "tn". ;)

Música dos "Perfume & Rui Veloso" - (Tema: Intervalo).

A vulnerabilidade do Estado.

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Comentário: É mais um daqueles artigos de opinião, de leitura obrigatória. Uma análise excelente de alguns dos últimos acontecimentos nacionais (e não só). Gostei especialmente da análise feita ao Memorando de Entendimento! Coloco de seguida, uma pequena parte, no entanto, recomendo a leitura integral. Vale a pena "perder" uns minutos...
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No sítio do DiárioEconómico (Artigo de Opinião) a 17/06/2008: "Não é apenas o Estado que está vulnerável, são também os mecanismos tradicionais de organização da sociedade que parecem não dizer nada a ninguém.
(...)
Numa tendência que não é apenas nacional, assiste-se cada vez mais a uma fragmentação da representação de interesses e a uma incapacidade dos mecanismos tradicionais de organização dos mesmos para desempenharem as suas funções (partidos, sindicatos, associações patronais). O problema não é apenas o Estado não conseguir satisfazer as expectativas dos cidadãos quanto ao modo como gere os recursos dos impostos, é também a crescente incapacidade da sociedade para encontrar formas de se representar organicamente. Dois acontecimentos políticos da última semana, um internacional e outro nacional, são disso exemplo: o chumbo do Tratado de Lisboa no referendo irlandês e, claro, os protestos dos camionistas.
(...)
Também na semana passada, enquanto os piquetes de camionistas bloqueavam o país, o Governo negociava com a ANTRAM (a associação patronal “representativa” das empresas de camionagem). Mas os sinais de que esta associação tinha pouca capacidade para impor um acordo aos camionistas foram evidentes. Aliás, algo de semelhante havia já acontecido no sector da educação. Após a manifestação dos professores em Lisboa, um dos motivos que terá levado a FENPROF a chegar a acordo com o Ministério da Educação foi o receio do sindicato mais representativo dos professores em perder a liderança dos protestos para os movimentos espontâneos, fracamente organizados e com pouca integração. Continuar a contestação poderia fragilizar as estruturas tradicionais de representação sindical.

O que estes dois casos revelam é que a desintegração da representação de interesses e o seu carácter cada vez menos orgânico é uma tendência que veio para ficar.
(...)
Os sinais de que as nossas sociedades estão hoje dominadas por comportamentos anómicos, nos quais as formas tradicionais de integração social entram em ruptura, são evidentes. Serve este exemplo para recordar que é responsabilidade do Estado promover formas democráticas e orgânicas de representação dos interesses sociais e não atacar as poucas que ainda assim vão existindo, nomeadamente os sindicatos. É que, convém não esquecer, nos nossos dias, o que torna verdadeiramente vulnerável o Estado não é a incapacidade de exercer a violência legítima, mas, sim, a ausência de interlocutores com quem dialogar com eficácia e de forma institucionalizada. Quando ninguém se sentir representado, não vai servir de muito repor a ordem."

Ver Artigo Completo (DiárioEconómico)

Exame de Português.

_No Jornal de Notícias de 17/06/2008: "A generalidade dos alunos do 12º ano ouvidos esta segunda-feira pela Lusa achou o exame nacional de Português do 12º "fácil" e dizem que o completaram sem problemas. À saída das provas, um misto de apreensão e esperança dominava os sentimentos dos estudantes.(...)"

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)


_No "Sol" de 17/06/2008: "Faltaram ao exame de português nº639 do 12º ano, que se realizou nesta terça-feira, mais de 10 mil alunos, 15% dos que se tinham inscrito na prova, exactamente a mesma percentagem do que no ano passado, segundo comunicado do Ministério da Educação.
(...)
Os faltosos têm agora a possibilidade de fazer o exame na segunda fase, no dia 14 de Julho, de acordo com o calendário da Tutela.
(...)
Já no caso dos exames de língua não materna as taxas de afluência foram quase sempre superiores a 90%."

Ver Artigo Completo (Sol)

Esclarecimentos relativos à avaliação dos colegas contratados.

Já vi que persistem várias dúvidas relativas à avaliação dos colegas contratados (independentemente da modalidade de contrato). Em primeiro lugar aconselho a leitura de alguns posts que já redigi: 7 de Abril; 15 de Maio; e 25 de Maio.

Depois, leiam o artigo 5.º do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de Maio (Procedimentos simplificados de avaliação), que passo a transcrever.


1 — Ao pessoal docente contratado que se encontre na situação prevista no n.º 2 do artigo 28.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, pode ser aplicado, a seu pedido, no ano escolar de 2007 -2008, o procedimento de avaliação simplificado previsto no n.º 2 do artigo 2.º do presente decreto regulamentar.

2 — Ao pessoal docente contratado que preste serviço docente efectivo, em qualquer das modalidades de contrato, por menos de 120 dias, pode, a seu pedido, ser aplicado, a partir do ano escolar de 2008-2009, o regime simplificado de avaliação previsto no n.º 2 do artigo 28.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.

3 — Ao pessoal docente contratado que preste serviço docente efectivo, em qualquer das modalidades de contrato, por menos de 120 dias, no ano escolar de 2007-2008, aplicam -se as seguintes regras:
a) Quando o contrato termine pelo menos 30 dias após a entrada em vigor do presente decreto regulamentar, pode, a seu pedido, ser aplicado o procedimento de avaliação simplificado previsto no n.º 2 do artigo 2.º do presente decreto regulamentar;
b) Quando o contrato tenha terminado antes ou termine até 30 dias após a entrada em vigor do presente decreto regulamentar, pode requerer a aplicação a esse tempo de serviço da menção qualitativa atribuída na primeira avaliação de desempenho a que seja sujeito.

Desconheço a existência de minutas ou modelos de requerimentos de procedimento de avaliação simplificada, no entanto, acho que não custa nada questionar a(s) escola(s) onde estiveram a leccionar... Se a própria escola não vos fornecer qualquer tipo de esclarecimento útil, utilizem o ponto 3, do artigo acima enunciado, como base de trabalho da "minuta". Espero ter ajudado... Boa sorte!

PGR e a violência escolar.

No Público de 17/06/2008: "O Procurador-Geral da República (PGR), Fernando Pinto Monteiro, vai hoje à Assembleia da República falar sobre a violência nas escolas e "responder a todas as questões" dos deputados.

Segundo fonte da Procuradoria, Pinto Monteiro responderá, na audiência na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, "a todas as questões que os partidos políticos" lhe colocarem sobre a violência nas escolas.

Nos últimos meses, Pinto Monteiro mostrou-se preocupado com a violência no meio escolar, afirmando mesmo que tem "elementos seguros de que há alunos que vão armados para as escolas", e acusou o Governo de "minimizar" a dimensão deste problema.

O Procurador-Geral da República, que seleccionou a violência escolar como uma prioridade de investigação, no âmbito da nova Lei de Política Criminal, considerou que "a violência escolar funciona, em alguns casos, como uma espécie de 'embrião' para níveis mais graves de criminalidade".

O PGR defendeu que seja "reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas"."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Acho muito bem que este tema seja debatido e que sejam encontradas soluções imediatas. A cada mês que passa, os professores vão perdendo a autoridade que ainda possuem. Infelizmente quem tem poder para alterar este panorama, finge não ver. Mas vendo bem, até foi o governo que gerou e incentivou a indisciplina. A violência escolar existe, tem expressão (mesmo que alguns a considerem como reduzida) e não pode (poder até pode, mas não deve) ser ignorada. A tolerância e o facilitismo são o mote... A indisciplina e o falso sucesso, a consequência!
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Tolerância e ansiedade.

No Jornal de Notícias de 17/06/2008: "A partir de hoje e até 23, quase 258 mil alunos dos 9º, 11º e 12º anos cumprem a 1.ª fase dos exames nacionais. As novidades deste ano são a tolerância de 30 minutos.

No 12.º ano, as provas poderão chegar aos 150 minutos e no 9.º aos 120. Os exames deveriam ser encarados como um passo exigente mas natural do processo de aprendizagem e avaliação na vida de um estudante. Mas a maioria das vezes não é assim que acontece: os alunos temem-nos como se fossem "um bicho papão"; os pais entendem-nos como a prova onde se jogará o futuro dos filhos. E um processo normal conduz, por vezes, a situações de depressão difíceis de superar.
(...)
Um dos principais problemas é o de aprender a lidar com a ansiedade, alega. (...) Para o presidente da Confederação Nacional de Associação de Pais (Confap) o actual modelo de exames nacionais "não aufere as aprendizagens. Os alunos jogam as suas vidas em três horas e por vezes por uma centésima é-lhes vedado o acesso à universidade. O processo transforma-se numa lotaria", defende ao JN Albino Almeida."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Com uma equipa de "peritos" a trabalhar durante um ano inteiro (ver notícia abaixo), não compreendo esta tolerância de 30 minutos. A ocorrer este ano, é porque existe algum receio de que o tempo não seja o suficiente. Também gostava de ver fundamentada a opinião do presidente da CONFAP, relativamente a estes exames nacionais.
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"Tudo preparado, como sempre".

No Diário de Notícias de 17/06/2008: "(...)Mais alunos no exame de português contraria tendência geral de menos inscritos.
(...)
O exame de Português é mesmo o que tem mais inscritos -71 135-, mais do que no ano passado, em que houve 69 745. Em 2007, cerca de 15% dos alunos acabaram por faltar e a média das notas na primeira fase foi de 9,6 - oito décimas inferior à da segunda.

Biologia e Geologia, na quarta-feira, tem mais de 58 mil alunos inscritos, Física e Química, na sexta, conta com cerca de 54 mil e Matemática, na próxima segunda-feira, com 48 427.
(...)
No básico há quase 100 mil alunos do 9.º ano inscritos para mostrarem o que sabem de Português e Matemática. A 11 de Julho saberão os resultados.
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A ministra da Educação manifestou ontem a sua convicção de que a época vai ser "tranquila" e garantiu que "tudo está preparado, como sempre".

Às críticas de que as provas estão cada vez mais fáceis, Maria de Lurdes Rodrigues respondeu sublinhando que os enunciados são elaborados por peritos. "Eu própria não sou capaz de me pronunciar com ligeireza sobre o grau de complexidade de um exame, porque isso requer competências próprias. Portanto, devemos ser prudentes nessa avaliação", defendeu.

O gabinete de peritos dedica "um ano inteiro à realização dos exames", lembrou Maria de Lurdes Rodrigues."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Um gabinete de "peritos" que se dedica um ano inteiro à realização de exames? Ainda assim, por vezes, ocorrem falhas. E volto a referir, um ano inteiro! É mais uma daquelas "coisas" que eu não compreendo. Gostei da afirmação da Ministra da Educação, quando refere que ela própria não é capaz de se pronunciar com ligeireza sobre o grau de complexidade de um exame... E não sei se por admitir incapacidade de analizar algo ou se pelo facto de referir que por vezes o faz com ligeireza.

Obviamente que a época de exames vai decorrer de forma tranquila... Não fossemos nós profissionais da educação, e talvez as coisas não ocorressem com tanta calma.
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segunda-feira, 16 de junho de 2008

E porque os professores também são seres humanos...

e como tal, seres sexuais, fica aqui uma musiquinha para animar as "hostes". Perdoem-me os puritanos, mas de vez em quando não me consigo impedir de escrever ou colocar disparates. Bem sei que tenho outro blogue para isso, mas hoje é para a "maluqueira". ;)

Música de "Kate Perry" - (Tema: I Kissed A Girl).

Mobilidade - alguns esclarecimentos.

Foi publicitado hoje, um documento que pretende esclarecer alguns pontos relativos à mobilidade para o próximo ano lectivo. Recordo que já havia colocado aqui um post, relativo a este tema. Coloco de seguida um pequeno resumo, no entanto, é importante que os colegas que pretendam o regime de mobilidade, leiam o documento integral.

"1. O limite de 4 anos, em regime de mobilidade, no ano escolar de 2006/2007 (...) apenas se aplica aos docentes que pretendam ser requisitados para os serviços, organismos centrais e regionais do Ministério da Educação, bem como para os órgãos e instituições sob a sua tutela (...) ou para qualquer serviço da administração central, regional ou local (...).

2. (...) os docentes que se encontram “colocados em mobilidade, ou afectos administrativamente, desde que esta se concretize no exercício de funções lectivas em estabelecimentos de educação ou ensino não superiores públicos” mantêm a colocação (...). Deste modo, entende-se que estes docentes não precisam de vir à aplicação de mobilidade.(...)

3. Alteração de calendarização : Docentes - dias 2 a 15 de Junho passará para dias 2 a 17 de Junho. (...)

4. Entidade proponente: Dias 2 a 17 de Junho passará a dias 2 a 18 de Junho.(...)"

Para os adeptos dos inquéritos...

Encontra-se disponível um inquérito de satisfação, relativo ao sítio da DGRHE. Não tenho nada a referir no que concerne aos conteúdos, actualização dos mesmos, acessibilidade e navegabilidade, no entanto, tenho de reconhecer que a imagem de fundo não me agrada minimamente. Poderiam utilizar outra imagem, evitando o recurso a (falsos) estereótipos.

A utilizarem (falsos) estereótipos, poderiam optar pela imagem de uma mulher, uma vez que a maioria dos docentes são do sexo feminino. Existem por aí muitas colegas que poderiam ser usadas como modelo de fundo (posso dar sugestões se for necessário). No entanto, acho que para melhor se aproximarem da realidade, poderia ser utilizada a imagem de fundo que a seguir apresento. Para além da imagem, também mudaria o "slogan"... Passaria de "Uma vida, uma carreira", para "Uma vida sem carreira".

Nota: Peço desculpa pela fraca qualidade da imagem, mas num intervalo de 10 minutos não consegui fazer melhor. De qualquer maneira, vocês perceberam a ideia...

Bem... Para quem quiser participar no inquérito, fica aqui o link:

7.000 militares da GNR protegem exames nacionais.

No sítio do Diário Digital a 16/06/2008: "(...)Considerada uma das maiores operações policiais montadas anualmente em Portugal, a missão da GNR «tem quatro etapas que passam pelo levantamento, transporte, guarda e entrega das provas nas escolas», disse à agência Lusa o tenente-coronel Costa Lima, da Guarda Nacional Republicana (GNR).
(...)
Para a «missão exames nacionais 2008» também está mobilizada a PSP, que terá a seu cargo principalmente as escolas das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

A agência Lusa contactou a Direcção Nacional da PSP para saber quantos agentes vão estar envolvidos, mas PSP considerou inoportuno divulgar os dados.

Todos os anos a operação policial tem um nome de código secreto, mas este ano, segundo a GNR, optou-se apenas por chamar «missão exames nacionais 2008».

Cerca de 258 mil alunos iniciam terça-feira os exames nacionais obrigatórios para a conclusão do ensino básico e secundário, de acordo com dados do Ministério da Educação."

Ver Artigo Completo (Diário Digital)

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Comentário: Não consigo deixar de achar alguma piada à dimensão desta operação. Obviamente que os exames nacionais são extremamente importantes, no entanto, não consigo idealizar o porquê de tanta protecção policial. Se fosse um "carjacker" estúpido, seria a altura ideal para roubar uns veículos. Eh eh eh... Para além do valor comercial nulo de um veículo da autoridade (a quem é que o ia vender?), somava-se o inexistente mercado negro de exames nacionais. Bem... Se juntasse ao enunciado, a correcção do mesmo talvez conseguisse vender alguma coisa.

Para além disso, fiquei triste com a inexistência, este ano, de um nome de código secreto para esta operação. É que é extremamente importante, para que a operação corra bem. Vamos ver se este ano, não há problemas...

Nota: Desculpem a ironia, mas é um daqueles temas a que não consigo resistir, tal é a desproporção de meios envolvidos.
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130 mil estudantes utilizam estimulantes para os exames.

No Destak de 16/06/2008: "Vitaminas, estimulantes ou anfetaminas são alguns dos produtos de toma assídua entre os estudantes portugueses nesta fase pré-exames nacionais que tem início amanhã.

Apesar das vitaminas não terem um efeito directo na memória e na concentração e de funcionarem apenas como placebo, muitas vezes os alunos sentem que estas funcionam porque acreditam nos seus efeitos, revela ao Destak o psicólogo Carlos Lopes Pires.

«São as anfetaminas e estimulantes que realmente dão resultados», acrescenta. No entanto, «a sua toma deve ser apenas transitória, porque o seu uso prolongado pode criar dependência e alguns problemas para a saúde».
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Os perigos de alguns estimulantes e a falta de acompanhamento médico na sua toma são duas preocupações partilhadas pelo psicólogo Eduardo Sá e pela presidente da comissão instaladora da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Maria José Viseu.

Eduardo Sá acrescenta que «alguns tipos de estimulantes que podem dar resultado no imediato, a curto prazo se revertem contra quem os toma» e os jovens têm de estar informados sobre isso, algo que continua a falhar."

Ver Artigo Completo (Destak)

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Comentário: Vitaminas, estimulantes e anfetaminas... Até parece que estamos a falar de atletas de alto rendimento ou de cavalos de competição. Agora fora de brincadeiras, se bem que alguns deles funcionem como placebo, existem perigos inerentes à toma dos mesmos (nomeadamente as anfetaminas) que deverão ser consideradas. Na minha altura não me recordo de ter tomado qualquer tipo de suplemento, mas não creio que os meus resultados tivessem sido melhores com isso. Acho que nesta fase de pré-exames, o que joga a favor é a motivação e método de estudo (algo que já deveria vir de trás). Considero que o maior obstáculo nesta fase, é o stress... Este sim, a necessitar de alguns cuidados.
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