quinta-feira, 12 de junho de 2008

Professores no privado têm turmas maiores.

No Jornal de Notícias de 12/06/2008: "Um relatório da tutela revela que os docentes do sector privado têm mais alunos que os do público. A Fenprof, alerta que essa taxa é apurada de forma incorrecta: pelo número total de professores e não com os que dão aulas.

A relação aluno/docente é superior no ensino privado em todos os níveis de ensino, do pré-escolar ao Secundário, e regiões do país. O dado estatístico, apurado entre o número total de professores e alunos inscritos, consta do "Perfil do Docente 06/07" publicado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE). A diferença até se acentuou de 2005 para 2007. Mas entre esses dois anos lectivos a relação aluno/docente também aumentou no público.

(...) Mário Nogueira foi peremptório ao afirmar que esse dado é apurado de forma incorrecta: é feito com o número total de professores e milhares não chegam a dar aulas por estarem requisitados ou destacados no Ensino Superior, em autarquias, direcções-regionais, nos departamentos do Ministério ou no Parlamento. "Só directores de conselhos executivos são 1500", precisa, alegando que este pormenor é suficiente para falsear o resultado estatístico.
(...)
O mesmo relatório indica que à excepção do pré-escolar o número de professores tem vindo a diminuir, nos restantes níveis de ensino, desde 2005. A redução mais acentuada é no 1.º ciclo, perde 4873 docentes entre o ano lectivo de 2005/2006 e o seguinte - 4839 no sector público. A mesma situação em relação aos professores contratados - no mesmo período de tempo o peso percentual desses professores no 1º ciclo foi reduzido dos 15 para os 8%. Dados que os sindicatos interpretam como resultado das medidas economicistas de Maria de Lurdes Rodrigues. A consequência, alegam, é a desmotivação e degradação das condições de trabalho."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Tal como a imensa legislação mensal, começamos também a ter imensos estudos encomendados pelo Ministério da Educação. Curiosamente estes estudos apresentam sempre estatísticas e conclusões incorrectas, que colocam em causa a nossa "luta" e que justificam (perante a opinião pública) as medidas polémicas implementadas contra os professores. Os sindicatos baixaram os braços após a assinatura do memorando, mas o Ministério da Educação, não. A estratégia é clara: (1) O ME ao conseguir que a Plataforma Sindical assinasse o memorando conseguiu provocar a desmobilização dos professores; (2) Ao apresentar estudos com estatísticas "dirigidas" consegue mobilizar a opinião pública contra os professores (e a escola pública, em geral); (3) Inundando as escolas de legislação (a um ritmo semanal) consegue deixar a maior parte dos colegas tão exaustos que nem se apercebem de toda a sua estratégia.

Quando o memorando foi assinado, deixámos de ter poder negocial relevante. No entanto, como há alguns que dizem que não havia outra alternativa, provavelmente seria o único caminho a tomar. Pessoalmente não fiquei convencido, aliás, o único factor que aliviou a minha surpresa com este memorando, foi o "aligeirar" da avaliação dos nossos colegas contratados.
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